INTERNET (Tudo...)
* INTRODUÇÃO:
1. O QUE É A INTERNET?
A Internet é um conjunto de redes de computadores interligados pelo mundo inteiro, que
têm em comum um conjunto de protocolos e serviços, de forma que os usuários a ela
conectados podem usufruir de serviços de informação e comunicação de alcance mundial.
1.2. Histórico da Internet
A Internet surgiu a partir de um projeto da agência norte-americana ARPA (Advanced
Research and Projects Agency) com o objetivo de conectar os computadores dos seus
departamentos de pesquisa. Essa conexão iniciou-se em 1969, entre 4 localidades
(Universidades da Califórnia, de Los Angeles e Santa Barbara, Universidade de Utah e
Instituto de Pesquisa de Stanford), e passou a ser conhecida como a ARPANET.
Esse projeto inicial foi colocado a disposição de pesquisadores, o que resultou em uma
intensa atividade de pesquisa durante a década de 70, cujo principal resultado foi a
concepção do conjunto de protocolos que até hoje é a base da Internet, conhecido como
TCP/IP.
No início da década de 80 a ARPA iniciou a integração das redes de computadores dos
outros centros de pesquisa à ARPANET; nessa mesma época foi feita na Universidade da
Califórnia de Berkeley, a implantação dos protocolos TCP/IP no Sist. Operacional UNIX,
o que possibilitou a integração de várias universidades à ARPANET.
Em 1985, a entidade americana NSF (National Science Foundation) interligou os
supercomputadores de seus centros de pesquisa, o que resultou na rede conhecida como
NSFNET, que em 1986 foi conectada à ARPANET.
O conjunto de todos os computadores e redes ligados a esses dois banckbones (espinhas
dorsais de uma rede) passou a ser conhecido oficialmente como Internet.
Em 1988 a NSFNET passou a ser mantida com o apoio das organizações IBM, MCI(empresa de
telecomunicações) e MERIT (instituição responsável por uma rede de computadores de
instituições educacionais de Michigan), que formaram uma associação conhecida como
ANS(Advanced Network and Services).
Em 1990 o backbone ARPANET foi desativado, criando-se em seu lugar o backbone DRI(Defense
Research Internet).
Em 1991/1992 a ANS desenvolveu um novo backbone, conhecido como ANSNET, que passou a ser o
backbone principal da Internet; nessa mesma época iniciou-se o desenvolvimento de um
backbone europeu (Ebone), interligando alguns países da Europa à Internet.
A partir de 1993 a Internet deixou de ser uma instituição de natureza apenas acadêmica
e passou a ser explorada comercialmente, tanto para a construção de novos backbones por
empresas privadas (PSI, Uunet, Sprint,...) como para fornecimento de serviços diversos,
abertura essa a nível mundial.
1.3. A Internet no Brasil
A Internet chegou ao Brasil em 1988 por iniciativa da comunidade acadêmica de São Paulo
(FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Rio de Janeiro (UFRJ-
Universidade Federal do Rio de Janeiro) e LNCC (Laboratório Nacional de Computação
Científica).
Em 1989 foi criada, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a Rede Nacional de
Pesquisas (RNP), uma instituição com os objetivos de iniciar e coordenar a
disponibilização de serviços de acesso à Internet no Brasil; como ponto de partida foi
criado um backbone conhecido como o backbone RNP, interligando instituições educacionais
à Internet.
Esse backbone inicialmente interligava 11 estados a partir de Pontos de Presença (POP -
Point of Presence) em suas capitais.
Ligados a esses pontos foram criados alguns backbones regionais, a fim de integrar
instituições de outras cidades à Internet; como exemplos desses backbones temos em São
Paulo a ANSP (Academic Network at São Paulo) e no Rio de Janeiro a Rede Rio.
A exploração comercial da Internet foi iniciada em dezembro de 1994 a partir de um
projeto-piloto da Embratel, onde foram permitidos acessos à Internet inicialmente
através de linhas discadas, e posteriormente (Abril/1995) através de acessos dedicados
via Renpac ou linhas E1.
Em paralelo a isso, a partir de abril/1995 foi iniciado pela RNP um processo para a
implantação comercial da Internet no Brasil, com uma série de etapas, entre as quais a
ampliação do backbone RNP no que se refere a velocidade e número de POPs; esse
backbone a partir de então passou a se chamar Internet/BR.
Uma primeira etapa de expansão desse backbone foi concluída em dezembro/1995, restando
ainda a criação de POPs em mais estados; além disso, algumas empresas (IBM,
UNISYS, Banco Rural) anunciaram ainda para este ano (1996) a inauguração de backbones
próprios.
2. ADMINISTRAÇÃO DA INTERNET
2.1. No mundo
Tanto a administração quanto a operação da Internet são descentralizadas, sendo que
apenas algumas tarefas não o são, tais como a coordenação das pesquisas e padrões
para funcionamento da rede, e distribuição de endereços e registros de domínios para
interligação à essa rede.
As principais instituições responsáveis por essas tarefas são:
» The Internet Society ( ISOC ): através de fórums, debates e publicações, procura
orientar a pesquisa e utilização da Internet.
» The Internet Architecture Board ( IAB ): fundado em 1983 como Internet Activities
Board, e integrado à Internet Society em 1992, coordena toda a pesquisa e desenvolvimento
envolvidos no funcionamento da Internet, coordenando duas frentes de trabalho, que são os
grupos de pesquisadores voluntários IETF e IRTF.
» The Internet Research Task Force ( IRTF ): grupo formado com o objetivo de desenvolver
pesquisas a longo prazo referentes ao funcionamento da Internet.
» The Internet Engineering Task Force ( IETF ): grupos de pesquisadores e técnicos
responsáveis pelo desenvolvimento de padrões para funcionamento da Internet; desses
grupos surgem os documentos conhecidos como RFCs (Request For Comments), que, embora
tenham sido criados apenas como propostas para padronização, na prática tornaram-se os
padrões oficiais da Internet.
» The Internet Network Information Center ( InterNIC ): composto por 3 instituições
(AT&T, PSI e General Atomics) centraliza a distribuição de informações da Internet
Society (RFCs,...), além de coordenar a distribuição de endereços e registros de
domínio para provedores a nível mundial.
» The Internet Assigned Numbers Authority ( IANA ): mantido pelo Instituto de Ciência e
Informação da Universidade do Sul da Califórnia, controla a distribuição de
identificadores para serviços a serem fornecidos via Internet.
2.2. No Brasil
No Brasil,a instância máxima consultiva é o Comitê Gestor Internet; criado em
junho/1995 por iniciativa dos Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia,
é composto por membros desses ministérios e representantes de instituições comerciais
e acadêmicas, e tem como objetivo a coordenação da implantação de acesso à Internet
no Brasil.
A nível de redes, a RNP administra o backbone Internet/BR, através do Centro de
Operações da Internet/BR; as redes ligadas a esse backbone são administradas por
instituições locais, por exemplo a FAPESP, em São Paulo.
