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Comunidade Ars Dei 

   

Monte Tabor

 

“Ser um Monte Tabor, onde aqueles que

aqui passarem possam sentir a presença

de Jesus Transfigurado”

 

 

“Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João e subiu ao monte para orar”. O versículo vinte e oito do nono capítulo do livro de Lucas inicia a passagem da transfiguração de Jesus. É nesta ocasião que os discípulos contemplam Jesus tal qual é, homem e Deus, é como um preparar-se para a ressurreição. Jesus quis confirmar a fé de seus discípulos revelando-se em sua divindade. O prólogo de São João nos diz: “Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens” (Jô 1-4).

Mas para que isso acontecesse primeiro convidou-os para orar. Da mesma forma a Comunidade deve convidar a todo aquele que chega a rezar. Santa Tereza d´Ávila diz que a porta para chegar a Deus é a oração, também nós queremos chegar a Deus entrando por esta mesma porta. Rezando devemos buscar contemplar aquilo que os discípulos contemplaram na transfiguração, ou seja, anúncio da ressurreição próxima de Cristo.

O monte é sinal de conhecimento, de sabedoria, Jesus quis subir com seus apóstolos para dar-lhes o conhecimento de sua divindade, da luz que envolve o Filho de Deus. Assim devemos nós também buscar o conhecimento, como se subíssemos um monte com Jesus, lendo a Palavra e buscando, nos escritos daqueles que por este monte já subiram, inspiração para esta tarefa. O monte é um lugar rochoso e a subida nunca é fácil. O mundo nos dará muitas dificuldades, por isso a importância da convivência com os irmãos em comunidade “suportando-se” mutuamente como nos diz São Paulo (Efe. 4-2).

Ao permanecerem na companhia de Jesus os apóstolos são tomados de profunda paz e alegria, “é bom estarmos aqui”, diz Pedro, isso porque cresce dentro deles o desejo de santidade, o desejo de estar sempre junto com Deus, “façamos três tendas”, a felicidade que vive aquele que se aproxima de Deus faz com que ele sinta o que sentiu o salmista: “Uma só coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: é habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para aí admirar a beleza do Senhor” (Salmo 26-4). A Comunidade deve ter em seu principal objetivo buscar a companhia de Deus, ser amiga de Deus.

No monte, Jesus não somente rezou a Deus Pai, mas conversou com dois personagens, Moisés e Elias, que são a perfeita representação da Lei e da Profecia. No ícone bizantino da transfiguração podemos perceber os dois profetas inclinados em direção a Jesus, que ocupa o centro da cena. Assim deve convergir toda a Lei e toda a Profecia, a Jesus Rei do universo e Senhor nosso, aquele que, em nossas vidas, também deve ocupar o centro. A nossa busca pela santidade, nossos estatutos, nossas atividades e vida em comunidade deve estar totalmente direcionada a Cristo, perfeito modelo.

Jesus chamou dentre os doze alguns mais íntimos para estarem com Ele. A vida consagrada, é um chamado íntimo de Deus ao nosso coração para vivermos mais intensamente o mistério de Cristo e de sua ressurreição. A comunidade deve desejar ser este lugar de profunda intimidade com Deus, um monte Tabor, onde aqueles que aqui passarem possam sentir a presença de Jesus transfigurado. E para todos há uma vocação, para uns será dado o ofício de manter este monte, para outros o ofício será o de trazer mais ovelhas para o rebanho e assim por diante.

São Bento também subiu um monte, o Cassino, e lá estabeleceu um mosteiro e edificou muitos outros onde muitos puderam sentir o amor de Deus. Geralmente estes mosteiros eram também em montes para que, aqueles que quisessem chegar até lá passassem por um caminho onde pudessem refletir sobre a caminhada espiritual. A Comunidade deve saber convidar jovens, adultos, idosos e crianças a subirem este monte com Jesus para sentirem o seu amor e serem transformados pela sua misericórdia. Lá, neste monte, devemos dar o testemunho de vida em comunidade, de busca de santidade e de caridade fraterna.

Mas uma comunidade não deve ser somente um monte, mas também uma fonte. Melhor explicando, um monte que possui uma fonte. Porque...

Jesus subiu com seus apóstolos e lá eles sentiram uma profunda paz e alegria fazendo com que desejassem permanecer por lá para sempre desejando construir as tendas, no entanto Jesus mostra que não é este o sentido de sua missão, “com efeito não sabia o que falava...” (Mc 9-6). Após a transfiguração vem o envio. Jesus não permanece no monte, mas desce e retoma o seu trabalho. Assim A comunidade não deve buscar somente a oração, mas o efeito e resultado desta na vida cotidiana. Num mundo secularizado onde se enfatiza tanto a ação, esquecendo o centro, devemos buscar alimentar nosso coração com Deus para sermos sinais de luz no mundo, para que toda a nossa ação seja luminosa. São Bento expressa muito bem esse equilíbrio no seu “ora et labora”. Por isso a comunidade deve ser um monte com uma fonte.Um monte firme de oração e uma fonte que jorra para todo o mundo o anúncio do Reino de Deus, a Boa Nova de Cristo Jesus. É preciso ouvir o chamado de Deus, pois para uns Deus dá o dom da oração, para outros da caridade e etc. “Quanto ao mais, que cada um viva na condição na qual o Senhor o colocou ou em que o Senhor o chamou” (ICor 7-17). Devemos saber enxergar a grande beleza na comunidade aliança. Cada uma com a sua respectiva vocação, um auxiliando ao outro. O importante é que a comunidade não fique somente com a oração, mas faça da sua oração uma oração viva e descubra o grande valor e a indiscutível importância da caridade, pois no fim somente essa será contada.

No monte os apóstolos são envolvidos por uma nuvem, também nós ao reunirmos nossa comunidade devemos nos deixar envolver pelo amor da Santíssima Trindade. Ao serem tomados por esta nuvem escutaram a revelação da principal e mais importante regra para o cristão: “Este é o meu Filho muito amado: Escutai-o!”.

 

 

 Filipe

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