Notas da autora: Olá! Bem-vindo à minha despretenciosa experiência com personagens de Fullmetal Alchemist, e também com outros personagens conhecidos de animes e games. Espero que gostem, pois apesar de ser coisa bem simples, eu me diverti escrevendo! ^_^"

Disclaimer: Os personagens NÃO são meus, eu só escrevo sobre eles porque sou MUITO fã deles, não ganho nada com isso além de satisfação pessoal, então, por favor, não me processem! XP



            Fullmetal Alchemist Crossover Series - por Alandria



- Texto 1
De Fullmetal Alchemist: Winry Rockbell
De Chrono Trigger: Lucca Ashtear

Sobre a convidada: Lucca, assim como Winry, é louca por máquinas. Inventora, herdou o talento do pai. Como uma das principais personagens do game Chrono Trigger, viajou no tempo com seus amigos para impedir a destruição do mundo por um monstro alienígena.

Posição em FMA: Após o final da série de TV, mas antes do movie.
Spoilers: De Chrono Trigger, do final do jogo.



Winry estava sentada do lado de fora, com apenas seus pensamentos fazendo-lhe companhia. Estes, aliás, eram distantes... de pessoas e lugares vagos em sua memória. E, no centro de todos eles, uma única pessoa... que parecia importar mais do que todas as outras.

Lucca passou por ali à toa. Tinha ido ao banheiro, não que fizesse diferença. Quando viu Winry, resolveu parar e falar com ela.

- Você não vai voltar lá pra dentro? - Lucca perguntou.

A outra jovem, quase alheia à pergunta, simplesmente disse:

- Aquele braço... como será que ficaria... no Ed...?

Lucca conhecia a história da jovem Rockbell. Como tivera dois alquimistas como amigos de infância. Como o mais velho deles perdera um braço e uma perna num acidente, e recebera da própria garota membros metálicos, feitos especialmente para ele. Como ele e o irmão, que agora tinha a alma presa a uma armadura, partiram pelo mundo em busca de uma maneira de receber de volta tudo que perderam, e raramente apareciam de volta. Como ela se sentia sozinha sem eles... principalmente, sem ELE...

Ajeitou seus óculos e olhou para a colega, que estava muito cabisbaixa.

- Me desculpe por ter insistido tanto para que viesse desta vez... não sabia que ia te incomodar tanto... não era a minha intenção.

- Tudo bem... - Winry rebateu, sem encarar Lucca. - Eu é que não posso me comportar assim toda vez que vir um cara loiro com um braço mecânico...

- Você... sente muito a falta dele, não é? Do seu... amigo... Edward...

Não houve resposta. Por um bom tempo, as duas só ficaram sentadas lado a lado, sem saber o que mais falar. Lucca sentiu que, para ganhar a confiança de Winry, precisaria mostrar que aquele não era um consolo vazio de compreensão. Olhou para cima, suspirou e, encarando o teto, começou uma narrativa.

- Era uma vez, em um certo mundo, três amigos...

Isso chamou a atenção da loirinha, que ergueu o rosto e passou a olhar para a colega.

- ... um garoto de muita coragem, sua melhor amiga inventora, e uma terceira garota, cheia de vida. Eles viajaram no tempo e brincaram com o destino do mundo, vivenciando o presente e alterando o futuro. Fizeram o que achavam certo, e viveram uma aventura a ser lembrada por toda vida.

- Lucca...?

A jovem nem reagiu ao seu nome sendo chamado, e continuou a falar.

- Mas eles também conheceram o passado. E, em uma era distante, a jovem inventora conheceu um homem. Ele tinha poderes especiais, e ninguém esperava que ele fosse ter tanto talento. Um homem que sofria muitos preconceitos... mas quem conseguia vencer a primeira impressão, descobria nele uma alma desesperada... com um passado sofrido.

Winry não podia deixar de se identificar. As situações eram tão diferentes, mas, ao mesmo tempo...

- Mas esse homem, apesar de acabar convivendo com ela, compartilhando aventuras com ela, ele não lhe dava muita atenção... ele tinha um objetivo maior. Ele tinha... - e parou, para tomar fôlego - ... uma irmã.

