O gato velho olhava para o gatinho ainda
filhote, que corria em círculos em volta de si mesmo, o gatinho
corria, e corria muito sempre em círculos, alguns dias depois, o
gato passando pelo mesmo local, olhou e o gatinho estava no mesmo
lugar, e continuava correndo em círculos.
O gato velho então ficou curioso, e tentou parar o gatinho, e não
conseguiu, foi embora, depois de algum tempo, passando por ali de
novo, o gato encontrou o gatinho no mesmo lugar, este correndo como
antes em círculos sem parar, desta vez o gato entrou na frente do
gatinho, que parou e disse saia da frente esta me atrapalhando.
O gato velho respondeu, só saio se me disser por que esta sempre
correndo em círculos, o gatinho, ofegante responde me disseram que
a felicidade esta no meu rabo.
Por isso ando atrás dele sem parar, quando eu conseguir pegar meu
rabo, é porque peguei a felicidade.
Agora saía da frente para que eu possa, pegar meu rabo quer dizer
a felicidade.
O gato então foi embora, e o gatinho continuou correndo em círculos.
Passado um tempo, o gato passeando, encontrou e reconheceu o gatinho,
desta vez andando calmamente, o gato chamou o gatinho, e perguntou,
porque você parou de correr em círculos atrás da felicidade.
O gatinho respondeu, cansei de correr atrás do rabo, agora eu ando
e a felicidade vem atrás de mim.
Este provérbio tem milhares de anos, porque se fosse nos dias de
hoje seria assim:
Provérbio Chinês nos Dias de Hoje
O gato velho olhava para o estranho gatinho, sem rabo que corria
de um lado para outro, e tropeçando varias vezes, o gatinho corria,
brincava, às vezes chorava, subia em muros caia, levantava, e assim
foi passando o tempo, tempos depois o gatinho começou a ir para
a escola, onde tinha vários amiguinhos, que nem ele todos os gatinhos
sem rabo, que viviam, falando, discutindo, rindo brincando, chorando,
e muitas vezes quando chegavam a casa, ainda brigavam e xingavam
seus parentes.
O gatinho vivia indo para festas, ia à escola para aprender, e voltava
mais confuso ainda, o gatinho cresceu se formou, e foi trabalhar,
começou a correria, corriam para festas, para o cinema, encontros
com amigos, e durante este tempo, toda vez que o gato o chamava
para conversar, o gatinho respondia rápido, estou com presa, não
tenho tempo para conversar, e assim foi passando mais tempo, até
que um dia o gato, telefonou para o gatinho, e começaram a conversar,
o gato logo perguntou, porque você não tem rabo, o gatinho respondeu,
rabo não existe!
O gato diz existe sim, o gatinho responde, eu não tenho rabo, na
minha casa, quando chega visita meu pai e minha mãe, põem o rabo,
que é só fantasia, para os outros verem, é um rabo artificial, deve
ser de plástico, eles usam para passear, e conversar com amigos,
depois não sei por que estou te contando estas coisas, vou desligar,
porque estou muito ocupado, e assim se despediram. O gatinho era
muito ocupado, estava sempre cheio de obrigações para fazer, e ainda
tinha muitos muros a subir, onde olhava e comentava a vida dos outros,
para os amiguinhos, que também tinham esta tarefa, entre outras.
Muito tempo depois, o gato passeando, encontrou o estranho gatinho
sem rabo, desta vez todo, destruído, parado, sem pressa, o gato
por sua vez muito humilde, parou para conversar, com o gatinho,
que mal conseguia falar, e perguntou o que aconteceu, o gatinho
fraco, responde, não sei, estou sem forças, para correr, e subir
muros. Sinto-me um traste. Mal consigo respirar, o gato pergunta,
e seus parentes e amigos onde estão que não te ajudam, o gatinho
responde, sei lá sumiu todo mundo, o gato pergunta, o que você quer
agora, posso fazer alguma coisa para te ajudar, o gatinho responde,
quero viver, estou com medo de morrer, mas não tenho forças para
agarrar a VIDA, sinto que estou vazio, parece que estou oco, o gato
exclama, oco! O que esta oca esta podre, o gatinho fala, é assim
que me sinto, depois destes anos de tanta correria, podre, me sinto
podre, sei que vou morrer, e estou com muito medo, e sei também
que você não pode mais me ajudar, é muito tarde, vivi muito tempo
sem acreditar que existe rabo.
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