Anatomia do Aparelho Digest�rio


Milton Alves das Neves Junior - Faculdade de Medicina do Tri�ngulo Mineiro
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1. Introdu��o

O aparelho digest�rio tem sua maior por��o localizada no abd�men. Neste se encontram a por��o final do es�fago, o estomago, intestinos e c�lons. Al�m destes, temos as chamadas gl�ndulas anexas ao sistema digest�rio que s�o o f�gado e o p�ncreas. N�o menos importante, temos a ves�cula biliar e vias biliares extra-hep�ticas, respons�veis pelo armazenamento e excre��o da bile. Veremos adiante uma discri��o anat�mica de cada um destes �rg�os, n�o deixando de lado sua irriga��o, drenagem venosa, drenagem linf�tica e inerva��o. � ainda importante lembrar as rela��es existentes entre cada um deles.


2. Anatomia da por��o abdominal do es�fago

O es�fago � um tubo muscular que liga faringe ao est�mago. Esse penetra no abd�men atrav�s do hiato esof�gico do diafragma.Esta regi�o, n�o apresenta nenhum refor�o em sua borda lateral, que � muscular. Desta forma, esta abertura � uma regi�o propensa a forma��o de h�rnias (as chamadas h�rnias de hiato).

Na sua por��o final, o es�fago apresenta uma curvatura para a esquerda onde se abre na regi�o da c�rdia no estomago. Juntamente com es�fago, penetram no abd�men os troncos vagais anterior e posterior que s�o respons�veis pela inerva��o parassimp�tica deste �rg�o. A irriga��o do es�fago no abd�men � feita principalmente por ramos esof�gicos do tronco es�fago-cardio-tuberosit�rio, ramo da art�ria g�strica esquerda. A drenagem venosa � feita por veias que acompanham as art�rias e recebem o mesmo nome. A drenagem linf�tica � feita por linfonodos esof�gicos e cel�acos.


3. Anatomia do est�mago

O est�mago � uma dilata��o do canal alimentar entre o es�fago e o duodeno. Ele est� situado abaixo do diafragma e sua maior por��o fica � esquerda do plano mediano. Pode ser dividido em quatro por��es: (1) c�rdia, que marca a transi��o entre o es�fago e o est�mago; (2) fundo ou, como era chamado h� algum tempo, tuber; (3) corpo, que � a maior parte do est�mago; (4) antro, situado entre a incisura angular e o piloro.

A c�rdia � um a prega da mucosa que funciona como um esf�ncter na por��o superior do est�mago. J� o piloro � um esf�ncter verdadeiro que controla a passagem do quimo para o duodeno.

O est�mago tem forma de um C onde a borda interna deste � chamada de curvatura menor e a externa, curvatura maior. Entretanto, este formato pode ser bastante vari�vel de acordo com o estado e tipo de alimenta��o, al�m da posi��o das ondas perist�lticas. Alguns estudos mostram que pessoas que sofrem de cefal�ias, durante as crises, apresentam uma hipotonicidade deste �rg�o. Desta forma o est�mago forma um sif�o, dificultando a passagem de part�culas. Da� a dificuldade de se tratar estes pacientes com analg�sicos orais. O est�mago � um �rg�o peritonisado, ou seja, � envolvido pelo perit�nio. Entretanto sua por��o mais superior n�o � recoberta, apresentando, portanto, uma �rea nua. A l�mina anterior e a posterior que recobrem o est�mago prov�m do omento menor e se juntam novamente abaixo da curvatura maior para formar as duas l�minas anteriores do omento maior.