Ligado à RNP existe ainda o Centro de Informações da Internet/BR, cujo objetivo
principal é o de coletar e disponibilizar informações e produtos de domínio público,
a fim de auxiliar a implantação e conexão à Internet de redes locais.
3. CONECTIBILIDADE À INTERNET
3.1. Formas de acesso à Internet
O acesso de um computador à Internet no que se refere à execução de aplicações
relacionadas a essa rede pode ser classificado em:
· Acesso Completo
O computador possui software TCP/IP, é endereçável na Internet e portanto pode executar
aplicações que podem interagir diretamente com outras aplicações em computadores da
Internet; o computador é portanto um "host" da Internet.
· Acesso Limitado
O computador não possui software TCP/IP, apenas acesso a um computador que possui acesso
completo à Internet (por exemplo, conecta-se a esse computador via um Emulador de
Terminal), ou seja, seu acesso a Internet é direto, através de progamas residentes nesse
computador; neste caso o computador não é um "host" da Internet.
Existe também uma outra classificação quanto a forma de que se dá a conexão entre um
computador (ou uma rede de computadores) e o seu ponto de acesso à Internet, que pode ser
de via:
· Conexão Permanente
A ligação entre os computadores e a Internet é feita através de circuitos dedicados de
comunicação; é usado apenas por computadores que possui um acesso completo à Internet,
endereço e nome de domínio fixos, e portanto localizáveis por qualquer outro computador
dessa rede.
· Conexão Temporária
Esse tipo de ligação é usado tanto por computadores com acesso completo quanto limitado
à Internet, normalmente através de linhas telefônicas discadas (o acesso à Internet
só existe enquanto a ligação telefônica está estabelecida); os computadores com
acesso completo à Internet continuam tendo acesso direto aos demais computadores dessa
rede, porém não são mais localizáveis de forma unívoca, pois normalmente não possuem
um endereço fixo nem nome de domínio próprio.
Em resumo, a integração entre essas classificações acima resulta nas seguintes formas
de acesso à Internet:
· Acesso dedicado
Via conexão permanente, com acesso completo à Internet, execução de aplicações
clientes e servidoras.
· Acesso discado de Protocolo
Via conexão temporária, com acesso completo à Internet, via emulação apenas de
aplicações clientes.
· Acesso discado de terminal
Via conexão temporária, com acesso limitado à Internet, via emulação de terminal e/ou
transferência de informações via protocolos não TCP/IP.
· Acesso discado UUCP
Via conexão temporária, com acesso limitado à Internet, via protocolos do pacote UUCP
do Unix ( Unix-to -Unix Copy ), com acesso apenas aos serviços-padrão da rede USENET (
E-mail e Network News ).
3.2. Utilização da Internet
A função do objetivo da conexão à Internet, os usuários e instituições a ela
conectados podem ser classificados em:
* Provedores de Serviço Internet
* Usuários Individuais
* Usuários Institucionais
3.2.1. Provedores de Serviços Internet
São instituições que se conectam à Internet com o objetivo de fornecer serviços a ela
relacionados, que em função do serviço fornecido podem ser classificados como:
Provedores de Backbone Internet
São instituições que constroem e administram backbones de longo alcance, com o objetivo
de fornecer acesso à Internet para redes locais, através de Pontos de Presença; a RNP
é um exemplo desse tipo de provedor, com seu backbone Internet/BR.
Provedores de Acesso Internet
São instituições que se conectam à Internet via um ou mais acessos dedicados e
disponibilizam acesso a terceiros a partir de suas instalações; esses acessos dedicados
normalmente são a um Provedor de Backbone, ou mesmo a outro Provedor de Acesso de maior
porte, e a disponibilização a terceiros pode ser feita através de uma ou mais das
formas de acesso especificadas anteriormente.
Provedores de Informação Internet
São instituições que disponibilizam informações através da Internet. O seu acesso à
Internet é também do tipo dedicado em geral a um Provedor de Acesso, e as informações
são disponibilizadas através de servidores tais como FTP, Gopher e WWW, podendo estar
organizadas em bases de dados locais ou distribuídas pela Internet.
Não há consenso a respeito dessa classificação acima, pois em muitos casos é difícil
se enquadrar uma instituição em uma delas apenas, poe exemplo quando um Provedor de
Informação disponibiliza acesso via linha discada aos seus clientes, caracterizando-se
também como Provedor de Acesso.
i) Usuários Individuais
São em geral pessoas físicas que se conectam à Internet com objetivos vários, desde o
de utilizar recursos de correio eletrônico até o de divulgação de serviços pessoais;
normalmente seu acesso é do tipo discado, entre seu computador pessoal e as instalações
de um Provedor de Acesso.
ii) Usuários Institucionais
São empresas que se conectam parte ou toda a sua rede corporativa à Internet, com os
objetivos de fornecer acesso à Internet para seus funcionários, utilizar a Internet como
"meio de comunicação" entre filiais e clientes, ou mesmo praticar comércio
através da Internet. O seu acesso à Internet pode ser desde um do tipo discado de
protocolo envolvendo apenas um único equipamento da empresa, até um do tipo dedicado
conestando toda a sua rede corporativa à Internet, normalmente obtidos via um Provedor de
Acesso.
Nesse último caso é necessária a adoção de uma política de segurança pela empresa
voltada ao controle de acesso à sua rede corporativa, que pode ser "invadida"
por qualquer usuário da Internet.
Essa política de segurança é acompanhada do uso de equipamentos e softwares orientados
a controle do tráfego entre a rede corporativa e a Internet, conjunto esse conhecido como
"Firewall".
4. FUNCIONAMENTO DA INTERNET
4.1. Internetworking e TCP/IP
A Internet é a mais bem sucedida aplicação prática do conceito de Internetworking, que
consiste em conectividade de redes de tecnologias distintas; essa conectividade foi
conseguida pelo uso do conjunto de protocolos conhecido como TCP/IP.
O TCP/IP (nome derivado de seus protocolos principais, Transmission Control Protocol /
Internet Protocol) executa essa conectividade a nível de rede, o que permite a
comunicação entre aplicações em computadores de redes distintas sem a necessidade de
conhecimento da topologia envolvida nesse processo.
Uma outra característica importante do TCP/IP é a flexibilidade de adaptação às
tecnologias de redes existentes e futuras, possível porque o TCP/IP foi concebido de
forma independente das tecnologias de redes.
A conexão entre redes na Internet pode ser feita de forma transparente aos protocolos do
TCP/IP, via repeaters, hubs, bridges e switches, ou com a intervenção do protocolo IP;
neste caso os equipamentos que executam a conexão baseiam-se nesse protocolo para o
encaminhamento de informações através das redes envolvidas, e por isso são denominados
como Roteadores IP.
4.2. Endereçamento na Internet
O endereçamento de equipamentos na Internet é baseado em um identificador que independe
da tecnologia de rede envolvida, conhecido como endereço IP, cujo formato é o do exemplo
a seguir:
128.32.96.4
Esse formato representa um número de 32 bits, que no modo normal de endereçamento da
Internet está associado a um único equipamento, identificando a rede e o equipamento
nessa rede; existe um outro modo de endereçamento conhecido como endereçamento em
multicasting, onde um endereço IP está associado a um grupo de computadores.
