Exposição

Numa cena qualquer, iluminada artificialmente, os planos de composição de luz desta cena devem ser cuidadosamente elaborados, a fim de que a fotografia do filme esteja em harmonia estética com o roteiro e sua proposta. Para tanto, o fotógrafo deve considerar a disposição destas luzes tal qual se faz na fotografia estática do retracto, ou seja, aprender a dividir a hierarquia das luzes, para compor seu ambiente.

Para compor uma luz qualquer, o fotógrafo deve saber qual é o assunto PRINCIPAL da cena, quer seja um ou vários elementos enquadrados. De qualquer maneira, sabendo o que é principal, em função disso dará as directrizes para cada fonte de luz. Podemos classificar as fontes de luz em:

 

1) Luz Principal, ou KeyLight.

Trata-se da luz que irá dar maior ênfase ao assunto principal da cena, que na maioria dos casos coincide com a luz mais forte do set, embora isso não seja uma regra. A luz principal tem como característica o fato de ser a partir dela que as demais são criadas, se houver necessidade (muitas vezes uma única fonte de luz já é suficiente).

2) Luz Secundária. 

Trata-se de um reforço da luz principal, e está directamente ligada a ela. Normalmente é usada rebatida ou com filtro difusor para amenizar contrastes ou sombras causados pela luz principal, e está em total dependência da luz principal. Nem sempre é utilizada, pois na maioria das vezes a luz de enchimento uniformiza as sombras sem a necessidade desta luz.

3) Luz de Enchimento.

É uma luz geral que permeia todo o ambiente, ou parte dele, mas que apenas mantém a estabilidade dos contrastes nos assuntos enquadrados, ou seja, preenche espaços escuros e ameniza as sombras. Por vezes a luz Principal e a Luz de enchimento, se bastante difusa, são suficientes para ambientes mais neutros e sem contrastes excessivos.

 

4) Contra-Luz ou BackLight.

 É a luz que "recorta" um determinado personagem ou objecto do fundo do cenário, pois esta luz está geralmente colocada de frente para a câmara, (não apontada para ela, a não ser em casos específicos de metalinguagem) e atrás do personagem, enfatizando os contornos e criando uma "aura" em volta do assunto. É uma luz de grande utilidade para criar texturas e simular dimensões, pois sem esta luz, as figuras "chapam" no fundo do cenário e perde-se a noção de espacialidade tridimensional no filme (que é uma ilusão causada, entre outros factores, pela luz, já que o cinema é bidimensional na projecção).

É interessante que o fotógrafo faça o design da luz previamente numa planta baixa do set, a fim de pensar com mais clareza nas proporções de iluminação, e para isso se utilize da mesma planta baixa do director, guiando-se pelos movimentos de câmara para saber como montar a luz.



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