Cinema Americano

Na década de 40 destacou-se Orson Welles, que contribuiu para a arte do cinema com Citizen Kane (1941; Cidadão Kane), filme no qual utilizou recursos técnicos que revolucionariam a linguagem fílmica. A crise no cinema, motivada pela campanha anticomunista da Comissão de Actividades Antiamericanas, instigada pelo senador Joseph McCarthy, se aprofundou com a caça às bruxas e a intolerância levou ao exílio grandes cineastas como Charles Chaplin, Jules Dassin e Joseph Losey. Surgiram, no entanto, valores como John Huston, que se especializara em thrillers repletos de pessimismo como "The Maltese Falcon" (1941; "Relíquia macabra"), "The Treasure of the Sierra Madre" (1948; "O tesouro de Sierra Madre") e "The Asphalt Jungle" (1950; "O segredo das jóias").

A essa geração pertenceram Elia Kazan, também director de teatro, o austríaco Billy Wilder, autor de comédias e da amarga sátira "Sunset Boulevard" (1950; "Crepúsculo dos deuses"), e Fred Zinnemann, cujo maior êxito foi "High Noon" (1952; "Matar ou morrer"). Na década de 1950, a comédia musical experimentou grande impulso, graças ao requintado Vincente Minnelli, ao director Stanley Donen e ao dançarino Gene Kelly, responsáveis pelo esfuziante e nostálgico "Singin' in the Rain" (1952; "Cantando na chuva") e o frenético e onírico "On the Town" (1949; "Um dia em Nova York").

A popularização da televisão provocou séria crise financeira na indústria americana, ampliada pelo sucesso dos filmes europeus. Os produtores recorreram a truques como a tela panorâmica (Cinemascope), o cinema tridimensional e superproduções como "Ben Hur" (1959), de William Wyler. Mas em Hollywood ganhavam espaço os directores intelectualizados, como Arthur Penn, John Frankenheimen, Sidney Lumet, Richard Brooks e outros. O maior expoente da época foi Stanley Kubrick, antimilitarista em "Paths of Glory" (1958; "Glória feita de sangue") e futurista em 2001: "The Space Odyssey" (1968; 2001: "Uma Odisseia no espaço").

O western utilizou o saber dos veteranos e se renovou com Anthony Mann, Nicholas Ray, Delmer Daves e John Sturges. A comédia de Jerry Lewis, no entanto, jamais repetiu a inventividade da escola de Mack Sennett, Buster Keaton, Harold Lloyd e outros ases da slapstick comedy -- a comédia pastelão das décadas de 1920 e 1930.

Mais tarde, o fim dos grandes estúdios e, em parte, as exigências de um público jovem encaminharam para novos rumos o cinema americano. Uma visão independente e autocrítica do sistema de vida nos Estados Unidos tornou-se exemplar a partir da década de 1960 com Easy Rider (1969; Sem destino), de Dennis Hopper. Para satisfazer ao numeroso público juvenil, Steven Spielberg realizou espectáculos fascinantes, repletos de efeitos especiais e acção ininterrupta, como "Raiders of the Lost Ark" (1981; "Caçadores da arca perdida") e "E.T". (1982; "E.T., o extraterrestre"), enquanto George Lucas revitalizava o filão da ficção científica com o clássico "Star Wars" (1977; "Guerra nas estrelas"). Outros destaques cabem a Francis Ford Coppola e Martin Scorsese.

Finalmente, nas últimas décadas do século XX, enquanto a crise económica avassalava os países subdesenvolvidos, incapazes de manter um cinema competitivo, os americanos reconquistaram faixas do público doméstico e disseminaram suas produções pela Europa, Ásia e nos países que emergiram da redistribuição geográfica decorrente do fim do bloco socialista. Tornaram-se frequentes as refilmagens e as novas abordagens de antigos dramas românticos, ao lado da exploração contínua de fantasias infantis, violência e sexo.

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