Domingo, 20 de Março de 2005...
A chuva de hoje é a extensão das
minhas lagrimas...
Eu não sei como começar, pq eu nunca sei como
começar algo. Levis Carol diria para começar pelo
começo, e finalmente terminar pelo fim, mas é
dificil pra mim organizar os meus pensamentos de forma coerente.
Estou ouvidno agora o tema de Escaflowne - Gregorian Chant,
e muita coisa me vem a cabeça, essa musica me lembra
tranquilidade, coisa que eu mais preciso agora. Que os deuses
sejam abençoados por estar me deixando ouvir esta musica.
Agora estou mais calmo, mas a minha vontade ao chegar em casa
era a de destruir o mundo, de me destruir porque eu não
suporto mais esta condição, esta pressão,
esta prisão. Eu estou me tornando um ser amargo, por
saber que o amor me é negado.
O que não me entra na cabeça é: porque,
ó raios do céu, porque eu não posso ser
amado. Tantos passam na minha frente, mas eu tenho que ficar
na condição de amigo. Eu não vou mais aceitar
isso, e não quero mais aceitar, eu não suporto
mais ficar pra trás enquanto as pessoas riem da minha
cara porque eu não tenho sorte no amor. Eu odeio ter
azar nos meus relacionamentos, porque eu odeio estar sozinho!
Eu gostaria de entender o que há de errado comigo, porque
não há explicação racional para
uma coisa dessas.
Eu disse que gostava de você a muito tempo, quando vc
ainda gostava apenas de uma pessoa distante, um relacionamento
impossivel, todos sabiam, eu, vc e ele, e depois eu fiquei sabendo
que gostava de outra pessoa, otimo, tudo bem, fazer o que, a
vida é uma palhaça mesmo, injusta com seus filhos
que tanto lutam por ela. E agora vem um terceiro, e mesmo assim,
eu fico pra trás. EU ODEIO SER DEIXADO DE LADO!!!
Não posso te culpar, não posso culpar ninguem
nessa história, mas aceitar o beijo de outros é
facil, tão facil quanto virar o rosto pra mim. Eu estou
em fúria, e por não ter a capacidade de chorar,
por não ter a capacidade de derramar sequer uma única
lagrima, pq até mesmo eu não me permito isso,
a chuva de hoje foi a extensão do meu pranto.
Você não foi a primeira, houveram muitas rejeições
antes, e me desculpe se descarrego minha raiva e odio nessas
palavras, me desculpa se vc é o alvo, a unica pessoa
que eu posso pensar agora. Não me entra na cabeça,
e fica pulsando fortemente na minha mente a pergunta "porque
não eu!"... Eu odeio ser amigo, eu odeio ser legal,
eu odeio ser confiavel, eu odeio ser essa boa pessoa que eu
sou, eu queria ser cafageste como muitos outros, e quem sabe
assim eu não seria tão infeliz, eu queria poder
tomar um fora aqui ou ali e não ficar tão chateado
como estou agora, pq eu não me importaria se estivesse
sendo rejeitado, afinal, seria apenas carne... Carne Fresca,
descartavel, vc come e joga o resto fora, como num self-serviçe.
Mas eu sou diferente, eu não consigo ser assim, eu não
consigo fazer isso, porque não está na minha condição
de homem, não é essa a minha essencia.
Moby - Porcelain... Essa musica me lembra viagens... Viagens
astrais!
Eu não quero mais falar com ninguem por um bom espaço
de tempo, não entrarei mais no msn, e se entrar, será
para falar com pessoas que eu nem ao menos conheço, pq
essas pessoas são pedaços de tela de vidro, com
pixels coloridos criando palavras que me distraem e me fazem
esquecer das coisas. Se alguem quiser falar comigo, me ligue,
afinal, não é só eu que tenho que ligar
para os outros. Atualmente na minha lista de telefonemas recebidos
apenas uma pessoa me liga para saber como eu estou, que é
um grande amigo ao qual eu realmente considero muito, mas infelizmente
nem com ele eu estou querendo conversar ultimamente. Desculpa
Ronald, minha depressão pode ser tão profunda
quando é minha felicidade... Se realmente quiserem falar
comigo, me liguem que eu atenderei.
A chuva de domingo, foi a extensão de minhas lágrimas,
e enquanto eu me banhava nela, pensava em como o mundo é,
no quanto a vida nos dá e ao mesmo tempo nos tira,
no quanto ela é uma palhaça, que tira sarro da
nossa cara,
e ainda assim nos faz rir muitas vezes.
A chuva que caiu domingo, foi a extenção
do meu pranto,
E embora nenhuma lagrima escorresse do meu rosto,
meu coração gritava e berrada incessantemente.
No final só restaram friu e dor, no final, só
restou a revolta,
e cada vez que eu lembrava de tudo, a chuva novamente se fortalecia,
relampagos cortavam o céu em dois, ventos varriam a face
da terra,
torentes de água caiam com mais força, e banhavam
meu corpo tendo o gosto amargo de lagrimas.
A chuva que caiu neste dia, lavou minha alma, abrandou
meu pesar, mas não me fez esquecer, e por não
conseguir esquecer que eu choro novamente, enquanto ainda pequenas
gotas chuviscam lá fora, representando lágrimas
rebeldes que não rolam pela minha face, mas que cingram
o cinzento céu diante da minha janela.
Héliton Junior