01. Atualmente qual a
situação do Brasil frente a dívida externa?
Hoje no Brasil muitos
analistas vendem a idéia de que o problema da dívida externa foi resolvido a
partir do acordo fechado com o FMI. Mas ao contrário do que muitos pensam, o
comprometimento do gasto público e cada vez maior e o monitoramento do FMI é
total sobre o Brasil.
Dessa maneira, o
comprometimento de recursos no país para sustentar a política de favorecimento
do capital financeiro internacional, do governo FHC, limita a capacidade de
produção e liquida qualquer possibilidade de resgate da dívida externa
brasileira.
Isso sem falar no
endividamento público interno, que já passa dos R$ 500 bilhões, ou seja, 50% do
PIB nacional.
Vivemos em um modelo
incompatível com a realidade brasileira, e esse modelo traz conseqüências
diretas à sociedade e ao país.
02. O endividamento externo do país é, realmente um "mal necessário"?
Essa história de dívida
externa vem de longe. E temos que considerar vários fatores que nos levaram a
acreditar que o endividamento externo seria a solução. Uma prática considerada
como a "morfina imprescindível".
O Brasil sempre foi vítima
de uma política do fraco contra o rico, e com uma crescente desvalorização de
nossas exportações, enquanto os preços das importações continuavam estáveis.
Dessa maneira sempre houve um grande déficit na balança comercial brasileira e o
governo sempre optou pela solução mais fácil: o financiamento externo, não só
para tampar buracos, como também para conseguir a rolagem da dívida .
03.A dívida externa é o montante de dinheiro que o governo deve ?
Não. A dívida externa
pertence, em sua maior parte, à grandes empresas privadas do que ao próprio
governo. Isso porque 60,1% dessa dívida, ou US$ 139,2 bilhões, é do setor
privado.
E, do total dessa dívida
do setor privado, cerca de 83,5% correspondem a dívidas de médio e longo prazos,
que vencem ao longo dos anos. Apenas 16,5% da dívida privada constituem dívidas
de curto prazo e, dessa parcela, a maior parte corresponde a linhas de crédito
para o financiamentos do comércio exterior, renovadas periodicamente.
Os outros US$ 204,4
bilhões têm prazo superior a um ano e, nesse caso, são empréstimos para
investimentos, no setor privado, ou para o governo federal, para rolar a dívida.
É por meio de empréstimos também que o governo recebe os recursos do Banco
Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, para financiar projetos
sociais. iça.
04.Qual é o atual perfil da dívida brasileira ?
O perfil atual da dívida
externa brasileira mudou bastante da década de 80 para cá. Naqueles anos o
grande devedor era o setor público. Em dezembro de 1980, por exemplo, 69% dos
US$ 53,8 bilhões que o país devia eram responsabilidade do governo federal. Em
1985, esse percentual era de 82% .
Hoje o setor público
não-financeiro (governo federal, estados, municípios) responde por US$ 92,2
bolhões, ou seja 39,8% da dívida externa bruta. Considerando-se a dívida externa
líquida do setor público, ou seja, deduzindo-se da dívida bruta as reservas
internacionais do Banco Central do Brasil ( US$ 28,6 bilhões em 31 de maio de
2000), a dívida cai para US$ 63,6 bilhões. Valor em torno de 10 % do PIB.
05. Quais são os prazos de pagamento para divida brasileira?
A dívida externa
brasileira vem sendo refinanciada em prazos e condições favoráveis. O Tesouro
Nacional realizou em agosto, para se ter uma idéia, uma inédita emissão
internacional de bônus no valor superior a US$ 5 bilhões. Terá um prazo de 40
anos para pagar. A emissão desses bônus foi com o propósito de troca-los por
títulos mais antigos e com prazo de vencimento e custos menores para o país.
A dívida de curto prazo do
setor público, até um ano para pagar, é relativamente pequena e corresponde 4%
do total da dívida pública. Toda essa dívida de curto prazo se refere a linhas
de financiamento de importação da Petrobrás, também renovadas periodicamente os.
06.E se parássemos de pagar a dívidas, o que aconteceria ?
Se for considerado
inadimplente o Brasil perderia crédito no exterior, pagaria mais caro por
qualquer empréstimo e haveria também grande fuga de capitais para outros
lugares, o que reduziria a quantidade de recursos disponíveis para o país.
É exatamente assim que
ocorre com as pessoas que não honram os seus compromissos. Ficará com o nome
sujo na praça.
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