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ENTREVISTA


Animal age por instinto. E Edmundo n�o nega a ra�a: foi, � e sempre ser� de sangue quente, sem meio-termo. Ele sabe que fez a fama e est� deitado na cama. Se por um lado tem todo um marketing a seu favor, por outro paga por isso. Qualquer que seja seu pecado, num julgamento ele nunca ser� beneficiado com a d�vida. Mas essa preocupa��o � s� para seres humanos...

Animal de verdade manda Eurico Miranda enfiar o passe num lugar impublic�vel, entra na Justi�a contra o Vasco, compra briga com Rom�rio, tem filho fora do casamento e, como ningu�m � de ferro, toma sua cervejinha.

A inf�ncia em Niter�i

E sua rela��o com os pais e o irm�o?

Fui criado por minha av�, a dona Candinha, que faleceu em 96. Ela tinha oito filhos, a gente morava tudo perto, junto. Meu av� trabalhava numa barbearia. Minha m�e e meu pai trabalhavam fora, moravam ao lado e s� chegavam � noite. Era um bairro pobre, o Fonseca, em Niter�i. Fui criado com muitos tios e tias, eles me levavam para pescar, ao Maracan�. Minha av� morou nessa casa por 36 anos. A gente costuma dizer que ela come�ou a morrer quando perdeu a casa. N�s juntamos dinheiro, compramos a casa, mas tomamos uma volta. O cara n�o era dono. Coisa de pobre, sem instru��o. A partir dali ela come�ou a ter problemas. Quando a gente alugou, a casa tinha um quarto. Foram construindo e acabou com cinco.

Voc� foi mimado pela sua av�?

Acabei sendo, sim. Dei muita sorte. A minha tia, irm� do meu pai, teve um bom casamento. Mulher s� tem duas chances na vida: quando nasce e quando se casa. Voc� acha que uma mulher n�o pode vencer na vida sozinha? (Rindo) � dif�cil, mas pode...

Continue...

Ent�o, a minha tia sempre me dava as coisas, bola, pipa. Fui um pobre privilegiado, sempre tive tudo que eu quis... No futebol, comecei no Vasco com 8 anos e j� tinha dinheiro para comprar uma camisa. Fui independente, com 12 anos n�o pedia nada em casa. Mas quando eu tinha 17 anos, meu pai ficou desempregado e come�ou a me cobrar: "Voc� n�o traz um arroz com feij�o para casa..." A� eu dizia que ia conseguir muito mais. Hoje minha fam�lia vive em fun��o do meu trabalho.

Voc� banca todos eles?

Banco geral (risos). Mas cada um de uma forma. No bairro onde eles moravam, comprei uma casa para cada uma das quatro tias. Meu pai, minha m�e e meu irm�o agora moram muito bem. Para os dois homens, dei casa pr�pria e um t�xi. Para meus pais, dou mesada.

Voc� sente que eles s�o gratos ou acham que voc� ajuda pouco? Metade, metade. Tem uns que se der um milh�o eles acham que � pouco. Mas minha madrinha, Marlene, em especial, at� hoje dizque cuida bem da minha casa. Dei de cora��o mesmo. A casa � humilde, mas minha tia lavava roupa para fora para pagar o aluguel. Se voc� n�o fosse jogador de futebol poderia ter partido para drogas ou crime?

N�o, nunca tive �ndole... Sempre tive o futebol como objetivo. Mas alguns amigos, mesmo tendo um objetivo na vida, viam outro amigo fazendo coisa errada e comprando moto, roupas, t�nis, e acabavam caindo. O cara n�o entra na marginalidade depois dos 20 anos e sim com 13. Eu n�o era santo, gostava de baile funk, participava de briga de gangue. Mas eu sempre tive certeza de que ia jogar no profissional do Vasco, apesar de ter sido reserva do Brasileirinho, time de pelada do meu bairro (risos). Voc� estudou at� que s�rie?

Eu era o melhor aluno da minha sala...

Mas cursando que ano?

Espera a�. Voc� quer descobrir at� que ano eu estudei? J� n�o escondo, estudei at� a quinta s�rie e era o melhor aluno. No meio do ano sa� da escola para jogar futebol e n�o consegui me matricular de novo. Mas adoro ler...

Livros?

