Real Idade e Izar

Como uma miragem real a ponto de te fazer feliz, a realidade se apresenta a falsear alegrias, esvaziar a vida e desacreditar no amor. O sistema de mutação e adaptação constante, cada vez mais eficiente, tem o poder de se manter sempre preparado para conter as vontades e tentativas de mudanças. Colaborando com a triste realidade, os candidatos a revolucionários mantêm-se com posturas progressistas, porém fora do passo da realidade (anacrônicas). À vontade de lutar, em proporção igual, é também a impossibilidade de alterar os métodos, manter os princípios e não fazer parte da dinâmica da política social prevista pelo Estado. A realidade se apresenta, como leões que tendem sempre a caçar as zebras ou guinus em suas mandas. Estes últimos apesar de serem maioria temem e nunca matam os leões, e ao contrário são finados. Hoje com toda certeza a realidade está sempre pronta a pedir um boi-de-piranha para que os outros vivam. E infelizmente hoje estamos sempre a renovar nosso rebanho ao sacrificar os velhos bois-de-piranha, sabendo que certamente haverá nossa hora de sê-lo. No entanto devemos nos assegurar que aquelas plantas ou animais que o homem desconhece, não são extintas diretamente por ele. Devemos nos certificar do medo do desconhecido que o homem tem, e por ser feito de “homens”, que o próprio Estado também tem. São dessas seguranças e certezas que devem ser feitas as novas armas humanas contra a desumanização. Se vence o inimigo conhecendo ele. Se o Estado não o conhece, se não o prevê, não poderá vencê-lo. Como aquele animal peçonhento (de veneno letal) desconhecido que pica o homem, sem conhecer seu veneno não se tem antídoto, e sem este se morre.   O Estado nos vence ao usurpar o próprio amor à vida, que por si só é a alegria autêntica da revolução, e o faz massificando, transformando em série o nosso cotidiano e nosso meio, respectivamente. De forma que a realidade se apresenta como destruidora da nossa vontade de mudar. Niilifica  nossa ânsia pela vontade de destruir tudo que nos escraviza para criar novas possibilidades de vida. Minha mãe, desde sempre sábia, me dizia para ter vontade de viver, e mais do que nunca devo afirmar que esta receita – melhor que a de Marx, de Lênin, de Lenon, do Dalai-lama e etc –  é  cada vez mais aceita, tanto quanto eficiente. E é sobre esta idéia que afirmo que devemos nos tornar espíritos belos para nós e assustadores para ELES. Espíritos indefinidos, sem residência, que não só assuste, mas destruam ELES! Que não seja só invisível, mas inodoro, intocável e insípido para o Estado. Se a realidade é Cruel, devemos ser mais do que simples Smurfs. A realidade? Temos que realizar!

 

Ralidjha Isabeli, 13 de agosto de 2005

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