Notas da autora: Sejam todos bem-vindos ao meu mais recente fanfic! Antes de tudo, o bom e velho aviso... nenhum dos personagens aqui é meu. Eles são famosos, têm seus próprios criadores, e eu só escrevo sobre eles como uma fã. Obviamente, nenhum dinheiro sai desta história, então, não me processem...

Onde eu parei? Ah, sim! Depois de muito tempo sem escrever nada e de um outro fanfic que empacou na metade, já era hora de eu produzir! As "vítimas", desta vez, são Ken e Yolei (ou Miyako, para os que assim preferem). Ou seja, isto é um Kenyako! ^_^ Eu estava com vontade de escrever um, mesmo! E como o outro não sai... é isso aí!

(Detalhe: isto eu escrevi há dois anos, quando o fic começou. Hoje, além do fic encalhado - que continua encalhado -, tem mais um parado e outro no início...)

Músicas que me inspiraram: "Whale's Song" e "Precious Friend", de Corrector Yui; "Sunbeams Through the Leaves", de Star Ocean EX; "Misaki...", de Angelic Layer; "Chiisana Yousei", de Cardcaptor Sakura; "Lucia Kourin ~Kanashii Omoide~", de Lunar: Eternal Blue; "Itsudemo Aerukara" e "Super Girl", de Digimon; "Ichigoichie", de Karekano.

Sinopse: As circunstâncias se encarregaram de fazer amigos Ken e Yolei. Mas uma situação aparentemente sem importância pode mudar a relação entre eles para sempre.


A vida nos faz entender - por Alandria

 

Um entardecer nublado tocava a casa dos Ichijouji, assim como todas as casas vizinhas e muitas outras. Estava tudo em paz. Os humanos finalmente começavam a conhecer as alegrias de possuir seus parceiros digimon. Claro, nem todos os tinham. Muitos adultos ainda não haviam se acostumado bem com isso, mas as crianças, com seus espíritos alegres e gentis, logo haviam enchido a cidade com os seus.

Deveria estar tudo certo.

Mas algo incomodava Ken.

Os dias passavam um atrás do outro, em calmaria. Sua vida parecia vazia, agora que a aventura tinha acabado. Sim, ele ainda tinha seus queridos amigos, seus maravilhosos pais, e seu inseparável parceiro, Wormmon. Ele havia sido perdoado por seus erros no passado. Mas faltava algo.

Sentado na cadeira, apoiado sobre a escrivaninha, Ken estava calado, pensativo. Não tinha mais nada a fazer em casa.

- Kenzinho? - chamou seu digimon, preocupado. - Você não parece bem. Tem alguma coisa errada?

- Hã? Ah, é você, Wormmon... eu estou bem... é só que...

- E só que...?

- Eu não sei... acho que só estou um pouco entediado - o garoto disse, forçando um meio sorriso.

- Então por que a gente não sai e dá uma volta? Talvez você fique mais contente, Ken!

A idéia não parecia má, mas por algum motivo...

- Wormmon? Você se importa se eu for sozinho?

- E aonde você vai?

- Só vou andar um pouco por aí... não vou demorar!

Enquanto falava, já foi se levantando, rapidamente. Antes que seu digimon o convencesse a levá-lo junto. Já na porta do quarto, virou-se e disse:

- Eu prometo que não demoro!

Wormmon estava um pouco preocupado. Não sabia o que se passava na mente do seu querido Kenzinho, mas tinha a sensação de que era melhor assim. Foi até a janela para vê-lo sair e seguir sem rumo pela calçada.

Quadra após quadra, Ken foi andando. Não pensava em nada em especial. Esperava que aquela volta lhe desse alguma idéia do que estava errado, lhe curasse a sensação de vazio. Mas isso não aconteceu, e quanto mais ele caminhava, e quanto mais a noite se aproximava, mais confuso ele se sentia. Chegou a tomar o metrô, parando na primeira estação que lhe parecesse familiar. Dali, continuou, e continuou, e deixou-se mergulhar aos poucos em pensamentos vazios.

Ele nem tinha mais noção de quanto tinha andado. Pensava em voltar para casa, quando uma voz feminina chamou sua atenção.

- Então eu já vou indo! Vê se cuida de tudo, hein?

