QUESTÃO PENITENCIÁRIA
QUESTÃO PENITENCIÁRIA*
CONCEITO DE PENITENCIÁRIA
É o estabelecimento oficial de reclusão ou detenção, ao qual
deverão ser recolhidos os seres humanos condenados pela Justiça, por terem cometido
algum tipo de delito ou infração contra as leis do Estado.
SURGIMENTO
Através do código de 1940, foram instaladas as
penitenciárias, as colônias, os reformatórios, os manicômios judiciários e os
conselhos penitenciários,. Anterior a este período existia o sistema
"Crofton".
ALGUNS ARTIGOS DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DOS ESTABELECIMENTOS
PENAIS
Art. 88 O condenado será alojado em cela individual
que conterá dormitório aparelho sanitário e lavatório.
Art. 89 Além dos requisitos referidos nos artigos anteriores, a
penitenciária de mulheres, poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente, de
creche com a finalidade de assistir ao menor, cuja a responsável esteja presa.
Art. 90 A penitenciária será construída em local afastado do centro
urbano.
Art. 92 O ambiente deverá ter arejado, com insolação e condicionamento
térmico adequado à existência humana.
Art. 104 Parágrafo Único: área mínima de 6 metros quadrados.
ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS - ESPAÇO FÍSICO
A população carcerária do Brasil está distribuída em
vários estabelecimentos de diferentes categorias; são esses: penitenciárias,
presídios, cadeias públicas, cadeiões, casas de detenção, distritos ou delegacias. A
Lei de Execução Penal (LEP) estabelece várias categorias de estabelecimentos com
características específicas, que sirvam a tipos específicos de presos. Em teoria, a
rota de um preso pelo sistema penal deveria seguir um curso previsível, logo após ser
preso, o suspeito ou criminoso deveria ser levado à delegacia de polícia para registro e
detenção inicial. Dentro de poucos dias, caso não fosse libertado, deveria ser
transferido para uma cadeia ou casa de detenção, enquanto aguarda o julgamento e
sentenciamento; e se for condenado, deveria ser transferido para uma penitenciária.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL
Os estabelecimentos penais brasileiros espalham-se por todo o
país, mas estão mais concentrados nos arredores das zonas urbanas e regiões mais
populosas. São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, tem de longe a maior população
carcerária, cerca de 40% dos presos do país, uma população carcerária maior do que a
dos países latino-americanos. Outros Estados com significativas populações carcerárias
são: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Paraíba.
O sistema carcerário no Brasil, hoje, está falido. As
penitenciárias, se transformaram em verdadeiras "usinas de revoltas humanas". A
necessidade de modernização da arquitetura penitenciária, a sua descentralização, e
outras medidas para auxiliar e ajudar a reintegração dos presos à vida social, é uma
das alternativas para desarmar esta bomba.
O PAPEL DO ESTADO A QUESTÃO PENITENCIÁRIA E DA SEGURANÇA É
TEMA DA GEOGRAFIA POLÍTICA?
Na questão penitenciária percebe-se uma relação entre
território e política. Essa relação ocorre no bojo da tentativa de desenvolver
estratégicas políticas referenciadas no espaço geográfico. O tema da questão
penitenciária se desenvolve dentro do espaço físico, onde se dá a ação do Estado e
de outros agentes, e onde se relacionam diretamente fatores de ordem cultural, social e
econômica ligados à sociedade que ocupa o território.
QUAL A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA QUESTÃO PENITENCIÁRIA ?
O Estado está envolvido diretamente Na questão penitenciária,
sendo os problemas inerentes a essa área totalmente de sua responsabilidade. Sabemos que
existe a busca de soluções via Congresso, que, com uma séria de novas medidas, novas
leis, novos projetos e novos orçamentos, busca resolver o problema da superlotação no
sistema penitenciário e a situação caótica da segurança pública. Esforços em
conjunto com Ministérios e Secretarias Estaduais e Federais estão sendo desenvolvidos
para tentar resolver um problema que é antigo e que a cada dia aumenta muito. Porém não
se pode esquecer que a sociedade pode e deve se envolver diretamente através da
participação de empresários da iniciativa privada para tentar buscar alternativas para
administrar o grande problema do aumento da criminalidade e do caos das penitenciárias.