J� li A arte da guerra, Intelig�ncia emocional. Gosto de livros grossos, demoro para ler, pois n�o paro nunca. Tenho a vida agitada. Social, n�o s� profissional. Acho 24 horas do dia pouqu�ssimo para mim...

A passagem pela It�lia e temas pol�micos

Voc� fala italiano?

Melhor que portugu�s...

De sua passagem pela Fiorentina, o que mais voc� aprendeu?

Que o Brasil � maravilhoso. Tudo que a gente precisa, aqui tem. A massa da It�lia � a melhor do mundo, disparada. Mas por aqui h� muita coisa boa e o brasileiro n�o d� valor ao que a gente tem. Senti muita saudade.

Vamos falar de alguns temas pol�micos. O acidente, por exemplo. J� falei milh�es de vezes, em 500 reportagens. J� passei l� e medi v�rias vezes... �ramos cinco no carro: eu, um amigo e tr�s meninas. Uma delas faleceu 500 metros � frente. At� hoje isso me marca. Toda vez que estou triste, chateado, fecho os olhos e s� vem isso em minha cabe�a. Mas cresci muito depois daquilo, melhorei muito. Me apeguei a muitas coisas �s quais eu n�o dava valor, desprezei muita coisa que valorizava. Enfim, n�o desejo isso a ningu�m. Mas procuro tirar o lado bom das coisas. Faz parte. Futuramente, vai ser algo para servir de li��o at� para os meus filhos.

E seu filho com Cristina Mort�gua?

Tenho um sentimento por ele, igual ao que tenho pelos outros. Mesmo, de verdade. Mas com a conviv�ncia � que voc� cria afinidade. At� quando chego perto dele, no jeito de abra�ar, falar, beijar, fico limitado. Acompanho de longe, sei que ele est� tendo do bom e do melhor, se alimenta bem... Se os que moram comigovejo pouco, imagine o que n�o mora.

Voc� acha que ela provocou a gravidez por voc� ter dinheiro e ser famoso?

N�o sei mesmo. Penso que cada um vai ter que prestar sua conta um dia, com Deus, com quem quer que seja. Se ela fez premeditadamente... Foi uma aventura, foi muito r�pido. N�o chegamos nem a ter um caso. Foi errado da minha parte... Meu �nico medo � que qualquer defeito que esse menino venha a ter v� ser creditado a mim e qualquer qualidade, � m�e. Mas eu tenho mais dois para provar o contr�rio.

Voc� quer ter mais filhos?

Sim, um monte. Preciso fazer mais uns contratinhos para isso... E sua fama de encrenqueiro?

� uma quest�o cultural, tudo no Brasil � o extremo. Oito ou 80, amor ou �dio. Mas eu sou feliz porque 99% dos jornalistas s�o contra mim e 99% das pessoas que encontro na rua me adoram, sem tirar nem p�r. Conhe�o pessoas que torcem por outros clubes mas gostam de mim... Mas eu pago caro. N�o tomo um medicamento se o m�dico n�o se responsabilizar. Se eu for pego no antidoping, algu�m vai dizer que � ch� ou p�o com semente? Tenho preocupa��o em dobro.

Voc� j� experimentou alguma droga?

N�o. Tenho o maior orgulho de dizer isso. At� os 21 anos n�o tinha colocado nem um copo de cerveja na boca.

E agora?

Para distrair a cabe�a eu tomo umas cervejinhas de vez em quando...

Santos, Vasco e Palmeiras

Voc� est� sendo tratado com muito carinho pelos torcedores santistas... Sempre tive carinho nos clubes por que passei. Mas futebol � resultado, aprendi isso com o tempo. Por isso � que eu sempre trabalho forte. O Santos, especialmente, � respeitado e admirado por toda uma cidade. As pessoas n�o acreditavam que o clube poderia investir tanto, n�o s� em mim como em outro jogadores tamb�m.

Dos clubes por que passou, h� algum pelo qual voc� tem carinho especial?

Eu nasci no Vasco. Mas isso n�o conta muito, pois � igual a amor de filho, pai ou irm�o, nasci com isso. Tenho um carinho grande pelo Palmeiras, um clube no qual tive uma proje��o maior. Hoje � f�cil, pela proje��o que ganhei, chegar e ser �dolo. Mas cheguei ao Palmeiras com 19, 20 anos e fui �dolo de uma grande torcida, houve uma identifica��o muito forte. Foi um trampolim para tudo na minha vida. Hoje � um absurdo o que se paga aos jogadores por a� afora, mas na �poca fui um dos mais caros e era apenas uma grande promessa. Houve uma identifica��o que nunca mais vou esquecer.

