Prof.: Appio  -  [email protected]
New Page 2
Rio Grande do Sul

Localização de grande importância geopolítica, em razão da extensa fronteira com os países do Mercosul, sendo seu centro Geoeconômico.

Relevo:

  • Altitudes modestas e relevo mais ou menos suave, devido a ação da erosão nos milênios.
  • Metade norte, com grandes derramamentos basálticos da era Mesozóica
  • Metade Sul, rochas cristalinas e sedimentares da era Paleozóica
  • Desertos – solos originalmente arenosos que sofreram uso inadequado.

Clima:

  • Varia no ano. No Verão, é dominado por frentes quentes, levando a altas temperaturas. No inverno, é invadido por frentes fria de origem polar.
  • Amplitude térmica considerável durante outono e primavera.
  • Chuvas bem distribuídas por todo o ano, classificando-se como clima subtropical úmido.
  • Outros fatores regionais também influem, como a latitude, relevo, maritimidade e altitude.

Hidrografia:

  • É um dos estados brasileiro mais bem servidos por rios, com duas bacias principais: Bacia do Uruguai, formada por rios que vão a seu encontro e a Bacia Atlântica, formada por rios que deságuam no oceano.

Vegetação:

  • O clima favorece tanto a formação de matas, quanto a formação de campos. Originalmente, mais da metade do território era coberta por campos, sendo a maior área contínua do Brasil. Quanto a matas, há dois tipos: mata subtropical – continuação da mata atlântica - e a mata dos pinhais. Devido ao intenso desmatamento dos dois tipos, restam poucos lugares com a vegetação original.

População:

  • A população do RS é formada por diferentes grupos, com predomínio de portugueses, alemães e italianos e contribuição dos índios e negros.
  • 9,6 milhões de habitantes, cerca de 6,2 da população brasileira, sendo o quinto estado mais populoso do país, com uma média de 33 hab./km2, quase o dobro da densidade demográfica do Brasil. Concentração da população ao redor das grandes cidades.
  • O crescimento populacional está associado a urbanização. O crescimento da população é de 0,9%, enquanto a média do Brasil é de 1,3% ao ano.
  • Em 40 anos (1940 – 1980) a população que era rural, tornou-se urbana. Cada 5 riograndenses, um vive na zona rural.
  • A dinâmica interna da população varia de uma região para outra. De 1980 as 1991, a população do estado cresceu 17%. As regiões que mais cresceram:
    • Região de Porto Alegre: incluindo vale do sinos e triunfo, tiveram um crescimento superior a 30%, enquanto a capital, cresceu 1%.
    • Litoral Norte: com crescimento populacional de 28%
    • Região de Caxias do Sul/Serra: crescimento populacional de 23%
  • Emigração: no o planalto e a encosta foram colonizados por imigrantes, e devido ao aumento populacional, as regiões coloniais foram se alastrando pelo alto e médio Uruguai. Posteriormente, devido a monocultura da soja, principalmente, colonos abandonam o estado indo para SC, PR MS, MT, GO, entre outros, caracterizando as fronteiras agrícolas.

Nível de vida:

  • superior ao restante do País, expectativa de vida em 74 anos, (Brasil 67 anos). Analfabetismo no estado: 8% (Brasil 13%). Renda per capita: R$ 5600 (Brasil R$ 4000). IDH: 0,87 (Brasil 0,79) sendo o estado com maior índice entre todos os estados. Destacam-se tres regiões distintas no RS:
    1. Alto desenvolvimento: proximidade de Poa, Caxias, Vale do Caí e do Taquari (Lageado, Venancio) e vale do Jacuí (Ibirubá).
    2. Médio desenvolvimento: planalto médio – zona de produção (passo fundo) até Erechim, missões, fronteira noroeste (Santa Rosa) e em torno de santa maria.
    3. Baixo desenvolvimento: restante do estado, Campanha, litoral e campos de cima da serra – nordeste.

Agricultura:

  • a base da economia do RS está na agricultura e pecuária. Com agropecuária diversificada, o RS é um dos grandes produtores do país. Maior produtor de arroz, soja, aveia, fumo, algumas frutas. A agricultura destaca-se por dois tipos:
    1. Agricultura colonial: caracteriza-se pela policultura, pequenas propriedades, familiar e associada a criação. Dependendo da região, um produto é predominante, como na serra a vitivinicola e no vale do rio pardo, o fumo. Hoje, esta agricultura não tem o mesmo destaque, pois foi substituída pela agricultura empresarial.
    2. Agricultura empresarial: esta tornou-se dominante no estado, caracterizada por grande mecanização e uso de insumos, praticada em grandes propriedades. É destinada principalmente para a industrialização e para exportação. Principais produtos: arroz, soja, trigo e milho.
  • A pecuária: também assume as características empresariais. O RS tem 13 milhões de bovinos, em 4º lugar no Brasil, predominância de raças européias. Concentração na Campanha (oeste e sudoeste). Os ovinos, com 10 milhões de cabeças, mais da metade do rebanho brasileiro. Criados no Sul do estado. Suínos, 4 milhões, sendo o maior rebanho do país, nas zonas de origem colonial. Avicultura com destaque, fornecendo ao mercado interno e exportação.
  • Estrutura fundiária: 64% são minifúndios, 28% são pequenas propriedades, 5% médias propriedades e 2% grandes propriedades. O minifúndio ocorre como produto da fragmentação das pequenas propriedades, e a reaglutinação – como venda para outros proprietários objetivando a mecanização, liberou mão-de-obra rural, surgindo movimentos de luta por reforma agrária.

