HISTORIAL
A arte de
marinheiro consiste em saber aparelhar um navio a preceito. No tempo da
navegação à vela, saber esta arte equivalia possuir um diploma de instrução
profissional. Ao contrário dos dias de hoje não havia marinheiro que não
soubesse todos os segredos sobre cabos e nós.
O aparecimento de nós iguais em partes
diferentes do globo leva-nos a concluir que alguns deles foram descobertos
isoladamente. Julga-se que já eram usados na pré-história pelos homens das
cavernas. O nó mais antigo que se conhece foi descoberto em 1923 numa turfeira
na Finlândia e cientificamente datado de 7.200 AC. Também se sabe que os
antigos Gregos, Egípcios e Romanos usavam nós com alguma complexidade nas
construções de edifícios, pontes e fortificações pelo que não é lícito julgar
que apenas os marinheiros são detentores desta arte.
A longa costa e a tradição
marítima de Portugal contribuíram para um conhecimento profundo das coisas
ligadas ao mar.
A necessidade de vencer os
perigos fez com que essas aprendizagens fossem indispensáveis a partir do
século XV, com as viagens oceânicas. Certamente, entre outros conhecimentos, os
marinheiros e aventureiros que nelas participavam usavam diversos
conhecimentos, muitos deles de forma empírica.
Nós, voltas, gachetas e cochins,
são trabalhos da arte de marinheiro. Os nós são usados quando se
pretende unir um cabo a outro, ligar os chicotes do mesmo cabo ou fixar um cabo
a qualquer objecto (ex: cabeço, cunho, etc.), existindo um conjunto destes
elementos que facilitam a vida dos marinheiros, dos escuteiros marítimos e de
outros amantes do mar.
Ao longo dos séculos estas experiências e ensinamentos
permaneceram e foram desenvolvidos, de modo a conseguir uma eficácia e
segurança nas lides do mar.
A maioria destes trabalhos ( nós e voltas) não tem actualmente utilização prática sendo usados hoje em dia com fins decorativos. Outros porém continuam a ser essenciais em qualquer manobra onde se usam cabos, e por isso são tão actuais como sempre o foram.