ANFETAMINAS                                             

Ao contrário dos tranqüilizantes, as anfetaminas são estimulantes do sistema nervoso central.

Vulgarmente são conhecidas como "bolinhas". Em estado puro, as anfetaminas têm forma de cristais amarelados com sabor intragavelmente amargo.

São vendidas sob prescrição médica para reduzir o apetite, suprimir o sono, combater a fadiga e resolver problemas de asma.

ORIGEM

A anfetamina surgiu no século 19, tendo sido sintetizada pela primeira vez na Alemanha, em 1887. Cerca de 40 anos depois, a droga começou a ser usada pelos médicos para aliviar fadiga, alargar as passagens nasais e bronquiais e estimular o sistema nervoso central. Em 1932, era lançada na França a primeira versão comercial da droga, com o nome de Benzedrine, na forma de pó para inalação. Cinco anos mais tarde, a Benzedrine surgiu na forma de pílulas, chegando a vender mais de 50 milhões de unidades nos três primeiros anos após sua introdução no mercado. A Benzedrine era utilizada no tratamento de esquizofrenia, paralisia cerebral infantil e bloqueio coronário entre outras aplicações.

Durante a Segunda Guerra Mundial, tanto os aliados como as potências do Eixo empregaram sistematicamente as anfetaminas para elevar o moral, reforçar a resistência e eliminar a fadiga de combate de suas forças militares. Tropas alemãs, como as divisões Panzer, empregavam a Methedrine. Já a Benzedrine foi usada pelo pessoal da Força Aérea norte-americana estacionado em bases na Grã-Bretanha. Em território dos Estados Unidos, entretanto, o uso das anfetaminas por pessoal militar só foi oficialmente autorizado a partir da Guerra da Coreia. A febril produção de anfetaminas para atender aos pilotos da Luftwaffe, a força aérea de Hitler, gerou excedentes que provocaram uma verdadeira epidemia anfetamínica no Japão. Perto do final, da guerra, os operários das fábricas japonesas de munição receberam generosos suprimentos da droga, que era anunciada como solução para eliminar a sonolência e embalar o espírito. Como resultado, no período imediato do pós-guerra, o Japão possuía 500 mil novos viciados.

Nas últimas décadas, a anfetamina tem sido usada em massa em tratamentos para emagrecer, já que a droga é temporariamente eficaz na supressão do apetite. Entretanto, à medida que o tempo passa, o organismo desenvolve tolerância à anfetamina e torna-se necessário aumentar cada vez mais as doses para se conseguir os mesmos efeitos. A perda de apetite gerada pelo seu uso constante pode transformar-se em anorexia, um estado no qual a pessoa passa a sentir dificuldade para comer e até mesmo para engolir alimentos pastosos, resultando em sérias perda de peso, desnutrição e até morte. Milhares de pessoas se aproveitaram do fato de a anfetamina ser distribuída gratuitamente para consumir quantidades abusivas da sua substância, até que ela foi tornada ilegal algum tempo depois.

Durante muito tempo, a anfetamina foi também utilizada para tratar depressão, epilepsia, mal de Parkinson e narcolepsia. Atualmente, apenas a narcolepsia permanece utilizando essa droga em seu tratamento.

FARMACODINÂMICA - EFEITOS NO CÉREBRO

As anfetaminas agem estimulando o sistema nervoso central através de uma intensificação da norepinefrina, um neuro-hormônio que activa partes do sistema nervoso simpático. Efeitos semelhantes aos produzidos pela adrenalina no cérebro são causados pelas anfetaminas, levando o coração e os sistemas orgânicos a funcionarem em alta velocidade. Resultado: o batimento cardíaco é acelerado e a pressão sanguínea sobe bastante. Ao agir sobre os centros de controle do hipotálamo, ao mesmo tempo em que reduz a actividade gastrointestinal, a droga inibe o apetite e seu efeito pode durar de quatro a 14 horas, dependendo da dosagem.

EFEITOS

A anfetamina é rapidamente assimilada pela corrente sanguínea e, logo depois de ser ingerida, provoca arrepios seguidos de sentimentos de confiança e presunção. As pupilas dilatam, a respiração torna-se ofegante, o coração bate freneticamente e a fala fica atropelada. Em seguida, o usuário da droga pode entrar em estado de euforia e elevação, enquanto seu corpo se agita com uma intensa liberação de energia. Quando essa energia se extingue, o efeito começa a declinar, sendo substituído por inquietação, nervosismo e agitação, passando à fadiga, paranóia e depressão. Esgotadas as sensações da droga, o abuso leva geralmente a dores de cabeça, palpitações, dispersividade e confusão.

As anfetaminas agem de uma maneira ampla afetando vários comportamentos do ser humano. A pessoa sob sua ação tem insônia (isto é, fica com menos sono), inapetência (ou seja, perde o apetite), sente-se cheia de energia e fala mais rápido ficando "ligada".

A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo, sentido menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde quando a droga já se foi do organismo.

