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Brasil Endividado

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Economia internacional
Brasil será o país mais endividado da AL este ano

Terça, 14 de Setembro de 2004, 11h38 Fonte: Agência EFE

Os 20 países da América Latina e do Caribe fecharão o ano de 2004 com uma dívida externa bruta de US$ 776 bilhões (636,066 bilhões de euros), e o Brasil vai liderar a lista de endividados, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pelo Dresdner Bank Lateinamerika.
Esta cifra aumentará em 2005 a US$ 793 bilhões (650 bilhões de euros) e corresponderá a 154% das exportações totais da região, contra 156% deste ano.
Segundo o relatório, o Brasil vai liderar a lista de países mais endividados em 2004, com US$ 222 bilhões (182 bilhões de euros), seguido do México, com US$ 161 bilhões (131,967 bilhões de euros), e da Argentina, com US$ 152 bilhões (124,590 bilhões de euros).
Os países com um crescimento econômico mais elevado serão a Venezuela, com 12,8%, depois o Uruguai (10%) e a Argentina (6,5%).
Para o conjunto dos 20 países, a entidade alemã prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) este ano de 4,6%, equivalente a US$ 1,87 trilhão (1,53 trilhão de euros), e de 3,5% em 2005, equivalente a US$ 1,93 trilhão (1,58 trilhão de euros).
Ao fim do ano, a inflação ficará em 6,2%, mas cairá para 5,8% em 2005.

 

01. Atualmente qual a situação do Brasil frente a dívida externa?

Hoje no Brasil muitos analistas vendem a idéia de que o problema da dívida externa foi resolvido a partir do acordo fechado com o FMI. Mas ao contrário do que muitos pensam, o comprometimento do gasto público e cada vez maior e o monitoramento do FMI é total sobre o Brasil.

Dessa maneira, o comprometimento de recursos no país para sustentar a política de favorecimento do capital financeiro internacional, do governo FHC, limita a capacidade de produção e liquida qualquer possibilidade de resgate da dívida externa brasileira.

Isso sem falar no endividamento público interno, que já passa dos R$ 500 bilhões, ou seja, 50% do PIB nacional.

Vivemos em um modelo incompatível com a realidade brasileira, e esse modelo traz conseqüências diretas à sociedade e ao país.

02. O endividamento externo do país é, realmente um "mal necessário"?

Essa história de dívida externa vem de longe. E temos que considerar vários fatores que nos levaram a acreditar que o endividamento externo seria a solução. Uma prática considerada como a "morfina imprescindível".

O Brasil sempre foi vítima de uma política do fraco contra o rico, e com uma crescente desvalorização de nossas exportações, enquanto os preços das importações continuavam estáveis. Dessa maneira sempre houve um grande déficit na balança comercial brasileira e o governo sempre optou pela solução mais fácil: o financiamento externo, não só para tampar buracos, como também para conseguir a rolagem da dívida .

03.A dívida externa é o montante de dinheiro que o governo deve ?

Não. A dívida externa pertence, em sua maior parte, à grandes empresas privadas do que ao próprio governo. Isso porque 60,1% dessa dívida, ou US$ 139,2 bilhões, é do setor privado.

E, do total dessa dívida do setor privado, cerca de 83,5% correspondem a dívidas de médio e longo prazos, que vencem ao longo dos anos. Apenas 16,5% da dívida privada constituem dívidas de curto prazo e, dessa parcela, a maior parte corresponde a linhas de crédito para o financiamentos do comércio exterior, renovadas periodicamente.

Os outros US$ 204,4 bilhões têm prazo superior a um ano e, nesse caso, são empréstimos para investimentos, no setor privado, ou para o governo federal, para rolar a dívida. É por meio de empréstimos também que o governo recebe os recursos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, para financiar projetos sociais. iça.

04.Qual é o atual perfil da dívida brasileira ?

O perfil atual da dívida externa brasileira mudou bastante da década de 80 para cá. Naqueles anos o grande devedor era o setor público. Em dezembro de 1980, por exemplo, 69% dos US$ 53,8 bilhões que o país devia eram responsabilidade do governo federal. Em 1985, esse percentual era de 82% .

Hoje o setor público não-financeiro (governo federal, estados, municípios) responde por US$ 92,2 bolhões, ou seja 39,8% da dívida externa bruta. Considerando-se a dívida externa líquida do setor público, ou seja, deduzindo-se da dívida bruta as reservas internacionais do Banco Central do Brasil ( US$ 28,6 bilhões em 31 de maio de 2000), a dívida cai para US$ 63,6 bilhões. Valor em torno de 10 % do PIB.

05. Quais são os prazos de pagamento para divida brasileira?

A dívida externa brasileira vem sendo refinanciada em prazos e condições favoráveis. O Tesouro Nacional realizou em agosto, para se ter uma idéia, uma inédita emissão internacional de bônus no valor superior a US$ 5 bilhões. Terá um prazo de 40 anos para pagar. A emissão desses bônus foi com o propósito de troca-los por títulos mais antigos e com prazo de vencimento e custos menores para o país.

A dívida de curto prazo do setor público, até um ano para pagar, é relativamente pequena e corresponde 4% do total da dívida pública. Toda essa dívida de curto prazo se refere a linhas de financiamento de importação da Petrobrás, também renovadas periodicamente os.

06.E se parássemos de pagar a dívidas, o que aconteceria ?

Se for considerado inadimplente o Brasil perderia crédito no exterior, pagaria mais caro por qualquer empréstimo e haveria também grande fuga de capitais para outros lugares, o que reduziria a quantidade de recursos disponíveis para o país.

É exatamente assim que ocorre com as pessoas que não honram os seus compromissos. Ficará com o nome sujo na praça.

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