O Brasil, na verdade, não possui um sistema penal, e sim
muitos. Como nos Estados Unidos e outros países, embora diferentemente da maioria dos
países latino-americanos, as prisões, cadeias e centros de detenção no Brasil são
administradas pelos governos estaduais. Isto é, cada um dos vinte e seis governos
estaduais, assim como o governo do Distrito Federal, administra um conjunto separado de
estabelecimentos penais com uma estrutura organizacional distinta, policiais independentes
e, em alguns casos, leis de execução penal suplementar. A independência da qual os
estados gozam ao estabelecer a política penal, reflete na ampla variedade entre eles em
assuntos tão diversos como os níveis de superlotação, custo mensal por preso e
salários dos agentes carcerários.
A estrutura estadual dos sistemas penais não segue um modelo
rígido. O Poder Executivo Estadual, liderado pelo Governador, administra o sistema
prisional através da Secretaria de Justiça. No entanto, são muitas as exceções a esse
modelo. Por exemplo, no Estado de São Paulo, o sistema prisional tem sua própria
secretaria, como recomendado pela LEP (Lei de Execução Penal), já no Estado do
Amazonas, até recentemente, tanto os presídios quanto as delegacias estavam sob o
controle da Secretaria de Segurança Publica.
AÇOES CONJUNTAS : ESTADO E INICIATIVA PRIVADA
No ano de 2002, um grupo de 110 empresários participou de um
seminário promovido pelo SEBRAE em parceria com a Secretaria de Justiça, para discutir
projetos que ajudassem na ressocialização do preso, no Rio Grande do Sul. A idéia era
incentivar os empresários a utilizar a mão de obra carcerária, em atividades como
setores de confecção, produção de velas ou vassouras, etc.; contudo somente 11
empresários se mostraram interessados em participar dos projetos. Em outros Estados,
porém, a decisão de buscar soluções juntamente com a iniciativa privada deu bons
resultados. Em Juazeiro do Norte (Ceará) e no Guarapuava (Paraná), criou-se uma parceria
entre a Secretaria de Estado da Justiça com a Empresa Humanitas - Administração
Prisional Privada S/C Ltda. No contrato firmado, as empresas se responsabilizam em
executar todos os serviços que garantam o pleno funcionamento da penitenciária,
beneficiando dessa forma os detentos. Da remuneração paga aos presos, 25% é destinada
ao Fundo Penitenciário, e a cada 03 dias trabalhados, há uma redução de 01 dia de
pena. O contrato, firmado em 1999, já nos moldes dos serviços de administração e
segurança terceirizados, até agora não passou por nenhum tipo de crise, e não foi
registrado qualquer tipo de manifestação ou sinal de revolta entre os detentos.
O PAPEL DO GOVERNO FEDERAL
Autoridade Estadual sobre presídios não quer dizer que o
governo Federal esteja totalmente ausente dessa área. Dentro do Ministério da Justiça,
operam duas agências federais preocupadas com a política prisional. O Departamento
Penitenciário e o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Esses dois
grupos possuem áreas de interesse diferentes, o primeiro, é incumbido com aspectos
práticos, tais como o financiamento para construção de novos presídios, enquanto que o
segundo tem seu foco na orientação das políticas em nível intelectual.
INFORMAÇÕES SOBRE A CPI NACIONAL DE 1996 QUE ANTECIPOU CRISE
DOS PRESÍDIOS
A CPI nacional de 1996 sobre o sistema penitenciário, em seu
relatório final, alertou que o crescimento do poder das organizações criminosas dentro
dos presídios ameaçava a capacidade do Governo de administrá-los. Disse que o
"sistema carcerário havia chegado ao seu limite" e descreveu os presídios do
Estado de São Paulo como barris de pólvora à beira da explosão.
Falência do Sistema
A CPI dizia que a superlotação de presídios, a corrupção de
agentes penitenciários, a tortura e maus-tratos contra os presos eram apenas os reflexos
imediatos da "falência do sistema".