 As anfetaminas fazem com que um organismo reaja acima de suas capacidades exercendo esforços excessivos, o que logicamente é prejudicial para a saúde. E o pior é que a pessoa ao parar de tomar sente uma grande falta de energia (astenia) ficando bastante deprimida, o que também é prejudicial, pois não consegue nem realizar as tarefas que normalmente fazia antes do uso dessas drogas.

Como o efeito é pouco duradouro e termina em depressão, o usuário é levado a tomar doses sucessivas, que vão aumentando na quantidade de anfetamina ingerida à medida que o organismo vai se habituando à droga.

EFEITOS TÓXICOS

Se uma pessoa exagera na dose (toma vários comprimidos de uma só vez) todos os efeitos acima descritos ficam mais acentuados e podem começar a aparecer comportamentos diferentes do normal: ela fica mais agressiva, irritadiça, começa a suspeitar de que outros estão tramando contra ela: é o chamado delírio persecutório.

Dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia e até alucinações. Essas intoxicações são graves e a pessoa geralmente precisa ser internada até a desintoxicação completa. Às vezes durante a intoxicação a temperatura aumenta muito e isto é bastante perigoso pois pode levar a convulsões. Ao buscar eliminar os efeitos da anfetamina, o usuário toma tranqüilizantes e a mistura pode ser fatal.

Finalmente trabalhos recentes em animais de laboratório mostram que o uso continuado de anfetaminas pode levar à degeneração de determinadas células do cérebro. Este achado indica a possibilidade de o uso crônico de anfetaminas produzir lesões irreversíveis em pessoas que abusam destas drogas.

OVERDOSE

Overdoses fatais, todavia, são raras, e a dosagem letal ainda é desconhecida, sendo que os usuários mais habituais podem consumir até 1000 miligramas por dia. Ao contrário do que os médicos pensavam quando se começou a utilizar a anfetamina, a droga não causa dependência física, mas psicológica, podendo chegar a tal ponto em que o abandono de seu uso torna-se praticamente impossível.

As anfetaminas são as drogas geralmente associadas com os casos de doping em corridas de cavalos, jogos de futebol e outras competições desportistas.

CONSEQUÊNCIAS

 Pode causar: Depressão física e mental, paranóia, esquizofrenia, alucinações, insônia, desnutrição, deficiências vitamínicas, desordens gastrointestinais ansiedade.

 O ciclo de abuso e dependência causam ainda: problemas de pele, dentes e gengivas, sensações de pânico e pode criar uma reação tóxica no organismo, conhecida como psicose anfetamínica, que pode durar até algumas semanas, e levar até a morte em casos extremos. Os sonhos de quem abusa de anfetaminas são perturbados e interrompidos, e seu sono é pouco reparador.

FARMACOLOGIA

As anfetaminas se apresentam na maior parte das vezes na forma de comprimidos ou em tabletes. Podem também ser injetáveis, inaladas e/ou fumadas. Podem ser lícitas ou ilícitas e são estimulantes. Quando injetadas, os efeitos são mais intensos.

Tabela — Nomes comerciais de alguns medicamentos à base de drogas do tipo anfetamina, vendidos no Brasil. Dados obtidos do Dicionário de Especialidades Farmacêuticas — DEF — ano 1996/1997.

Droga do tipo Anfetamina

Produtos (remédios comerciais) vendidos nas farmácias

Dietilpropiona ou Anfepramona

Dualid S; Hipofagin S; Inibex S; Moderine

Fenproporex

Desobesi-M; Lipomax AP; Inobesin

Mazindol

Dasten; Fagolipo; Absten-Plus; Diazinil; Dobesix

Metanfetamina

Pervitin*

Metifenidato

Ritalina

*   *Retirado do mercado brasileiro, mas encontrado no Brasil graças à importação ilegal de outros países sul americanos. Nos USA cada vez mais usado sob o nome de ICE.

TRATAMENTO

Não há remédio específico para o tratamento da Dependência de anfetaminas.

Não existe tratamento universal para as farmacodependências; nenhuma modalidade terapêutica mostra-se claramente superior para todos os pacientes.

Entretanto, existem alguns princípios comuns que devem estar presentes em qualquer abordagem terapêutica:  qualquer tratamento requer uma longa duração uma vez que se trata de uma doença crônica;  

O tratamento deve ser voluntário para se obter melhores resultados;

Os tratamentos compulsórios devem ser a exceção já que, na sua maioria, esses pacientes não podem ser considerados legalmente incapazes;

 O envolvimento familiar é de suma importância tanto para promover a desmistificação da existência de culpados pela drogadição, quanto para melhorar as relações familiares, sempre abaladas por sentimentos de raiva, frustração e culpa, tão comuns nestas situações.

 Esquematicamente cada tratamento compõe-se de três fases: busca da abstinência, tratamento das complicações da drogadição e prevenção das recaídas.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • www.estudobiblico.com.br

  • www.toloco.com.br

  • www.pautaantidrogas.com.br

  • www.abcdasaude.com.br

 

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