A jovem loira sentiu seus olhos abrirem-se de espanto.

- E essa irmã era a vida dele... era tão importante pra ele, que quando ela foi levada por forças que ele nunca sonhara, trazê-la de volta tornou-se um objetivo de vida. Ao fim da aventura toda, ele partiu para continuar sua missão... e nunca mais voltou.

- Lucca...

- E faz um bom tempo que não o vejo... digo, que ela... bom... acho que você entendeu...

Winry apenas acenou com a cabeça. Ter alguém que compreendia pelo que ela passava era reconfortante, mas, ao mesmo tempo, a fazia sentir pena de Lucca. Exatamente por saber como ela se sentia também.

- Bom, pelo menos você ainda tem seu melhor amigo - disse Winry, tentando consolá-la. - Você ainda o vê, não é?

- Sim, Crono continua meu amigo...

- E você já sentiu... algo por ele?

Lucca foi pega de surpresa, mas respondeu com naturalidade.

- Hahahaha, talvez! Éramos tão pequenos... crianças pensam as coisas mais doidas, com toda a inocência do mundo. Mas, talvez, fosse mais um amor de irmã do que qualquer outra coisa, também... afinal, eu nunca tive irmãos...

- É mesmo diferente... o Al era o irmão mais novo, e sempre foi meu amigo... ele eu ainda vejo. E eu gosto muito dele. Mas...

- ... nunca será a mesma coisa, né?

As duas se olharam, entendendo os sentimentos uma da outra. Depois, viraram para a frente ao mesmo tempo e suspiraram com o peso da conversa.

- Além do mais - continuou Lucca -, lembra da terceira menina, a toda alegre? Pois é... ela era a garota que ele estava procurando. Isso eu nunca fui.

- Entendo...

Mais uma pausa, e dessa vez foi Winry quem quebrou o silêncio.

- Ed é um alquimista... um cientista, como nós. Sempre que me lembro dele, penso que a ciência pode ser mais fantástica do que podemos imaginar.

- E eu, ironicamente, tive olhos para um mago. Ele nunca foi um cientista, mas ele me ajudou a entender que a ciência não deve nos impedir de conhecer o que realmente somos, e o que realmente podemos fazer por nós mesmas.

Uma última pausa, a mais cruel de todas.

- Pode ser que eu nunca mais o veja...

- É... eu também...

- Hehe... mas não é como se o mundo fosse acabar! - Lucca tentou posar de forte, embora estivesse tão abatida quando Winry. - Não é como se eu fosse morrer solteirona tocando um orfanato! - disse, brincando.

- Como vamos saber o que o futuro nos reserva, não é?

- Eu já estive no futuro e, quer sabe? Não quero saber as coisas de antemão nunca mais. Se bem que, mesmo que eu quisesse, a máquina do tempo foi destruída, então tudo fica mais difícil... - ela finalizou, sem jeito, com a mão na nuca.

- É sério? Mas que dóóóó! - Winry exclamou, com genuína pena da máquina. - Devia ser um veículo muito requintado!

- Ah, e era mesmo! Dava um ótimo meio de transporte, também! - Lucca disse, visivelmente empolgada.

- Máquinas voadoras não são muito populares de onde eu venho, é uma pena...

- Eu tenho algumas plantas dessa máquina. Não foi criação minha, mas eu tratei como se fosse milha filha! - disse, brincando. - Você quer ver? Eu trouxe comigo, estão lá dentro...

- Eu adoraria! - disse Winry, com nova animação, levantando-se rapidamente do banco onde estavam as duas. - E aí eu posso te mostrar meu projeto para um auto-mail que se adapta a veículos, também!

As duas, já de pé, foram andando em direção à entrada.

- Eu já te contei que minha mãe tinha sofrido um acidente nas pernas?

- Acho que já ouvi você comentar. Quer que eu monte um auto-mail pra ela?

- Não vai precisar, eu já dei um jeito.

- Como você conseguiu?

- Eu viajei no tempo...

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