Disclaimer: Os personagens NÃO são meus, eu só escrevo sobre eles porque sou MUITO fã deles, não ganho nada com isso além de satisfação pessoal, então, por favor, não me processem! XP



            Fullmetal Alchemist Crossover Series - por Alandria


- Texto 2
De Fullmetal Alchemist: Edward Elric
De Slayers: Lina Inverse

Sobre a convidada: Feiticeira poderosa, perspicaz e inteligente, mas também estourada e comilona, é capaz de destruir uma cidade pequena com sua especialidade, a magia Dragon Slave. Ironicamente, é baixinha e sofre um forte complexo de inferioridade pela pequena medida de busto.

Posição em FMA: Aleatória; algum momento após a morte de Greed, mas antes do final da série de TV.
Spoilers: De Slayers, até o final da fase NEXT.

Aquele lugar não era a primeira opção de ninguém para se passar a tarde. Paredes brancas, plantas que pareciam mortas de tédio, e um balcão com uma atendente mal-humorada. Nada acolhedor.

Em uma das cadeiras da sala de espera, estava sentada uma garota de longos cabelos ruivos e bandana sobre a testa. Não usava suas habituais ombreiras de armadura, mas ainda assim, as cores vivas de seus trajes deixavam-na longe de ser discreta. Ela estava calada, ligeiramente apreensiva, aguardando sua vez.

Lina Inverse olhou em direção à porta de entrada do consultório de psicologia quando ouviu alguém abri-la. Por ela, entrou um rapaz loiro, de sobretudo vermelho, quase da mesma altura que ela. Ele se aproximou, um tanto tenso, e sentou-se na cadeira ao lado da dela, mas não sem antes reparar em sua nova companhia.

Por algum motivo, Edward Elric ficou curioso com a moça ao lado dele. Ela não parecia lhe dar qualquer atenção, mas seu nervosismo era bastante saliente, a ponto de ser notado pelo rapaz sem nem mesmo precisar olhar.

Sem muita cerimônia, ele olhou para ela uma vez, mas teve o olhar prontamente interceptado por uma cara muito feia. Atreveu-se, no entanto, a olhar discretamente para ela mais uma vez, pouco tempo depois. Não tão discretamente assim, já que Lina percebeu na mesma hora. Sem qualquer motivo aparente, um único pensamento invadiu a mente da garota:

"Ele me acha uma tábua. Ele me acha uma tábua. Ele me acha uma tábua. Ele me acha uma tábua. Ele me acha uma tábua."

E, sem se conter, ela se levantou, furiosa, e disse, gritando:

- Tá olhando o que, seu tampinha???

Ela havia declarado guerra.

- Quem você está chamando de uma tampinha tão pequena que você precisa de lupa pra encontrar quando some??? - Ed revidou aos berros.

Eles estavam a ponto de se avançar feito dois animais brigando, quando foram interrompidos e "congelaram" onde estavam.

- Senhores, querem, por favor, manter silêncio? Estamos em um consultório - disse, com as feições visivelmente incomodadas, a recepcionista.

Os dois sentaram-se ao mesmo tempo em suas respectivas cadeiras, muito sem graça, e pediram desculpas à atendente, olhando para o chão.

Alguns instantes de silêncio se passaram, e Lina sentiu-se cada vez mais desconfortável com a bagunça que tinha causado, especialmente por envolver alguém que ela não conhecia e não tinha nada a ver com os seus problemas.

- Err... com licença... - disse Lina, olhando para Ed. Vendo que tinha a atenção dele, prosseguiu. - Foi mal por ter feito um escândalo... é que eu sou meio paranóica com certas coisas e acabei descontando em você. Por isso que eu estou aqui, afinal.

- Não, tudo bem - ele rebateu, também um tanto sem jeito. - É que você pegou um ponto meio... delicado.

- Qual é o problema com a sua altura?

- Como você disse... eu sou um tampinha - ele disse em um tom mais de "realidade cruel" do que necessariamente de raiva.

- Bom, você não é assim tãããão baixo... a não ser que você seja um espadachim... você é?

- Não, eu sou alquimista - ele disse, calmamente.

- É uma profissão bacana - Lina elogiou, mas sem tanto ânimo na voz. - Se bem que eu prefiro coisas que fazem mais... BOOM, entende? - ela disse, em uma provocação amistosa. Até que o loirinho era boa gente.

Captando a provocação, mas sem tomar como ofensa desta vez, ele decidiu entrar no jogo.

- Está insinuando que eu não sou bom de briga?

- Não, só estou dizendo que, quando se é uma maga como eu, pouca coisa te impressiona.

- Ah, é? Então veja se não se impressiona com isto! - Ed falou e, sem fazer cerimônias, tirou a luva direita, revelando a mão de seu auto-mail. - Um pouco da força disto aqui com um tanto da alquimia certa, e lhe garanto que as coisas certamente vão fazer BOOM! - ele disse, se gabando, com um sorriso confiante no rosto.

- Hmm... é mesmo? - Lina tinha aceito o desafio. - Não tanto quanto com um pouco da minha magia e a ajuda disto aqui - ela disse, puxando da bolsa que carregava um dos amuletos que comprara de Xelloss certa vez, e mostrando-o ao jovem alquimista. - Que tal? Amplificadores de poder mágico, comprados diretamente de um demônio de altíssimo calibre! - falou, ostentando a mercadoria.

