Palpite é uma ferramenta de análise estocástica voltada aos concursos lotéricos da Caixa Econômica Federal do Brasil.
Iniciado em Junho/2006, o projeto Palpite foi criado com o objetivo de permitir análises em cima dos dados históricos das loterias da Caixa Econômica Federal. Para isso, este conta com diversas opções de análises, tanto automáticas quanto gráficas, que se baseiam fortemente em teorias matemáticas de domínio público, amplamente aceitas pela comunidade científica.
Dentre as ferramentas matemáticas utilizadas, destaca-se uma rede neural artificial, a qual objetiva "aprender" padrões no histórico dos jogos, gerando inferências sobre o comportamento futuro da loteria.
Embora requeiram cálculos intensos, as análises do projeto Palpite mostram que poder de processamento somado à uma grande base histórica de dados podem realmente auxiliar o pesquisador, apontando os caminhos mais prováveis dentro do gigantesco emaranhado de possibilidades caóticas que se constitui nosso mundo.
Espero que o corrente estudo computacional possa ser de valia para estudantes e demais amantes da área de exatas.
A técnica de rede neural é usada como ferramenta de aprendizado de padrões, isto é, é aplicada em cima de dados numéricos até que aprenda o comportamento desses dados e passe a reconhecer dados semelhantes (no caso de uso em reconhecimento de faces, iris, digitais, imagens) ou ainda para extrapolar dados futuros (no caso de previsão de vendas, previsão de tráfego, clima etc). O que a rede faz é criar modelos matemáticos que melhor representem os dados numéricos analisados (algo, a grosso modo, parecido com a regressão linear).
Para o caso de identificar dados semelhantes, redes neurais com poucos neuronios e pouca carga de processamento dá conta do trabalho (vide os OCRs do mercado).
Porém, para que uma rede consiga fazer previsões futuras realmente confiáveis, precisa de uma grande base de dados e um grande número de neurônios digitais para isso. Esse requisito faz com que a carga computacional de processamento também fique enorme (vide os computadores para previsão do clima), inviabilizando análises em máquinas pequenas.
O que tenho concluído com minhas experiencias nesse campo (na pequena rede neural do palpite, que contém apenas 13 neurônios) é que com mais disponibilidade de computação e fazendo a análise na base completa dos jogos da loteria é possivel melhor aproximar o comportamento futuro desta.
Finalizando, a rede não aprende novas técnicas de jogar, ela dá apenas o propensão a um determinada combinação de jogo de acordo com a lista das que já sairam.
Existem diversos programas de loteria no mercado com essa característica, mas, como é amplamente divulgado e provado na internet (e literatura sobre o assunto), o índice de incremento das chances do jogador usando as técnicas desses programas é quase nulo, beirando a pura sorte.
Meu objetivo com o programa palpite é mais de um estudo sério (sem medo de usar a Navalha de Occam) em cima de técnicas alternativas de análise das loterias (dentre elas, a de rede neural) e se há capacidade de tirar conclusões que auxiliem o jogador a partir dessas técnicas. Esse é o motivo dos variados gráficos que o programa tem, que são formas de ver os dados numéricos das loterias sobre diversos ângulos.
Acredito que é na combinação dessas diversas análises, encontrando padrões escondidos nos dados, que pode-se chegar à uma predição mais acurada.
Como ainda estou amadurecendo esse estudo, ainda não tenho um roteiro definido de como unir cada uma das análises em um resultado único (sem falar que ainda tenho diversas técnicas de análise numérica que ainda pretendo implementar no programa). Porém, uma vez encontrando a forma de fazer essa união, pretendo no futuro fazer um "wizard" no programa para facilitar seu uso pelos demais usuários na internet.
Como tentei indicar no item anterior, o palpite é um programa experimental, com técnicas matemáticas bastante elaboradas e complexas, que por enquanto não visa o público em geral mas apenas pessoas que tenham intimidade com a área de exatas. Porém, como também falei anteriormente, estou reunindo um roteiro de análise que pretendo futuramente colocar em um assistente dentro do programa, que facilitará imensamente esse uso.
No momento, o que as analises que implementei apontam é que a loteria é um processo caótico (onde, tal qual o clima, pode-se fazer previsões a curto prazo, mas não a longo) e não puramente aleatório (onde não se consegue fazer previsão alguma). Prova disso é o comportamento dos gráficos "Mapa de retorno" (na analise de atrasadas) e "Distribuição normal" (na lexicográfica, com notação decimal), sem falar na "Teia de correlação" que demonstra que existe uma correlação fixa entre as bolas ao longo do tempo.
Minha teoria pessoal é que existe um efeito gangorra entre as dezenas (que seria uma gangorra circular e não linear como no mundo real, como se fosse um prato cambaleando em cima de uma vara com as dezenas distribuidas nas bordas deste), onde haveriam algumas no alto da gangorra por certo tempo (e por isso, mais propícias a sorteios) e que depois vão lentamente descendo até passarem a ser pouco sorteadas, fazendo com que as dezenas no outro lado da gangorra tenham o efeito contrário. Os gráficos "Teia de correlação" e "Frequencia relativa da bola" apontam para essa direção.
O código CSN, ou Número Sequencial Combinatório (Combinatorial Sequence Number) corresponde à posição lexicográfica de uma dada combinação no universo de combinações possíveis.
Por exemplo, no jogo da MegaSena (que é do tipo 60/6), o código CSN número 1 corresponde à primeira combinação desse jogo, que por sua vez equivale à: 1, 2, 3, 4, 5, 6.
Da mesma forma, o código 50063860 corresponde à última combinação do jogo, que por sua vez equivale à: 55, 56, 57, 58, 59, 60.
Para saber mais sobre essa notação, leia meu artigo na Wikipedia.