O endereço IP permite apenas a localização de um dado equipamento na Internet; para a
localização de uma aplicação em execução nesse equipamento existe um outro
identificador conhecido como port, usado em conjunto com a seleção de um dos
protocolos de transporte (TCP ou UDP) para tal localização; essa tríade composta por
endereço IP, número de port e protocolo de transporte é conhecida pelos programadores
como sceket.
Para as aplicações-padrão existentes na Internet são reservados alguns valores de
port combinados a um dos protocolos de transporte; assim para a localização
de um servidor de uma dada aplicação na Internet normalmente só é necessário saber-se
o nome do equipamento onde ele está ativo (que se relaciona diretamente com o endereço
IP), pois o número do port do servidor e o protocolo de transporte estão
implícitos na especificação do serviço.
4.3. Roteamento na Internet
O roteamento IP é a tarefa executada pelo protocolo IP responsável pela entrega das
informações geradas pelas aplicações aos seus destinos de forma correta e eficiente.
A execução dessa tarefa é baseada em tabelas de roteamento existentes em todos os
equipamentos conectados à Internet, onde constam as rotas a serem seguidas pelas
informações em função do seu destino; a manutenção dessas tabelas é descentralizada
na Inter
net, via combinação das seguintes formas:
i) Forma estática
O administrador de uma dada rede pode configurar manualmente rotas para todas as redes a
ela ligadas, e uma rota default (default gateway) apontando para o
próximo roteador em direção ao núcleo da Internet.
ii) Forma dinâmica
Esse administrador pode fazer uso de algumas aplicações que implementem Protocolos de
Roteamento, que automaticamente determinam e divulgam essas rotas; a grande vantagem do
uso de protocolos de roteamento sobre a forma anterior é a possibilidade de adaptação
dinâmica das rotas a situações de falhas ou congestionamentos detectados.
Na prática, a Internet é dividida em unidades conhecidas como Sistemas Autônomos (que
podem ter a abrangência de um ponto de presença de um backbone, por exemplo), sendo que
dentro desses sistemas as rotas são definidas de forma estática ou através de
protocolos interiores de roteamento, e um de seus equipamentos é eleito para divulgar
essas rotas para outros sistemas autônomos via protocolos exteriores de roteamento.
Os protocolos de roteamento mais usados são os seguintes:
Interiores: RIP - Routing Information Protocol
OSPF - Open Shortest Path First
Exteriores: EGP - Exterior Gateway Protocol
BGP-4 Border Gateway Protocol version 4
4.4. Organização da Internet - DNS (Domain Name System)
Os equipamentos na Internet normalmente são referenciados através de um nome simbólico,
que está associado ao seu endereço IP; essa associação é feita por um conjunto de
servidores, de forma que o conjunto formado por esses servidores e sua interface com as
aplicações da Internet é conhecido como DNS.
O Domain Name System está estruturado em dois pontos básicos, a organização da
Internet em domínios e a distribuição dos servidores DNS na Internet.
4.4.1 Organização da Internet em Domínios
A atribuição de domínios na Internet teve como objetivos evitar a utilização de um
mesmo nome por mais de um equipamento e descentralizar o cadastramento de redes e
equipamentos; dividindo-se a Internet em domínios administrativos distintos, e impondo-se
à cada domínio que não cadastre equipamentos ou subdomínios com um mesmo nome,
recursivamente garante-se um nome único para cada equipamento da Internet.
Assim o nome simbólico de um equipamento é composto por um nome local adicionado à
hierarquia de domínios, conhecido como Nome de Domínio Completo ou FQDN (Fully Qualified
Domain Name). Os domínios na Internet podem ser dos tipos institucional ou geográfico, e
não há necessidade de um equipamento ou instituição pertencer apenas a um mesmo tipo
de domínio, isto é, pode estar cadastrado tanto por instituição como por
localização.
Nos Estados Unidos os domínios institucionais são os mais comuns, onde é adotada a
seguinte subdivisão:
Domínio ..............Tipo de instituição
mil........................Instituições com fins militares
edu.......................Instituições educacionais
com.......................Instituições com fins comerciais
gov........................Instituições governamentais
org........................Instituições não-governamentais
net........................Instituições provedoras de backbones
Por exemplo, um equipamento cpu1 localizado no departamento de pesquisa (research) da
Universidade de Berkeley poderia ser referenciado como:
cpu1.research.berkeley. edu
Na prática, adotou-se a fora dos Estados Unidos a associação de um domínio
geográfico a cada país, ficando às instituições administrativas de cada país a
criação de seus domínios; no Brasil (domínio geográfico br) adotou-se uma
organização semelhante à americana, sendo que o sufixo do domínio edu foi omitido nas
institui
ções educacionais.
Por exemplo, o nome de domínio em equipamento de nome www, em função da instituição
onde reside, pode ser:
Na Embratel: www.embratel.net.br
Em uma empresa xyz www.xyz.com. br
Na Universidade de São Paulo www.usp.br
4.4.2 Distribuição dos Servidores DNS na Internet
A tarefa de conversão de nomes para endereços IP é distribuídas entre vários
servidores pois não é possível a sua centralização em uma única base de dados; assim
cada servidor (na verdade um servidor primário e um ou mais servidores secundários ou de
backup) se encarrega de manter a base de dados de um dado espaço dentro da hierarquia de
domínios da Internet, espaço conhecido como Zona de Autoridade desse servidor.
A colaboração entre os servidores ocorre quando um servidor necessita executar uma
conversão referente a um equipamento que não pertence à sua zona; neste caso ele
torna-se cliente de um outro servidor, contando que esse servidor possa
resolver a conversão desejada, para então fornecer o resultado ao cliente que a
solicitou; todos os programas da Internet que necessitam resolver um nome simbólico para
em endereço IP tornam-se clientes do DNS.
5. SERVIÇOS DISPONÍVEIS NA INTERNET
O número de serviços que podem ser disponibilizados na Internet é ilimitado, dada a
transparência que o protocolo TCP/IP dá a essa rede, facilitando assim o desenvolvimento
contínuo de novas aplicações e serviços.
O ponto comum entre esses serviços é o seu modelo de implementação, o modelo
cliente-servidor de aplicações; nele a execução do serviço é concentrada em
programas servidores, e o usuário do serviço acessa a esses programas servidores via
programas clientes.
A interface com o usuário do lado cliente desse modelo pode ser desde uma interface
gráfica com operação via mouse (quando o equipamento onde reside o programa cliente tem
esses recursos e acesso completo à Internet), até uma interface de texto que permita
interação apenas via teclado (por exemplo quando o programa cliente é acessado através
de uma interface de terminal).
O lado servidor desse modelo pode ser implementado desde por um único programa até por
um conjunto de programas trabalhando em cooperação, envolvendo inclusive sistemas de
banco de dados.
