Notas da autora: Não, os personagens não são meus, e este fic não dá dinheiro. Não me processem. Obrigada.

Diário de Lucy - Parte 5

Segunda-feira, 21 de julho.

Queridíssimo Diário!

Ahn... Primeiro, deixe-me pedir desculpas pelo meu entusiasmo repentino. Você não deve estar entendendo nada, não é? Especialmente porque parei de escrever de repente ontem. Está bem, eu devo explicações. Mas será um prazer contar tudo! Afinal, as novidades não podiam ser melhores. Não mesmo!

Por onde começo? Ah, sim! Havia uma luz estranha vindo do meu peito. Depois percebi que ela vinha do amuleto de Lantis. Olhei para a luz e ela aumentou. Eu não podia ver. De repente, ela sumiu, e eu estava, magicamente, na Torre de Tóquio. E, mais incrível, Marine e Anne também estavam lá.

Estávamos confusas. De alguma forma, o destino nos levou àquele lugar especial para que pudéssemos desejar, mais uma vez, estar em Zefir. E eu pedi. Pedi com todo o meu coração para voltar. Para nós três voltarmos. Nós três desejamos. Anne chorava enquanto quase implorava. Senti meu coração bater mais forte e, como das outras vezes, fomos transportadas, em forma de luz, até Zefir. Só que, desta vez, não aparecemos no céu daquele mundo. O que foi uma sorte! Ninguém esperava por nós, então ninguém nos resgataria. Como diria Marine: "A gente ia virar patê"! Mas, felizmente, a gente chegou com os pezinhos bem no chão!

Zefir estava linda! Estávamos perto do Castelo. Fomos até a frente dele, onde dois guardas faziam a vigília. Com sorte, fomos bem recebidas, pois lembraram-se da gente. E uma coluna de luz nos transportou até a entrada, a muitos metros do solo.

Parecia coincidência! Todo mundo estava lá! Caldina nos recebeu prontamente com um abraço daqueles beeem apertados! Rafaga estava por ali também, com a cara séria de sempre, mas dava a perceber que estava muito contente. Clef se empolgou tanto em nos contar tudo que acontecera em Zefir nos últimos meses, que quase pulou os cumprimentos. Se bem que Marine parecia nem se importar com isso, escutando com atenção (e um brilho estranho nos olhos...) tudo o que ele contava. Ferio nem quis saber de nós: foi correndo abraçar Anne! É, tá certo, eles mereciam. A Anne chorava de felicidade, ali, abraçadinha no Ferio para quem quisesse ver! Nunca vi ela agir assim, sem pensar em mais nada. Mas, como eu já sabia, o amor muda as pessoas. E a saudade faz coisas! Bem, depois de algum tempo Ferio lembrou-se de mim e da Marine e veio falar com a gente também, claro. Era tudo o máximo... bem, quase.

Eu disse que todo mundo estava lá. Bem, foi o que eu achei quando tinha acabado de chegar, em meio à toda aquela euforia. Faltavam duas pessoas. Marine logo sentiu falta de Ascot. Caldina disse que ele não quis aparecer, mas que estava em algum lugar do Castelo. Marine não hesitou em sair do salão onde estávamos para ir procurá-lo. Depois que ela saiu não a vi mais por lá.

É, e a pessoa que mais me fazia falta, onde estava? Foi a minha vez de perguntar. Lantis agora morava no Castelo, mas ele não havia saído do quarto o dia inteiro. Fiquei preocupada. Saí dali como um raio. Me informando sobre onde seria seu aposento, cheguei até a porta dele. Não havia ninguém. Uma camareira me contou que ele havia acabado de deixar o quarto para ir até o jardim. Eu sabia onde ele estava.
Cheguei até aquele lugar. Um jardim dentro do Castelo. Um dos lugares mais bonitos em que já estive. Muitas boas lembranças tomaram minha mente. Tinha sido lá que Lantis me dera o amuleto que até hoje tenho. E que, de certa forma, era o responsável pelo meu retorno. Queria saber o que teria acontecido se o Castelo não tivesse sido atacado naquela ocasião. Talvez eu e Lantis já...

Falando em Lantis... sim, como eu esperava, ele estava lá. Só que ainda não tinha me visto. O chamei em um tom sereno, embora, por dentro, eu estivesse como um turbilhão. Ele olhou para mim e sorriu. Sorriu como um adolescente. Juro! Nunca tinha visto ele daquele jeito. Nunca pensei que ele fosse ficar tão feliz em me ver. Não pude evitar de ficar um pouco vermelha. Tá bom, um pouco... a quem eu estou enganando...?

Ele me chamou de volta. Um convite para sentar. Como daquela vez. Mas eu, por algum motivo, não tinha mais medo. Estava um pouco constrangida, é verdade, mas sentei do lado dele. Me sentia uma louca! Aliás, me sentia uma bomba atômica, pronta para explodir em pedacinhos! Nervosa, nervosa...

Então contei a ele. De todas as vezes em que seu amuleto havia me protegido. E como ele havia me ajudado. Acho que eu queria ouvir algo dele. Ele deve ter lido minha mente. Jamais me esquecerei do que ele me disse: " Minha intenção sempre foi proteger aquela que eu amo, Lucy. Você deveria saber disso."

Senti um arrepiozinho. Ele estava com a mão na minha nuca. Irresistível! Eu deveria estar muito alterada naquele momento, pois até agora não entendi daonde eu tirei coragem para fazer o que eu fiz. Eu literalmente pulei nele! Bem, naquela hora, um beijo era tudo que eu queria. E eu consegui! Até ele espantou-se! Até eu me espantei! Mas não me arrependo. Rapidamente, ele atou-se ao meu beijo. Descrever o que senti? Nem eu sei o que senti! Tudo no que podia pensar era ele, ele e ele. Eu estava fora de mim! Bem, mais hora, menos hora, meu bom senso voltou (nem sei se é tão bom assim...) e eu larguei do abraço dele. Mas agora eu sabia que aquela não seria a última vez .

Contentes pelo reencontro (e que reencontro!), fomos para junto do resto do pessoal. Mais cedo ou mais tarde eles perceberiam que estávamos juntos. Que estamos juntos. E, desta vez, para sempre.

Sim, minha vida prossegue na Terra. Mas agora é só desejar com bastante vontade e estarei em Zefir. O mesmo vale para Marine e Anne, também. Isso porque temos elos. Elos com Zefir que nos mantêm unidas àquele mundo. Acho que finalmente entendi o que Nova tinha dito.

E sabe do que mais? Durante a noite, adivinhe quem eu encontrei? Nova. Feliz e saudável. Que danadinha! Ela havia feito tudo aquilo de propósito para me forçar a desejar com mais convicção. Se a perdôo? Mas claro! E a agradeço! Por isso e por tudo.

Nova, obrigada! E que Lantis saiba que eu o amo muito. E para sempre!

Lucy Shidou