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Localização de grande importância geopolítica, em razão da extensa fronteira
com os países do Mercosul, sendo seu centro Geoeconômico.
Relevo:
Altitudes modestas e relevo mais ou menos suave, devido a ação da erosão nos
milênios.
Metade norte, com grandes derramamentos basálticos da era Mesozóica
Metade Sul, rochas cristalinas e sedimentares da era Paleozóica
Desertos solos originalmente arenosos que sofreram uso inadequado.
Clima:
Varia no ano. No Verão, é dominado por frentes quentes, levando a altas temperaturas.
No inverno, é invadido por frentes fria de origem polar.
Amplitude térmica considerável durante outono e primavera.
Chuvas bem distribuídas por todo o ano, classificando-se como clima subtropical
úmido.
Outros fatores regionais também influem, como a latitude, relevo, maritimidade e
altitude.
Hidrografia:
É um dos estados brasileiro mais bem servidos por rios, com duas bacias principais:
Bacia do Uruguai, formada por rios que vão a seu encontro e a Bacia Atlântica, formada
por rios que deságuam no oceano.
Vegetação:
O clima favorece tanto a formação de matas, quanto a formação de campos.
Originalmente, mais da metade do território era coberta por campos, sendo a maior área
contínua do Brasil. Quanto a matas, há dois tipos: mata subtropical continuação
da mata atlântica - e a mata dos pinhais. Devido ao intenso desmatamento dos dois tipos,
restam poucos lugares com a vegetação original.
População:
A população do RS é formada por diferentes grupos, com predomínio de portugueses,
alemães e italianos e contribuição dos índios e negros.
9,6 milhões de habitantes, cerca de 6,2 da população brasileira, sendo o quinto
estado mais populoso do país, com uma média de 33 hab./km2, quase o dobro da densidade
demográfica do Brasil. Concentração da população ao redor das grandes cidades.
O crescimento populacional está associado a urbanização. O crescimento da população
é de 0,9%, enquanto a média do Brasil é de 1,3% ao ano.
Em 40 anos (1940 1980) a população que era rural, tornou-se urbana. Cada 5
riograndenses, um vive na zona rural.
A dinâmica interna da população varia de uma região para outra. De 1980 as 1991,
a população do estado cresceu 17%. As regiões que mais cresceram:
- Região de Porto Alegre
: incluindo vale do sinos e triunfo, tiveram um crescimento
superior a 30%, enquanto a capital, cresceu 1%.
- Litoral Norte
: com crescimento populacional de 28%
- Região de Caxias do Sul/Serra
: crescimento populacional de 23%
- Emigração:
no o planalto e a encosta foram colonizados por imigrantes, e devido ao
aumento populacional, as regiões coloniais foram se alastrando pelo alto e médio
Uruguai. Posteriormente, devido a monocultura da soja, principalmente, colonos abandonam o
estado indo para SC, PR MS, MT, GO, entre outros, caracterizando as fronteiras agrícolas.
Nível de vida:
superior ao restante do País, expectativa de vida em 74 anos, (Brasil 67 anos).
Analfabetismo no estado: 8% (Brasil 13%). Renda per capita: R$ 5600 (Brasil R$ 4000). IDH:
0,87 (Brasil 0,79) sendo o estado com maior índice entre todos os estados. Destacam-se
tres regiões distintas no RS:
- Alto desenvolvimento:
proximidade de Poa, Caxias, Vale do Caí e do Taquari
(Lageado, Venancio) e vale do Jacuí (Ibirubá).
- Médio desenvolvimento:
planalto médio zona de produção (passo fundo) até
Erechim, missões, fronteira noroeste (Santa Rosa) e em torno de santa maria.
- Baixo desenvolvimento:
restante do estado, Campanha, litoral e campos de cima da
serra nordeste.
Agricultura:
a base da economia do RS está na agricultura e pecuária. Com agropecuária
diversificada, o RS é um dos grandes produtores do país. Maior produtor de arroz, soja,
aveia, fumo, algumas frutas. A agricultura destaca-se por dois tipos:
- Agricultura colonial:
caracteriza-se pela policultura, pequenas propriedades,
familiar e associada a criação. Dependendo da região, um produto é predominante, como
na serra a vitivinicola e no vale do rio pardo, o fumo. Hoje, esta agricultura não tem o
mesmo destaque, pois foi substituída pela agricultura empresarial.
- Agricultura empresarial:
esta tornou-se dominante no estado, caracterizada por
grande mecanização e uso de insumos, praticada em grandes propriedades. É destinada
principalmente para a industrialização e para exportação. Principais produtos: arroz,
soja, trigo e milho.
A pecuária: também assume as características empresariais.
O RS tem 13 milhões de bovinos, em 4º lugar no Brasil, predominância de raças
européias. Concentração na Campanha (oeste e sudoeste). Os ovinos, com 10 milhões
de cabeças, mais da metade do rebanho brasileiro. Criados no Sul do estado. Suínos, 4
milhões, sendo o maior rebanho do país, nas zonas de origem colonial. Avicultura
com destaque, fornecendo ao mercado interno e exportação.
