BN . Maria Augusta Albuquerque Ver�ssimo
Casou-se com o Dr. Catharino Raphael Azambuja, filho do major Raphael Fortunato Xavier de Azambuja e de D. Leoc�dia Villanova de Azambuja.
O Dr. Catharino nasceu em 10 de Janeiro de 1879 em Taquari, e faleceu em 20 de Agosto de 1946, em Cruz Alta, Formou-se em Medicina em 1907 pela UFRS
Nas
palavras de seu sobrinho, �rico Ver�ssimo:
Tia Maria Augusta casara-se com um m�dico natural do Taquari, um certo Dr. Catarino Azambuja. Fraco do peito, como se dizia ent�o, havia-se ele estabelecido em Cruz Alta, lugar famoso pelos seus ares e �guas. Depois que meu av� morreu, tia Maria Augusta ficou sendo a senhora do Sobrado. Era fisicamente muito parecida com meu pai. Tinha como ele uma risada franca e um g�nio af�vel. Ledora voraz de romances, essa tia, a quem sempre votei uma afei��o especial, era uma das poucas mulheres -- talvez a �nica -- que naquela pequena cidade serrana sabia ler e falar franc�s.
Pouco
antes da Primeira Guerra Mundial, os Azambuja passaram uma temporada
em Paris e levaram consigo
tia
Ad�lia, ent�o ainda solteira.
Conta-se que um dia as duas irm�s desciam lado a lado os Champs-Elys�es quando um franc�s se aproximou delas e, o chap�u na m�o, um sorriso malicioso nos l�bios, fez-lhes uma proposta indecorosa. As meninas Ver�ssimo sem a menor hesita��o puseram-se a esbordoar com suas sombrinhas fechadas a cabe�a do galanteador, que bateu em retirada, avenida em fora.
( Solo de Clarineta - �lbum de Fam�lia - 3. P�gs 6/7 ).
Nas palavras de Izaltina Vidal do Pillar Rosa
Dr.
Catharino Raphael Azambuja
" Tendo escolhido a carreira militar era, o jovem, estudante da escola de Cadetes, quando pela primeira vez visitou Cruz Alta. Por muito ter gostado desta, vinha, vinha desde ent�o, anualmente visit�-la.
Trocou a carreira militar pela m�dica , impulsionado, certamente pela sua alma caritativa e pela generosidade de seu esp�rito, pois, j� em plena mocidade deixava transparecer a grandiosidade do seu cora��o e a beleza de sua alma.
Ap�s diplomar-se em medicina veio a Cruz Alta, onde contraiu n�pcias com a jovem Maria Augusta Ver�ssimo. Fixou resid�ncia em Tupanciret� onde clinicou at� 1918, quando mudou-se definitivamente para Cruz Alta. Dois filhos alegravam o lar do casal, Raphael e Adriana.
Sua vida foi, toda, um sacerd�cio, dedicada � nobre miss�o que escolhera. Para ele o mundo resumia-se em uma grande fam�lia que, para ser feliz exigia que seus membros fossem unidos e solid�rios, auxiliando-se e ajudando-se mutuamente.
Jamais mediu esfor�os ou sacrif�cios no seu mister. Tamanho foi seu amor aos pobres que, quando eleito deputado estadual pela Assembl�ia do Estado, doou seus vencimentos, que nunca chegou a receber, ao Hospital S�o Vicente de Paulo desta cidade, para que mais um pobre fosse amparado.
Alquebrado pelas fadigas de t�o trabalhosa vida come�ava, o grande m�dico a definhar. Os sofrimentos de que ent�o se tornou v�tima, n�o foram suficientes para faz�-lo desanimar. Impossibilitado de sair, atendia a todos em sua casa.
A coragem que sempre o acompanhara em vida n�o o abandonou na derradeira hora. Foi a madrugada de 20 de Agosto de 1946 que marcou seu desenlace deste mundo.
Morreu
pobre, embora n�o lhe faltassem meios para se tornar rico e poderoso.
�
justo, pois, que se reivindique para o nome de Dr. Catharino de Azambuja, a
parcela de gl�ria da qual se fez merecedor.
Seu nome est� perpetuado em Grupo Escolar e numa rua de nossa cidade."
(Cruz
Alta - Izaltina Vidal do Pillar Rosa - P�ginas 230 /231)
Pais de:
Raphael Ver�ssimo
Azambuja
Adriana Ver�ssimo
Azambuja Trinetos
TN . Raphael Ver�ssimo Azambuja
Nas palavras de seu filho Alan Verissimo Azambuja:
" Nasceu em 1� de Mar�o de 1909, em Cruz Alta.