A irriga��o do est�mago e dada pelos ramos do tronco cel�aco. A art�ria g�strica esquerda, ramo direto do tronco cel�aco, anastomosa-se com a art�ria g�strica direita, que pode ser um ramo proveniente tanto da art�ria hep�tica comum, da art�ria hep�tica pr�pria ou ainda da art�ria gastroduodenal, na curvatura menor do est�mago. Ambas emitem ramos g�stricos anteriores e posteriores para a irriga��o do est�mago. A art�ria g�strica esquerda emite, na sua por��o mais alta, o tronco es�fago-cardio-tuberosit�rio que d� ramos para o es�fago, para a c�rdia, e para o fundo do est�mago. As art�rias gastroomentais (ou gastroep�ploicas) direita (ramo da gastroduodenal) e esquerda (ramo da lienal) se anastomosam na curvatura maior do est�mago. Tamb�m emitem ramos g�stricos anteriores e posteriores. Alem destes, a art�ria lienal emite as art�rias g�stricas curtas, para a irriga��o do fundo do est�mago.

A drenagem venosa � feita veias que acompanham as art�rias e s�o tribut�rias da veia porta. A drenagem linf�tica � feita por linfonodos cel�acos que drenam para a cisterna do quilo.

A inerva��o � feita pelos nervos principal g�strico anterior (ou nervo de Latarget) e principal g�strico posterior. Al�m destes, plexos nervosos que acompanham as art�rias que irrigam o est�mago tamb�m inervam este �rg�o. Estes plexos prov�m do g�nglio e do plexo cel�aco.


4. Anatomia do duodeno

O duodeno � a primeira por��o do intestino delgado. Tem a forma de um G e pode ser dividido em quatro por��es: (1) superior, (2) descendente, (3) inferior, (4) ascendente. Na por��o superior � encontrada uma dilata��o imediatamente ap�s o piloro, chamada de bulbo duodenal. A transi��o do duodeno para o jejuno � marcada pela flexura duodeno-jejunal.

O duodeno � um �rg�o bastante fixo que se situa quase totalmente junto � parede posterior do abd�men, ou seja, � um �rg�o retro-peritonial. � no duodeno que grande parte das enzimas digestivas atuam, j� que os ductos pancre�ticos e col�doco se abrem, atrav�s das papilas duodenais maior (ou de Vater) e menor. Uma fita de tecido conjuntivo liga o duodeno ao pilar direito do diafragma. Esta � chamada de ligamento suspensor do duodeno. Algumas vezes � encontrado juntamente com esta fita conjuntiva, fibras musculares. Estas podem ser chamadas de m�sculo suspensor do duodeno. A irriga��o do duodeno � dada por ramos retro-duodenais e supraduodenais das art�rias gastroduodenal e pancreatoduodenal superior. Alem destes, ramos provenientes das arcadas pancre�ticas anterior e posterior tamb�m irrigam o duodeno.

A drenagem venosa � feita por veias que acompanham as art�rias e recebem o mesmo nome. Estas s�o tribut�rias da veia porta. A drenagem linf�tica � feita por linfonodos cel�acos e mesent�ricos superiores que drenam para a cisterna do quilo.

A inerva��o prov�m de plexos que acompanham as art�rias que irrigam o duodeno e recebem o mesmo nome da art�ria que acompanham. Estes derivam do plexo solar (uni�o do plexo cel�aco e mes�nterico superior).


5. Anatomia do jejuno e �leo

Estas duas por��es do intestino delgado n�o possuem limite n�tido e, portanto ser�o descritas em conjunto. Entretanto, in vivo, � poss�vel diferencia-los: o jejuno tem um aporte sangu�neo maior e por isso tem uma colora��o mais avermelhada.

O jejuno e o �leo s�o bastante m�veis. Para acomodar esta condi��o, alguns fatores foram necess�rios. Estes �rg�os s�o presos � parede posterior pelo mesent�rio, o que lhes confere grande mobilidade. Sendo assim, pode-se afirmar que eles s�o �rg�os peritonizados. Outro fator que aumenta a possibilidade de mobilidade � a forma��o de arcadas de irriga��o (estas ser�o descritas juntamente com a irriga��o). Desta forma, o jejuno e �leo podem se mover sem que haja isquemia.

