Modelando uma AS-616 da RVPSC

As locomotivas AS-616 fabricadas pela Baldwin Locomotive Works foram algumas das locomotivas com mais "Personalidade" que rodaram nas estradas de ferro do Brasil. Foram compradas pelas diversas ferrovias que as utilizaram cerca de 37 máquinas. Essas locomotivas, que possuíam equipamento elétrico Westinghouse, vieram para o Brasil entre 1952 e 1953, adquiridas inicialmente pela Estrada de Ferro Central do Brasil e RVPSC.

No tocante à maior encomenda, da Central do Brasil, o interessante é que na realidade a encomenda da EFCB seria constituída na realidade de máquinas do tipo RS-3, já testadas com sucesso dentro do programa de dieselização dessa empresa, sendo o pedido feito à ALCO, mas como esta teve problemas para atender ao pedido, por estar assoberbada de encomendas e graças a um forte lobby da Baldwin, que incluiu até o "apelo sentimental" (afinal, a Baldwin havia fornecido durante décadas as máquinas a vapor que fizeram a grandeza da EFCB), foram encomendadas as primeiras 12 unidades. No total, foram adquiridas 12 locomotivas na bitola larga e 20 na bitola metrica. Eram equipadas com o motor 608A de oito cilindros e pesavam 148 toneladas, distribuidas em 2 truques C.

Apelidadas de "Espanta Demônio" na EFCB, devido à sua "feiúra" quando vista de frente, a numeração nessa ferrovia (bitola larga) foi de 3371 a 3382, sendo que todas vieram pintadas nas cores azul e amarelo da empresa, corn os característicos escudos de bronze nas cabines. As máquinas de bitola larga eram identicas às irmãs norte-americanas, exceto pelos truques, que foram alargados para 1,60 m. As AS-616 Possuiam ainda freio dinâmico e eram capacitadaspara a tração múltipla.

Essas locomotivas, na bitola larga, tracionavam os pesados trens de minério na Linha do Centro, principalmente na região de Barra do Piraí. Passaram por vários padrões de Pintura na Rede, sendo no final re-pintadas de amarelo. No final de sua carreira faziam serviços de manobras nas linhas de subúrbio cariocas. Por terem seu estrado mais leve, as máquinas que vieram para a bitola métrica tiveram emprego mais geral, tracionando todo tipo de trem de carga, tendo recebido na EFCB a numeração de 4371 a 4390.

A Rede de Viação Paraná Santa Catarina também resolveu experimentar essas máquinas e encomendou cinco unidades em 1953, mas elas não se adaptaram ao traçado sinuoso das suas linhas, havendo sido então trocadas com a Estrada de Ferro Sorocabana por manobreiras do tipo Coper Bessemer C+C. Aproveitando-se também que algumas máquinas estavam relativamente ociosas na EFCB devido a mudanças nas linhas, a Estrada de Ferro Sorocabana alugou mais 10 da Central em 1954, posteriormente compradas em definitivo. Nessa ferrovia prestaram valiosos serviços, sendo conhecidas na Baixada Santista, onde encerraram sua carreira, como "as Balduínas"

Atualmente, as únicas AS-616 que sobraram são uma no Rio de Janeiro (engenho de dentro?), já próxima do sucateamento total e a de nrº 4390, da bitola métrica, que ainda presta excelentes servicos de manobras no pátio da fabrica de cimento da Matsulfur em Montes Claros-MG.

Em modelismo, podemos reproduzir com relativa facilidade essas charmosas máquinas a partir do modelo fabricado pela "Stewart Hobbyes", hoje produzido esporadicamente, com chassis e partes mecânicas de locos Athearn ou Atlas, mais fáceis de serem obtidas (e a um custo menor), sendo ainda mais confiáveis para manutenção. Na RVPSC, o padrão de pintura de um vermelho escuro com as frentes em amarelo (vide foto). Na Estrada de Ferro Sorocabana, a pintura foi a padrão da ferrovia, ou seja, verde escuro com faixa branca singela ao redor do corp e na EFCB foram registrados os padrões Azul e amarelo, RFFSA e amarelo (fase subúrbios).

As fotos dos protótipos são do colega modelista Ricardo Pinto da Rocha, sócio da SBF (Sociedade Brasileira de Ferreomodelismo), local onde foram feitas as fotos do modelo, também de sua autoria e que partiicpou do III encontro de ferreomodelismo de Ribeirão Preto. Para sua construção, o Ricardo usou uma carcaça Stewart com o chassis, motor e truques da Atlas RS4/5

Para saber mais a respeito das AS-616 no Brasil:

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