Pegando um gancho do tópico da Gisele B.
Para a imagem do Brasil, falta divulgarmos as "Roofless Girls":

Pattye: Lutadora de caratê, Taikendô, Aikidô e capoeira. Massacra os bandidos com charme e sensualidade. É a especialista em informática e alta tecnologia.
Lara Croft: é a "esquentadinha" do grupo e a que luta com mais paixão. Apanha um pouco, mas sempre cai em pé. Finge desprezar os homens mas, no meio da trama, se entrega por uma noite ao mocinho do filme, em uma tórrida cena de sexo.
Tina: usa seu poder de sedução para entrar no esconderijo do vilão. É mestre em hipnose e usa sua voz pausada e sensual para fritar o cérebro dos malvados.
Fadinha: Faz o papel da intelectual gostosa, que não briga, mas encontra as pistas para matar a charada.
Lili: Faz a linha frágil e carente, mas é indispensável para o sucesso do grupo. É a especialista em línguas vivas. O mocinho se apaixona por ela, mas acaba transando com a Lara.
Byte: faz o tipo mocinho-coroa-quase-acabado-mas-que-ainda-dá-um-caldo. No início parece ser o vilão. Mas é um espião enviado por uma potência estrangeira para salvar o mundo. Chega a ser preso, junto com Lili, pelo vilão. Mas a jovem de aparência frágil consegue salvá-lo. É quando então, pendurados em uma janela do vigésimo andar, trocam aquele olhar que diz: "fomos feitos um para o outro, mas nossas vidas não nos permitirão viver este amor".
Alucard: é o vilão. Faz longos discursos aparentemente inteligentes, mas absolutamente incompreensíveis. Seu plano é destruir o Brasil e o samba e se mudar para os Estados Unidos.
Prinz Mauritz - é o chefe mascarado das "Roofless Girls". Não participa de nenhuma cena de ação. Aparece apenas em seu escritório, no nº1 da Avenida Rio Branco. É secretamente apaixonado por uma das meninas - segredo este que esconde o grande mistério da trama.

Como todo bom filme de ação, a trama de "Roofless Grils" começa com uma seqüência de fatos totalmente incompreensíveis e aparentemente sem ligação:
1- As meninas da Irmandade Vagabonds desaparecem misteriosamente;
2- Werner abandona o grande amor da sua vida e se apaixona por outra mulher;
3- Lua decide fazer uma cirurgia para diminuir os seios, o que causa uma rebelião mundial;
4- O presidente Lula aparece na TV e faz um longo discurso, sem nenhuma analogia com futebol e sem tropeçar no português.

O misterioso Prinz Mauritz, sentindo que aqueles fatos assinalam para o fim dos tempos, convoca então as "Roofless Girls para uma reunião.

Cenas 5 e 6, serão postadas no futuro como flashback.

Cena 7:

Um banheiro de hotel. Pattye, com toda calma, retoca a maquiagem diante do espelho. Em segundo plano, vê-se a cama do quarto, onde três homens nus e semi-conscientes estão estirados como trapos velhos, respirando com dificuldade.
O celular toca. Pattye o atende com calma. É o Prinz que a convoca para a reunião. Ela fecha o celular, coloca sua bolsa no ombro e, dirigindo-se aos homens, fala:
- Da próxima vez, espero que vocês consigamm aguentar pelo menos seis horas. Hoje não deu nem para tapar o buraquinho.... do dente.

Cena 8

Um homem de cueca, com um corpo meio fora de forma (estilo pêra) caminha pela sala recitando um trecho "Du côté de chez Swan" de Marcel Proust. Fadinha passa por ele apressada, muito bem vestida, usando os óculos escuros como se fosse um arco de cabelo.
O homem se assusta:
- O que houve ?
- Tenho uma emergência no trabalho. A rebimmboca da parafuseta do computador do meu chefe quebrou e precisam do meu back up.
- Mas hoje é sábado... e eu preparei lagostta ao escabeche...
- Sinto muito, amor... Se eu demorar, pode ir se amarrando na cama, que eu continuo de onde você parar.

Ela bate a porta. A câmera fecha no rosto confuso do homem.

Cena 9

Close no rosto da Tina. Ela diz:
- Agora, meu queridinho, repita para a titiia: "o rato roeu a roupa do rei de Roma e Rússia".
Close no rosto de um menino, muito assustado e suado. Ele repete:
- O lato loeu a loupa do lei de Loma e Lússsia.
A câmera se afasta. Vê-se uma espécie de um consultório médico, muito amplo e bem decorado, mas com uma mesa de tortura no centro, à qual o menino está amarrado (esticado) pelos braços e pernas.
Tina, com roupa de dominatrix, comenta com doçura:
- Boa tentativa, meu queridinho. Agora a tiitia vai esticar mais um pouquinho os teus bracinhos, para melhorar a funcionalidade da tua respiração...
Nisto, entra Lili, com um blusinha colada no corpo e um lenço vermelho no pescoço. Ela grita:
- Rápido, rápido ! O Prinz lançou um alertaa ! Coisas muito estranhas estão acontecendo !
- Eu já suspeitava ! - disse Tina - O Lula acaba de dizer na TV que vai diminuir a alíquota do Imposto de Renda !!!

As duas entram dentro de um armário e puxando um cabide, são içadas por um cabo de aço até o telhado do edifício. Lá Lara Croft as aguarda, dentro de um helicóptero.

Cena 10

Câmera sobrevoa a cidade do Rio de Janeiro, vindo do Maracanã, passando pela Presidente Vargas até focar no imponente edifício de granito e vidros espelhados da Avenida Rio Branco, nº 1.
Homem alto, cabelos castanhos, nariz greco-romano, óculos, usando terno azul escuro impecável, atravessa a passos largos e firmes (atenção sonoplastas para o ruído dos passos) o longo corredor onde outras pessoas o cumprimentam com respeito e admiração.
Ele empurra as portas da sala de reuniões e encontra as cinco deliciosas Roofless Girls sentadas ao redor de uma mesa de madeira com tampo de mármore de Carrara.
Pattye e Tina, debruçadas diante do mesmo Laptop, trocam idéias. As outras três (Fadinha, Lili e Lara) cumprimentam o homem:
- Olá Prinz !
- Olá meninas ! Já examinaram o último disccurso do Presidente ? Aquele em que ele prometeu aumentar o teto das aposentadoria ?
- Sim - respondeu Fadinha.
- Ele está hipnotizado ? - perguntou o cheffe.
- Não - respondeu Lara, com segurança.
- Como não ? Você está querendo dizer que eele resolveu agora cumprir as promessas de campanha ?
- Não - retorquiu Fadinha.
- O que acontece - completou Lara - é que aaquele homem não é o Presidente Lula.
- Hummm...
- Pattye vira então o Laptop na direção de Prinz, mostrando uma cena congelada do discurso.
- Já fiz uma análise da iris dele, e ela nãão bate com a do Presidente.
- Além disso - completou Tina - a pronunciaa correta deste sujeito vai de encontro com o defeito congênito de fala do Presidente Lula.
- Então, estamos diante de uma grave crise - disse Prinz, franzindo o cenho, preocupado.
- Enquanto este aí estiver governando melhoor do que o original, podíamos deixar assim - comentou Lara Croft, com ironia, seguida pelo riso discreto de umas e o ar de reprovação de outras. Pattye interrompe:

- A situação é séria meninas. Temos que commeçar a agir agora.
Prinz queda-se alguns segundo em silêncio e, discretamente, lança um olhar de canto de olho para Lili, que estivera quieta todo este tempo. A jovem sente a situação e abaixa o rosto, envergonhada.
Fadinha, impaciente e percebendo que ele perdera a concentração, o chama:
- Prinz ! E então ?
- Desculpe. Continuando... Temos duas linhaas de ação neste momento. Todas vocês conhecem o megaespeculador Alucard. É uma das figuras mais controvertidas do país. Pois bem... Este "presidente" falso que temos agora se convidou para uma festa, na mansão que Alucard tem em São Bernardo do Campo, hoje à noite. Quero que Tina, Lili e Lara estejam presentes para colher informações. O doutor Bilau lhes fornecerá os equipamentos adequados para este trabalho.
- E eu ? - perguntou Fadinha.
- Para Fadinha e Pattye tenho outra missão,, que explicarei na sala de projeções. Agora, todas podem sair.

As moças foram saindo, compenetradas, menos Lili. Esta arrumou suas coisas com desânimo e alcançou a porta de saída por último. Ali Prinz, extremamente constrangido, a interrompeu.
Os dois ficaram sozinhos na sala ampla. Estavam nervosos e apenas se olhavam. Ela então disse:
- Me desculpe... Eu acho que naquela hora eeu confundi o respeito que tenho por você com outra coisa... Eu não devia ter aceito aquele beijo...
- Você então não gostou ? - perguntou ele, segurando-lhe a mão com carinho.
- Não quero que você sofra. Gosto muito de você. É melhor esquecermos isso Prinz...
E, dizendo isso, ela retirou sua mão da dele, empurrou a porta e saiu. O homem, com o olhar marejado, balbuciou:
- Mas eu não consigo...

Cena 11

Câmera aberta em uma porta que se abre, deixando passar Tina, Lili e Lara. A câmera gira para a direita, fazendo uma panorâmica da sala, que é uma grande oficina, com uma mesa comprida, colada na parede, ao longo de toda a sua extensão. Sobre ela, vários equipamentos (tornos, soldadeiras, ferramentas de todos os tipos) em certa desordem. Algumas estantes, cheias de equipamentos, impedem uma visão completa da sala, que parece estar sem ninguém.
- Cadê o Bilau ? - pergunta Lili.
- Estou ouvindo um ruído atrás das estantess - comenta Tina.
- Devem ser os ratos - resmunga Lara.

Outra câmera agora nos mostra um homem escondido entre as estantes, olhando as mulheres, por uma fresta entre as prateleiras. Ele arruma seu macacão, bate nos ombros para tirar a poeira, penteia os cabelos com os dedos, testa o hálito soprando o bafo sobre a palma da mão. Depois, sorridente e fingindo naturalidade, aparece diante delas.

- Olá meninas - diz o Dr. Bilau, esfregandoo as mãos com certa ansiedade. Já soube que hoje à noite irão em uma festa muito chique. Precisam de companhia ?
Lili e Tina sorriem, mas Lara levanta uma das sobrancelhas deixando transparecer um certo enfado.
Bilau não perde o sorriso e prossegue:
- Bem. Vocês podem se despir aqui mesmo, quue eu já vou pegar as roupas especiais que confeccionei para estas ocasiões.
- Ah, Bilau - reage Lili, sem perder o bom humor - deixa de ser bobo...
- Minha cara Lili... Me veja como um médicoo. Isto aqui é extremamente profissional...
Bilau se vira de costas para elas e segue para trás das estantes, balançando a cabeça, com ar de derrota. Pega desanimado três vestidos, nos seus respectivos cabides e, quando volta, toma um susto.
Tina está entre as duas amigas, com as mãos na cintura, vestindo apenas uma calcinha preta e com seus magníficos seios à mostra. Esticando o braço, ela pergunta, com a sua famosa cara de paisagem:

- E então ? Trouxe o meu vestido ?

- Cla...claro !!! E... considerando o que vvejo... acho que escolhi bem. Este preto básico, aberto na perna direita, dará um visão estonteante destas tuas coxas grossas e, como eu direi... generosas ! O colar é realmente de ouro, mas esta esmeralda é uma câmara fotográfica.
- E isto ? – perguntou Tina, mostrando um bbroche, com contornos dourados e com um mosaico abstrato de ônix e lapis-lazuli.
- É um GPS, um localizador por satélite.
- E para mim ? – perguntou Lili, ansiosa.
Minha querida... é um crime cobrir o teu corpinho com roupas... Tua pele já é, por si só, o mais delicado e belo dos tecidos... Mas, le devoir oblige, escolhi este vestido cor de pérola, brilhante, aberto nas costas até a cintura. Esta gargantilha é de marfim com fecho de ouro, e tem uma filmadora. O teu relógio vem com spray paralizante.

Lara olha o que restou e comenta:
- O meu é em duas peças... Por que o preconnceito ?
Preconceito algum... Prefiro você com algo mais jovem, estilo “Dolce & Gabbanna”: Blusa branca com gola sob jaqueta preta sem gola. Esta saia...


...e botas de cano alto, com cadarço.

- Vejo, Dr. Bilau, que o senhor pensa que mme conhece bem...

- Então não gostou ?

- Para trabalhar está bom... e os meus equiipamentos ?

- Ah, sim... Veja que no punho das tuas manngas tem estes botões cobertos por uma película. Se você remover a película e encostar o botão em alguém, teremos imediatamente o DNA desta pessoa. Mas lembre de, imediatamente, recobrir o botão. Como você tem um botão em cada manga, você terá duas chances para recolher o DNA do falso presidente.

- Isso é tudo ? – perguntou Lili.

- Não. Vejam dentro das bolsas. Todas vocêss tem um baton pistola, com apenas um tiro. É bastante silencioso... Há um dardo paralisante no lápis de olho e um micro-computador no espelho de maquiagem, com Windows Xp original e com acesso direto ao site “garotas molhadas”.

- E estes preservativos ? – perguntou Tina..

- Ah, sim... Novas regras da nossa “Imobiliiária” ... Sexo seguro. Duas das camisinhas são comuns. Mas esta verde tem um gel por dentro que mantém a ereção por meia hora, mesmo após a ejaculação. Porém, ainda não descobri se tem efeitos colaterais... E, por fim, o mais importante para mim !
- O que ?
- As roupas são todas feitas com um tecido especial anti-manchas... Estou cansado de recebê-las de volta, após as missões, cheias de sangue, vinho, molho de tomate e esperma... Vocês precisam ter mais modos !!!

- Dr. Bilau... – disse Lara - o senhor estáá começando a ver as coisas como uma mulher...

Bilau sorri um sorriso bem cafageste, e responde:

- É pra te enxergar melhor, minha netinha....