Nos tópicos a seguir são descritos os principais serviços disponíveis atualmente na
Internet, todos baseados nesse modelo de implementação.
5.1. E-mail - Serviços de Correio Eletrônico
São serviços que permitem a troca de mensagens entre usuários através da Internet.
São os serviços de maior alcance da Internet. pois permitem a troca de mensagens tanto
com usuários de outras redes de serviços como com usuários de redes corporativas não
totalmente interligadas à Internet.
O funcionamento desses serviços tem como base um endereço conhecido como e-mail
address ou endereço de correio eletrônico, cujo formato é: user@host
Onde user representa o identificador de uma caixa postal (um espaço em
disco) para recebimento de mensagens, e host representa o nome de domínio do equipamento
que pode localizar essa caixa postal; esse endereço pode estar associado a um usuário, a
um grupo de usuários ou mesmo a um serviço a ser prestado usando o correio eletrônico
como meio de transporte.
O funcionamento do correio eletrônico é baseado no paradigma
store-and-forward, onde os usuários envolvidos na transferência de uma
mensagem não interagem diretamente entre si, e sim com programas servidores encarregados
de executar e gerenciar essa transferência; os componentes principais de um sistema de
correio eletrônico são:
· User Agent (UA)
Programa que interage com o usuário, responsável pela obtenção de mensagens a serem
transmitidas e a retirada de mensagens recebidas.
· Mail Transport Agent (MTA)
Programa responsável pelo transporte de mensagens entre os pontos envolvidos, locais ou
através da Internet.
· Mail Boxes
Caixas postais onde são armazenadas as mensagens recebidas.
· Mail Box Manager
Programa responsável pelo gerenciamento das caixas postais, necessário especialmente
quando os programas UA e MTA não residem no mesmo equipamento.
Como exemplos mais comuns desses módulos temos o programa sendmail do UNIX como
Mail Transfer Agent , um programa P O P Server como Mail Box Manager ,
ambos rondando no equipamento de um provedor de acesso, e o programa PC-EUDORA como
User Agent rodando sob Windows no equipamento do usuário que acessa a Internet via
esse provedor.
Além da simples troca de correspondência entre dois usuários, existem outros serviços
na Internet baseados nesse sistema, tais como:
· Listas de Discussão ( Mailing Lists )
Baseados na associação de um endereço de correio eletrônico a várias caixas postais
(ou seja, uma lista de usuários), de forma que uma correspondência enviada a esse
endereço é recebida em todas essas caixas postais; essa lista de discussão pode ser uma
lista simples (sem controle sobre a correspondência e o cadastramento de usuários),
moderada (com controle da correspondência por um usuário moderador), ou fechada (com
controle sobre o cadastramento de usuários).
· Serviços de Informação via Correio Eletrônico
( Mailing Information Services )
Fornecidos por programas que interagem com os usuários através de correspondência
direcionada a um dado endereço de correio eletrônico, correspondência normalmente
constituída por comandos e palavras chaves que orientam tais programas a transferir as
informações solicitadas.
Esses dois serviços normalmente são implementados por programas que trabalham em
colaboração com o MTA do sistema de correio eletrônico, sendo de utilização mais
comuns os programas Majordomo e ListProcessor.
5.2. Network News - Serviço de BBS
O serviço Network News (ou Usenet News, ou News) é composto por informações
agrupadas por categorias e programas responsáveis pelo seu intercâmbio, divulgação e
acesso, semelhante ao que se
domina na prática como BBS - Bulletim Board Services; originado a partir dos usuários da
rede Usenet (uma rede acadêmica de equipamentos com Sistema Operacional UNIX, conectados
através de linhas discadas via UUCP), atualmente está amplamente difundido pela
Internet.
As categorias em que as informações (ou assuntos) são agrupadas são denominadas como
newsgroups, organizados de forma hierárquica, partindo de um tipo de atividade até o
assunto propriamente dito (por exemplo, rec.music.classic refere-se a música clássica,
da atividade música, que é uma atividade recreativa); esses grupos podem ser livres
(quando não há controle sobre as informações envolvidas), ou moderados (quando não
há uma triagem dessas informações antes de sua publicação).
Não existe um catálogo único de todos os grupos existentes pois existem grupos
relacionados a assuntos de interesse local apenas; a unidade que compõe um newsgroup é
denominada como artigo, cujo formato é bem semelhante ao das mensagens do sistema de
correio eletrônico; assim, o serviço Netnews permite que os usuários, a partir da
seleção de um ou mais grupos de seu interesse, possam participar desses grupos, desde a
simples leitura de arquivos até o envio de artigos próprios ou resposta a outros
artigos.
Os artigos referentes a um dado assunto são enviados a um dado endereço, a partir do
qual são distribuídos para programas servidores espalhados pela Internet (News Servers),
de acesso público ou não, que trabalham em colaboração entre si (newsfeed); os
usuários podem ter acesso a esses artigos acessando a um desses servidores via um
programa cliente( News Reader).
Tanto a subscrição de um usuário a um grupo quanto o controle dos artigos lidos são
feitos pelo programa News Reader, de uma forma que o servidor ao qual o usuário possui
permissão de acesso apenas disponibiliza os artigos pertinentes aos grupos de interesse
de sua comunidade de usuários.
Tal disponibilização é temporária, isto é, os artigos possui uma data de expiração.
O envio de artigos para um dado grupo (news posting) normalmente é feito da mesma forma
que se envia correspondência a uma lista de discussão de correio eletrônico, sendo que
existem programas que executam a transferência de um artigo de uma lista de discussão
para um newsgroup (mail-to-news gateways).
5.3. Telnet - Execução Remota de Aplicações
A execução de programas em outros equipamentos da Internet, interagindo com
esses programas a partir de seu terminal ou estação local. Esses equipamentos remotos
devem ter um sistema operacional multitarefa (UNIX, por exemplo) que possua mecanismo de
autorização de acesso via um sistema de contas (login); daí a classificação do
serviço telnet como um serviço de remote login da Internet.
O usuário interage com o sistema telnet através de um programa cliente telnet,
selecionando o equipamento onde deseja executar uma dada aplicação; nesse equipamento é
acionado um serviço telnet, que envia um prompt para o estabelecimento se sessão,
normalmente solicitando ao usuário um nome de login e uma senha de acesso; uma vez
estabelecida a sessão, o usuário pode executar qualquer aplicação desse equipamento
autorizada para essa sessão.
O serviço telnet tem várias aplicações práticas, por exemplo a de fornecer acesso a
serviços da Internet não disponibilizados localmente, através da execução do lado
cliente desses serviços em outros equipamentos; a aplicação mais prática porém é a
de permitir acesso a qualquer serviço de BBS disponível em equipamentos da Internet,
mesmo que tal serviço não tenha sido concebido para utilização nessa rede.
5.4. FTP - Serviços de Transferência de Arquivos
O serviço FTP (File Tranfer Protocol) é o serviço padrão da Internet para a
transferência de arquivos entre computadores; a partir dele usuários podem obter ou
enviar arquivos de ou para outros computadores da Internet.