Em sua �ltima passagem pelo Vasco, voc� saiu brigado. Guarda m�goas?

Agora que estou aqui no Santos, mais relaxado, n�o. Outro dia vi um jogo pela TV e torci para o Vasco. N�o tenho nenhumam�goa, s� coisas boas. A �nica coisa que me entristece � que voc� entra pela porta da frente, aplaudido, e sai pela porta dos fundos. Acho que a sa�da do clube tem que ser uma coisa gostosa, natural, como foi com o Palmeiras. Vou guardar sempre um carinho pelo clube. At� pouco tempo atr�s, ia ao Palmeiras e era como se fosse a minha casa. Agora, falar do Edmundo � sempre um pouco complexo, as pessoas criam maldades em cima. Mas cito exemplos de outros jogadores, como Carlos Germano, Amaral, Luiz�o, os casos mais recentes, que t�m uma imagem boa, mas infelizmente sa�ram do Vasco pela porta dos fundos. � uma coisa que entristece o atleta. O Carlos Germano trabalhou muitos anos, com a maior dedica��o, e hoje voc� fala do Vasco e ele tem uma certa tristeza.

Eurico Miranda

O que voc� acha do Eurico Miranda?

Isso n�o � particular meu, � uma quest�o social. Como quando o Clube dos 13 se manifestou para nenhum clube contratar o Reidner porque ele entrou na Justi�a contra o Botafogo. Ele nada mais fez do que querer seus direitos. Voc� faz um acordo com o clube e ele tem que pagar 13�, fundo de garantia... A gente entende o sal�rio atrasar por um per�odo, mas isso � errado. Devia haver igualdade entre as profiss�es. Eu sou um trabalhador comum, como outro qualquer. At� porque, na minha classe, tirando eu ou outro, o resto passa dificuldade como todo o povo brasileiro. Se uma empregada dom�stica n�o tem carteira assinada, fundo de garantia e INPS pago, todo mundo critica. Mas um atleta de futebol, se vai atr�s desse direito, � criticado. Mas no seu caso o Vasco deixou de cumprir com as obriga��es?

D� vontade de rir... Mas ainda tem muita �gua para rolar.

O Vasco lhe deve quanto?

N�o vale a pena falar... Mais do que eu mere�o e mais do que devia, sei l� como vou explicar isso a�. Deve bastante.

Voc� est� cobrando o clube na Justi�a?

Claro. Tem que cobrar.

� verdade que numa reuni�o com o Eurico Miranda, nessa fase de desentendimentos, voc� mandou ele pegar seu passe e enfiar onde quisesse?

Sim. A escravid�o j� acabou faz tempo, ele � dono de um peda�o de papel, por mais que eu respeite o investimento que faz. Mas meu car�ter, minha personalidade, minha dignidade, n�o t�m nada a ver com isso. No geral, eu mais gosto dele do que desgosto, falando no lado humano. Mas profissionalmente ele errou comigo. Vamos tentar discutir isso em outra esfera. Como vai a empresa Ed?

Cuida da minha vida pessoal. Penso numa s�rie de coisas futuramente. N�o sei se cuidar da imagem dos jogadores, mas pretendo ajudar para que alguns n�o passem pelo que passei...

Rom�rio e os amigos

Falando em desafetos, o que o Rom�rio � para voc� hoje, um inimigo?

Hoje, gra�as a Deus, n�o tenho inimigos. Da vida s� tiro coisas boas. N�o tenho nenhum sentimento por ele, s� o vejo como um grande jogador. Um dia tive muito carinho, uma afinidade que infelizmente acabou.

N�o tem volta a amizade?

A Terra � redonda e gira. Daqui a pouco as coisas podem acontecer de uma maneira diferente. Sempre quando existe uma discuss�o, um desentendimento, � porque as pessoas est�o convictas de que est�o certas. Existem diverg�ncias de pensamento. E amanh� a gente pode ver que esses pensamentos foram manipulados por outras pessoas. Simplesmente a gente vive no coletivo, mas a vida � individual. Ningu�m quer o mal a si pr�prio. Para sempre � muito distante. Sou ligado na emo��o, em atitudes. Quando eu tive um problema grave ele me apoiou, mesmo estando sem falar comigo. Depois, a gente se separou de novo. A grande pisada na bola foi a pintura da porta do banheiro ou houve outras?