Cena 12

Uma sala de projeções, em declive, com cerca de 80 poltronas organizadas em fileiras. Há uma grande tela ao fundo e uma mesa com um computador. Quando Prinz entra, Pattye está sozinha. Existem outras duas portas laterais, na extremidade oposta.

- Onde está a Fadinha ? – pergunta Prinz. Pattye sorri:
- Ah... Você demorou tanto, que ela foi tommar alguma coisa.
- E o meu secretário ?
- O Tempus Edax ? – pergunta Pattye, dando de ombros – não sei...
- Mas isso não é possível !!! Uma irresponssabilidade e...
- Calma chefinho – interrompe Fadinha, entrrando cheia de charme, enxugando o cantinho da boca com as “costas” do dedo indicador. – Eu só fui tomar uma coisinha quente. Saí de casa apressada... estava em jejum.

[observação: a entrada da Fadinha deve ser aquela com porte ereto, ombros bem confiantes, as pernas avançando calmas, porém seguras...um sorriso nos lábios, meio misterioso... enfim um andar de... Fadinha!]

- Ah... Tá. Mas tinha café aqui...
- Café ? Em jejum ? Prefiro leite... – retrrucou a moça, abrindo seu largo sorriso.
- Bem... Então está certo. Sente-se aqui. MMas... E o Tempus ?
Nisto entra o Tempus, pela mesma porta da Fadinha. Bem vestido, de gravata sem paletó, mas com uma ponta da blusa pra fora da calça. Está um pouco suado e caminha com ligeira dificuldade.
- Que modos são estes Tempus. Arrume esta bblusa. Parece um mendigo !
- Desculpe chefe. Estou um pouco sem ar. Mee deu uma tontura.
- Tá, tá, tá ! – reage Prinz. – Vá para o ccomputador e comece a passar as imagens.
- O rapaz passa pelas duas moças e Prinz neem percebe que ambas o beliscam.
- Ai !
- Que houve agora rapaz ?
- Nada chefe, nada. Pronto, já sentei.
Tempus mexe no mouse e uma foto surge no telão da parede. São cinco moças e dois rapazes. Prinz fala:
- Esta é a Irmandade Vagabonds. É uma Organnização Não-Governamental com ligações muito suspeitas. Alguns a consideravam sem perigo ao tempo em que era dirigida por Virtuosa. Mas, desde que esta moça (Prinz aponta para uma moça loura, no centro da foto) entrou para a ONG, as coisas parecem ter mudado.
- Ela se chama Amiguinha – interrompeu Patttye.
- Isto mesmo.
- E eu também já vi aquela outra, com carinnha de criança – disse Pattye. – Já a vi aqui mesmo, na “Imobiliária”.
- Sim. É a Blair. Ela trabalha, ou deveria trabalhar, para nós. Foi infiltrada para obter informações. Mas...
- Mas ? – perguntou Fadinha.
- Todas elas desapareceram, há cerca de umaa semana.
- E o que isto tem a ver com o Presidente ?? – quis saber Fadinha.
- Os relatórios de Blair deixam claro que aa ONG é financiada pelo mega-especulador Alucard.
– Hummm... E o que devemos fazer ? – indagou Pattye.
- Eu quero que vocês vasculhem o apartamentto da Blair. Uma das nossas equipes já fez este trabalho, mas não foi capaz de achar nada de importante, exceto...
- Exceto...
- Bem... – vacilou Prinz, pegando uma caixaa de dois palmos de comprimento e mostrando para Pattye, ainda fechada – Eu não sei se isto significa alguma coisa. Mas foi encontrado dentro do armário do banheiro. É tão estranho que, talvez, signifique alguma coisa.

Fadinha abre a caixa, mas a câmera não nos mostra o seu interior. As duas mulheres exclamam, com semblante assustado:
- Ai, que noooojo !!!
Pois é... – concordou Prinz. – É melhor levar com vocês, e ver se faz algum sentido no local. E por enquanto é só. Podem ir.
Fadinha fecha a caixa apressada:
- Eu vou então lavar minhas mãos lá na minhha sala. Com alcool. Muito nojento...
Fadinha e Prinz se levantam e saem do auditório. Tempus já ia também se levantando, quando Pattye colocou a mão sobre o seu ombro, e perguntou:
- E então, já está se sentindo melhor ?
> Tempus sorri com o canto da boca:
- Eu? Estou ótimo... muito bem mesmo.
- Que bom... Mas... Embora eu tenha me farttado no “café da manhã”... hummm... Como dizer... ?
Tempus ri, com ar safado. Ela prossegue:
- Sabe quando dá aquela gulinha ?
– Claro... – anui o rapaz - Aquela gulinha sem motivo.
- Pois é – concordou Pattye, acariciando a parte interna da coxa dele – e eu querendo tanto um leitinho...
Tempus olha para os lados, ansioso:
- Mas agora ? O chefe está super nervoso.... assim eu perco meu emprego...
Pattye se aproxima mais, coloca a mão dentro da calça do rapaz, e sussurra:
- Perde não... Vai ser até promovido. Aliáss, já está até tendo um “aumento”... bem substancial, diga-se de passagem.


CENA 13

Noite. A luz do farol de um carro reflete no asfalto molhado. Aparentemente, choveu há pouco.
Uma mercedes dourada entra em uma rua tranqüila, com mansões e árvores frondosas dos dois lados. Ao final da rua, o veículo embica em um portão de ferro gigantesco (cerca de dez metros de altura) que imediatamente se abre para ele. Seguindo uma alameda de cerca de cem metros de extensão, chega às escadas de um magnífico palacete, reprodução exata do Palácio de Sans Souci:

Vários homens vestidos com blusas brancas e coletes vermelhos acolhem outros carros. O mercedes dourado pára. Quatro dos valetes de coletes vermelhos abrem gentilmente as portas. Lara sai do veículo primeiro, olha um dos homens de alto à baixo e sussurra para Tina:
- A sorte deste é que tenho andado de dietaa no “quarto setor”.
Tina ri, e comenta:
- Calma. Estes são só o aperitivo. Espere ppara ver lá dentro !!!
As mulheres sobem os três degraus da entrada do Palácio. Lili diz:
- Que desperdício !!! Um palácio destes em São Bernardo do Campo !
Elas entram então em um fantástico salão oval, cujo piso é de madeiras de tons diferentes, formando desenhos. Uma escada de mármore branco e corrimão de bronze está ao fundo, dando acesso ao segundo andar. Uma centena de convidados circulam, regiamente servidos por duas ou três dezenas de valetes. As Roofless Girls logo distinguem Alucard, o anfitrião, mas evitam se aproximar.
- Nenhum sinal do Presidente... – diz Lili<
- Calma... – diz Tina. – Eu acabo de confirrmar, pelo meu “espelhinho mágico” com acesso a Internet, que o avião presidencial posou na pista particular do Sr. Alucard.