A voz era bastante familiar. Sua dona saía de uma loja de conveniências, cheia de sacolas, falando com alguém que estava lá dentro. Seu jeito cheio de energia a caracterizava perfeitamente.

Quando ela se virou para seguir caminho, seus olhos recaíram sobre a figura do rapaz que vinha em sua direção.

- Ah, oi, Ken! Que surpresa, não esperava te ver aqui!

- Oi, Yolei...

- E então? Passeando?

- É...

- E Wormmon, onde está?

- Ele... ficou em casa...

- Que coisa! E logo ele, que costuma te seguir para todo lado, não é? - ela comentou, com aquele jeitão alegre de sempre.

Ken não sabia o que fazia ali, nem sabia para onde estava indo. Muito menos por que mandara Wormmon ficar em casa. E já não sendo de muitas palavras, preferiu deter-se em algumas poucas.

Ele olhou para a amiga Digiescolhida. Sim, ele podia dizer que ela era sua amiga, e ele, dela. Afinal, amigos se importam uns com os outros, e durante as aventuras no Digimundo, todos eles aprenderam a zelar uns pelos outros. Mesmo depois dos problemas acabarem, todos ainda se reuniam, conversavam, se ajudavam. Sim, eles eram amigos. Uns mais, outros menos. Mas eram todos amigos.

E por falar em ajudar os amigos... Ken reparou que Yolei quase se curvava com o peso das sacolas que carregava.

- Isso está pesado, Yolei?

- O que, as sacolas? Não se preocupe, eu dou um jeito!

- Quer que eu ajude a levá-las?

- Hein? Mas isso não vai te atrasar?

- Atrasar? Não, não tem problema, eu não marquei horário nenhum.

- Ah, então se quiser me ajudar, eu aceito! - ela disse, com um sorriso largo.

Ken pegou pouco mais que a metade das sacolas, apesar dos protestos de Yolei, que não achava justo ele carregar mais do que ela. Seguiam tranqüilamente em direção à casa da garota, até que puderam ouvir uma trovoada das mais estrondosas. Logo em seguida, a chuva despencou, pesada, e os dois foram obrigados a correr, através de calçadas cheias de poças d'água, até chegarem ao destino, completamente encharcados.

Uma das irmãs de Yolei foi quem abriu a porta. Vendo aquelas duas figuras muito molhadas, rapidamente ajudou com as sacolas e pegou algumas toalhas para os dois. Yolei entrou rapidinho em casa, depois de se secar um pouco, mas Ken parecia hesitar em fazer o mesmo.

- Entre, rapaz! Você vai se resfriar ficando aí fora... - disse a garota à porta.

- O que está esperando, Ken! Entre! - disse Yolei, lá de dentro.

E ele entrou, timidamente, na casa da sua amiga. Que ele se lembrasse, era a primeira vez que a visitava. Ela já tinha ido à casa dele algumas vezes, junto com os outros, e sempre que o fazia, examinava, muito curiosa, o quarto dele todo. Outras vezes, as reuniões aconteciam na casa dos veteranos, como o Tai ou o Izzy, simplesmente porque isso havia se tornado um hábito. Ocasionalmente, ele já havia visitado a casa do Davis, do TK, até mesmo a do Cody... mas não se lembrava de ter visitado a casa dela.

Lá dentro era bastante movimentado. A TV estava ligada num volume razoavelmente alto. O sofá estava ocupado pelos outros irmãos de Yolei, que assistiam animadamente a um programa de auditório. A mãe de todos eles estava na cozinha, ocupada cozinhando.

De dentro de um dos cômodos, Poromon veio ver o motivo da agitação.

- Ih, olha só! É o Ken! Eu não sabia que você vinha visitar a gente!

- Na verdade, nem eu... - Ken disse, um tanto encabulado.

- E oi para mim, não tem? - reclamou Yolei, em tom de brincadeira.

- Hehe... oi, Yolei! Seja bem-vinda de volta!

- Eu, hein! Larga de ser exagerado! - ela retrucou, marota. Parou por um instante, depois olhou para si mesma, toda molhada. - Eu vou tomar um banho quente - decidiu. - Ken, por favor, fique até a chuva diminuir um pouco, está bem?

