Filmes

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Que Filme Usar?

Os Filmes Secretos dos Fotógrafos Astronômicos

Traadução resumida feita por mim baseada em um artigo de Juan Somavilla

Os melhores filmes de 35 milímetros para fotografar o céu noturno já não são propriedade secreta de um seleto grupo de Astrônomos, são encontrados em qualquer lugar e casas fotográficas.

As luzes se apagam na reunião semanal do clube de astronomia. Um orgulhoso membro começa a passar os slides de uma recente aparição cometária e talvez algumas vistas de constelações bem fotografadas. Momentos depois, ouve-se uma voz na escuridão: '' Que filme utilizaste?".

Era o segredo mais cobiçado dos fotógrafos astronômicos mais avançados. Suas muito admiradas imagens celestes seriam tomadas como estranhas emulsões conhecidas por códigos críticos como SO 410 e 103 a-E, etc. e que se conseguiam somente por correio em rolos de 30 mts. de comprimento. Além do mais, estes filmes eram reveladas com estranhas posições como MWP-2 que se confeccionavam nos sótãos das casas.

Até os anos 80, os fotógrafos astronômicos haviam-se envoltos em tanques fotográficos de ensaio e erro difundidos oralmente, submetiam seus filmes ao gás em um processo chamado hipersensibilização. Estes tempos felizmente acabaram-se.

Hoje, os que se iniciam neste campo não tem que se preocupar em aprender as palavras mágicas extraídas dos livros da alquimista astronômica só para conseguir uma boa foto de Nebulosa.

Os filmes das casas de fotografia, podem igualar as emulsões mais conhecidas do passado. Tudo o que tem de fazer é eleger o melhor dos bons filmes que estão disponíveis no mercado. A preferência depende do que se deseja fotografar.

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Kodak e Fuji

Quando um laboratório pega seu filme para revelar, o sistema de revelação (químicas, tempos, maquinários) são compatíveis entre as marcas Kodak e Fuji (processo C-41 para Kodak e CN-16 para Fuji).

Após revelado, quando o filme entra no ampliador, o processo já não é comum. Cada marca, cada emulsão (tipo de filme) tem uma cor de fundo característico. Essa cor, meia alaranjada ou amarelada, que fica o negativo depois de revelado, deve ser neutralizada na hora de ampliar suas fotos. Cada filme tem um código, que os operadores chamam de "canal", que deve ser informado ao equipamento de ampliação.

Anos atrás, quando o processo era centralizado em grandes laboratórios (não existiam os Minilabs), o processo era padronizado para o tipo mais comum de filme. Era esse momento que ocorreriam os problema.

Imaginamos essa situação: você deixava para revelar um filme Kodak num loja com a "bandeira" Fuji. Lá ele tem uma média de 10 filmes Fuji para 1 Kodak. O operador do laboratório então passava seu filme Kodak com o código dos filmes Fuji (já que a maioria é Fuji), por preguiça ou simplificação do processo. Suas fotos com certeza ficariam com as cores alteradas. E o mesmo acontecia com as lojas e laboratórios da marca Kodak.

Atualmente com a popularização e aperfeiçoamento do laboratórios Minilabs, esse erro já não é comum. Nos modelos mais simples, o operador ainda precisa colocar o código do filme a ser ampliado. Mas nos mais modernos, o próprio equipamento lê qual filme esta sendo ampliado e faz as correções necessárias. Esta é sem dúvida uma das grandes causas do problema de desvio de cor.

Outra causa é a falta de manutenção e, principalmente, calibração dos minilabs. Muitas lojas tem equipamentos de vários anos de uso, que já apresentam deficiências na ampliação. Como os clientes ainda não são muito exigentes...

Segundo fotógrafos experientes, não existe uma diferença significativa, em qualidade, entre os filmes para amadores da Fuji ou da Kodak, principalmente os de última geração (Superia ou ProImagem/Gold, respectivamente).

Existem, sim, pecularidades de cada filme e que devem ser seguidas para cada caso. E principalmente, uma regra para quando você for fazer a revelação de seu filme: Usou Kodak, revele num minilab Kodak; Usou Fuji, revele num minilab Fuji.

Cabe dizer que as redes Kodak Express e Fuji Image Plaza possuem sistemas de controle de qualidade aprimorados, o que garante a qualidade da fotos. Qualquer erro, problema ou defeito, reclame e peça para refazer a foto. É seu direito !

Outras Marcas

Com a abertura da economia de mercado, começou-se a comercializar novas marcas, tais como a Agfa, Konica, Ilford, Polariod etc. Esses filmes já tem uma qualidade de imagem compatível com os outros e os laboratórios já conhecem suas especificações.