Neste momento o salão, que até então sofria a vibração dos burburinhos e risos, se cala. Todos voltam os olhos para o alto da escada. Um casal desce. A mulher é de uma beleza indescritível. Beleza esta realçada pelo belo e quase transparente Versace [atenção: o vestido foi escolhido pela Lara, diretora de figurino do filme]:

- É ela ? – pergunta Lara.
- Sim – responde Tina. – Esta é “A” Lua !
- Nossa... – reagiu Lara – até eu que detessto mulher (eca, eca, cusp, cusp!) estou impressionada !
- Mas essinha daí – reagiu Tina – não é aquuela que ameaçou diminuir os seios em protesto contra a guerra civil na Ossétia do Norte ?
- Essa mesmo.
- Então foi só golpe publicitário ?
- Não, não. É que os homens da Ossétia do NNorte, após esta ameaça, resolveram fazer as pazes. Ela está até cogitada para o Prêmio Nobel da Paz. Mas, e você, Lili ? Não diz nada ?
- Desculpe... Mas eu estou de olho é no acoompanhante dela. Que homem ! Viram ?
Lara e Tina então passam a olhar o acompanhante de Lua. Um homem de meia idade, de barba grisalha impecavelmente aparada, olhos azuis, cabelos um pouco cumpridos e vestindo um terno Armani [não reparei na cor, pois aí seria viadagem demais... imaginem o que quiserem!!! Cadê Lara, minha personal stilist ?].

- Ai, meus sais – suspira Lili. Este foi feeito pro meu número ! Me digam que ele é um dos suspeitos, e eu irei lá interrogá-lo !
- Na verdade é... como todos os que estão nnesta sala – disse Tina. Chama-se Bytestream. É um marchant em ascensão, nascido na Romênia.

- Hummm... - suspirou Lili - adoro linguas exóticas... E ele está de caso com essasinha ?
- Não sei... - respondeu Tina - Nem sabia qque se conheciam.
- Ela era modelo. De sucesso - interrompeu Lara. - Mas, há dois anos atrás abandonou prematuramente a carreira e abriu uma rede de restaurantes de comida brasileira no exterior.
- Isso! - exclamou Tina. - A rede se chama "Aquarela". Tem em Paris, Milão, Nova York...
- Exatamente - prosseguiu Lara. - Quando fuui a Milão acompanhar os lançamentos outono-inverno do ano passado, passei pela porta de um deles. Mas, obviamente, não entrei. Não vou à Itália para comer feijoada...
Lili continuou observando o homem, até que, cutucando as amigas com excitação, disse:
- Olhem, olhem ! A Lua se afastou dele e esstá conversando com outras pessoas !
Em seguida, com um cinismo sapeca, complementa:
- Tadinho... Parece tão deslocado... Acho qque vou lhe fazer companhia...
- Vá, vá - disse Lara, um pouco irritada - Mas veja se consegue arrancar dele algo de útil.
Lili se vira para a amiga e, fechando o punho (com quem espreme uma fruta) diz:
- Se eu puder... arrancarei tudinho...
- Êta, que esta está num fogo danado ! - exxclama Tina, com um sorriso de canto de boca.
Neste instante, Lara parece ser despertada por algo dentro de sua bolsa. Era o "espelho mágico" que estava vibrando.
- Deve ser um e-mail do Prinz.
Ela o abre discretamente e o mostra para Tina. As duas examinam juntas a mensagem e, em seguida, voltam a observar os convidados.
A luz do salão vai se enfraquecendo. Um globo de vidro desce do teto e a música, até então suave, vai se "modernizando".
- Vixi...- reage Tina - que coisa mais inappropriada... coisa de "nouveau riche"...

CENA 14

Bytestream está em um canto, saboreando um Porto, atento também aos convidados. Lili se aproxima e, apontando para o copo, pergunta:
- Kas tas ir ?
Byte sorri, e responde com naturalidade:
- Vinho do Porto. Posso pedir um para a sennhorita ?
- Sim, obrigada.
- A senhorita fala romeno ? Coisa rara... - Um pouco... Minha tese de pós-doutorado ffoi sobre as línguas latinas e... bem... o senhor sabe !
- Sim, claro... O romeno é uma línguua latina. Talvez a mais exótica. Mas... Qual o seu nome ?
Ela apanha o delicado copo de vinho que lhe é servido e responde:
- Lili.
Em seguida, prova a bebida e pergunta:
-Mas o senhor não é da região de Bucareste....
- E porque a senhorita acha isso ?
- Pelo sotaque. Especialmente pela forma coomo pronunciou a palavra "pedir".
- E de onde eu sou ? - pergunta ele, sem essconder um certo constrangimento.
- Eu não sei - responde ela, mostrando, no rosto, que sabe.

[ Lili !!! Aqui vamos precisar do máximo da tua interpretação ! Terá que fazer aquela cara de mulher que pega o namorado na mentira, mas ainda está dando corda para ele se enforcar...]

O homem fica pensativo e responde:
- Eu sou da região de Cluj, mais a oeste. Lili ri e diz:
- Se o senhor é de Cluj... o senhor é um roomeno, mas de língua materna húngara... Podemos conversar em húngaro ?
Bytestream a olha com irritação e responde:
- A senhorita está sendo indelicada... e nãão imagino o porquê. Peço-lhe portanto licença, mas tenho aqui várias pessoas que gostaria de conhecer.
Bytestream se afasta. O rosto de Lili se contrai, envergonhado. Ela toma o último gole e apanha mais um taça, de outro tipo.
[fim da cena]

 

CENA 15

Lili se aproxima das amigas, que também estão bebendo.
- E então - pergunta Tina - o que você desccobriu ?
- Descobri que não sei lidar com homens...<
Lara [que está uma ironia só neste roteiro! ] retruca:
- Querida... Nos diga algo que nós aindaa não sabemos !
Lili sorri constrangida. Depois, se recompõe e, em tom profissional, relata:
- Não creio que ele seja romeno, embora parreça conhecer o idioma.
- Então é bom ficarmos de olho nele - diz TTina - Pois ele e Lua estão agora de papo com o Alucard.
- Droga... - resmunga Lili - Não tive nem ttempo de "plantar" um microfone nele. Tentarei me aproximar novamente.
Enquanto Lili se afasta, Tina tira da bolsa um vidro de colírio que, na verdade, é um monóculo de visão noturna. Ela o aponta rapidamente para um rapaz que está no alto, no parapeito do mezanino que, no segundo andar, circula todo o salão de festas. Depois, se virando para Lara Croft, comenta:
- Lembra do e-mail do Prinz com a foto dos membros desaparecidos da Irmandade Vagabonds ?
- Sim.
- Pois veja lá um dos sumidos... Acho que eencontramos o San.


CENA 16

Um carro de passeio estaciona diante de um pequeno prédio de apartamentos. É noite e chove [Embora as cenas se passem em cidades diferentes, é preciso fazer o espectador compreender que as cenas 14 e 15 e as cenas 16, 17 e seguintes se passam na mesma noite, quase ao mesmo tempo].