Estas partes do intestino delgado s�o respons�veis pela maior parte da absor��o dos nutrientes. Dentro da luz destes �rg�os, v�lvulas coniventes, vilosidades e microvilosidades aumentam a superf�cie de absor��o e, deste modo, aproveitando ao m�ximo os nutrientes ingeridos e digeridos. Alem do mais, algumas enzimas que auxiliam na digest�o est�o presentes na mucosa destes �rg�os. A irriga��o do jejuno e do �leo � feita por ramos da mes�nterica superior. Esta art�ria emite ramos jejunais e ileais para a irriga��o do jejuno e �leo, respectivamente. Al�m destes, a art�ria mes�nterica superior emite um ramo chamado art�ria �leo-ceco-c�lica que, al�m de participar da irriga��o do �leo, contribui para irriga��o do ceco e c�lon ascendente. Estes ramos correm entre as duas l�minas do mesent�rio e, ao se aproximarem da borda do intestino, formam uma extensa rede anastom�tica em forma de arco, chamadas de arcadas jejunais e ileais, de acordo com a regi�o que suprem. As arcadas podem ser primeira, segunda ou terceira ordem, mas podendo algumas vezes ser de quarta ordem. Destas arcadas saem art�rias retas que alcan�am o intestino e o irrigam. Com este eficiente sistema, o jejuno e o �leo podem se mover e mesmo que haja compress�o de algum ramo, os outros supriram eficientemente todas as por��es do mesmo.

A drenagem venosa � feita por veias que acompanham as art�rias, inclusive formando arcadas. Estas drenam para a veia mes�nterica superior que se unir� com a veia lienal para formar a veia porta. A drenagem linf�tica � feita por linfonodos mesent�ricos superiores que drenam para a cisterna do quilo. Esta drenagem � de fundamental import�ncia, pois � atrav�s dela que part�culas grandes como gorduras s�o absorvidas por meio da forma��o de quilom�crons.

A inerva��o prov�m do plexo solar atrav�s do plexo mes�nterico superior. Estes nervos acompanham as art�rias que irrigam o jejuno e o �leo.


6. Anatomia dos c�lons

O intestino grosso pode ser dividido em seis partes: (1) ap�ndice vermiforme; (2) ceco; (3) c�lon ascendente; (4) c�lon transverso; (5) c�lon descendente e (6) c�lon sigm�ide.

Dentre as acima, somente o ap�ndice, o c�lon transverso e o c�lon sigm�ide s�o peritonizados; os demais s�o �rg�os retro-peritoniais. Lateralmente e posteriormente aos c�lons ascendente e descendente, o perit�nio forma uma prega chamada de goteira (ou prega) parietoc�lica. O ap�ndice � preso a parede posterior do abd�men pelo mesoap�dice. O c�lon transverso � preso pelo mesocol�n transverso.J� o c�lon sigm�ide est� ligado a parede posterior pelo mesossigm�ide. Os c�lons apresentam algumas diferen�as anat�micas em rela��o ao restante do tubo digestivo. Por exemplo, a camada longitudinal de m�sculo nos c�lons se aglutina em tr�s fitas de m�sculos formando as chamadas t�nias. A t�nia que se prende ao mesocol�n transverso � chamada de t�nia mesoc�lica. A que se prende ao omento maior � chamada de t�nia omental. Ainda h� uma terceira, chamada t�nia livre, pois n�o prende a nenhuma outra estrutura. Outra diferen�a anat�mica importante � a presen�a de haustra��es. Estas s�o bolsas formadas por um t�nus aumentado da musculatura circular em certas por��es do intestino grosso.

A transi��o do intestino delgado para o grosso � marcada por uma v�lvula chamada v�lvula ileocecal. Esta impede que o conte�do presente no ceco e c�lon ascendente reflua para dentro do �leo.

A irriga��o dos c�lons � feita por ramos das art�rias mesent�ricas superior e inferior. O primeiro ramo que contribui para esta irriga��o � a art�ria �leo-ceco-c�lica, que al�m de dar ramos para o �leo, emite as art�rias cecais anterior e posterior e um ramo c�lico que irriga o c�lon ascendente. A art�ria cecal posterior emite um ramo para a irriga��o do ap�ndice chamado art�ria apendicular.

