O homem, brincando de deus,
Constrói naves que ocupam o espaço,
Mas não consegue dar conta
Do espaço que ocupa.
O homem brincando de deus
Mata a fome de ganância do
Poder de outros homens,
Mas não é capaz da saciar
As bocas famintas de seus
Pequeninos semelhantes
O homem brincando de deus
Fabrica armas e bombas,
Que destruirá seu futuro e dos seus,
Mas não possui recursos
Para investir na única arma
Capaz de mudar a sociedade, a educação.
O homem brincando de deus, promove
Ilusões e desenganos na tela de cinema e televisão,
Mas não possui métodos para divulgar
O amor verdadeiro entre os homens.
O homem brincando de deus
Destrói os mares, os ares, a natureza,
Princípio e fim da vida, agora e sempre,
Mas não é capaz limpar a sujeira fétida, pútrida
Que suas mãos espalham em busca do ter.
O homem brincando de deus,
É brinquedo de outros homens,
Marionetes da ganância, do egoísmo,
Do ódio. Julgando ser forte,
Não possui em si mesmo a força
Para quebrar as algemas que o prende
A ilusão de que tudo pode e jamais
Terá de pagar por isso.
O homem brincando de deus,
Assola, desola, espalha a guerra,
O óleo das indústrias e dejetos orgânicos
Em prol de seu interesse, mas não compreende.
Que é finito e apodrece, como podres são suas razões.
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