Fadinha e Pattye descem do carro, cada uma carregando uma grande bolsa de nylon. Usando uma chave, entram no edifício.
[corta]

 

CENA 17


Fadinha e Pattye param diante da porta do apartamento e colocam luvas cirúrgicas que estavam em seus bolsos. Pattye então puxa uma chave e abre a porta. Quando ela acende a luz, revela um apartamento pequeno, mas bem arrumado e limpo. Entram e colocam as bolsas sobre uma mesa redonda. Fadinha abre a sua e, torcendo o nariz, puxa a caixa que Prinz lhe entregara na “Imobiliária”. Tira ainda um saco transparente e esparrama seu conteúdo sobre a mesa.
- Estes são outros objetos que chamaram a aatenção dos nossos investigadores neste apartamento.
Pattye os examina com cuidado e deles separa dois recortes de jornal. O primeiro anuncia:
“Risco Brasil cai com estabilidade econômica”.
O segundo recorte Pattye eleva até a altura dos olhos e a câmera, postada por sobre seus ombros, nos deixa ler algumas linhas:

“Carne Seca vira grife.
Após um mês de maciça propaganda nos meios de comunicação asiáticos, chega aos supermercados do oriente a carne seca brasileira. Vendido em belas embalagens, que retratam a exuberância da mulher brasileira, o produto já é encontrado nos melhores restaurantes de Tóquio...”

- Hummm... E o que é isto ? - pergunta Patttye, apontando para um vidrinho que também saíra do saco.
- Dentro dele há um pó insípido. O Dr. Bilaau examinou uma pequena amostra e disse ser um poderoso veneno.
- E o que mais temos aí ?
Fadinha remexe os objetos e os descreve em voz alta:
- Metade de uma nota de 1 dólar, um algodãoo manchado de sangue, um prego atado a um laço vermelho, o desenho de um barco à vela em um rio e...
- E ?
- E a caixa fedida.
- Claro. Como esquecê-la ? - resmungou Patttye - Mas, antes de a examinarmos novamente, vamos dar uma olhada no apartamento.

As duas Roofless começaram pelo escritório, onde logo notaram que o HD do computador fora retirado. Não havia, ainda, nenhum disquete ou CD-ROM em todo o apartamento.
No quarto acharam livros sobre massagem tailandesa, exoterismo e magia. Alguns CDs de música (Limp Bizkit, Marcelo D2, etc...). Quando estavam quase saindo do quarto, Fadinha notou uma fila de formigas que ia e vinha por trás da cama. Elas puxaram o móvel e viram que as formigas se concentravam ao redor de uma substância amarela e viscosa. Pattye pegou uma espátula e recolheu parte do material.
- Parece um resto de comida... Mas é melhorr mandarmos para o Bilau fazer uma análise.
Fadinha puxou um frasco esterelizado e lá despejou. Depois, comentou:
- Aliás... precisamos ver a cozinha.
Fadinha abriu a geladeira e disse:
- Se esta menina ainda não morreu, vai morrrer logo! Aqui só tem bolo, mousse de chocolate, cuscus, guaraná... A coisa mais saudável é um tomate mumificado.
Em seguida, Fadinha foi para a área de serviço e, com discrição, mas com a voz ligeiramente alterada, chamou:
- Pattye, venha aqui ! Veja isso.
Quando Pattye chegou, deparou-se com uma gaiola de passarinho vazia e aberta.

- Então, foi daqui que o pássaro saiu... - disse Pattye.
- É ! - concordou Fadinha. - Não há mais o que aguardar. Temos que abrir a caixa.
As duas seguem para a sala. Estão visivelmente cansadas. Pattye, ainda com suas luvas cirúrgicas, abre a caixa, lembrando:
- A caixa não era da Blair. Ela apenas foi usada pelos investigadores para guardar isso daqui, que estava no banheiro dela, dentro de um armário.
A câmera, pela primeira vez, mostra o interior da embalagem. Vê-se uma folha de papel azul, amassada, como um embrulho. Pattye, com todo cuidado, abre o papel e revela um passarinho morto, já em decomposição.

- O passarinho foi encontrado enrolaado neste papel azul - relembra Fadinha. - Ele estava exatamente assim.
- Veja - observa Pattye - há um material orrgânico escuro preso dentro do bico. Provavelmente de origem animal.
- Foi isso que o matou ?
- Não - aduz Pattye. - Ele está com pescoçoo quebrado. Talvez Blair o tenha matado quando sentiu que seria sequestrada.
- Queria nos deixar uma pista - disse Fadinnha. - Mas qual ?
As duas continuam a observar o animal. No rosto delas vê-se que o cheiro é desagradável. Fadinha chama atenção para um detalhe:
- Olha aqui. Tem uma gota de tinta no papell. Parece Liquid Paper [corretor líquido].
- Terá sido proposital ? Uma gota apenas ?<
Pattye arranha a tinta até descolá-la.
- Não há nada por baixo - observa Fadinha, pegando dois vidrinhos esterelizados - melhor levar esta tinta e este pedaço de matéria orgânica para análise.
- Temos várias pistas, mas não sabemos quaiis delas nos serão realmente úteis - lamenta Pattye.
Fadinha fecha a caixa e coloca tudo dentro da sua sacola de nylon. Elas dão uma última olhada na sala e saem do apartamento.

CENA 18

Aparecem as duas saíndo do pequeno edifício. Elas notam três homens conversando a cerca de 5 metros do veículo. Não há mais ninguém na rua. Elas se olham e, sem dizer uma palavra, seguem a passos firmes na direção do carro.

 

A câmera faz a tomada da seguinte forma: No primeiro plano estão os três homens conversando. Eles estão no centro da cena, sobre o asfalto da rua. A esquerda está a linha de carros estacionados (dentre eles, o das meninas). As meninas estão em um segundo plano afastado. Elas vieram da direita, atravessando a rua, na direção do carro. Quando elas alcançam a linha de carros, Pattye está na frente da Fadinha.
Neste instante, um dos homens puxa uma pistola e diz para elas, em voz alta:
- Perderam! Passem as bolsas !
As moças reagem de forma ensaiada. Pattye joga o corpo para o lado esquerdo da cena, revelando Fadinha. Esta já está com a sua pistola e, friamente, dispara três vezes.
O ângulo da filmagem muda para outra câmera, pegando a ação de lado. As meninas e os homens estão no mesmo plano e os carros atrás. Vê-se claramente que um dos atacantes toma um tiro na testa e cai prostrado no chão. Outro parece também ter sido atingido, e se ajoelha atirando, auxiliado pelo terceiro.
Pattye solta um grito de dor e rasteja, com sua bolsa, para o espaço entre dois carros. Vê-se sangue na sua mão.
Os dois lados atiram. O homem ferido se coloca atrás de uma árvore, na calçada.
Fadinha solta a bolsa e recua, ainda atirando, indo se abrigar atrás de outro carro. Ela solta o pente da pistola e coloca outro.

Uma pausa curta nos tiros, entrecortada de gemidos e alarmes de carro.