Um segundo ramo importante da mes�nterica superior para a irriga��o dos c�lons � a art�ria c�lica direita. Esta ao atingir a borda medial do c�lon ascendente se subdivide em um ramo ascendente e outro descendente. Este �ltimo anastomosa-se com o ramo c�lico do �leo-ceco-c�lica. Ainda da art�ria mes�nterica superior, temos um terceiro ramo chamado art�ria c�lica m�dia. Este tamb�m se subdivide, ao atingir a borda inferior do c�lon transverso, em dois ramos, um direito e outro esquerdo. O ramo direito se anastomosa com o ramo ascendente da c�lica direita.

A partir de ent�o, os ramos que contribuem para a irriga��o do c�lon prov�m da art�ria mes�nterica inferior. A art�ria c�lica esquerda, ao atingir a borda medial do c�lon descendente, se subdivide em um ramo descendente e outro ascendente. Este �ltimo se anastomosa com o ramo esquerdo da c�lica m�dia.

Art�rias sigm�ideas se dirigem ao c�lon sigm�ide e se anastomosam entre si e com o ramo descendente da c�lica esquerda. A art�ria mes�nterica inferior termina-se como art�ria retal superior. Entre os ramos desta e os da art�ria sigm�idea, n�o h� grandes anastomoses. Este ponto sem anastomoses � chamado de ponto cr�tico de Sudek.

As uni�es dos ramos das art�rias c�licas forma, em torno do intestino grosso a chamada art�ria marginal ou arco de Dummond. Este arco garante a irriga��o dos c�lons mesmo em casos de oclus�o de alguma art�ria c�lica.

A drenagem venosa se da por veias que acompanham as art�rias recebem o mesmo nome. A veia mes�nterica inferior drena para a veia lienal, que se une com a veia mes�nterica superior para formar a veia porta. A drenagem linf�tica e feita por linfonodos mesent�ricos superiores e inferiores que drenam para a cisterna do quilo.

A inerva��o � feita por plexos nervos que acompanham as art�rias e recebem mesmo nome. Estas fibras prov�m do plexo solar e mes�nterico inferior.


7. Anatomia do reto e canal anal

O reto e o canal anal s�o a por��o final do tudo digest�rio. Estes j� se encontram na cavidade da pelve.

O reto, em sua por��o interna, apresenta v�rios acidentes anat�micos. Podem ser notadas, por exemplo, as pregas transversas do reto. Na sua por��o final, nota-se a exist�ncia de colunas e seios anais.

Em sua por��o final, h� um espessamento da camada circular de m�sculo formando desta forma, um esf�ncter. Este pode ser subdividido em duas por��es: (1) esf�ncter anal externo e (2) esf�ncter anal interno. O �ltimo � involunt�rio, ou seja, n�o responde a est�mulos volunt�rios; o outro � volunt�rio.

O reto e o canal anal tem um trajeto inferior atravessando o diafragma da pelve e o do per�neo. Anteriormente a estes �rg�os temos no homem a fossa reto-vesical e na mulher a fossa reto-uterina, tamb�m chamada de fundo de saco de Douglas.

Tr�s ligamentos s�o as principais formas de fixa��o do reto �s paredes da pelve: a f�scia retossacral e os ligamentos laterais do reto. A irriga��o do reto � dada por quatro art�rias: art�ria sacral mediana e art�rias retais superior, m�dia e inferior. A primeira � um ramo direto da aorta; a segunda, ramo da art�ria mesent�rica inferior; a terceira, da art�ria pudenda interna e a quarta, da pudenda externa.

A drenagem venosa � feita por veias que acompanham as art�rias e recebem o mesmo nome. A drenagem linf�tica � feita por linfonodos mesent�ricos inferiores, sacrais, il�acos internos e comuns.

O reto e o canal anal s�o inervados pelos plexos retais superior, m�dio e pelos nervos pudendos atrav�s dos nervos retais inferiores.


