Há alguns anos passados foi dado ao homem uma infalível missão: a de viver.
Os caminhos da vida foram traçados cabendo ao homem somente caminhar.
Durante a caminhada da vida passei por caminhos largos, alegres com borboletas sobrevoando, cantando, com córregos cristalinos para matar a sede e com arbustos verdejantes, onde minha alma pudesse refrescar almejante.
Passei também por caminhos tortuosos, onde a vida parece obscura, cruel, mas a força divina estendia a sua mão e caminhávamos então juntas.
Mas, foi num desses largos caminhos, entre flores, lagoas cristalinas, fontes inesgotáveis é que conheci um homem.
Um homem já de idade avançada, de origem humilde, míope e de uma sabedoria incomum.
Este homem era um educador, era democrático, populista, era contra a educação elitizada o que era fortemente contemplado em sua época áurea.
Tinha e tem ainda muitos admiradores.
Ah! Ele era esperançoso e como era...
Gostava de falar que todos os seres humanos são passíveis de mudanças.
E quando alguém queria desanimar na batalha da vida, ele com sua sabedoria grandiosa, com uma voz baixa, pausadamente já logo iria dizendo: -É sempre possível sonhar sonhos possíveis .
Pobre, rico, negro, mulher, homem, criança, para ele são todos iguais com o mesmo valor. Otimismo e autonomia são palavras que não poderiam fugir de seus discursos.
Dialogicidades era uma palavrinha mágica que não podia fugir de seus livros escritos com muito amor e carinho.
Ah, este homem foi além de tudo um grande escritor, um sonhador.
Nesses tantos anos de caminhada, tive a honra de conhecer este homem e quando o conheci, pude perceber a importância e a essência da plenitude do viver.
O nome deste homem que na minha caminhada encontrei é difícil de esquecer, mas é fácil de guardar e pronunciar.
Jamais esquecerei: Paulo Freire.
ANA MARIA GONZAGA
Granduanda pelo Curso de Pedagogia em Gestão e Tecnologia Educacional