Os homens voltam a atirar contra Fadinha, espatifando os vidros dos veículos estacionados. Ela, contudo, mantém o sangue frio e, ainda que mal protegida pela lateral do veículo, levanta-se com cuidado e faz mira. O único homem ainda sadio, assustado, levanta-se também e atira uma vez, antes de ser atingido na cabeça por um tiro certeiro.
Neste momento, duas motos surgem no fim da rua, por trás de Fadinha. Serão mais adversários ? Ela hesita e o primeiro motoqueiro, a baixa velocidade, rouba sua bolsa (que estava no asfalto). O segundo puxa uma arma e é imediatamente derrubado a tiros por Fadinha. O homem que estava ferido atrás da árvore corre para longe e acaba subindo na garupa do motoqueiro sobrevivente.
Fadinha atira mais uma vez, na direção da moto que parte. Ouve-se um grito de dor, mas o veículo faz a curva na esquina e some.
A câmera passeia pela cena, mostrando os três homens baleados e uma moto caída.
- Bosta, bosta, bosta !!! - grita Fadinha, indo socorrer Pattye. Esta tomou um tiro na perna, mas parece resignada. Sua preocupação é outra:
- Levaram tua bolsa ? O que perdemos ?
- Perdemos o passarinho e os dois vidros coom as amostras coletadas na caixa.
- E o saco ?
- O saco com as outras pistas e aquela &quoot;meleca" amarela que estava atrás da cama estão na tua bolsa - respondeu Fadinha, ajudando a amiga a se levantar e abrindo o carro. - Vamos embora daqui.

 

CENA 19

Câmera filma do alto o Audi vermelho das meninas, vindo de longe por uma avenida quase deserta. Quando ele se aproxima, vemos duas marcas de tiros no vidro à prova de balas.
Mostra-se agora o interior do veículo. Pattye, amarrando um torniquete na coxa, resmunga:
- Que ódio ! Eu fiquei que nem uma otária aatrás do carro !
- Bobagem... - consola Fadinha - Você tomouu um tiro ! Foi tudo muito rápido. E, o mais importante é que você salvou a tua bolsa. Eu sim estou me sentindo péssima... Perdemos aquelas pistas.
- Não se preocupe tanto com isso - diz Patttye. - Acho que a principal mensagem a Blair já nos passou. Só precisamos nos sentar e interpretar os sinais.

 

 

CENA 20

Um quarto muito amplo e ricamente mobiliado. Pelo estilo da decoração e da janela ao fundo, fica fácil imaginar que se localiza dentro da Mansão Alucard.
Blair está sentada, visivelmente entediada. Amiguinha está à sua frente, em pé, demonstrando impaciência. Blair fala:

- Quando poderemos voltar para as nossas caasas ?
- Só quando todas as fases da operação foreem completadas.
- Mas e eu ? Não posso nem sair deste quartto... Nem acessar a internet...
Amiguinha olha o relógio e diz:
- Eletric Man está vindo de avião para cá. Tudo ficará esclarecido... Ele acha que vc é um traidora.
- Eu ? Não. Nunca trairia a Irmandade ! Há uma semana que eu estou te dizendo... Eu só acho errado estarmos ajudando o Alucard a ganhar bilhões de dólares...
- Dinheiro é o que menos importa, Blair. E nós não o estamos ajudando - reage Amiguinha, antes de prosseguir em voz baixa - Nós estamos usando o Alucard. Você ainda não sabe de tudo...

 

 

CENA 21

Volta para a festa na Mansão Alucard. Lili faz um sinal de "ok", dando a entender que plantou um microfone no Bytestream. Tina e Lara, discretamente, colocam seus pontos de ouvido e começam a escutar a conversa entre Alucard, Lua e Byte.

A câmera faz um close da Lua e seu sorriso estonteante [antenção cameraman !!!! Nada de tremer de emoção ou "mirar" no decote transparente... Mantenha o profissionalismo].

Lua fala:
- A rede Aquarela de restaurantes está um ssucesso. Temos lotado todas as noites, em Paris, Londres, Roma e Milão . Eu já poderia até estar abrindo franquias e filiais em outros países. Mas, depois da conversa que tivemos, é melhor ficar assim mesmo.
- Não há necessidade de ir além - argumentaa Alucard - E, como eu te disse, você já vai lucrar muito com estes daí.
- É - concorda Lua. - Mas eu investi toda aa minha imagem. E foi muito trabalhoso! Eu gosto dos detalhes. Quero tudo muito bonito e de bom gosto. Cada talher, cada louça, cada tom de tinta na parede,... Fora a escolha da mão de obra !
- Não fique mais tensa com isso - interromppeu Bytestream. - Você verá que todo este esforço valerá à pena. No dia 18 os representantes da Comunidade Econômica Européia estarão no Palácio de Matignon... e comerão a tua comida!
Lua sorri:
- Será um belo boufé... Entrará para a Histtória.
Alucar também sorri:
- Ah... Disso eu tenho certeza...
Lua olha para um canto do salão e diz, radiante:
- Ah! Você convidou a Fernanda Young e a Riita Lee... Estava morrendo de saudades delas... Vou lá dar uma "tricotada". Já volto, meninos.

Lua se afasta e Alucard comenta, discretamente:
- O dia 18 será fundamental para os nossos planos. Mas o golpe final, o grande terror, será no dia seguinte, quando o nosso querido Presidente assinar a Medida Provisória que eu preparei para ele. Então, eu terei dois dias apenas para agir...
- E agir dentro da lei ! Licitamente - comppletou Byte.
- Exatamente - concordou Alucard, esfreganddo as mãos - Depois, solto o Lula verdadeiro... Ele cancela todas estas Medidas Provisórias e, por bem ou por mal terá que...
Antes que Alucard pudesse terminar a frase, Spock, seu assessor especial, vem lhe falar ao ouvido.
- Finalmente - regozija-se Alucard - o &quoot;presidente" chegou. Demoraram muito para aprontá-lo desta vez...

Lara, Tina e Lili, que estavam juntas a escutar toda esta conversa, viram-se para ver a entrada do "presidente" Lula.
- Aí está ele - comentou Lili.
- Já não era sem tempo - resmungou Lara. - Achei que o Roteirista deste filme tinha esquecido de colocar o Lula na cena !
Uma voz, em off grita:
- Como é ? Você está louca ?
É Meiga, a Diretora do filme, que reclama:
- Poxa Lara ! Você estragou a cena...
- Ah, me desculpe... não resisti - retrucouu Lara - Fiz apenas uma crítica construtiva ao roteiro. Já faz uma semana que estamos filmando as cenas desta festa, e eu ainda não matei nem comi ninguém...
- Você tem uma certa razão - completou Tinaa - cancelei todos os meus clientes para poder gravar com calma aqui em São Bernardo... Mas já vi que estas cenas não vão desengatar tão cedo... Assim eu perco minha clientela !

- Larinha e Tinoca - diz Meiga, com toda a sua meiguice - Nosso orçamento está apertado. Compraram aquele Audi 8, alugaram esta mansão imensa, teremos cenas em Paris... Nem sei como vamos pagar a grande explosão do final... Em suma... Não dá para ficar rodando a mesma cena várias vezes. Então, sejamos profissionais. Certo ?