8. Anatomia do p�ncreas

O p�ncreas � uma gl�ndula que � capaz de produzir secre��es ex�crinas e end�crinas. As �ltimas s�o produzidas por grupos de c�lulas, chamadas de ilhotas de Langherans. As subst�ncias ex�crinas s�o produzidas em por �cinos e auxiliam na digest�o dos alimentos. O p�ncreas � composto por quatro partes: (1) cabe�a, (2) colo, (3) corpo, (4) cauda.

A cabe�a est� interiormente a curvatura do duodeno e posteriormente a por��o pil�rica do est�mago. O ducto col�doco, antes de se abrir na ampola de Vater, � envolvido pela cabe�a do p�ncreas. A cabe�a do p�ncreas possui uma proje��o a esquerda chamada de processo uncinado.

O colo � uma regi�o afilada de transi��o entre a cabe�a e o corpo. O corpo e cauda projetam-se a esquerda cruzando a coluna vertebral.

Com a exce��o da cauda, o p�ncreas � um �rg�o retro-peritonial, ou seja, ele situa-se posteriormente ao perit�nio.

A secre��o ex�crina do p�ncreas � drenada pelo ducto principal pancre�tico. Este percorre todo o p�ncreas levando o conte�do produzido at� a jun��o com o ducto col�doco.

A irriga��o do p�ncreas � feita de acordo com as por��es do p�ncreas. A cabe�a � irrigada pelas art�rias pancreatoduodenais superior e inferior. A primeira � um ramo terminal da art�ria gastroduodenal. A segunda � ramo da art�ria mesent�rica superior. As art�rias pancreatoduodenais se dividem em dois ramos, um anterior e outro, posterior. Os ramos anteriores se anastomosam formando a arcada anterior da cabe�a do p�ncreas. Da mesma forma, os ramos posteriores tamb�m se anastomosam formando a arcada posterior da cabe�a do p�ncreas. A irriga��o do colo do p�ncreas � dada pela art�ria dorsal do p�ncreas. O corpo � irrigado pela art�ria magna do p�ncreas. A cauda � irrigada pela art�ria caudal do p�ncreas. Os �ltimos tr�s ramos s�o provenientes da art�ria lienal.

A drenagem venosa � feita por veias que acompanham as art�rias e recebem o mesmo nome. A drenagem linf�tica � feita por linfonodos adjacentes: lienais, hep�ticos, mesent�ricos e cel�acos.

A inerva��o � dada por fibras provenientes dos plexos cel�aco e mesent�ricos. Estas fibras atingem o p�ncreas atrav�s das art�rias. Entretanto, a resposta deste �rg�o a est�mulos � principalmente qu�mica.


9. Anatomia do f�gado

O f�gado � um �rg�o respons�vel por in�meras fun��es vitais para o organismo. Para isso, ele ocupa uma posi��o estrat�gica, pois se encontra entre a circula��o porta e a sist�mica. Anatomicamente, o f�gado est� abaixo do diafragma, do lado direito do plano mediano. � um �rg�o bastante fixo, j� que se encontra preso por v�rios ligamentos. Estes s�o em geral reflex�es do perit�nio. Ligando o f�gado a parede anterior do abd�men, temos o ligamento falciforme. Posteriormente a este, temos o ligamento redondo do f�gado, que � formado pela veia umbilical obliterada. Na por��o superior, quatro ligamentos prendem o f�gado ao diafragma: (1) ligamento coron�rio anterior direito, (2) ligamento coron�rio anterior esquerdo, (3) ligamento coron�rio posterior direito, (4) ligamento coron�rio posterior esquerdo. A uni�o dos dois ligamentos coron�rios esquerdos forma o ligamento triangular esquerdo; a uni�o dos direitos forma o ligamento triangular direito. A proje��o destes para fora do f�gado formam, respectivamente, o ap�ndice fibroso esquerdo e direito.

O f�gado como um todo � um �rg�o peritonisado, coma exce��o da �rea entre os ligamentos coron�rios, que � chamada �rea nua do f�gado.

O f�gado pode ser dividido em quatro lobos: (1) esquerdo, (2) direito, (3) quadrado, (4) caudado.