O funcionamento do FTP se baseia no estabelecimento de uma sessão limitada entre o
cliente FTP local e servidor FTP do equipamento remoto, sessão essa autenticada de forma
semelhante à do serviço telnet; essa sessão possui apenas comandos referentes a
manipulação de diretórios e arquivos, de forma que o usuário pode pesquisar a
estrutura de arquivos do equipamento remoto antes de executar as transferências de
arquivos propriamente ditas.
A utilização mais comum do serviço FTP na Internet é a de obtenção de programas ou
informações a partir de servidores de domínio público ou comercial, serviço conhecido
como FTP Anônimo (Anonymous FTP); para essa utilização o servidor FPT disponibiliza uma
conta especial (conta anonymous como nome de login) com autenticação flexível
(normalmente a senha é apenas o endereço de correio eletrônico do usuário); a sessão
assim estabelecida possui acesso apenas aos arquivos que podem ser consultados ou
transferidos para o computador do usuário.
O conjunto de arquivos referentes a um programa ou assunto disponibilizados por um
servidor FTP Anônimo é o que se chama de repositório, sendo que, por medidas de
segurança e disponibilidade, existe um processo conhecido como FTP mirroring que
disponibiliza cópias de um dado repositório em mais de um equipamento da Internet.
Alguns servidores da Internet periodicamente varrem os servidores FTP
Anônimos de um cadastro e criam bases de dados a partir do conteúdo desses servidores;
esse serviço é conhecido como archie, e permitem que um usuário que deseja obter um
dado arquivo de domínio público obtenha de um desses servidores archie a sua
localização, fornecendo para ele o nome desse arquivo (ou parte dele).
Os servidores archie podem ser acessados de várias formas: via um programa cliente
archie, residente no equipamento do usuário ou em outro por ele acessível, de forma
direta, através do acesso via telnet e uma conta especial no equipamento onde reside o
servidor archie, ou por solicitação via correio eletrônico a um determinado endereço
associado a um programa que interage com servidor archie.
5.5. Gopher - Serviço de Procura de Informações por Menus
O serviço gopher, desenvolvido em 1991 na Universidade de Minessota (USA),
consiste em um sistema de procura e transferência de informações orientado a títulos
de documentos, que permite a um usuário localizar uma dada informação (texto, imagem,
multimídia, etc.) na Internet de forma transparente, isto é, sem a necessidade de
conhecer a exata localização da mesma.
As informações são disponibilizadas aos usuários por programas servidores através de
menus, cujos itens podem estar associados a arquivos de informações, outros itens de
menu, ou mesmos programas a serem executados; essa estrutura resulta em uma árvore de
menus, onde cada item de um menu possui um descritor que indica o tipo e o equipamento da
Internet onde reside.
O usuário navega através dessa árvore através de um cliente gopher,
programa do tipo information browser; esse programa interage inicialmente com um servidor
gopher escolhido pelo usuário, que fornece um menu raiz (root menu), a partir do qual o
usuário inicia a navegação; a cada novo item selecionado corresponde a uma interação
com servidor gopher do equipamento onde reside, até a localização da informação
desejada, podendo o usuário então visualizar ou transferir o arquivo associado.
Além desse processo de navegação simples para obtenção de informações, o sistema
gopher fornece ao usuário alguns mecanismos que permitem a localização rápida de
informações; esses mecanismos são os seguintes:
· Assinalação de " bookmarks "
Consiste na criação de uma lista no cliente gopher contendo os itens de menu mais
frequentemente acessados, de forma que o usuário pode selecionar diretamente um item
dessa lista sem a necessidade de percorrer a árvore de menus para atingí-lo.
· Procura automática de títulos
Alguns servidores na Internet coletam e disponibizam todos os menus disponíveis pelos
servidores gopher existentes (ou pelo menos por parte deles); assim o usuário pode
acessar a um desses servidores fornecendo palavras-chave do título da informação
desejada, recebendo como resposta um menu com todos os itens que possuam essas
palavras-chave; os programas mais comuns que executam esse serviço são os servidores
veronica e jughead.
· Procura automática por índices
Os servidores gopher são também capazes de comandar buscas de informações por índice,
interagindo com alguns servidores de base de dados; o resultado dessa busca também se
apresenta ao cliente gopher como um menu de itens; os serviços gopher e WAIS possui uma
interface bem definida entre si, podendo operar em conjunto para esse propósito.
5.6. World Wide Web - Seviço de Procura de Informações por Hipermídia
A World Wide Web (WWW, W3 ou Web) foi desenvolvida a partir de 1989 no
Laboratório de Pesquisas Nucleares - CERN, em Genebra - Suíça, com o objetivo de
interligar os pesquisadores de vários institutos através da Internet; é sem dúvida o
sistema cuja utilização mais cresce atualmente na Internet, sendo maior responsável
pelo crescimento dessa rede nos últimos anos.
A WWW é um sistema de busca e obtenção de informações onde os caminhos de navegação
não são baseados nos títulos dos documentos (como no gopher) e assim embutidos nesses
documentos, mecanismo conhecido como navegação de hipertexto, lembrando que o gopher
cria a imagem de uma árvore para a navegação, a WWW cria a imagem de uma teia que
interliga documentos através da Internet, daí o seu nome (World Wide Web, se traduzido,
seria Teia de Alcance Mundial).
Os documentos componentes da Web podem conter também imagens ou mesmo recursos de
multimídia, sendo também denominados como documentos hipermídia; a composição desses
documentos é estruturada na linguagem HTML (HiperText Markup Language), baseada em
diretivas em formato ASCII, que permite, por exemplo, definir o formato do documento e as
ligações com outros documentos (hiperlinks).
Um documento HTML ou uma outra informação é localizável na WWW através de um
identificador conhecido comoURL (Universal Resource Location), que identifica o tipo de
servidor a ser acessado, o equipamento onde a informação reside, e a sua localização
nesse equipamento; como alguns exemplos desse identificador temos:
http://siva.cshl.org/wusage.html
ftp://sunsite.unc.edu/pob/packages
A WWW é mais flexível do que o gopher no que se refere à criação de estruturas de
procura ,de forma que pode ser especificado um documento inicial para uma navegação;
assim, existem documentos-base conhecidos como home-pages WWW, que podem ser encarados
como um "cartão de visitas" ou a "porta de entrada" para uma dada
instituição ou assunto.
O lado cliente do serviço WWW é um programa denominado como browser WWW, e o lado
servidor é composto por programas servidores WWW ativos em vários equipamentos da
Internet; para obtenção de um documento HTML ou outro tipo de informação o cliente WWW
interage com o servidor WWW do equipamento onde reside a informação via o protocolo HTTP
(HiperText Transfer Protocol), e, uma vez obtido o documento, é o responsável pela sua
interpretação e visualização.