A simples menção do termo "amplificadores de poder" já trouxe à mente do rapaz a Pedra Filosofal, seu objeto de desejo há muitos anos. Provavelmente, aquela pedra que a garota exibia não era a que ele queria, mesmo sendo vermelha. Especialmente se fosse mesmo criação de mãos demoníacas. Mas ele não se assustava com o fato. Quando parou de acreditar em Deus, ele também parou de temer os demônios. Ele tinha seres muito mais perigosos com os quais se preocupar no momento.

- Heh! Eu não teria tanta confiança nessa sua pedra se tivesse que combater um Homunculus com ela - Ed provocou, à toa.

- Teria dado bem menos trabalho...

- V-você combateu um Homunculus? - Ed perguntou, visivelmente surpreendido.

- Ah, já, mas não foi nada fácil. - Lina disse, tentando se lembrar. - Ele era a cópia de um sacerdote que eu já tinha enfrentado e vencido por pouco... foi um baita susto quando eu vi o cara de novo na minha frente!

- Essas "coisas" não prestam... - ele pensou alto, resgatando memórias ruins.

- Já enfrentou um Homunculus também, pelo jeito...

- Já enfrentei uma porção! - ele disse, meio indignado com a incredulidade dela. - Eles me deram uma boa dose de trabalho. Um deles era até ajudado por quimeras!

- Quimeras são poderosas - Lina mostrou entender perfeitamente tudo de que ele falava. - Tenho um amigo que é um quimera, e poucos homens usavam xamanismo com a facilidade que ele tinha.

- Homunculus sacerdote, quimera que estuda xamanismo... isso tudo é esquisito demais pra mim. É tão... anti-científico!

- Se você viesse de onde eu venho, teria parado de confiar na Ciência há muuuuuuuuito tempo...

- Uma amiga minha ia simplesmente enlouquecer se ouvisse você falando assim - Ed disse, deixando as memórias de Winry Rockbell aparecerem em sua mente.

- O que ela faz da vida?

- Ela constrói auto-mail. - E, vendo que a garota não estava familiarizada com o termo, resolveu explicar. - Ela é mecânica, e constrói membros metálicos. Foi ela quem construiu este braço aqui. - ele disse, erguendo a mão direita à altura do próprio rosto, só para ilustrar o que dizia.

- Você tem sorte de ter uma amiga inteligente como ela. O cara que me acompanha nas jornadas é um espadachim com o QI de um vidro de azeitonas. E ele é bem alto... é por isso que eu digo para você não se preocupar tanto... o que ele tem de altura, falta de cérebro.

Lina já imaginava que, para compensar a falta de inteligência de seu amigo Gourry Gabriev, seria preciso que ele tivesse, ao menos, uns cinco metros. Estava formando a imagem de um Gourry gigante com cabeça de água-viva em sua mente, quando Edward seguiu falando.

- É a Troca Equivalente, eu suponho...

- Como assim?

- A lei básica da Alquimia. Para ter algo, é preciso oferecer em troca algo de igual valor.

Lina ficou seriamente preocupada de estar perdendo alguns milímetros de busto toda vez que usava uma Dragon Slave, mas abstraiu esse pensamento.

- Mas você nunca pensou de viajar com alguém da sua família? - Ed perguntou, inocentemente. - Eu viajo com o meu irmão, e nós nos entendemos. Você não tem um irmão, ou uma irmã, que possam ir com você?

A simples menção da palavra "irmã" fez Lina se levantar da cadeira onde estava e se esconder, tremendo, atrás do vaso de plantas, onde um arbusto corriqueiro crescia.

- Eu disse alguma coisa errada?

- Err... não, imagina... - ela disse, com um sorriso amarelo no rosto, enquanto se recompunha e voltava a se sentar na cadeira. - Digamos apenas que eu prefiro viajar com minha companhia atual.

- Haveria algum interesse no seu amigo espadachim além do meramente profissional? - Ed perguntou, mandando seu lado discreto às favas.

Lina ficou ligeiramente corada, mas não estava disposta a deixá-lo sair por vencedor dessa!

- Ora, ora... estamos julgando o caso dos outros pelo nosso próprio?

O contra-ataque surtiu efeito. Edward ficou emburrado e virou a cara com um "hmph", tentando disfarçar seu constrangimento. Pensava em uma resposta bem dada para dar àquela ruiva, quando uma porta diferente abriu-se desta vez, revelando uma jovem vestida em branco.

- Senhorita Lina Inverse? O doutor vai atendê-la agora.

Lina olhou para a assistente e acenou positivamente com a cabeça, indicando que já estava indo, e agradeceu.

- Bom, foi um prazer conversar com você, mas agora é a minha vez - ela disse, dirigindo-se ao alquimista. - Ah, a propósito, meu nome é Lina. Lina Inverse. Esqueci de perguntar o seu.

- Eu me chamo Edward. Edward Elric. Espero que saia tudo bem na sua consulta.

- Obrigada!

Quando ela estava prestes a atravessar a porta recém-aberta pela assistente, Ed a chamou uma última vez.

- Lina?

- Sim?

- O que traz você aqui, afinal?

Depois de tudo que haviam conversado, ela não tinha problemas em deixá-lo saber desse detalhe.

- Digamos que... eu também tenho um problema de "tamanho"...

Lina atravessou e fechou a porta atrás dela, acompanhando a moça de branco. Para trás, ela deixou Edward Elric, mais vermelho que seu próprio casaco, que entendera a mensagem assim que a porta havia se fechado.


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