- Tudo bem...

Ela olhou para ele, que ainda estava sem jeito, e não resistiu em pensar: "Ele não muda mesmo... sempre tímido, mesmo me conhecendo bem." E, com um sorriso suave nos lábios, completou mentalmente: "Mas não vou reclamar... ele fica mesmo uma gracinha quando faz essa cara...". Depois, foi até o quarto pegar roupas.

Ken não sabia muito bem o que fazer. Não queria se sentar todo molhado como estava, mas não queria ficar de pé no meio da casa. Mandou um alô de longe para a dupla no sofá, e foi cumprimentar a mãe de Yolei, quando soltou um espirro.

- Oh, meu rapaz! - a mãe disse. - Você vai ficar resfriado se continuar molhado assim. Temos que achar roupas secas para você!

- A senhora não precisa se incomodar, eu vou ficar bem.

- Não, não, vamos arranjar alguma coisa para você. Eu guardei algumas roupas do meu filho que não servem mais nele, mas devem ficar boas em você. Se quiser usá-las...

Ken não tinha muita idéia do que dizer, mas a mãe de Yolei parecia tão determinada a ajudá-lo que ele sentiu-se quase na obrigação de aceitar a gentileza.

- Er... muito obrigado, então...

- Alguém pode ficar de olho nas panelas aqui? - ela falou alto, em direção aos filhos. - Eu já volto! - E, virando-se para o garoto ao seu lado, finalizou: - Vamos indo, então?

Passaram-se alguns minutos. Poromon havia se unido aos jovens em frente à televisão. A chuva continuava forte, e Ken continuava na casa dos Inoue, vestindo as roupas do irmão de Yolei. Apesar de já não servirem no dono, ainda eram um pouco grandes para Ken..

Quando Yolei saiu do banho, com os cabelos úmidos, vestindo uma blusa simples, violeta com estampa branca, e uma saia pelo joelho, crua, praticamente branca, deu de cara com o amigo, sentado na parte do sofá em L que estava vazia. Ele usava uma camiseta branca, que lhe parecia um pouquinho folgada, e uma calça jeans, cuja barra estava dobrada para cima numa faixa larga. Ele parecia tão pequeno naquela roupa... mas, como Yolei pensava, adorável, como sempre.

- Você ainda está aí, Ken! Que bom!

Por um momento, passou pela cabeça do garoto algo como "Eu não iria embora sem me despedir dela". Mas ele simplesmente indicou a janela molhada e a chuva muito forte que caía na rua.

- A chuva está muito forte - ela disse. - É melhor você ficar mais um pouco.

- Eu não vou incomodar?

- Ora, mas claro que não! Até gostaria da sua ajuda em algo que estou fazendo, se você puder.

- É claro que eu posso. Mas eu gostaria de ligar para casa primeiro. Wormmon deve estar preocupado comigo. Ele prometeu aos meus pais que tomaria conta de mim.

Yolei mostrou a ele o telefone. Ele discou o número e foi atendido depressa, porque logo começou a falar:

- Oi, Wormmon... desculpe te deixar preocupado... é, a chuva está forte... sim, eu estou na casa da Yolei... como assim, se estamos sozinhos??

Tanto o rapaz quanto a garota ficaram muito vermelhos. Tudo bem que o digimon era ciumento, mas isso era pergunta que se fizesse?

- N-não, tem mais gente aqui - Ken ajeitou-se em responder. - Eu só estou esperando a chuva passar um pouco e já volto para casa... Está bem, até mais...

E desligou bem rápido, não sabendo exatamente com que cara olhar para a amiga ao seu lado diante dessa situação constrangedora.

- Er, desculpe pelo que Wormmon disse, sabe como é... - ele falou, sem graça.

- Sem problemas, eu conheço ele.

- Se vocês querem ficar a sós, a gente dá o fora agorinha mesmo! - falou bem alto a garota Inoue mais velha.

- Quer parar com isso? - Yolei bufou, mais vermelha ainda.

Todos no sofá riram. Yolei foi bufando para o quarto que dividia com as irmãs, e Ken a seguiu, pois se sentia desconfortável entre pessoas pouco conhecidas.

"Eles não perdem uma chance de me fazer passar vergonha...".


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