ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS PÚBLICAS

C - MINHA ADMINISTRAÇÃO EM CALDAS  DE JANEIRO DE 1973 A JUNHO DE 1975

                                                  (Continuação)

 

FATOS PITORESCOS OCORRIDOS DURANTE A MINHA  ADMINISTRAÇÃO

O oitavo FATO PITORESCO da administração aconteceu quando fizemos a nossa primeira obra em parceria com a comunidade de um dos bairros de Caldas. E a obra se tratava da restauração de uma pequena ponte de dava acesso da rodovia que liga Poços de Caldas a Pouso Alegre e à Fernão Dias ao bairro dos Beraldo ( salvo engano nosso).

A Prefeitura ficaria responsável pela compra de toda a madeira necessária para o assoalho da ponte e todo o cimento que fosse gasto na construção das duas cabeças de pedra da ponte e todo o material de fixação do assoalho. A comunidade do Bairro ficaria responsável pelo fornecimento de toda a areia e todas pedras necessárias à construção das duas cabeças da ponte. O pagamento do profissional que era do próprio e que ia fazer a restauração da ponte ficaria também a cargo da Prefeitura.

O concerto da ponte deve ter sido feito em aproximadamente 30 dias e nós tínhamos o cuidado de todos os dias pela manhã e ao final da tarde irmos acompanhar o andamento das obras e pedir ao responsável pelo departamento de obras que acompanhasse  a compra e a qualidade do material aplicado na obra e  também a capacidade do profissional que iria executar o serviço de restauração da ponte.

Obra encerrada aparece o representante da comunidade, um senhor idoso, pedindo para falar comigo a respeito do pagamento dos valores da mão de obra aplicada na restauração da ponte. Como era do nosso costume no desempenho do nosso cargo receber as pessoas, demos permissão àquele senhor para entrar e para conversarmos sobre o valor e a forma do pagamento.

Após ter entrado na nossa sala, ficado à vontade e conversado um pouco sobre o nosso trabalho na direção administrativa do município de Caldas deu o valor do custo da mão de obra e a forma de pagamento. Dando a entender que o valor dado era bem absurdo, pedimos-lhe para repetir o valor alegando que nós não tínhamos ouvido direito. Ele imediatamente repetiu o mesmo valor absurdo para o serviço feito. Algo que estava umas três vezes acima do valor real. Perguntamos-lhe, então, se ele estava falando sério ou se simplesmente estava brincando conosco. Ou se estava fora do seu juízo perfeito.

Ele, estrategicamente, pigarreou e disse, sem nenhuma cerimônia: " pode liberar este valor que eu fico com a metade e a outra metade eu deposito na conta do senhor; pode ficar tranqüilo que isto, pois já aconteceu outras vezes com alguns administradores antes do senhor. Perguntamos-lhe, novamente, de forma educada e calma se ele estava falando sério. E complementamos: "se estiver eu vou imediatamente telefonar para o delegado e pedir a sua prisão por extorsão".

Percebendo que nós estávamos falando sério ele saiu com esta: "eu estava só experimentando para ver se o senhor é mesmo honesto como falam".

No próximo número apresentaremos outro FATO PITORESCO da nossa administração em Caldas no período de maio de 1972 a junho de 1975. Até lá.

 

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