Os browsers WWW normalmente interagem também com outros servidores de informações
(gopher, ftp, wais), obtendo deles informações e as apresentando como se fossem
documentos hipertexto; como exemplo de browsers WWW comumente usados temos os programas
Mosaic e Netscape Navigator; os servidores WWW mais comuns são os programas NCSA HTTPD,
CERN HTTPD e Netscape Server.
Além dos servidores de navegação, os servidores WWW podem implementar interfaces com
quaisquer outros serviços disponíveis em equipamentos da Internet; através de uma
interface conhecida como CGI (Common Gateway Interface) os servidores WWW podem interagir
com qualquer programa ou serviço disponível através de programas ou sistemas conhecidos
como gateways para WWW.
Os gateways mais comumente usados são aqueles que permitem a interação dos usuários
com programas que permitem o preenchimento de formulários, o que possibilita um número
amplo de serviços, desde transações comerciais até pesquisas em bases de dados.
No que se refere a pesquisas de informação, existe um gateway que permite a pesquisa em
bases de dados WAIS locais, conhecido como wwwwais; além disso, existem outros mecanismos
de busca automática de informações fornecidos por alguns servidores WWW, e também
servidores WWW que fornecem guias de servidores e informações WWW agrupados por assunto.
Em resumo, a integração da facilidade de navegação da WWW a esse mecanismo de
interface faz da WWW não apenas um sistema de navegação e busca de informações, mas
sim uma poderosa ferramenta de integração de sistemas, de utilização praticamente
ilimitada através da Internet.
5.7. WAIS - Serviço de Procura Automática de Informações
O serviço WAIS (Wide Area Information services), desenvolvido em conjunto pelas empresas
Down Jones & Co., Thinking Machines Corp, Apple Computer e KPMG Peat Marwich, é um
sistema que possibilita a procura automática de informações contidas em dases de dados
distribuídas pela Internet, informações estas que podem ser textos (o mais comum),
imagens ou arquivos multimídia.
Embora a procura de informações no sistema WAIS seja feita a partir do conteúdo dos
documentos e não por seus títulos (como fazem os servidores archie e veronica), ela não
é feita diretamente nos documentos da base de dados e sim em índices associados aos
mesmos; essas índices de base de dados são denominados sources WAIS, e são
identificadas pelo seu nome e o nome de domínio do equipamento onde residem.
Assim, como componentes básicos do WAIS temos os programas indexadores, responsáveis
pela criação dos índices da base de dados, os programas servidores que executam a
procura de informação nesses índices, e os programas clientes, que formulam os pedidos
para essa procura , baseados em palavras-chave fornecidas pelos seus usuários; os
srevidores e os indexadoras residem nos equipamentos onde existem dases de dados WAIS, e
os clientes em qualquer equipamento da Internet.
A forma com que é feita uma busca de informações pelo WAIS pode ser dividida em três
etapas:
i) Seleção de bases de dados
O cliente WAIS permite que o usuário selecione a base de dados onde deseja efetuar a
busca, ou mesmo execute uma busca em uma base de dados especial (directory-of-servers), a
fim de localizar aquela base de dados.
ii) Procura de informações
O usuário fornece ao cliente WAIS as palavras-chave para procura, o que resulta em um
pedido direcionado ao servidor WAIS do equipamento onde reside a base de dados; o servidor
executa a procura e retorna ao cliente uma lista com os cabeçalhos dos documentos
selecionados, normalmente classificada em função do número de ocorrências obtidos, ou
então executar o passo a seguir.
iii) Procura de documentos similares
O usuário pode ainda selecionar um dos documentos acima e orientar o servidor WAIS a
executar uma nova procura, agora por documentos similares ao selecionado (relevance
feedback).
O Sistema WAIS é disponibilizado em uma versão comercial fornecida pela empresa WAIS
Inc., e uma de domínio público conheci
da como FreeWAIS; na prática os usuários interagem com o serviço WAIS através dos
browsers fornecidos pelos serviços gopher e WWW, serviços que interagem com os serviços
WAIS ou mesmo diretamente com as bases de dados.
6. CONSIDERAÇÕES SOBRE PROVEDORES DE ACESSO À INTERNET
As informações a seguir foram compiladas a partir de documentos disponibilizados na
Internet por empresas fornecedoras de produtos e serviços, apenas a título de orientar
os interessados em conhecer ou iniciar a atividade de Provedor de Acesso à Internet, não
devendo serem adotadas como normas ou padrões rígidos.
6.1. Modelo Funcional de um Provedor de Acesso à Internet
Os requisitos necessários para a montagem de um provedor de acesso podem ser
representados simbolicamente conforme a figura a seguir, onde cada módulo corresponde a
uma função a ser desempenhada pela instalação.
6.1.1 Acesso Dedicado à Internet
Constitui as ligações física e lógica entre o provedor e a Internet; inclui:
Uma ou mais linhas de comunicação de dados interligando o provedor e a instituição que
fornece acesso à Internet; essas linhas podem ser privadas, de acesso a redes de
comunicação de dados, ou mesmo canais de rádio.
Equipamentos necessários para a conversão de sinais entre essas linha e o roteador, por
exemplo modems ( para linhas analógicas) ou CSU / DSUs (para linhas digitais).
Conectividade IP, que consiste em um contrato com a instituição que fornesse acesso à
Internet para o tráfego de pacotes IP através dessas linhas de comunicação.
Esse acesso pode ser obtido de um Provedor de Acesso de maior porte ou de um Provedor de
Backbone; no Brasil atualmente temos como Provedores de Backbones a Embratel e a RNP, e
esse acesso é obtido via:
· RNP
Via Conexão IP Dedicada através de linhas privadas síncronas entre o provedor e o POP
de no mínimo 64 Kbps, com PPP ou HDLC como protocolo de enlace.
· Embratel
Via Serviço IP Direto, via RENPAC ( X.25 até 64 Kbps, Frame Relay até 512 Kbps) ou
circuítos E1 com PPP (2 Mbps).
Pode-se optar por um acesso dedicado de velocidade inferior (19,2 Kbps ou 28,8 Kbps) via
linhas privadas ou mesmo comuns, via um Provedor de Acesso de maior porte.
Nos EUA esse acesso pode ser obtido através de outras tecnologias, tais como linhas
privadas de 56 Kbps, conexões via ISDN, conexões T1 (1.544 Mbps) e FT1 (em frações de
56 Kbps), conexões T3 (45 Mbps), e conexões a Redes ATM.
6.1.2 Roteador
Consiste no módulo responsável pelo controle do tráfego de pacotes entre a rede do
Provedor de Acesso e a Internet; essa função pode ser desempenhada: por um equipamento
dedicado a essa função (um roteador IP), a forma mais comum e eficiente ou por
estações ( PCs ) com software dedicado a essa função, ou pelo próprio Servidor
de Aplicações, através de interfaces de hardware e configuração do software TCP/IP do
mesmo.
O ponto comum a essas opções é a necessidade da implementação dos protocolos
necessários para a conectividade de redes na Internet (protocolos IP e de roteamento),
além de facilidades de administração (por exemplo o protocolo SNMP).
