Modelando uma V-8 da Cia Paulista

No ano de 1941, prosseguiam os trabalhos de eletrificação da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, registrando-se no final desse ano a inauguração do trecho entre Itirapina e Jaú e a encomenda à G&E de um lote de locomotivas de grande potência, para fazer tanto serviços de carga como de passageiros. Esse pedido procurou trazer para o roster da empresa o que havia de mais moderno na época e resultou na encomenda de 22 locomotivas estilo 2-C+C-2, com 23,1 metros de comprimento e potência de 3.870 HP, que veio a ser a nossa V-8, cujo nome deriva da associação de seu estilo aerodinâmico com a semelhança com um decote feminino muito em moda na época.

As primeiras unidades a desembarcar no Brasil vieram com a pintura marrom da fábrica, mas já ostentando o brazão da Cia Paulista e foram transportadas para as oficinas de Rio claro, onde foram montadas. Todo o lote de máquinas foi recbido até 1948. Seu sistema elétrico era para 3.000 Volts em Corrente Contínua. Essas máquinas prestaram valiosíssimos serviços à Cia Paulista e continuaram a fazê-lo após a encampação sob a administração da Fepasa. Nos últimos anos, entretanto, com a gradual desativação da tração elétrica em suas linhas, as V-8 foram sendo encostadas e sucateadas e hoje encontram-se encostadas em diversos pátios e estações do interior de São Paulo, à espera do sucateamento definitivo.

Em ferreomodelismo existe um produtor nacional, o Marcelo Lordeiro, do Rio de Janeiro, que produz artezanalmente uma réplica perfeita da V-8 (ou, "escandalosa na EFCB), modelo esse por diversas vezes premiado, inclusive no exterior. Devido à sua qualidade, seu preço oscila em torno de US$ 1.000,00, estando disponível apenas sob encomendas.

Também podemos tentar reproduzir uma V-8 a partir de um modelo em latão fabricado nos EUA nas cores da ferrovia Hew Haven, onde elas trafegaram sob a designação de EP-4 (passageiros) e EP-3 (Cargas). Apesar de haverem, no protótipo, muitas diferenças internas devido aos diferentes sistemas de alimentação utilizados (nos EUA era usada a Corrente Alternada em 11.000 volts), externamente as diferenças realmente significativas eram poucas, notadamente a forma e a disposição nas janelas laterais de ventilação e nos truques, que nas máquinas americanas eram fundidos em uma única peça, ao contrário da V-8 Brasileira, onde os truques de longeirões soldados formavam uma caixa para acomodar os motores de tração (3) e ainda as rodas guias.

Entretanto, como esse modelo, além de dificil de ser encontrado também é caro (+/- US$ 350,00), podemos construir uma V-8 "caseira" através da junção de duas carcaças de máquinas do tipo F-7 ou F-9 pela traseira e uitlização do chassis, motor e truques da GG-1, que é muito semelhante ao das V-9, sendo o preço de uma GG-1 da IHC hoje no mercado em torno de US$ 60,00 a 80,00). Evidentemente que o modelista deverá realizar um grande trabalho de raspagem das laterais da nova máquina, pois o padrão das máquinas diesel-elétricas não é semelhante ao da V-8. O teto deverá ser retirado por inteiro e rebaixado, sendo adicionados os pantógrafos, que poderão ser operacionais ou não. Para maior facilidade na construção, o modelista poderá ocnsultar outras fotos da V-8 no Photo Álbum, bem como fotos do protótipo nas diversas pinturas pelas quais a máquina passou na fepasa.

O modelo abaixo, fabricado pelo Marcelo Lordeiro, pertence à coleção do analista de sistemas Reynaldo Guilherme de Oliveira, também sócio da SBF. A foto foi tirada por Ricardo Pinto da Rocha, na maquete da SBF no Ibirapuera, São Paulo. A planta da V-8 Pertence à coleção particular de Marcello Tálamo

A foto do protótipo é de Ivanir Barbosa, tirada em Jundiaí/SP em 1971, sendo uma das poucas que apresentam a V-8 ainda nas cores e logotipos da CP, à cores.

Para acessar a Planta da V-8, clique na imagem ao lado:

 

Para Saber mais sobre a V-8 consulte: Trens e Modelismo nrº 09 e Informativo CO nrºs 62 e 80

 

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