On Difference#2

As quatro seções apresentadas (artesvisuais_politicas, Zona Franca, exo.org, Planeta Capacete) foram
escolhidas como exemplos de ações de artistas e intelectuais em termos de resistência política,
agenciamento de eventos, engajamento em pesquisa e organização de arquivos, e desenvolvimento de
projetos editoriais no contexto do Brasil contemporâneo. Pode ser dito que todos desempenham (ou
desempenharam) um importante papel, a nível local (sendo que alguns atuam internacionalmente), apesar
de que de certa forma falte o registro correto em termos de reconhecimento e projeção. Sua presença em
On Difference#2 objetiva produzir um deslocamento, ao revelar que o que parece ser apenas
circunstâncias e problemas locais – que de certo modo produziu tais respostas coletivas – consiste
efetivamente de elementos pertencentes a um conjunto mais amplo de elementos da arte e cultura
contemporânea, comuns às sociedades de hoje, em uma escala global: a mudança do papel de artistas e
intelectuais em face de um diferente gerenciamento das relações entre arte, cultura, sociedade e capital.
Entretanto, o objetivo de 4br não é simplesmente expor a uma audiência internacional tópicos, problemas e
pesquisas em desenvolvimento, relacionadas ao atual sistema de arte brasileiro mas, mais importante,
levantar questões de visibilidade a nível local através do processo de estender para fora algumas de suas
linhas. Se a exposição torna acessível para uma audiência internacional aspectos da arte brasileira pouco
conhecidos na Europa, enfatizando a necessidade de desenvolver conexões entre as comunidades da arte
diferentes daquelas do mercado, também pretende produzir feedbacks concretos, retornando as propostas
para a cena local como uma intervenção em sua dinâmica: espera-se que a presença dos 4 projetos no
Kunstverein Stuttgart venha a re-inseri-los de modo diferenciado em seus contextos locais.
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artesvisuais_politicas
Em janeiro de 2003, um grupo de artistas do Rio de Janeiro iniciou uma movimentação com o objetivo de
trazer a público os aspectos considerados problemáticos a respeito das negociações entre a Prefeitura do
Rio e a Fundação Guggenheim. Depois de várias ações, que incluiram discussões públicas, produção de
documentos, manifestações e performances, o grupo influênciou um político local, que conseguiu bloquear
o processo de negociação, e o contrato original foi considerado ilegal. Esta mobilização conduziu à criação
do grupo “artesvisuais_poIíticas”, que, alguns meses depois, passou a exercer pressão no desenvolvimento
de políticas culturais para o setor de Artes Visuais do Ministério da Cultura.
• Apresentará documentação das ações desenvolvidas por artistas (imagens, filmes, música, objetos), na
forma de uma instalação, assim como um website contendo arquivo do grupo.