6.1.3 Servidor de Aplicações
É o equipamento (ou equipamentos, conforme o porte) onde residem os programas
responsáveis pelos serviços disponibilizados aos usuários.
Em função do porte do provedor de acesso, podem ser utilizados desde uma única
estação PC486 DX-2/66 ou equivalente até vários equipamentos com os serviços
distribuídos entre eles.
A característica principal desses equipamentos é a de possuirem um Sistema Operacional
Multitarefa, sendo os de filosofia UNIX (BSDI, SunOS, Linux, FreeBSD, SCO Unix, AIX, HPUX
entre outros) e o Windows NT os mais usados.
As soluções mais completas são as baseadas em plataformas Sun e Silicon Graphics,
utilizando estações de alta performance e Sistemas Operacionais de filosofia UNIX;
soluções mais baratas (porém eficientes) são possíveis baseadas em equipamentos do
tipo PC/Intel (486 ou Pentium) com Sistemas Operacionais Linux ou FreeBSD (de domínio
público) ou Windows NT.
6.1.4 Servidores de Comunicação
É o conjunto de interfaces seriais através das quais os usuários se conectam à rede do
Provedor de Acesso; essas conexões podem ser temporárias (discadas) ou permanentes
(dedicadas), podendo sua implementação ser feita:
· Através de Servidores de Acesso Remoto, ou
· Integrada ao roteador, ou
Integrada ao Servidor de Aplicações, através de placas multisseriais assíncronas e/ou
síncronas.
6.1.5 Acessos discados a usuários
É o conjunto formado pelas linhas discadas e os equipamentos necessários para sua
interface com o módulo Servidor de Comunicação, para a conexão dos usuários com
acesso discado ao provedor; as linhas normalmente são fornecidas pelos provedores de
serviços de comunicação, e seu padrão varia conforme a localidade.
Como no Brasil essas linhas são analógicas em sua maioria, os acessos discados
constituem-se de linhas telefônicas e modems, estes com recursos de atendimento
automático de ligações (auto-answer) e negociação de velocidade de transmissão (de
2,4 até 28,8 Kbps), e que podem estar embutidos nos Servidores de Comunicação.
Além desse caso acima, esses acessos podem ser disponibilizados através de uma rede de
comunicação de dados (por exemplo via RENPAC), a fim de fornecer acesso a usuários
distantes do provedor a um custo menor do que através de ligações interurbanas.
6.1.6 Acessos dedicados a usuários
É o conjunto formado pelas linhas dos usuários com acesso dedicado à Internet e os
equipamentos necessários para a interface com o Servidor de Comunicação; pode ser
formado tanto por conexões semelhantes às discadas acima (isto é, linhas analógicas
com modems) ou por conexões com características mais próximas às de uma conexão
dedicada à Internet (linhas digitais com CSU/DSU,s).
6.1.7 Estação Local
É normalmente uma estação (ou mais estações) de menor porte do que o Servidor de
Aplicações, que pode ser usada tanto por usuários locais às instalações do provedor
como para funções de gerenciamento.
» Rede Local
Constitui os equipamentos e cados associados à rede que interliga os equipamentos da
instalação, por exemplo uma rede Ethernet com mídia 10BaseT e um HUB; pode-se
prescindir dessa rede quando as funções do Roteador, Servidor de Aplicações e Servidor
de Comunicação estão agrupadas em um único equipamento (a menor configuração
possível de um Provedor de Acesso à Internet).
6.2. Tipos de acessos Disponibilizados
Um Provedor de acesso à Internet disponibiliza esse acesso a seus usuários de uma ou
mais dessas formas:
· Acesso Dedicado
Normalmente através de linha não especializada (Linha Privada a dois fios) com a
adição de protocolos de enlace (PPP, HDLC, SLIP), ou mesmo através de redes de pacotes
(por exemplo X.25 ou Frame-Relay).
· Acesso Discado de Protocolo
Normalmente através de linha telefônica comum com a adição de protocolos de enlace,
para permitir a execução no equipamento do usuário de aplicações baseadas em TCP/IP;
é do tipo mais comum de acesso fornecido.
· Acesso Discado de Terminal (ou shell account)
Normalmente através de linha telefônica comum, sem o uso de protocolos nessa linha
(normalmente apenas emulação de terminal).
· Acesso Discado UUCP
Semelhante ao anterior, porém com a ativação dos protocolos do pacote UUCP na linha
associada a esse acesso.
6.3.Serviços Disponibilizados por Provedores de Acesso à Internet
Um provedor de acesso deve fornecer aos usuários as ferramentas necessárias para que
esse possa ter acesso à Internet, que variam em função da forma com que se dá o acesso
desses usuários ao provedor :
» Usuários via acesso discado de protocolo
Área em disco para armazenamento de correspondência recebida (isto é, uma caixa postal)
e acesso ao gerenciador dessa correspondência.
Normalmente, pacote de software com os programas principais a serem utilizados no
equipamento do usuário (TCP/IP, Browsers WWW e gopher, FTP, telnet, etc...).
Opcionalmente, acesso ao serviço Netnews (através de servidor próprio ou não).
Opcionalmente, área em disco e ferramentas para a criação de home-pages WWW.
» Usuários via acesso discado de terminal
Para esses usuários o lado cliente dos serviços da Internet deve ser fornecido pelo
provedor, ou seja, aos serviços do item anterior devem ser adicionados:
Os programas clientes FTP, telnet, gopher, WWW, wais, etc..., na versão não-gráfica.
· Espaço em disco para utilização dessas aplicações.
» Usuários via acesso discado UUCP
· Acesso ao serviço NetNews e E-mail via UUCP.
» Usuários via conexão dedicada
Serviços semelhantes aos que o provedor de acesso recebe da instituição através da
qual ele tem acesso à Internet, tais como:
Intermediação de pedidos de endereços IP e registros no DNS.
· Alimentação de News (newsfeed).
· Fornecimento de DNS secundário.
· Opcionalmente, aluguel de DNS primário.
Opcionalmente, venda/aluguel de software e equipamentos.
6.4.Considerações sobre o Dimensionamento de um Provedor de Acesso
Para o dimensionamento das instalações de um Provedor de Acesso não existem normas ou
padrões rígidos, apenas algumas orientações e até mesmo algums parâmetros a serem
observados, estes obtidos não a partir de documentos oficiais e sim da combinação dos
seguintes itens:
Estudos sobre utilização de recursos de rede e processamento em função de tipo de
serviço, acesso e perfil dos usuários, experiências práticas relatadas por outros
provedores de acesso (boas e más, especialmente estas),e
· avaliações dos usuários,
Essas orientações, associadas ao um bom conhecimento dos protocolos, serviços e
equipamentos envolvidos na Internet, são fundamentais para o dimensionamento das
instalações de um Provedor de Acesso à Internet.
Uma outra orientação interessante é a de iniciar a operação com recursos mais
modestos, expandindo as instalações em função da aquisição de usuários, até ser
atingido o objetivo inicial; para isso deve-se tomar cuidado em evitar a perda de
investimento durante a expansão (por exemplo, discos rígidos com interface IDE
dificilmente serão aproveitados no caso de uma expansão de um servidor PC-Intel para um
de outra tecnologia).