- Tá, tá, tá - resmungou Lara - vamos acabaar logo com isso.
Ouve-se então, por trás das câmeras, a voz da Sonora, que diz:
- Já que a cena está parada, e como sonoplaasta e continuísta, queria prevenir que a barba do "presidente" está bem mais branca do que na Cena 10...
Meiga quase se irrita:
- Querida... Leia o roteiro... É isso mesmoo. A barba dele fica mesmo mais branca. Faz parte da trama. Mais alguém quer fazer comentários ? Alguma crítica aos salgadinhos da festa ?
Silêncio total.
- Muito bem. Todos de volta às suas posiçõees. Câmera.... AÇÃO !

Lili respira fundo, e comenta:
- Aí está ele.
- Já não era sem tempo - resmunga Lara. - EEu estava bem curiosa para ver de perto este "presidente".
- Estou achando ele um pouco abatido... Envvelhecido - comentou Tina.
Lula se aproxima de Bytestream e Alucard e os cumprimenta. Lua também retorna. As Roofless Girls voltam a escutar a conversa. Alucard pergunta:
- E então, como está o senhor hoje, Presideente ?
- Nada bem. Os teus médicos me examinaram, me passaram uns remédios, e disseram para eu não me preocupar. Mas me sinto muito abatido.
[A câmera focaliza Bytestream olhando Lula. Bytestream está visivelmente intrigado. Ele tenta prestar atenção em cada detalhe]
Lula prossegue:
- E se isto não bastasse... O Zé Dirceu esttá zangado comigo, pelas Medidas Provisórias que eu assinei. Eu repeti a ele o que vc me disse, Alucard. Expliquei que a questão do Imposto de Renda e da Previdência são velhas promessas do Partido. Eu disse que estou apenas sendo coerente com o meu passado !
- Isso mesmo - concordou Alucard. - Precisaamos pensar no que é melhor para o nosso povo. Governar com o coração. Aliás... já tenho em mãos uma pesquisa Data-Folha que mostra que estas novas medidas foram muito bem recebidas pelo povo.
Lula, sem grande entusiasmo, disse:
- O problema é que...
- Pobrema - interrompeu Alucard.
> - Pobrema ??? - questionou Lula.
> - Sr. Presidente - explicou Alucard, pacienntemente - não fica bem o senhor dizer "problema". O Sr. é um homem do povo... Nestes últimos dias o discurso do Sr. esteve muito intelectualizado... Assim, as pessoas não vão mais se identificar com o Sr.
- Ah... Compreendo... Mas eu dizia - prosseeguiu Lula - O pobrema, segundo o Zé Dirceu, é que estas novas medidas estão diminuindo nossa credibilidade junto aos credores... Acham que perderemos receita e não teremos como pagar a dívida.
- Presidente ! Não jogue fora o seu passadoo. Lembra ? "Fora Sarney, abaixo o FMI".
Bytestream continua atento e confuso. Lula comenta:
- Eu sei, eu sei... Mas... Há algo errado.... que eu não sei dizer o que é.
Enquanto esta conversa seguia, Lara se aproximava do grupo presidencial. Mas, quando ia tocar o presidente, foi segurada por Spock.
- Com licença, senhora. Mas...
Lara finge torcer o pé e desaba sobre Lula. Vários valetes correm sobre ela e a arrastam rispidamente para longe. Alucard se desculpa:
- Desculpe Presidente. Estas tietes... Não há no mundo muitas mulheres de classe como a nossa estimada Lua.
Lula olha para Lua, sorri e comenta:
- Ah... Disso eu tenho certeza ! A senhoritta Lua honra o nosso país com os seus grandes... grandes...
- Restaurantes ? - pergunta Lua, com fina mmalícia.
Todos riem.
Enquanto isso...

 

CENA 22


Voltamos ao cômodo onde estão Blair e Amiguinha.
San abre a porta. Seu semblante é severo. Ele diz:
- Eletric Man chegou.
Amiguinha, ansiosa, diz:
- Faça ele entrar. Faça ele entrar !
Eletric entra no quarto. Seu braço direito está com um curativo e a camisa social está ensangüentada. Blair se assusta. Amiguinha pergunta:
- O que houve ?
- Trocamos tiros com duas mulheres que saíaam do apartamento da Blair. Tristan e os dois novatos morreram...
Amiguinha fuzila Blair com o olhar. Esta abaixa o rosto e nada diz. Eletric prossegue:
- Eram Roofless Girls. Eu tenho certeza. - Isso não é possível – ponderou Amiguinha – O governo extinguiu este grupo depois da CPI da Lunnah.
Eletric manteve-se convicto:
- As mulheres que eu enfrentei hoje não< são as mesmas do grupo original... Pombinha, Lunnah e as outras, eu as conheci pessoalmente... Trabalhei com elas! Mas estas de hoje são idênticas na forma de proceder, de reagir, de andar. E o sangue frio... Quando eu percebi isso, confesso que me coloquei atrás de uma árvore e só pensei em como sobreviver.
Amiguinha ficou pensativa. Eletric continuou, apresentando uma caixa para a chefe:
- Mas, ao menos, consegui isto daqui.
Amiguinha a apanha e começa a abrir.
- O que é isso ?
- Talvez seja a prova da traição de Blair. Uma pista tirada do apartamento.
Amiguinha puxa a tampa e franze o cenho, com nojo:
- Blergh, Blair... Você matou o passarinho??
Blair responde:
- Eu não fiz isso! Imagina...
A líder da Irmandade examina o conteúdo. Apanha a folha azul e os frascos esterilizados. Espalha tudo pela mesa. Seus neurônios louros começam a trabalhar.
- Hummm... Isto no frasco é um pinguinho dee tinta? Papel azul...
Blair fica visivelmente nervosa. Amiguinha sorri, e comenta:
- Blair... Nunca pensei que você gostasse ddeste tipo de música! Uma pista maravilhosa...
Eletric olha para Blair com profunda decepção e concorda com a chefe por um gesto de cabeça.
- Gente! Eu não fiz isso!
- San – diz Amiguinha – algeme esta traidorra e a leve daqui.
San puxa uma pistola, a aponta para Blair e a algema. Depois, a tomando pelo braço, a tira do recinto. Amiguinha pergunta a Eletric:
- Você acha que Blair é uma RG ?
- Não ainda. Se o chefe delas ainda é o Priinz, não permitiria. Ela não tem 21 anos... Você vai contar tudo isso ao Alucard ?
- Nããão !!! Ele seria capaz de abortar a miissão... Nem uma palavra sobre RG’s na frente dele.

 

CENA 23

Tina está guardando o "espelho mágico" na bolsa. Olha para Lili e diz:
- Era uma mensagem da Lara. Ela foi expulsaa da festa, mas disse que conseguiu recolher material genético do "presidente". Eu vou com ela para o hotel, para acondicionarmos apropriadamente este material. Você fica aqui mais um pouco, ouvindo a conversa deles. Depois nos encontra no hotel, para que possamos voar logo para o Rio de Janeiro. Temos uma reunião amanhã cedo com o Prinz, o Bilau e as outras Roofless.
- Está bem.
Tina começa a se afastar e Lili leva a mão ao ouvido. O presidente, visivelmente, continua a falar. Mas ela já não ouve, pois Byte se afastou do grupo. Ela lança um olhar pelo salão, à sua procura. E então se assusta, pois ele pára diante dela.
- Olá senhorita...
- O...oi ! - responde ela, constrangida. - Acho que a senhorita ficou com uma má imppressão minha. Posso tentar me redimir ?
Lili olha para o grupo (o "presidente", Alucard e Lua). Sente-se que ela está preocupada em cumprir a sua missão. Mas, o transmissor está preso no Byte, então...
- Redimir ? Não é preciso... O senhor estavva tão bem lá, com o Presidente. Por que não volta ? A senhorita Lua deve estar a sentir a vossa falta...