Em 1996, os números já assustavam. "Todas as casas penitenciárias estão com 70% a
100% acima de sua capacidade", afirmou um relatório da CPI.
Quatro anos depois, a situação mudou pouco. Houve com efeito um aumento da
criminalidade. Nos últimos seis anos, foram construídas 60 mil novas vagas nos
presídios paulistas, mas, só nos últimos dois anos, 40 mil novos criminosos foram
presos. "A criminalidade aumenta e o sistema carcerário corre para
acompanhá-la", foram palavras de um secretário, o senhor Furokowa.
Superlotação
A superlotação era apontada no relatório como uma das
principais causas da revoltas dos presos. A superlotação voltou a figurar como um das
principais reivindicações do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização
responsável pelos levantes nos presídios.
Justiça Lenta
A superlotação caminha ao lado da lentidão da Justiça. A CPI
não citou números e, até hoje, eles ainda não foram contabilizados. Mas o documento
fala em "inúmeros casos de presos que já cumpriram mais da metade de sua
sentença" e continuam confinados em regime permanente. Por lei, o cumprimento de
metade da sentença concede ao preso o direito de pedir mudança para regime semi-aberto.
"Estes casos são literalmente esquecidos pelo sistema
judiciário. Isto sem contar os casos constatados pelas investigações de detentos com
penas concluídas e que se encontram ainda presos", diz o relatório.
Desinformação
"Uma manifestação assombrosa deste descaso é a
comprovação da total desinformação por parte dos presos sobre o andamento de seus
processos, petições e requerimentos", diz o relatório. Não por acaso, entre as
seis reivindicações do PCC divulgadas recentemente, a organização pede: "rapidez
no andamento e na análise de processos criminais".
Penas Alternativas O relatório da CPI, há seis anos já
discutia a necessidade de revisão do Código Penal Brasileiro, que tornaria possível a
aplicação de penas alternativas à reclusão. "Na Inglaterra, por exemplo, menos de
10% das penas previstas no Código Penal são de reclusão; no Brasil, 98% dos delitos
são punidos com a prisão", declarou o presidente da Comissão de Direitos Humanos
(CDH) da Câmara Federal, deputado Marcos Rolim (PT-RS). Para Rolim, esta distorção
jurídica está na raiz da superpopulação carcerária. "Não adianta abrir mais e
mais vagas nos presídios porque o número de condenados vai sempre ser maior",
argumenta ele. A revisão do Código Penal Brasileiro é uma das bandeiras da CDH para
equacionar a questão carcerária no país.
Punir e Corromper
O relatório final da CPI afirmou que praticamente nenhum
presídio brasileiro exerce o papel de reeducar o preso, que é "a sua finalidade
expressa na legislação". De acordo com o documento, a "lógica punitiva e
segregadora" que impera nos presídios brasileiros é responsável pelo altíssimo
índice de reincidência, que chega a 70% entre os criminosos brasileiros.
As condições mínimas de sobrevivência não são respeitadas
nos presídios, diz o relatório da CPI, que descreve celas com restos de comida, ratos e
insetos convivendo com presos que chegam a passar até quatro meses sem ver a luz do sol.
"Nestas condições, não é de se estranhar a gravidade do estado de saúde dos
presidiários, que propiciou o retorno na população carcerária de doenças que se
encontravam sob controle na sociedade", diz o relatório.
Doenças
A CPI cita estudos que responsabilizam as condições de saúde
dos presidiários pelo retorno da tuberculose como doença endêmica em algumas regiões
do país. "Dez por cento dos presos com bacilo desenvolvem a doença e vão contagiar
muitas outras pessoas", afirma o relatório. A AIDS é a sentença de morte dos
presidiários, diz o relatório. Os deputados que integraram a CPI afirmam que encontraram
diversos casos de omissão de socorro, "algumas vezes criminosamente usado como forma
de punir presos", como um caso minuciosamente relatado onde o preso vítima de
um derrame e com o lado esquerdo do corpo paralisado foi espancado para que
"saísse andando da ambulância".
