Tratamento profilático para o tétano em caso de ferimentos
O uso de vacina e/ou soro contra o tétano na ocasião de acidentes com ferimentos deve ser orientado com base na história pregressa de vacinação antitetânica relatada pelo paciente ou seu responsável e pelo tipo de ferimento ocorrido, em conformidade com o quadro abaixo:

 
História de vacinação
contra o tétano
Ferimento limpo ou superficial 
(também os originados por acidente elapídico, não peçonhento ou causado por artrópodes)
Outros tipos de ferimentos 
(também os originados por orifício botrópico, laquésico e/ou crotálico)
vacina *
soro ou imunoglobulina ** 
vacina *
soro ou imunoglobulina ** 
Incerta ou menos de 3 doses 
Sim 
Não 
Sim 
Sim 
3 doses ou mais, última dose há menos de 5 anos 
Não 
Não 
Não 
Não 
3 doses ou mais, última dose entre 5 e 10 anos 
Não 
Não 
Sim 
Não 
3 doses ou mais, última dose há mais de 10 anos 
Sim 
Não 
Sim 
Não 

Na profilaxia do tétano pós-ferimento, também está indicada a limpeza do ferimento com água corrente e sabão e, se necessário, fazer o desbridamento o mais rápido e profundo possível.

Precauções
Caso um indivíduo que não completou o seu esquema básico contra o tétano tenha contra-indicação absoluta ao uso de preparação contendo toxóide tetânico e sofra um ferimento que não é limpo ou superficial, deve receber somente imunização passiva, com a imunoglobulina humana antitetânica.

* Para crianças com menos de 7 anos de idade, utiliza-se a vacina tríplice bacteriana (DTP), DT ou DTP acelular; para aquelas com 7 anos ou mais, a vacina administrada deve ser a dupla bacteriana tipo adulto (dT) ou, na falta desta, a toxóide tetânica (TT ou AT).

** Soro : A proteção conferida por este soro é temporária e de curta duração (em média, duas semanas). A doença normalmente não confere imunidade permanente, devendo o doente continuar seu esquema de vacinação após alta hospitalar. O soro é uma solução da fração F(ab’)2 de imunoglobulinas purificadas do plasma de eqüinos hiperimunizados com toxóide tetânico e toxina tetânica. É produzido pelo Instituto Butantan e cada ampola de 5 ml contém 5.000 UI.  Profilaxia: em indivíduos não vacinados contra o tétano, vacinação incompleta ou vacinados a mais de 5 anos sem dose de reforço : 5.000 UI por via intramuscular.

Tratamento: de 20.000 a 100.000 UI podendo-se aplicar metade da dose por via intramuscular ou subcutâneo e metade por via intravenosa. Em casos mais graves, aplicar no dia seguinte mais 50.000 UI (10 ampolas) por via intramuscular. O soro antitetânico deve ser administrado após realização de teste de sensibilidade com resultado negativo. Para os indivíduos alérgicos ao soro antitetânico, indicar a imunoglobulina humana antitetânica, por via intramuscular, disponível nos centros de referência para imunobiológicos especiais, ou administrar o soro antitetânico por método de dessensibilização, sob orientação médica. O soro antitetânico deve estar disponível em todas as unidades hospitalares da rede pública. A vacina e o soro ou a imunoglobulina devem ser administrados em locais de aplicação diferentes.

** Imunoglobulina humana antitetânica : Indicação: : Pessoas que devem receber soro antitetânico (SAT) profilaticamente, cujo teste de sensibilidade ao SAT foi positivo; pessoas que já tenham tido reação de hipersensibilidade após haverem recebido qualquer soro heterólogo.
 
 
Imunoglobulina humana antitetânica
Composição Início da aplicação (idade) Dose/Esquema básico Reforço Via de aplicação
Constituída por imunoglobulinas da classe IgG que neutralizam a toxina produzida pelo Clostridium tetani, sendo obtida do plasma de doadores selecionados com altos títulos de anticorpos específicos. Qualquer idade. 1 Dose
Profilaxia: 250 UI
(1 frasco = 250 UI)
- Intramuscular

Fontes:
1 - FUNASA - Ministério da Saúde -  http://www.funasa.gov.br/imu/imu02_a.htm
2 - Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos http://www.botunet.com.br/cevap/portugues/centro.htm


19/08/2002
Arquivo de Clínica Médica
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