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REFLETOR ou REFRATOR?


Ao longo de muitos anos dedicados à Astronomia sempre me deparo com esta pergunta que se tornou um clássico entre os que observam o céu: qual é o melhor? Refletor ou refrator?

A escolha sempre aponta o refletor, pois, o custo por diâmetro é muito menor e as possibilidades de grandes aberturas tornam a magnitude limite muito maior, certo? Quase certo!!!

Comecei a desconfiar de grandes aberturas em 1999 quando percebi que certos SCT´s e refratores eram muito mais caros que os refletores de maior abertura. Porque um ETX 90 mm custaria U$ 600,00 e um refletor de 8" apenas U$ 500,00. É muita diferença. São 203 mm contra 90 mm. Magnitude 11,5 contra 13,5. E aí soube que um Televue de 70 mm custava, na época, U$ 1.080,00. O que um telescópio desses tinha de tão especial para ser tão mais caro que um refletor de 8"? E mais! Porque um SCT de 8" custava, e ainda custa, o dobro de um refletor de 8"? Levei algum tempo para achar algumas evidencias que mostram que grandes refletores não são o que se esperam ser.




Eles me deram as dicas!!!
Takahashi e Televue 60 mm

Pois bem, quais as grandes virtudes de um refletor de 8"? Na observação planetária uma maior abertura oferece uma maior resolução, certo? Quase certo de novo! Uma maior resolução depende da qualidade da objetiva. Uma lente de 70 mm pode ter melhor resolução que um espelho de 114 mm. Vai depender da qualidade óptica da objetiva. Resumindo: um telescópio com uma resolução muito boa é sempre o mais caro pois tem uma melhor qualidade óptica. Por isso um Takahashi de 60 mm, sem tripé, sem ocular, custa 800 dólares!!! Por isso um refrator apocromático de 6" custa U$ 5.000,00 e um refletor de 6" apenas U$ 450,00. Ah!... mas tem a tal magnitude 13,5. Mas se tem raros relatos sobre essa tal magnitude 13,5. Como se saberia sobre tal magnitude? Os mapas estelares impressos só vão até magnitude 8. Na internet os arquivos para download que oferecem magnitude 13,5 somam cerca de 6 milhões de estrelas e, na maioria dos casos, só são oferecidos em CD´s ou para pequenas partes do céu quando on-line. As fotos tiradas por grandes aberturas só mostram objetos muito brilhantes como a galáxia de Andrômeda, Júpiter, a lua e a grande nebulosa de Orion, a M42. Fico imaginando o desespero de um astrônomo amador ao tentar identificar um ponto no céu dentre 6 milhões. As observações feitas em um refletor newtoniano ou dobsoniano são feitas em pé longe do conforto de um refrator que se passa horas confortavelmente sentado. As grandes aberturas exigem aumentos maiores do que as pequenas aberturas. Isso acontece porque o aumento resolvente, que depende do diâmetro da objetiva, é maior. E se faz necessário também um aumento maior pelo fato de que o céu não é preto, mas azul marinho, principalmente abaixo de 40 graus de altura em relação ao horizonte, exigindo ainda mais aumento para se ter mais contraste. Muito aumento reduz em muito o campo visual tornando a observação muito vazia e aí dá um sono...!

Aumentos grandes exigem montagens muito sofisticadas, até computadorizadas, e técnicas de apontamento muito complicadas, estressantes e caras. Isso sem falar no peso que passa dos 20 quilos em um grande refletor contra menos de 5 quilos em refrator menor. É a disputa da portabilidade. Tudo isso compromete a qualidade da observação e torna discutível as vantagens dos refletores. Percebo muitas vezes um certo jogo de vaidades onde se exibem telescópios caríssimos que são sub-aproveitados. Servem apenas como símbolo de status. Um telescópio de pequena abertura com uma plossl de 52 graus de campo é imbatível. Quem já experimentou sabe. Os outros, que me desculpem, continuem com seus elefantes brancos. Objetos de decoração.

Por essas e outras razões que a minha opção ao longo de todos esses anos tem sido por um refrator de 60mm com aumentos entre 30X e 50X.

Saudações astronômicas,

João Marcos, Belo Horizonte, MG.


 

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