Casou-se com Marion Mitterling, novo nome de Doina Sturza, cuja fam�lia era ligada ao governo da
Rom�nia. Tendo, por isso, sofrido persegui��es durante a
Segunda Guerra pelos alem�es, e logo ap�s, pelos comunistas russos que
dominaram o pa�s, foi a �nica do seu ramo familiar direto que conseguiu
escapar viva. Seu pai, m�e e 6 irm�os foram mortos, em execu��es e em
combates a�reos.
Gra�as
� sua consider�vel cultura e flu�ncia em v�rios idiomas, Marion conseguiu,
na B�lgica, emprego como assistente de Sua Majestade, a Rainha deste pa�s.
Quando tirou suas primeiras f�rias, foi pass�-las num tranq�ilo hotel a beira
de um lago em Velden, na �ustria. Nesse mesmo hotel hospedava-se Raphael, que
era ent�o chefe da miss�o diplom�tica que selecionava emigrantes europeus de
p�s-guerra para o Brasil.
Raphael
logo convidou a linda mo�a de sangue azul para um passeio de barco a remo, no
rom�ntico lago defronte ao hotel
Assim iniciou-se o grande romance de suas vidas. Em 1948 nascia seu filho
Alan em Bruxelas. Em 1950, vieram residir no Rio de Janeiro.
Em trabalhando Raphael no Minist�rio da Agricultura, o casal morou na Resid�ncia Oficial do Ministro da Agricultura, situada dentro do Jardim Bot�nico do Rio de Janeiro, uma vez que o Ministro da Agricultura, preferindo residir em Bras�lia, cedeu-lhes a casa.
Apesar
de v�rios apelos de amigos que o indicavam para candidatar-se ao cargo de
Ministro da Agricultura no novo governo, quando se elegeria Presidente Jo�o
Goulart, Raphael Verissimo Azambuja preferiu dedicar-se integralmente ao grande
projeto de sua vida: transformar o norte do Paran� no celeiro do Brasil.
Seu
empreendimento colonizador ia de vento em popa, quando na manh� de 7 de Julho
de 1962
foi covardemente assassinado por um
Jos� Volpato,
que enciumado pela grande valoriza��o por que tinham passado suas
antigas terras, ap�s tentativas de extors�o, desferiu �
queima-roupa cinco
tiros certeiros, num homem desarmado.
O
ent�o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, chocado com a morte de
seu amigo, enviou uma aeronave para transportar o corpo de Raphael
at� o sepultamento, em Porto Alegre ".
Formou-se em Economia pela Universidade Mackenzie, S�o Paulo, especializando-se em Economia Pol�tica.
Principais
Cargos e ocupa��es:
1943
- Gerente da Sucursal Rio de Janeiro da Empresa de publicidade Ecletica Ltda.
(DF) . Assistente do Ministro Jo�o Alberto de Lins e Barros,
encarregando-se
da liga��o entre Governos Estaduais e da Coordena��o
da Mobiliza��o Econ�mica DF).
1944
- Assistente Especial do Coordenador da Mobiliza��o Econ�mica.
Chefe
do Setor do Abastecimento Nacional (DF).
Chefe
do Servi�o de Fiscaliza��o de Pre�os (DF).
Chefe
(interino) do Servi�o de Abastecimento Nacional (DF).
1945
- Chefe de Propaganda do Partido Social Democr�tico (DF) .
Ver
carta de agradecimento do presidente do Partido,
Eurico Gaspar Dutra, ex-Presidente da Rep�blica.
1946
- Designado pelo Conselho de Imigra��o e Coloniza��o para
Chefe das Comiss�es de Sele��o de Imigrantes (DF).
1947
- Trabalhou a maior parte do tempo em Saltzburgo, chefiando a Comiss�o de Sele��o
de Imigrantes. Participou da
Conferencia Mundial do Trabalho em Genebra representando o Brasil.
1950
- Retornou ao Brasil, trazendo mulher e filho,
(Marion e Alan), este j� com 2 anos de idade.
1955
- Redator Chefe do Jornal "O Clarim", em Porto Alegre (RS)
Coordenou
campanhas eleitorais do Sr. Leonel Brizola.
1956
- Chefe do Departamento de Administra��o e Finan�as do
Instituto Nacional de Imigra��o e Coloniza��o (DF).
1957
- Designado pelo Ministro da Agricultura para exercer fun��es
de
Assessor T�cnico em seu Gabinete (DF).