Métodos Medievais e Escravistas
A CPI denuncia, ainda, que muitos médicos que atuam nos
presídios se omitem diante de casos de espancamento e tortura. E diz que ainda vigoram
nos presídios paulistas métodos "medievais e escravistas" de punição de
presos.
Corrupção
O relatório da CPI afirma que os "vários níveis" de
corrupção são, de longe, o problema mais grave da administração penitenciária no
Estado. "A corrupção se expressa das mais diferentes formas: no sub ou
superfaturamento de compras, na venda de privilégios ou mesmo dos direitos dos presos, na
facilitação de fugas, no desvio de materiais destinados ao presídio e no tráfego de
drogas e gerenciamento de prostituição para encontros íntimos."
Rebeliões
Para a CPI, buscar a causa das rebeliões nas tentativas de fuga
ou em reivindicações de grupos ou comandos dentro de penitenciárias é uma
"análise parcial do problema". "Para alguns diretores, as causas das
rebeliões são sempre desafio à sua autoridade e tentativas de fuga", afirma o
relatório.
Mas, de acordo com os deputados, as rebeliões resultam da
falência do sistema penitenciário no país. O deputado Wagner Lino (PT), relator da CPI,
afirma que as rebeliões que ocorreram nos presídios de São Paulo já eram previstas no
relatório divulgado em 1996. "A omissão do Estado deu margem ao crescimento das
organizações criminosas", afirmou ele.
Opinião
O deputado federal Marcos Rolim (PT-RS), presidente da Comissão
de Direitos Humanos da Câmara Federal, afirmou em São Paulo que o governo do Estado
"fechou os canais de comunicação com os presos e os deixou à mercê das
organizações criminosas" como o Primeiro Comando da Capital (PCC). "Enquanto o
Estado se omitiu, as organizações criminosas cresceram", sentenciou Rolim. Furokowa
negou as acusações. De acordo com ele, todos os alertas formulados nos últimos anos
têm sido ouvidos por sua Secretaria e pela Secretaria de Segurança Pública. "Não
somos omissos à questão dos direitos humanos dos presidiários. A Pastoral Carcerária,
uma das principais organizações com este enfoque, tem canal aberto em meu
gabinete", argumentou o secretário. Furokawa rebateu, ainda, as acusações de Lino
de que "o Governo não ataca o centro da questão carcerária". Para o
secretário, o problema carcerário em São Paulo "é histórico" e "nunca
foram construídas tantas vagas penitenciárias como no atual Governo".
PROGRAMA DE REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO: AÇÃO,
CONSTRUÇÃO, REFORMA, AMPLIAÇÃO E APARELHAMENTO DE ESTABELECIMENTOS PENITENCIÁRIOS
A meta física planejada para o ano de 2002 é a criação de
23.000 novas vagas distribuídas preferencialmente entre estabelecimentos de segurança
primária (destinados a presos de baixa periculosidade e tempo de condenação), de
segurança secundária (destinados a presos de consagrada reincidência criminal e alto
tempo de condenação) e de segurança máxima (destinados a presos de alta periculosidade
e outras facções que por suas naturezas devam merecer tratamento especial). O
planejamento dessa ação tem um horizonte até 2005, baseia-se na política de zerar o
déficit de vagas do sistema prisional e está orientado pela diretriz de reduzir a zero o
déficit para os Estados cuja carência é inferior a 1000 vagas, já no exercício de
2002; para os Estados cuja carência é inferior a 2000 vagas o déficit será zerado até
2003, e assim sucessivamente até zerar o déficit da totalidade dos Estados, mediante
distribuição proporcional dos recursos orçamentários de conformidade com o déficit de
vagas, revisto anualmente.
ESTUDOS ESTRATÉGICOS
Uma valiosa contribuição à solução do problema
penitenciário fornecida recentemente foi a pesquisa e publicação do Censo
Penitenciário Nacional. Nela são mencionadas informações e estatísticas sobre os
presos, agentes penitenciários, custo do encarceramento, estado de conservação e
infra-estrutura das prisões no Brasil. Este censo tem sido atualizado de dois em dois
anos, e o mais recente, divulgado somente pela imprensa, foi em 1998.