Na vida acontece uma s�rie de coisas que voc� n�o v�, n�o acredita.... E depois, uma gota d'�gua faz transbordar um copo que j� est� cheio. Da minha rela��o com o Rom�rio eu poderia ficar falando horas. No come�o eu era um f� dele e depois cresci e me tornei um concorrente de alguma forma.

Voc� acha que ele queria mant�-lo apenas como um f�?

Eu cresci, me casei, me tornei homem. Eu era um garoto quando o conheci. N�o tinha nem onde dormir, cada hora dormia na casa de um amigo. N�o tinha responsabilidade nenhuma. A� passei a n�o estar � disposi��o, a concorrer por artilharia, a melhor jogador. Talvez isso tenha criado um conflito. Mas as pessoas exploram muito isso por sermos dois jogadores famosos.

Voc� tem muitos amigos?

Tenho, sim. Em minha estr�ia em Santos, estiveram 21 amigos do Rio de Janeiro e oito de S�o Paulo. Foi espont�neo. Eles acompanharam os momentos que eu passei e viram que isso era uma coisa positiva em minha vida. Ficaram todos felizes e quiseram dar um apoio. Isso foi uma das coisas que v�o marcar muito a minha vida.

Amigo tem que dar dura na hora certa ou achar o m�ximo o tempo todo?

Amigo que gosta n�o pode s� passar a m�o na cabe�a. Tem que falar as verdades e morrer abra�ado. Falar o que � a realidade. H� momentos em que a gente n�o quer escutar certas coisas, mas amigo tem que falar o que a gente n�o quer ouvir... Mas tem que estar junto, sentindo, sofrendo... Amizade � um sentimento muito nobre. Fam�lia, pai, m�e, irm�o, filho, a gente � obrigado a amar. Amigo voc� passa a amar ao longo da vida, do tempo.

Fam�lia e casamento

O que � a fam�lia para voc�?

O alicerce de tudo, no qual voc� se equilibra. O mundo l� de fora � c�o. Gente querendo passar por cima... S� em casa voc� tem o porto seguro, nas horas boas e ruins. Voc� faz tr�s gols numa partida e seu celular toca um milh�o de vezes. Mas se perde uma partida, um t�tulo, o telefone p�ra.

No tempo em que voc� ficou sem jogar por estar brigado com o Vasco seu celular tocou menos?

L�gico. Mas a� � que a gente tem que saber distinguir quem est� do seu lado pelo que voc� � ou representa. Os meus amigos, n�o. Est�o sempre do meu lado, apoiando. Isso � legal, voc� conquista. Como eu disse, 21 pessoas sa�ram do Rio, de carro, de avi�o... Pagaram passagem e hotel. N�o para aparecer, e sim para apoiar. Isso � bacana. Amigos de verdade.

Dizem que por tr�s de um grande homem h� sempre uma grande mulher. Voc� tem uma grande mulher?

N�o sei, ela tem um metro e meio. N�o d� para dizer que ela � uma grande mulher... (risos) A Adriana � uma grande pessoa, excepcional, uma mulher fant�stica. Sem d�vida nenhuma, superimportante na minha vida.

Depois de sete anos de casamento, d� para manter a paix�o? Tem que dar. Ela est� um filezinho, cheirosinha, tudo em cima... E seus filhos, s�o sua raz�o de viver?

Se eu pudesse trocar tudo na vida pelos meus filhos, trocaria. N�o tenho alegria maior. Sou coruja. Meus filhos, depois de dez minutos comigo, querem sair correndo. S� fico beijando, abra�ando, pegando. Sou muito pegajoso.

A noite

Qual � sua vida social?

Tudo: praia, cinema, teatro, shows, boate... Fa�o todos os programas.

Voc� falou em boate. Sair � noite atrapalha a carreira?