1958
- Publicado seu ensaio " Alberto Pasqualini e o Trabalhismo
Brasileiro" como introdu��o do livro "Bases e Sugest�es
para uma Pol�tica Social",
de autoria do seu amigo e parceiro intelectual, Senador Alberto
Pasqualini.
1959
- Nomeado representante do Estado do Rio Grande do Sul
junto a Comiss�o Inter-Estadual para Estudo dos
Problemas da Bacia Paran�-Uruguai, pelo Governador do Estado do Rio
Grande do Sul, Leonel Brizola.
1960
- Chefe de Assessoria T�cnica e substituto eventual do Chefe do Gabinete em
Bras�lia do Ministro de Estado dos Neg�cios
da Agricultura.
1961 - Chefe de Gabinete do Minist�rio da Agricultura no Rio de Janeiro (Ministro Mario Meneghetti, e Ministro Barros de Carvalho). Nesta fase de transi��o do Distrito Federal para Bras�lia, assumiu interinamente fun��es de Ministro da Agricultura.
Palavras de �rico Ver�ssimo, sobre
seu primo Raphael Verissimo Azambuja:
Foi o
primeiro sujeito em Cruz Alta que saiu � rua sem chap�u, chocando os nativos.
"Que desaforo! " exclamavam as comadres.
-- "Que desrespeito para com as
fam�lias! ".
�vido
leitor (j� sabia bem o seu Franc�s), Rafael gostava de discutir graves
problemas do esp�rito.
Do pai
herdara a intelig�ncia. Da m�e lhe viera tamb�m a vivacidade mental e mais a
capacidade de fazer amigos. Tanto do pai como da m�e Rafael herdara a coragem
nas opini�es, as quais nunca deixou de manifestar livremente.
Quando se
tornou homem maduro, passou a acreditar na vida e na capacidade do ser humano
de tra�ar seu pr�prio destino.
Sabia
escrever e raciocinar muito bem, mas nuca pensou em dedicar-se �
literatura. Acreditou sempre no futuro
do Brasil e ele pr�prio costumava lan�ar longe o dardo de seus bem
arquitetados sonhos.
Desde mocinho revelara uma grande generosidade, dessas que se manifestam nas menores coisas.
Nos bailes era seu costume dan�ar com as mo�as mais feias
ou impopulares, dessas que em geral passavam a noite a "fazer croch�". Rafael
enla�ava a jovem saia a rodopiar pelo sal�o, a dizer-lhes coisas agrad�veis
fazer-lhe elogios � beleza ou � eleg�ncia
-- em suma, tornava-a feliz.
Rafael
sempre se trajou com um bom-gosto impec�vel. Nos �ltimos anos de sua vida,
resolveu voltar a aten��o e a energia para o norte do Estado do Paran� e l�
fundar uma cidade --- o que fez --- comprando terras a um sujeito de maus bofes
que ele, Rafael, na sua boa-f�, julgava seu amigo. Organizou o loteamento da terra e arruou a cidade com o maior
entusiasmo e esperan�a . . . Quando nos encontr�vamos, ele me expunha seus
planos para o futuro: novas cidades, a funda��o dum banco, a constru��o dum
grande edif�cio. . .
Um dia o
"amigo"
que lhe vendera as terras apareceu para exigir-lhe um reajustamento de
pre�os. Rafael negou-se a conced�-lo.
O neg�cio estava feito . . . e pronto! O outro ent�o meteu-lhe v�rios bala�os no
corpo, matando-o quase instantaneamente.
De uma das janelas de minha casa posso avistar agora o cemit�rio onde seu corpo foi sepultado.
Rafael Azambuja , como tantos outros amigos, como a minha pr�pria m�e , na realidade n�o se encontram em seus t�mulos. De certo modo, com maior ou menor intensidade, continuam ainda vivos dentro de mim. Por um desses milagres da mem�ria, eu os tenho sempre a meu lado.
(
Solo de Clarineta, Vol. 1�, p�gs. 193/194 - �rico Verissimo)
Marion
Azambuja faleceu em 3 de mar�o de 1983, no Rio de Janeiro, aos 60 anos.
Pais
de:
Alan Verissimo Azambuja
Tetraneto
TT . Alan Verissimo Azambuja nasceu em Bruxelas, na B�lgica, em 9 de Julho de 1948, mas foi registrado pelo seu pai como nascido em 1950, no Rio de Janeiro. Reside em Ipanema, nessa cidade.
TN . Adriana Ver�ssimo Azambuja ( Nininha )
nasceu em Cruz Alta, em 18 de agosto de 1913.Residia no Rio de Janeiro, onde faleceu em 22 de Agosto de 1991, Era solteira
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