 Indústria:

  • As primeiras industrias instalaram-se nas regiões de Rio Grande, Porto Alegre e Caxias do Sul (as duas respondem por 70% da produção industrial), geralmente ligadas ao aproveitamento da produção do setor primário e secundário. A concentração industrial passou a ser mais intensa em Porto Alegre, e a capital e sua área metropolitana tornou-se o centro fornecedor de produtos industrializados. Após, começam a surgir industrias em cidades do interior, ligadas a produção local. Centros ind. Inc. Pelotas, R. Grande, Sta Maria
  • O RS atua como produtor de bens intermediários em alguns casos, cabendo ao Sudeste produzir os bens finais. Atualmente, o RS participa com somente 6% da produção industrial brasileira. Este volume já chegou a ser similar a SP, que hoje detém quase metade da produção nacional.

Energia:

  • O RS não produz petróleo, este é trazido do RJ e do exterior. Entra no estado pelo porto de Rio grande e pelo terminal de Tramandaí, sendo transportado por oleoduto até Canoas, onde é refinado.
  • O RS possui grandes reservas de xisto, e detém mais de 80% das reservas nacionais de carvão, mas somente as jazidas a nordeste do estado são de boa qualidade. Apesar das grandes reservas, o RS é o segundo produtor nacional de carvão.
  • O gás natural também começa a ser empregado, com o acordo Brasil-Bolívia e com a argentina.
  • 65% da eletricidade do estado é de geração hidráulica, e 35% de geradores térmicos, destacando-se Candiota. O estado só produz 50% da energia que consome, sendo o restante comprada de SC e Paraná, mas busca-se a independência, com busca de novas alternativas e construção de novas geradoras.

Os Serviços:

  • Comércio relativamente bem desenvolvido, por três motivos:
    1. Economia bastante variada, tanto industriais quanto agropecuários.
    2. População com poder de consumo, com renda per capita acima da média brasileira.
    3. O RS acha-se inserido no processo de globalização, com adesão aos valores do consumismo. A má distribuição de renda também está presente.
  • O maior centro comercial é Porto Alegre, a metrópole regional do Sul do Brasil. Várias outras cidades são centros regionais.
  • O RS vende muitos produtos para outros estados, como arroz, trigo, carne, couro, lã, etc, e para outros países, como soja, carnes, calçados e fumo. Produtos agropecuários e matéria-prima, ficando em situação de dependência em relação ao sudeste.

Transportes:

  • O estado é bem servido por transportes, sendo o rodoviário o mais utilizado, seguindo a matriz do país, apesar de ser bem mais caro, tornando o preço final dos produtos mais caro. Em 1996, foram privatizadas várias rodovias. A rede ferroviária é muito antiga e deficiente.
  • O transporte hidroviario teve grande importância durante a colonização. Mas a partir de 1950, tal como as ferrovias, as hidrovias foram sendo desprezadas. O RS dispõe de uma grande hidrovia, e este transporte deveria ser mais utilizado devido a seus baixos custos – utiliza-se para o escoamento de 20% de cargas do RS até Rio Grande.

Mercosul

  • Com as isenções alfandegárias, houve um aumento de fluxos, não só de produtos, mas também de capitais e pessoas. E com sua formação socioespacial, o RS tem mais semelhanças com os países platinos que com o Brasil tropical. Logo, o mercado platino não é muito promissor para produtos gaúchos, algumas vezes ocorrendo concorrência.

O Norte e o Sul:

  • O RS reconhece duas porções bem distintas no estado: o Norte "Rico" e o Sul "pobre", dando-se esta diferença por dois processos históricos diferenciados. Diferenças de DD (N: 7mi; S: 2mi), de PIB (30% N 6%S) e renda são verificados.

Regionalização:

  • O RS tem várias regiões distintas, a seguir: Região de Porto Alegre – concentra 1/3 da pop. E produz mais de 40% da riqueza, com grande número de empresas, universidades, serviços. Possui 24 municípios. Região do planalto – norte do estado, região onde se estabeleceram os imigrantes, com a policultura. A região da serra, juntamente com PoA, é responsável por 60% da riqueza do RS. A campanha – predomínio da criação de gado e lavouras mecanizadas. Depressão central – área agropastorial, com arroz e bovinos, e produção de carvão. O litoral – planície costeira, zona de veraneio do estado, num movimento sazonal da população. Pratica-se a pesca.

Moreira, Igor. O Espaço Rio-grandense. Ed. Ática, São Paulo, 2000

Hosted by www.Geocities.ws

Hosted by www.Geocities.ws

1