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A Invocação do Nome de Jesus |
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"Cantarei a glória do vosso nome, Senhor, porque é bom" (Sal. 53, 8).
A reflexão que eu proponho hoje é bem simples. Baseia-se neste livro ("A invocação do nome de Jesus"). Tal livro foi escrito, muito provavelmente, por um monge oriental, cristão ortodoxo e trata-se, na verdade, de um guia prático de como se realizar a "Oração do nome de Jesus". O autor divide o livro, em tópicos, da seguinte maneira:
Como o livro traz uma profundidade muito grande; ele é simples mas profundo. Não há como comentar cada um dos capítulos e tentar apresentar a essência de cada um deles. Sendo assim, vamos nos ater, no encontro de hoje, a apenas três deles; os primeiros e o último tópico: "A forma da Invocação do Nome", "A Pratica da Invocação do Nome" e "O Nome de Jesus e a Presença Total". Na parte dedicada a "forma da Invocação do Nome", nosso autor comenta que existem várias delas. Na oração da "Ave Maria", por exemplo, invocamos o nome de Jesus. O Nome do Senhor está presente de uma forma central nesta oração. Nosso Santo Padre (João Paulo II), em sua carta sobre o Santo Rosário, sugeria que no momento em que o Nome de Jesus fosse mencionado, durante a oração, fosse feito com o maior cuidado, com o máximo de respeito e com destaque. Apesar de haver várias formas, então, para se rezar o nome de Jesus, o monge nos sugere a sua forma mais simples, qual seja: "Jesus", apenas isso. O autor comenta que não há a necessidade acréscimos: "O Santo Nome é a oração." (p. 30). No que se refere a "Pratica da Invocação do Nome", o monge coloca que ela pode ser feita em qualquer lugar, à qualquer hora. Porém, aos iniciantes, o ideal seria que isso fosse feito em lugares especiais, onde houvesse silêncio, uma igreja, por exemplo. Quando escreve sobre "Nome de Jesus e a Presença Total" que ele é, o monge comenta que: "O Santo Nome contém Cristo completo e nos introduz na sua Presença total." (p. 76). E vai além, propondo que, em verdade, a Presença que se alcança com a prática do Santo Nome é o ponto culminante, o ponto de chegada, a meta final:
61. Esta presença total á mais do que a Presença de proximidade e Presença de vivência [...]. É a verdadeira "doação" de todas as realidades às quais nos aproximamos através do Nome - Salvação, Encarnação, Transfiguração, Igreja, Eucaristia, Espírito Santo e Pai. É assim que aprendemos "qual é a largura e o comprimento e a altura e a profundidade..." (Ef 2, 18) e que percebemos o que significa "em Cristo recapitular as coisas" (Ef 1, 10). 62. Esta presença total é tudo. O Nome nada significa sem a Presença. Aquele que é capaz de viver constantemente na presença total de Nosso Senhor não necessitará do Nome. O Nome é apenas um incentivo e um sustento à Presença. Virá o tempo, mesmo aqui na terra, em que tenhamos que descartar o próprio Nome e libertarmo-nos. de tudo, menos do contato vivo, inominado e impronunciável com a Pessoa de Jesus. Quando consideramos separadamente os aspectos ou implicações do Nome de Jesus, nossa invocação do Nome é como um prisma que divide um raio de luz branca nas diversas cores do espectro. Quando invocamos o "Nome total (e a Presença total) estamos usando o Nome como uma lente que recebe e concentra a luz branca. Por meio de uma lente um raio de sol pode inflamar uma substância combustível. O Santo Nome é esta lente. Jesus é a luz abrasadora que o Nome, agindo como uma lente, pode concentrar e dirigir até que um fogo se inflame em nós. "Eu vim trazer fogo à terra"... (Lc 12, 49). (p. 76-77).
Podemos, também nós, dedicarmo-nos a recitação do Santo Nome de Jesus e haurir disso as bênçãos que ela nos oferece. A Arte de viver na Presença de Deus requer de nós a dedicação e utilização dos meios próprios e necessários para essa vivência.
Referência: (Um monge da Igreja Oriental). A invocação do nome de Jesus. Tradução Célia Maria Leal da C. Genovez. São Paulo: Paulus, 1984. Série Oração dos Pobres.
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