Manobra de Allen
Quando houver dificuldade
na palpação do batimento arterial das artérias de
uma circulação colateral paralela (*1), utiliza-se a manobra
semiotécnica de Allen para avaliar a patência destas .
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A não palpação
de uma artéria pode ocorrer pelos seguintes fatores : oclusão,
falta de batimentos (funcionando como um tubo rígido), dificuldade
ou falha técnica e variações anatômicas. Pode
ser aplicada no antebraço, através da compressão das
artérias ulnar (cubital) e radial e, na perna, através das
artérias tibial posterior e pediosa. (2,3) .
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Consiste na compressão
de uma das artérias de uma circulação colateral paralela
e a avaliação da reação hiperêmica local
provocada pela artéria não comprimida. Quando a artéria
está patente, a hiperemia ocorre em torno de 3 a 6 segundos.
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Para a realização
da manobra, o professor Ney A. Mello recomenda que o principiante utilize
a compressão através do aparelho de pressão, ao invés
da compressão troncular manual, visto que, para a última,
há necessidade de maior prática. Sugere que, antes de inflar
o manguito, seja feita uma marcação na projeção
do batimento arterial (pele). O esfignomanômetro deve ser colocado
na região do tronco arterial, que fica acima da região estudada
(MMSS no braço e MMII no 1/3 inferior da coxa).
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Após a marcação
da pele e colocação do aparelho, pedir ao paciente que eleve
o membro (esvaziamento venoso) e que, ao inflar, ele faça movimentos
musculares com as mãos e os pés (abrir e fexar as mãos
/ fletir e extender os pés). Lembrar de, antes da manobra, aferir
a pressão arterial máxima do paciente pois, nos membros,
a pressão incunhada deverá ser maior que a pressão
máxima.
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Após abaixar o membro
e comprimir digitalmente a artéria marcada, esvaziar o manguito
e observar a hiperemia reativa local palmar ou plantar provocada pela artéria
não comprimida.
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Um retardo no aparecimento da
hiperemia sugere um obstáculo, que pode ser orgânico ou espástico.
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As artérias cubital e
tibial anterior apresentam mais frequentemente espasmos, por isso, quando,
na primeira manobra, houver retardo no aparecimento da hiperemia, realizar
o exame mais duas vezes, o que possibilita que o espasmo troncular se desfaça.
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As artérias radial e
tibial posterior apresentam mais frequentemente processos degenerativos.
(2,3)
*Circulação colateral
paralela : professor Duque (Curso de Especialização em Angiologia.
Esc. Med. Pós-graduação da PUC/Rio)
Bibliografia :
1. Duque, Fernando L.V.
Aula Prática Curso de Especialização em Angiologia.
Esc. Med. Pós-graduação da PUC/Rio, 2000.
2. Mello, Ney A. Angiologia.
1ª edição. Guanabara Koogan, RJ,1998.
3. Mello, Ney A. Aula Prática
Curso de Especialização em Angiologia. Esc. Med. Pós-graduação
da PUC/Rio, 2000.
4. De Gowin, Richard L.
Exame Clínico. 6ª edição. McGraw-Hill, Inc. 1996.
5. Alexander, R. Wayne;
Schlant. Robert C.; Fuster, Valentin. Hurst's The Heart. Vol 2. McGraw-Hill,
Inc.1998.
14/04/2000
Arquivo
de Clínica Médica