L�gico que atrapalha. O atleta tem que saber de sua responsabilidade, do que ele pode. J� vi gente sair � noite e chegar direto para treinar, como se nada tivesse acontecido. Mas o corpo acaba cobrando... Com certeza. A mec�nica da vida � muito bonita. Quando voc� n�o tem a cabe�a preparada para aquilo, o corpo obedece. Quando ficamos mais velhos, o corpo n�o ag�enta, mas a cabe�a ajuda, porque aquilo j� n�o faz mais sentido. Tudo o que eu falo, falo por mim. Quando tinha 19, 20 anos, sa�a quatro, cinco vezes por semana.

Mas nessa �poca voc� jogava no Palmeiras e ganhava tudo em campo...

O fato de sair n�o tem a ver com isso. Acho que � estado de esp�rito: se voc� est� feliz, vai l� para dentro e faz tudo da melhor maneira poss�vel. Se n�o est� feliz, o trabalho n�o flui. Por isso, fa�o tudo o que tenho vontade.

Voc� sai quantas vezes por semana?

Hoje j� n�o tenho a mesma for�a de antes. Tenho a mesma for�a f�sica no campo, mas gasto tudo l�. N�o sobra para o lado de fora...

A� voc� faz um programinha mais light...

Pois �. Na It�lia aprendi isso. Eu achava, por exemplo, pegar uma fita na locadora a coisa mais cafona do mundo. Hoje eu acho legal pegar um filme e ficar comendo pipoca em casa.

Voc� � vaidoso?

Gosto de mim, de me cuidar bem.

Por que p�s aparelho nos dentes?

Tenho uma preocupa��o, uma coisa que j� vi acontecer com outros jogadores, depois que eles param a barriga cresce, o cabelo cai. Eu vou ser normal, vou sentir falta do campo, mas n�o gosto de barriga e vou me cuidar. O dentista disse que eu poderia ficar com os dentes tortos aos 45 anos. Imagine, eu nessa idade de aparelho! Melhor agora. Nos cabelos, penso em fazer implante. Se continuar do jeito que est� indo, a cada ano estou mais careca.

Copa de 98

Como foi o epis�dio da convuls�o de Ronaldo, antes da final da Copa? Voc� foi escalado, depois voltou para o banco e s� entrou com a partida decidida.

O que aconteceu, todos j� sabem. Convuls�o, sa� gritando pelo hotel... Mas � engra�ado, eu tenho alguma coisa espiritual muito forte. Tenho percep��o boa das coisas. Digo que quando eu parar de jogar bola vou acertar na loto. Antevejo as coisas, sei se vou ganhar ou perder uma partida. Naquele dia, fui para o aquecimento, assinei a s�mula mas em momento algum senti que ia jogar. Final de Copa do Mundo, e eu tranq�ilo. Aqui, antes do jogo, d� frio na barriga, e l� eu estava normal. Todos os jogadores falando, o Zico... O Zagallo disse: "Recebi dez cartas dizendo que era voc� que ia decidir a Copa. Como � o destino!" Quando chegou o Ronaldo, fiquei feliz por v�-lo bem. Copas, haver� outras. A sa�de � mais importante. Foi mais gratificante do que qualquer outra coisa.

Voc� pensa que a final poderia ter sido diferente se voc� o substitu�sse?

O que passou, passou. S� sei que n�o teria sido t�o f�cil para a Fran�a se n�o fosse o problema. Psicologicamente, aquilo derrotou todo mundo.

Helinho, craque da praia que virou assessor e camarada

Welington Lu�s Silva Corr�a, de 30 anos, � o bra�o direito e esquerdo de Edmundo. Helinho, como � conhecido, acumula os pap�is de assessor pessoal, procurador e agora empres�rio.
Tricampe�o brasileiro de futev�lei, ele conheceu Edmundo jogando nas praias do Rio. H� quatro anos, se machucou gravemente, ficou 45 dias de cama e estreitou a amizade:

- Ele era apenas um conhecido, mas me deu um apoio, nesse per�odo dif�cil, que muito amigo n�o daria.

Helinho acompanhou o jogador at� quando ele foi atuar na It�lia. Hoje, se divide entre Santos e Rio e est� at� pensando em fixar resid�ncia junto com Edmundo. Com jogo de cintura, esse mineiro que foi morar no Rio aos 7 anos de idade sabe, como ningu�m, lidar com Edmundo. Defensor n�mero 1 do jogador, ele compra qualquer briga a favor do Animal.

- Ele � �tima pessoa, s� � aut�ntico e sincero demais - diz.

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