Também temos filmes comercializados por grandes empresas de serviços fotográficos. Elas compram grandes lotes de filmes, normalmente da Alemanha ou da Itália, e comercializam no Brasil com suas marcas por um preço menor que os mais conhecidos. Isso não acarreta problemas na hora da revelação e/ou ampliação, pois são filmes de emulsão conhecida.

Mas cuidado com filmes importados da China, de marca Lucky ou Fuda, que não trazem nenhuma informação ou bula, informando apenas o processo de revelação C-41 (padrão aos outros). O problema é que os minilabs não estão conseguindo ajustar a cor na hora da ampliação.

Algumas empresas de revelação estão se recusando a processar esses tipos de filmes pois não possuem as especificações técnicas para fazer com qualidade. Ou então pedem para o cliente assinar um termo assumindo total responsabilidade pelos resultados. Bom sinal nesses tempos de Código de Defesa do Consumidor!

Informações obtidas na revista Fhox, edição nº 48

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Relação dos principais filmes com seus formatos, tamanho e sugestões geral de uso

Filme/Marca ISO (ASA) Formato Poses Condições de Uso
Kodak Gold 100 100 135 12, 24 e 36 Uso geral externo, grandes ampliações; Passeios, viagens, retratos, praia, neve
Fuji Super HG V 100 100 120 e 135 12, 24 e 36 Uso geral externo, grandes ampliações; Passeios, viagens, retratos, praia, neve
Agfa HDC 100 100 135 36 Uso geral externo, grandes ampliações; Passeios, viagens, retratos, praia, neve
Polaroid High Definition 100 135 24 Uso geral externo, grandes ampliações; Passeios, viagens, retratos, praia, neve
Kodak ProImagem 100 100 135 36 Uso geral externo e interno, grandes ampliações, pessoas Para casamentos, batizados, eventos sociais, retratos, com uso de flash profissional. Use-o em lugar do Kodak Gold (é mais barato...)
Fuji Superia 100 100 120 e 135 24 e 36 Uso geral externo, grandes ampliações; pessoas Passeios, viagens, retratos, praia, tom de pele "aquecido"
Kodak Gold 200 200 135 24 e 36 Uso geral externo e interno, câmeras automáticas com zoom; Passeios, viagens, natureza, festas, campo, cotidiano
Fuji Super HG V 200 200 135 36 Uso geral externo e interno, câmeras automáticas com zoom; Passeios, viagens, natureza, festas, campo, cotidiano
Fuji Superia 200 200 120 e 135 36 Uso geral externo e interno, câmeras automáticas com zoom; Passeios, viagens, natureza, festas, campo, cotidiano, tom de pele "aquecido".
Kodak Gold Ultra 400 400 110, 126 e 135 12, 24 e 36 Uso externo e principalmente para uso interno com flash, câmeras com lentes zoom e teleobjetivas; Festas, aniversários, jogos, viagens e visita à lugures diversos (igrejas, museus), fogos de artifício
Fuji Super HG V 400 400 135 36 Uso externo e principalmente para uso interno com flash, câmeras com lentes zoom e teleobjetivas; Festas, aniversários, jogos, viagens e visita à lugures diversos (igrejas, museus), fogos de artifício
400 Fuji Superia 400 400 120 e 135 36 Uso externo e principalmente para uso interno com flash, câmeras com lentes zoom e teleobjetivas; Festas, aniversários, jogos, viagens e visita à lugures diversos (igrejas, museus), fogos de artifício
Agfa HDC 400 400 135 36 Uso externo e principalmente para uso interno com flash, câmeras com lentes zoom e teleobjetivas; Festas, aniversários, jogos, viagens e visita à lugures diversos (igrejas, museus), fogos de artifício
Kodak Gold Zoom 800 800 135 24 e 36 Para ambientes de pouca luz sem uso de flash, ambientes internos com flash, câmeras automáticas com zoom e teleobjetivas; Eventos noturnos, festas, jogos, espetáculos.
Kodak T400 CN (preto&branco) 400 135 24 e 36 Filme preto&branco para ser revelado em qualquer minilab 1 hora colorido (sem custo adicional). As fotos devem sair em preto&branco, mas podem sair em tom de sépia, azuladas, amareladas, enfim, uma infinidade de cores se o laboratório não estiver calibrado. Experimente. Usos iguais ao de ISO 400.
Ilford XP2 400 (preto&branco) 400 135 36 Filme preto&branco para ser revelado em qualquer minilab 1 hora colorido (sem custo adicional). As fotos devem sair em preto&branco, mas podem sair em tom de sépia, azuladas, amareladas, enfim, uma infinidade de cores se o laboratório não estiver calibrado, mas com tom predominande de sépia (envelhecido) . Experimente. Usos iguais ao de ISO 400.