A seguir serão apresentados os principais recursos a serem dimensionados, se possível
com alguns parâmentros obtidos na prática.
i) Infra-estrutura de comunicação
Para o dimensionamento desse item deve ser levados em consideração os seguintes fatores:
» Usuários por linha discada
Corresponde à relação entre o número de usuários com acesso discado e o número de
linhas discadas disponíveis; seu cálculo depende do perfil do usuários, sendo nos EUA o
valor 10/1 adotado como referência; no Brasil valores entre 10/1 e 25/1 têm hoje uma boa
aceitação por parte dos usuários.
» Usuários por capacidade de conexão dedicada
É representado normalmente pela relação entre o número de usuários simultâneos e a
capacidade do acesso dedicado entre o provedor e a Internet.
ii) Servidores de Comunicação e Roteadores
Para os servidores de comunicação e roteadores o dimensiomamento é mais simples,
devendo-se verificar se esses equipamentos são capazes de suportar o tráfego nominal das
linhas de comunicação envolvidas, que hoje são o gargalo dos sistemas de
comunicação.
iii) Servidores de Aplicações
Os itens desses equipamentos a serem avaliados são a capacidade de processamento (CPU) e
recursos de memória e disco necessários, além da escolha de fabricante de Hardware e
Sistema Operacional, que normalmente é feita em função de outros critérios além dos
de dimensionamento (familiaridade, disponibilidade de suporte, confiabilidade, etc...).
» Capacidade de Processamento (Porte e Número de CPUs)
Esse dimensionamento depende dos seguintes fatores:
· Número de usuários simultâneos
Embora para usuário de acesso discado de protocolo a utilização de recursos do servidor
de aplicações seja pequena, esse parâmetro deve ser considerado.
· Distribuição das tarefas pelos equipamentos
As funcões de roteador e/ou servidor de comunicação quando embutidas no Sevidor de
Aplicações tendem a consumir deste mais recursos de CPU do que se fossem executadas por
equipamentos dedicados.
· Tipos de acesso disponibilizados
Os acessos de protocolo (discado ou dedicado) utilizam menos recursos do Servidor de
Aplicações do que o acesso discado de terminal pois neste o lado cliente dos serviços
é executado no Servidor de Aplicações.
· Tipos de serviços disponibilizados
A disponibilização de serviços adicionais tendem a consumir recursos adicionais de
processamento, além dos consumidos pelos serviços normais (DNS, E-mail, POP Server).
Normalmente os provedores de pequeno porte (até cerca de 200 usuários com acesso
discado) podem utilizar um único computador (uma estação com processador Pentium a 100
MHZ ou de porte equivalente) para Servidor de Aplicações , com um segundo equipamento
como reserva e de uso geral; para o caso de fornecimento de Netnews
ou de outros serviços mais robustos, pode ser necessário o uso até de
equipamentos dedicados.
» Capacidade de Memória
Os fatores a serem considerados são os mesmos do item anterior; na práticas é adotado
um critério de dimensionamento em função do número de usuários simultâneos (entre
1MB e 2 MB por usuário), adicionando-se os requisitos necessários pelo Sistema
Operacional e por eventuais serviços adicionais a serem fornecidos.
» Capacidade de armazenamento em disco
Influem da mesma forma que nos itens anteriores os tipos de acesso e serviços
disponibilizados, porém o número de usuários a ser considerado aqui é o número total
de usuários cadastrados, e não o de usuários simultâneos; o espaço em disco reservado
a um usuário depende do tipo de acesso associado, podendo ser adotados valores entre 300
KB e 5 MB por usuário, além do espaço reservado para o Sistema Operacional (em torno de
300 MB).
O serviço Netnews consome muito espaço em disco; o fornecimento de acesso a um número
razoável de grupos, com a expiração de artigos após algumas semanas, requer entre 1 e
2 GB de espaço; além disso esse processo de expiração degrada a performance do
Servidor de Aplicações, e deve ser ativado de preferência em horários de pouca
atividade de usuários; no caso extremo deve-se alocar um equipamento apenas para o
fornecimento desse serviço.
Uma recomendação comumente aceita é a do uso de discos SCSI por motivos de performance,
confiabilidade e especialmente facilidade de utilização em equipamentos de fornecedores
distintos.
6.5. Exemplos de configuração de um Provedor de Acesso
A) Objetivo
Fornecer acesso à Internet e serviço de correio eletrônico a 240 usuários via acesso
discado de protocolo.
B) Parâmetros adotados
· 15 usuários por linha discada (16 linhas)
· 16 linhas por link de 64 Kbps (1 link de 64 Kbps)
· 2 MB de memória por usuário simultâneo
· 5 MB de espaço em disco por usuário cadastrado
C) Especificação dos equipamentos
Roteador
· Interface para redes Ethernet 10Base5
· Interface V.35
· Protocolos: TCP/IP, X.25, RIP, PPP, SNMP
Rede Ethernet
· Hub de 4/8 portas
· Cabos Twisted Pair
Servidor de Acesso Remoto (cofiguração A apenas)
· 16 portas seriais assíncronas, velocidades até 56/115 Kbps
· Protocolos: TCP/IP, PPP, SNMP, SLIP e Ethernet
· Adicionais: Protocolo de autenticação de usuário (XTACACS ou equivalente)
Placa Multisserial (configuração B apenas)
· 16 portas seriais, integrada ao servidor de aplicações.
Comunicação
· Link X.25 de 64 Kbps via Embratel
· CSU/DSU para esse link.
· 16 linhas telefônicas comuns para acesso discado dos usuários
· 16 modens V.34 (28.8 Kbps) com v42 e/ou V42bis para essas linhas
Servidor de Aplicações
Hardware
· Processador Pentium 100 Mhz
· Barramento PCI
· Memória com 32 MB
· Discos SCSI em torno de 1.5 GB
· Placa de rede Ethernet 10Base5
· Placa com interface SCSI
· Unidade de fita 8 mm
Software
· Sistema Operacional Linux
· Serviços ativos obrigatórios:
- E-mail (servidores sendmail e POP)
- DNS primário da rede local (servidor named)
- WWW para páginas WWW locais e dos usuá
rios locais e dos usuários (servidor httpd)
- Autenticação dos usuários
- Protocolo PPP nas linhas seriais
· Serviços opcionais
- demais serviços (telnet, ftp, etc...)
- programas para implementação de firewalls.
Pensando em possibilidade de expansão futura das instalações, sugere-se que todos os
equipamentos e recursos envolvidos sejam facilmente escaláveis: como exemplos , o
roteador deve suportar outros protocolos para a conexão dedicada (PPP, Frame-Relay) e
velocidades acima de 64 Kbps (até 512 Kbps por exemplo), as placas multisseriais e os
servidores de comunicação devem suportar velocidades acima de 28.8 Kbps, bem como
expansão para mais portas, etc.
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