Estrutura fundiária: 64% são minifúndios, 28% são pequenas
propriedades, 5% médias propriedades e 2% grandes propriedades. O minifúndio ocorre como
produto da fragmentação das pequenas propriedades, e a reaglutinação como venda
para outros proprietários objetivando a mecanização, liberou mão-de-obra rural,
surgindo movimentos de luta por reforma agrária.
Indústria:
As primeiras industrias instalaram-se nas regiões de Rio Grande, Porto Alegre e
Caxias do Sul (as duas respondem por 70% da produção industrial), geralmente ligadas ao
aproveitamento da produção do setor primário e secundário. A concentração
industrial passou a ser mais intensa em Porto Alegre, e a capital e sua área
metropolitana tornou-se o centro fornecedor de produtos industrializados. Após, começam
a surgir industrias em cidades do interior, ligadas a produção local. Centros ind. Inc.
Pelotas, R. Grande, Sta Maria
O RS atua como produtor de bens intermediários em alguns casos, cabendo ao Sudeste
produzir os bens finais. Atualmente, o RS participa com somente 6% da produção
industrial brasileira. Este volume já chegou a ser similar a SP, que hoje detém quase
metade da produção nacional.
Energia:
O RS não produz petróleo, este é trazido do RJ e do exterior. Entra no estado
pelo porto de Rio grande e pelo terminal de Tramandaí, sendo transportado por oleoduto
até Canoas, onde é refinado.
O RS possui grandes reservas de xisto, e detém mais de 80% das reservas nacionais de
carvão, mas somente as jazidas a nordeste do estado são de boa qualidade. Apesar das
grandes reservas, o RS é o segundo produtor nacional de carvão.
O gás natural também começa a ser empregado, com o acordo Brasil-Bolívia e com a
argentina.
65% da eletricidade do estado é de geração hidráulica, e 35% de geradores térmicos,
destacando-se Candiota. O estado só produz 50% da energia que consome, sendo o
restante comprada de SC e Paraná, mas busca-se a independência, com busca de novas
alternativas e construção de novas geradoras.
Os Serviços:
Comércio relativamente bem desenvolvido, por três motivos:
- Economia bastante variada, tanto industriais quanto agropecuários.
- População com poder de consumo, com renda per capita acima da média brasileira.
- O RS acha-se inserido no processo de globalização, com adesão aos valores do
consumismo. A má distribuição de renda também está presente.
- O maior centro comercial é Porto Alegre, a metrópole regional do Sul do Brasil.
Várias outras cidades são centros regionais.
- O RS vende muitos produtos para outros estados, como arroz, trigo, carne, couro, lã,
etc, e para outros países, como soja, carnes, calçados e fumo. Produtos agropecuários e
matéria-prima, ficando em situação de dependência em relação ao sudeste.
Transportes:
O estado é bem servido por transportes, sendo o rodoviário o mais utilizado, seguindo
a matriz do país, apesar de ser bem mais caro, tornando o preço final dos produtos mais
caro. Em 1996, foram privatizadas várias rodovias. A rede ferroviária é muito antiga e
deficiente.
O transporte hidroviario teve grande importância durante a colonização. Mas a partir
de 1950, tal como as ferrovias, as hidrovias foram sendo desprezadas. O RS dispõe de uma
grande hidrovia, e este transporte deveria ser mais utilizado devido a seus baixos custos
utiliza-se para o escoamento de 20% de cargas do RS até Rio Grande.
Mercosul
Com as isenções alfandegárias, houve um aumento de fluxos, não só de produtos, mas
também de capitais e pessoas. E com sua formação socioespacial, o RS tem mais
semelhanças com os países platinos que com o Brasil tropical. Logo, o mercado platino
não é muito promissor para produtos gaúchos, algumas vezes ocorrendo concorrência.
O Norte e o Sul:
O RS reconhece duas porções bem distintas no estado: o Norte "Rico" e o Sul
"pobre", dando-se esta diferença por dois processos históricos diferenciados.
Diferenças de DD (N: 7mi; S: 2mi), de PIB (30% N 6%S) e renda são verificados.
Regionalização:
O RS tem várias regiões distintas, a seguir: Região de Porto Alegre
concentra 1/3 da pop. E produz mais de 40% da riqueza, com grande número de empresas,
universidades, serviços. Possui 24 municípios. Região do planalto norte
do estado, região onde se estabeleceram os imigrantes, com a policultura. A região da
serra, juntamente com PoA, é responsável por 60% da riqueza do RS. A campanha
predomínio da criação de gado e lavouras mecanizadas. Depressão central
área agropastorial, com arroz e bovinos, e produção de carvão. O litoral
planície costeira, zona de veraneio do estado, num movimento sazonal da população.
Pratica-se a pesca.
Moreira, Igor. O Espaço Rio-grandense. Ed. Ática, São Paulo, 2000
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