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4.
CARCINOCULTURA X AMBIENTE
A carcinocultura marinha é uma atividade que ainda está longe
de ser uma atividade sustentável, e vem sendo taxada como de grande
impacto ambiental por várias ONG’s. Porém, quando comparada com
outras culturas agropecuárias, a carcinocultura se apresenta
significativamente menos impactante, sendo uma das atividades produtoras
mais ambientalmente monitoradas atualmente, e regulamentada por uma
restritiva legislação.
As áreas mais propícias para o estabelecimento de fazendas de
cultivo são as próximas a estuários, justamente nos locais onde se
encontram ecossistemas ameaçados como a restinga, e principalmente os
manguezais (áreas consideradas com de proteção permanente – APP),
de vital importância para biodiversidade destas áreas, abrigando
muitas espécies de importância econômica, e alta produtividade primária
e secundária. Após
a intensificação dos cultivos em meados da década de 80, a atividade
tem sido responsabilizada por degradação ambiental em diversos países
da Ásia, América central Honduras) e América do sul (equador) e por sérios
problemas sociais (índia) (NASCIMENTO, I. A., 2000). O
custo ambiental dos projetos de carcinocultura depende muito da
tecnologia de cultivo (ver item 3.6.1 – Tipos de Cultivo). A
oferta de alimento se constitui em um dos pontos críticos no manejo dos
cultivos, tanto para a produção de camarões como para a manutenção
da qualidade ambiental. Os efluentes das fazendas resultam no acréscimo
de uma substancial carga de nutrientes em áreas costeiras, o que
poderia causar desde uma hiper nutrificação (benéfica pela capacidade
de aumentar a produção primária) à eutrofização, que poderia levar
ao aumento excessivo do fitoplancton no corpo receptor, ocasionando déficit
de oxigênio dissolvido à noite e possível morte de organismos locais
(NASCIMENTO, 1998 apud NASCIMENTO, I. A., 2000). Os
monocultivos intensivos podem ser comparados a ecossitemas estressados,
cujas características são a dependência de inversões (como de
alimento e energia externa), o uso dos recursos naturais de maneira
ineficiente, exportando ou estocando seus dejetos e tendo poucos
mecanismos de reciclagem (folke
& kautsky, 1992 apud NASCIMENTO, I. A., 2000). Uma
alternativa a este quadro seria a utilização de técnicas visando o
cultivo integrado com bivalvos, ou com macrófitas, visando diminuir os
resíduos e aumentar a quantidade de biomassa produzida a partir de
nutrientes introduzidos no viveiro.
Tabela
1: Impactos ambientais relacionados a carcinocultura.
Fonte:
CLEMENTE, C. J.; NOVELLI, Y. S., 2000. 4.1
Licenciamento ambiental na carcinocultura Tabela
2: Documentos mínimos necessários ao processo de licenciamento.
Fonte:
Resolução 312/2002, CONAMA. 4.2 Plano de Monitoramento Ambiental – Parâmetros Mínimos 1
- ESTAÇÕES DE COLETA 1.1
Implantar no mínimo o seguinte plano de instalação de estações de
coleta de água, as quais deverão ser apresentadas em planta, com
coordenadas geográficas, em escala compatível com o projeto,
estabelecendo a periodicidade para coleta das amostras nas áreas de
influência direta e indireta do empreendimento. -
Nos viveiros em produção, sendo no mínimo 01(uma) estação para o
pequeno produtor; 02 (duas) para o médio produtor; e 03 (três) para
o grande produtor; -
No local do bombeamento (ponto de captação); -
No canal de drenagem; -
A 100m à jusante do ponto de lançamento dos efluentes da drenagem
dos viveiros; -
A 100m à montante do ponto de lançamento dos efluentes da drenagem
dos viveiros.
Determinar
a variação dos parâmetros físico-químicos e biológicos, que
deverão ser coletados na baixa-mar e preamar:
Material
em suspensão (mg/l); Transparência (Disco de Secchi - m);
Temperatura (°C); Salinidade (ppt); OD (mg/l); DBO, pH; Amônia-N;
Nitrito-N; Nitrato-N (mg/l); Fosfato-P (mg/l) e Silicato-Si, Clorofila
"a" e coliformes totais. 2.2
- Parâmetros biológicos, a uma freqüência mínima trimestral,
considerando as estações seca e chuvosa. Identificar
a estrutura quali-quantitativa da comunidade planctônica, descrevendo
a metodologia a ser aplicada. Apresentar dados de monitoramento
interno dos viveiros na véspera da despesca, concomitantemente à
apresentação dos relatórios semestrais;
Nota
2: Dependendo da análise dos dados apresentados, os parâmetros biológicos
podem ser objeto de especificações apropriadas para cada caso. 3
– CRONOGRAMA Apresentar
cronograma de execução do Plano de Monitoramento durante o período
de validade da Licença de Operação. 4
- RELATÓRIO TÉCNICO Apresentar
os relatórios técnicos dos parâmetros hidrobiológicos e dos parâmetros
biológicos no prazo de trinta dias após cada coleta, e relatório
anual com todos os dados analisados e interpretados, no qual deverão
constar as principais alterações ambientais, decorrentes do
empreendimento, bem como fazer comparações com as análises
anteriores. Fonte:
Resolução 312/2002, CONAMA.
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