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VÔO DOS ANIMAIS
Grande parte dos animais que voam efetua o que se chama vôo propulsionado, isto
é, o animal desenvolve trabalho a fim de se manter e se deslocar no ar. Esse
trabalho mecânico é resultado da movimentação dos músculos que faz bater as
asas dos pássaros e insetos. Devido à existência da força de arrastamento,
um animal não pode planar horizontalmente, exceto por um intervalo de tempo
muito curto, às custas da perda de velocidade.
Para voar horizontalmente com velocidade constante, uma força de impulso deve
ser fornecida com direção igual, sentido contrário a mesma intensidade. Se a
força de sustentação se tornar maior que o peso do animal e se a força de impulso
for maior que a força de arrastamento, o animal executará um vôo ascendente
e acelerado; isso porque a força resultante total sobre o mesmo formará um ângulo
positivo em relação à horizontal.
~ RELAÇÃO ENTRE A POTÊNCIA MECÂNICA E AS FORMAS DO CORPO
E DAS ASAS ~
Devido ao fato de que existe uma potência diretamente relacionada à sustentação
do animal, que está, por sua vez, ligada às dimensões das asas, a forma dessas
é mais importante que a do corpo para os animais que pairam ou que desenvolvem
o vôo propriamente dito a baixa velocidade. Por exemplo, o gavião, a gaivota,
o albatroz, o urubu etc., possuem asas relativamente grandes, comparadas às
dimensões de seu corpo. Mais ainda, a maioria desses pássaros não possui corpo
na forma habitualmente conhecida como aerodinâmica. Esses considerações são
válidas também para aves que pairam e que planam, usando, por exemplo, correntes
térmicas no ar.
Para uma maior velocidade a forma do corpo do animal se torna crítica, podendo
aumentar muito a força de arrastamento do ar, o que acarreta uma diminuição
da velocidade. Assim, animais voadores que desenvolvem velocidades mais altas,
como garças, andorinhas e alguns patos, possuem asas relativamente pequenas,
mas corpos mais alongados que produzem menos arrastamento do ar. De modo geral,
pode-se dividir a asa de um pássaro em duas partes, como mostra a figura abaixo.
A parte mais interna, que é mais rígida para a maioria das aves, é responsável
por sua sustentação. A parte externa, da álula até a ponta da asa, constituída
pelas penas primárias, é bastante flexível e funciona como uma hélice, sendo
responsável pela propulsão do vôo.
A figura a seguir mostra uma seqüência do movimento das asas de um pato voando
para a frente.
Pode-se notar claramente a mobilidade das extremidades das asas, agindo como
hélices propulsoras. O beija-flor é uma ave que possui a habilidade de voar
para trás, permanecer parado em relação ao ar para extrair o néctar das flores
e também mudar rapidamente sua velocidade de vôo. Suas asas são mais rígidas
que as das outras aves, de modo que os movimentos mais elaborados de suas
diferentes partes não podem realizar; além disso, elas estão presas à espádua
por uma espécie de eixo. A figura a seguir ilustra uma seqüência de movimentos
das asas de um beija-flor pairando, onde se pode notar uma maior rigidez comparada
a figura anterior.