ESTATÍSTICAS
Com cerca de 170.000 detentos agrupados em cerca de 512
prisões, milhares de delegacias e vários outros estabelecimentos, o Brasil administra um
dos 10 maiores sistemas penais do mundo, com uma taxa aproximada de 108 presos por 100.000
habitantes. Segundo informações do IBGE de 1994, dos 297 estabelecimentos penais no
Brasil, 175 se encontravam em situação precária. A população carcerária, girava em
torno dos 130 mil presos, dos quais 96,31 eram homens e 3,69 mulheres. Motivos de
detenção: 51 % por furto ou roubo, 17 % por homicídio e 10 % por tráfico de drogas. O
IBGE também informou que 95% dos presos são indigentes e 97% analfabetos ou
semi-analfabetos. A reincidência é de 85%..
Estima-se que a capacidade de nossas penitenciárias é de
54.000 vagas, para uma população carcerária em torno de 130 a 170.000 mil internos.
Neste sentido, o Brasil carece de pelos menos 250 novos presídios para aliviar a pressão
das demais penitenciárias existentes.
DADOS ESTATÍSTICOS
QUANTO AO DÉFICIT DE VAGAS
Dados Brasil |
Total |
Vagas Disponíveis |
181.293 |
População Carcerária |
239.348 |
Déficit (Brasil) |
58.
055 |
PERFIL DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS QUANTO AO TIPO
Tipo
de Estabelecimento |
Quantidade |
Cadeia Pública ou Similar |
476 |
Casa de Albergado |
28 |
Centro de Observação |
6 |
Colônia Agrícola, Ind. ou Similar |
21 |
Hospital de Custódia e Trat. Psiquiátrico |
25 |
Penitenciária |
362 |
Total de Estabelecimentos |
918 |
QUANTO A VAGAS POR REGIME E SEXO
Regime |
Homens |
Mulheres |
Total |
Aberto |
3.670 |
231 |
3.901 |
Semi-Aberto |
19.899 |
605 |
20.504 |
Fechado |
120.224 |
3.921 |
124.145 |
Medida de Segurança |
7.760 |
283 |
8.043 |
Total |
151.553 |
5.040 |
156. 593
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OPINIÃO INTERNACIONAL SOBRE A SEGURANÇA NO BRASIL (POLÍCIA)
Segundo estudos realizados pelo professor Paul Chavigny, da
Faculdade de Direito da Universidade de Nova York, somente no ano de 1992, a polícia de
São Paulo matou aproximadamente 1.470 pessoas, quase 4 vezes mais que a ditadura militar
em 15 anos, sendo considerada a Polícia Militar mais violenta do mundo. A imagem negativa
da PM brasileira ganha o mundo; não bastassem os fatos ocorridos em 1997 na Favela Naval,
em Diadema (SP), e os dois massacres documentados em vídeo, o primeiro a chacina do 42º
DP, onde 18 presos morreram asfixiados, trancafiados em uma cela sem ar; o segundo
massacre ocorrido na Casa de Detenção de São Paulo, quando, no dia 02.10.1992, PMs
tentaram conter uma rebelião no Pavilhão 09, com tiros de metralhadora, onde morreram
111 presos.
VISÃO MUNDIAL
Assim como no Brasil, no mundo todo o sistema prisional se
revela um pesado e oneroso fardo para os governos e a sociedade.
Na Itália a aposta é por presídios privatizados. O sistema penitenciário italiano, que
é gerenciado pelo Estado, também apresenta péssimo desempenho, também sofre com a
superpopulação. O primeiro ministro italiano defende a privatização do sistema
prisional, seguindo o exemplo inglês.
Na França, o governo vem igualmente tentando melhorar as condições carcerárias.
*Lizimara Sacomori, graduação em Geografia - Unilasalle
(03/03)
BIBLIOGRAFIA
Jornal Correio do Povo, 12 de junho de 2002
www.jseg.net
www.direito.com.br
www.conjunturacriminal.com.br
www.mj.gov.br
www.jc.uol.com.br
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