Velocidade dos Filmes

A velocidade de um filme normalmente toma parte do nome de sua marca: Ektachrome 100, Sensia 200 ou Super G+ 400, por exemplo. A cifra da velocidade se mede de acordo com certos critérios pela Organização Internacional de Medidas, por isso que se diz que um filme é ISO 100 ou ISO 400. Interpretar estes números é um conhecimento crucial para qualquer fotógrafo celeste.

Cada vez que se duplica a velocidade ISO, necessita-se da metade do tempo de exposição. Um filme ISO 400 é duas vezes mais rápido que um ISO 200 e quatro vezes mais rápido que um filme ISO 100.

Um objeto que requer uma exposição de 1 minuto com um filme ISO 100 necessitará somente de ½ segundo com um ISO 200 e uma velocidade mais curta de só ¼ de segundo com um ISO 400. Quanto mais rápido seja o filme, menor será o tempo de exposição.

E para a maioria dos objetos astronômicos uma menor exposição é melhor já que reduz a borrosidade que são causadas pelas estrelas por uma guia pobre, falhas no seguimento dos astros, pela turbulência atmosférica e qualquer outro tipo de falhas. Porém sempre há que testar as marcas.

Enquanto os filmes ISO 400 e 800 atuais sejam muito mais nítidos que os de há cinco anos atrás, os filmes mais lentos também foram melhorados. Mesmo que se aplique o conhecimento convencional, os filmes rápidos tem mais granulação que os lentos.

Enquanto os filmes ISO 400 são mais rápidos para fotografar objetos do céu profundo como nebulosas e galáxias, são proibidos para objetos brilhantes e ricos em detalhes como a Lua.

A atuação dos filmes atuais, lentos e rápidos, também implica nos rumores do desaparecimento de filems para fotografias astronômicas são exagerados em grande medida.

Sem dúvida, as cameras digitais CCD melhoram o filme em campos chaves da Astrofotografia. Mas curiosamente, as revistas atualizadas e olhando as "galerías" fotográficas das mesmas temos provas que as surpreendentes imagens a cores todavia se fazem com a tecnologia dos nitratos de prata.

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Filmes Profissionais Frente aos Filmes para Amadores

Todos os fabricantes de filmes tem filmes ''profissionais'' em seus catálogos. Compram-se estes produtos presentantes em casas fotográficas que abastecem os fotógrafos, profissionais e aficionados.

Por exemplo, na gama dos grãos finos, a Kodak tem o Ektachrome E100SW. O S significa cores "saturadas", enquanto que SW significa matizes ou cores saturadas e cálidas ou quentes (Warm em inglês).

Idealizada pelos tons de pele, Ektachrome SW dará uma cor mais vermelha para uma Lua de outras forma neutra ou branca. Isto é útil para ressaltar o brillo de uma Lua avermelhada durante um eclipse total ou muito parcial.

Em sua linha profissional de filmes de diapositivo (para slides), a Fuji oferece o Astia 100 e a família Provia de 100, 400 e 1600.

Para um filme de impressão em papel, existe o NPH 400 e o novo NGHII 800.

Por que usar um filme "pro"?

Normalmente não são de grnulação mais fina que seus equivalentes "para amadores" e custam mais caros. Supondo que os filmes tenham estado nos refrigerados das casas de fotografia, a vantagem é que se está seguro que é um filme de melhor consistência de cor.

E os filmes ''Pro'' como o Ektachrome E100SW e o Ektapress Multispeed oferecem características únicas que podem merecer o esforço que reúne o atestado de conservação.

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Revelação dos Negativos

Em primeiro lugar é preciso lembrar que os filmes tem um tempo de vencimento que não convém desprezar. Uma vez terminado o carretel (rolo de filme) este deve ser revelado o quanto ante possível para evitar a deterioração das imagens. Quando entregarmos o carretel ao laboratório, indique a pessoa responsável o processo e o tipo de fotografia realizada, especificando que se trata de fotos do céu noturno.

Caso você queira revelar uma parte do filme e continuar usando o restante depois, na abra sua camera, leve sua camera ao laboratório de sua preferência e peça ao encarregado para tirar somente os fotogramas já utilizados, e recolocar o restante do filme em sua camera.

É conveniente realizar uma primeira fotografia do tipo convencional que sirva como guia na hora de cortar os negativos ou os diapositivos (transparências ou slides).

Segundo Eduardo Rodriguez Ortolaiz é melhor utilizar transparências e negativos coloridos. Os melhores resultados são obtidos com as transparências já que é difícil conseguir cópias em papel que dêem o resultado esperado.

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NOTAS:

"Um quadro só sobrevive, graças aquele que o olha".
Pablo Picasso

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