Bytestream ri.
- Ah, sim...
A senhorita bem que gostaria que eu voltasse para lá... Mas vamos, venha tomar outra taça de vinho comigo.

 

CENA 24

Uma câmera fixa em um lugar alto filma a madrugada de uma cidade indefinida. Sente-se a aproximação do amanhecer. Num canto da tela, um letreiro luminoso anuncia: "Hotel Turenne". A câmera faz um ligeiro zoom nesta direção.
Vemos agora o interior de um quarto simples de hotel. Tina está dormindo com uma delicada camisola, que deixa à mostra suas famosas coxas torneadas. O relógio digital na cabeceira marca 5:00. Um ruído a acorda.

Ao abrir os olhos, Tina vê Lara Croft andando pelo quarto, carregando seu coldre e vestindo a roupa negra de couro das Roofless Girls.
- O que vc está fazendo ? - pergunta Tina, antes de se dar conta de outra coisa - Nossa ! Onde está a Lili.
- Ela não voltou, nem responde aos meus chaamados... - responde Lara.
- E o que você...
- Estou indo à Mansão Alucard. Cansei destee joguinho.
- Mas não é assim que se faz... Temos que ffalar com o Prinz...
Lara olha Tina de forma incisiva e pergunta:
- E quem fala para o Prinz que a Lili sumiuu ? Quem diz a ele que a deixamos sozinha naquele lugar ?
- Ah... - suspira Tina - Logo a Lili...
> - Pois é - diz Lara - Logo a Lili.
- Então eu vou com você!
- Não pode. O Dr. Bilau está esperando peloo material genético. Você tem que ir agora mesmo para o Rio. - diz Lara, puxando a pistola do coldre e nela atarrachando o silenciador - Enquanto isso eu tomo as minhas providências.

Tina se levanta, começa arrumar as suas coisas e comenta:
- Aliás... esqueci de te dizer. Ontem, quanndo eu estava saindo, vi Bytestream se aproximando dela.

 

CENA 24

Um longo corredor na Mansão Alucard. Vê-se Amiguinha e San correndo. Ela diz, esbaforida:
- Que droga, que droga, que droga... Como iisso foi acontecer ?
- Não sei – responde San, chegando diante dde uma porta - Mas eles estão aqui.
Amiguinha e San entram em um dos muitos cômodos da mansão. Três valetes uniformizados, armados de submetralhadoras, cochicham em um canto. Lili, tal qual um anjo caído e adormecido, está estendida sobre um divã junto à parede (uma mão sobre o ventre, a outra caída para o chão). Diante dela, um Alucard com semblante preocupado conversa com Bytestream.

- É melhor abandonarmos o plano todo. – dizz Byte, apontando para uma mesinha onde estão espalhados os objetos pessoais de Lili – Ela ouviu toda a nossa conversa, gravou e, provavelmente, passou a diante... Não sei se é da Polícia Federal, da ABIn ou até, quem sabe, da “Imobiliária”...
Amiguinha, ainda arfando pela corrida, interrompe:
- Desistir ? Está louco ? Gastamos dois anoos em preparativos, dinheiro, tecnologia ! Estamos falando em ganhar três bilhões de dólares ! Se pularmos fora, nunca mais nos deixarão tentar de novo... Surgirão novas medidas, novos obstáculos...
Alucard concorda com um gesto de cabeça e fala:
- É verdade... As coisas podem ter ficado mmais arriscadas. Mas temos aqui na mansão um magnífico incinerador de lixo onde podemos jogar esta mocinha...

- Não acho que seja o caso de matar a garotta... – reagiu Amiguinha.
- Infelizmente – ponderou Alucard – o Byte já pulou esta etapa. Ele a matou.
- Ela está morta ? Por que ?
Bytestream respirou fundo e respondeu:
- Eu percebi o que ela estava fazendo e fuii até ela. A moça percebeu que seria detida e saiu para o jardim. Eu a persegui... ela correu... Quando chegamos sob as árvores ela puxou aquele baton-revólver e atirou na minha direção. Errou. Eu tentei agarrá-la e acabei usando a única coisa de que dispunha... Espetei-a com uma droga violenta, que provocou-lhe a morte por overdose.
- Bem... – refletiu Amiguinha – como diria Lenin: “Não se faz a omelete sem quebrar o ovo”. Ou, como diria Bush... foi um “dano colateral”.
- Mas não devemos queimar o corpo – interroompeu San. – Se a morte foi por overdose, podemos simular algo. Eu teria como desová-la em um Motel, forjando o registro e o que mais fosse necessário... Policiais também morrem de overdose...
- Seria o melhor caminho – concordou Bytesttream. – Mas ainda acho que devemos interromper tudo. Essa agente não é da Polícia Federal, nem da ABIn. É uma Roofless Girl...
- Uma RG ? - reagiu Alucard, espantado.
> Amiguinha, dissimulada, desdenhou:
- Não, não... Elas acabaram... Estão extinttas, casadas, cheias de estrias e cuidando de seus filhos remelentos... Depois do que a Lunnah fez, a "Imobiliária" perdeu toda a credibilidade.
- Ah - disse Byte - mas não venha me dizer que os equipamentos que estão nesta bolsa estão na listinha de compras da Polícia Federal... E se ela é uma RG, estamos fritos...
- Byte - argumentou Amiguinha - tudo o que nós precisamos é de alguns dias para completar a missão e colocar os três bilhões no bolso. Com a grana na mão, compramos a Justiça, o Executivo e o Legislativo...
- É verdade - concordou Alucard - Em Unaí oo sujeito matou três fiscais e ainda foi eleito prefeito ! Isto aqui é Brasil...
Amiguinha fitou Byte de forma incisiva. Seus olhos brilharam como se pronunciasse algo mágico, repetindo aquelas palavras:
- Isso aqui é Brasil. Agora, deixa este corrpo comigo, que a Irmandade vai limpar esta sujeirinha num minuto.

Cena 25

Amiguinha e San vão para o corredor. San diz:
- Vou chamar dois vagabonds para me livrar do corpo.
- Certo - disse ela, para depois colocar a mão no ombro do rapaz e no seu ouvido cochichar - Mas quero também que...
Ele a interrompe, dizendo:
- Nem precisa dizer, chefinha. Você quer quue eu fale com nosso contato em Brasília, para confirmar a reabertura da "Imobiliária".
- Isso. Se o boato for verdadeiro, temos quue cortar o mal pela raís hoje

 

 

 

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