Para descrevermos a irriga��o e drenagem venosa do f�gado, � importante lembrarmos das peculiaridades que este �rg�o possui com rela��o a mesma.

O sangue arterial chega at� o f�gado atrav�s da art�ria hep�tica pr�pria, proveniente indiretamente do tronco cel�aco. Essa pode penetra no ped�culo hep�tico ou dividir-se antes em art�ria hep�tica direita e art�ria hep�tica esquerda. Menos freq�entemente, al�m das duas �ltimas, podemos Ter ramos para o lobo quadrado e/ou caudado.

Al�m da art�ria hep�tica, tamb�m penetra no ped�culo hep�tico, a veia porta. Esta � proveniente da uni�o da art�ria mesent�rica superior e lienal. Esta mesmo contendo sangue venoso, tr�s para o f�gado os nutrientes h� pouco absorvidos nos intestinos. Desta forma, estes podem ser rapidamente processados. Dentro do f�gado, a veia porta se ramifica dando os capilares sinus�ides. Estes se reuniram formando as veias hep�ticas que drenam todo o sangue proveniente do f�gado (tanto da veia porta como da art�ria hep�tica) para a veia cava inferior. A drenagem linf�tica do f�gado � feita por linfonodos cel�acos que, assim, atingem a cisterna do quilo e ducto tor�cico.

A inerva��o do f�gado � feita por fibras do plexo hep�tico provenientes do plexo cel�aco.


10. Anatomia das vias biliares extra-hep�ticas

As vias biliares extra-hep�ticas s�o compostas pelos ductos hep�ticos, ves�cula biliar, ducto c�stico e ducto col�doco. Saindo do ped�culo hep�tico, temos os ductos hep�tico direito e esquerdo. Estes se unem, formando o ducto hep�tico comum. Este recebe o ducto c�stico proveniente da ves�cula biliar. A uni�o destes dois �ltimos ductos da origem ao ducto col�doco. Este tem um trajeto inferior e lateral. Em sua �ltima por��o, ele � envolvido pela cabe�a do p�ncreas. Dentro desta, a ducto col�doco se une ao ducto principal pancre�tico, formando ampola hepatopancre�tica, tamb�m chamada de ampola de Vater. Nesta ampola h� um espessamento da camada circular de m�sculo, formando um esf�ncter. Este � conhecido como esf�ncter de Oddi. A ampola de Vater se projeta no duodeno, formando a papila pancreatoduodenal maior, ou papila de Vater. Sendo as vias biliares extra-hep�ticas estruturas do ped�culo hep�tico, � importante ressaltar as rela��es existentes entre estas estruturas. Lateralmente a art�ria hep�tica, temos o ducto hep�tico ou o ducto col�doco, dependendo da altura e, posteriormente a ambos, tem-se a veia porta.

As vias biliares extra-hep�ticas s�o um importante meio de excre��o do organismo. � atrav�s delas que o f�gado elimina catab�litos por ele depurados do plasma. Al�m disso, tem-se a elimina��o dos sais biliares que auxiliam na digest�o dos alimentos com sua a��o detergente.

A ves�cula biliar tem o papel de concentrar a bile, retirando �gua da mesma, e desta maneira auxiliar na digest�o. Devido � concentra��o de sais neste �rg�o, ele � um local propenso a forma��o de c�lculos.

As vias biliares extra-hep�ticas s�o irrigadas por ramos da art�ria hep�tica. A ves�cula biliar possui sua irriga��o feita pela art�ria c�stica, ramo da art�ria hep�tica direita. A drenagem venosa � feita por pequenas veias que drenam diretamente para o f�gado. Os vasos linf�ticos anastomosam-se com os do f�gado e os do p�ncreas. A inerva��o � dada por fibras provenientes do plexo hep�tico.


11. Bibliografia

GARDNER, Ernest, GRAY, Donald J., O'RAHILLY, Ronan. Anatomia. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

GRAY, Henry. Tratado de Anatomia Humana. 24ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1946.

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