OBS: estas respostas foram
retiradas do LIVRO DOS ESPÍRITOS
respondidas por diversos Espíritos de Luz e Superiores do Bem na
Sociedade de Paris, tais:
São
João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São
Luís,
O
Espírito da
Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, e
outros.
658.
Agrada a Deus a prece?
"A
prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois,
para Ele, a
intenção
é tudo. Assim, preferível Lhe é a prece do íntimo à prece lida,
por muito bela que
seja,
se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-Lhe a
prece, quando dita
com
fé, com fervor e sinceridade. Mas, não creias que O toque a do homem
fútil, orgulhoso
e
egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero
arrependimento e de
verdadeira
humildade."
659.
Qual o caráter geral da
prece?
"A
prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é
aproximar-se Dele; é
pôr-se
em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio
da prece:
louvar,
pedir, agradecer."
660.
A prece torna melhor o
homem?
"Sim,
porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte
contra as
tentações
do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um
socorro que
jamais
se lhe recusa, quando pedido com sinceridade."
a)
- Como é que certas
pessoas, que oram muito, são, não obstante, de mau caráter,
ciosas,
invejosas, impertinentes, carentes de benevolência e de indulgência
e até, algumas
vezes,
viciosas?
"O
essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que
todo o
mérito
está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios
defeitos. Fazem da
prece
uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si
mesmas. A
ineficácia,
em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o
aplicam."
661.
Poderemos utilmente pedir
a Deus que perdoe as nossas faltas?
"Deus
sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele
que a
Deus
pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas
ações são a
melhor
prece, por isso que os atos valem mais que as palavras."
662.
Pode-se, com utilidade,
orar por outrem?
"O
Espírito de quem ora atua pela sua vontade de praticar o bem. Atrai a
si,
mediante
a prece, os bons Espíritos e estes se associam ao bem que deseje
fazer."
O
pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que
alcança muito
além
dos limites da nossa esfera corporal. A prece que façamos por outrem
é um ato dessa
vontade.
Se for ardente e sincera, pode chamar, em auxílio daquele por quem
oramos, os
bons
Espíritos, que lhe virão sugerir bons pensamentos e dar a força de
que necessitem seu
corpo
e sua alma. Mas, ainda aqui, a prece do coração é tudo, a dos
lábios nada vale.
663.
Podem as preces, que por
nós mesmos fizermos, mudar a natureza das nossas
provas
e desviar-lhes o curso?
"As
vossas provas estão nas mãos de Deus e algumas há que têm de ser
suportadas
até
ao fim; mas, Deus sempre leva em conta a resignação. A prece traz
para junto de vós os
bons
Espíritos e, dando-vos estes a força de suportá-las corajosamente,
menos rudes elas
vos
parecem. Hemos dito que a prece nunca é inútil, quando bem feita,
porque fortalece
aquele
que ora, o que já constitui grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o
céu te ajudará,
bem
o sabes. Demais, não é possível que Deus mude a ordem da Natureza
ao sabor de cada
um,
porquanto o que, do vosso ponto de vista mesquinho e do da vossa vida
efêmera, vos
parece
um grande mal é quase sempre um grande bem na ordem geral do
Universo. Além
disso,
de quantos males não se constitui o homem o próprio autor, pela sua
imprevidência
ou
pelas suas faltas? Ele é punido naquilo em que pecou. Todavia, as
súplicas justas são
atendidas
mais vezes do que supondes. Julgais,
de
ordinário, que Deus não vos ouviu, porque não fez a vosso favor um
milagre, enquanto
que
vos assiste por meios tão naturais que vos parecem obra do acaso ou
da força das
coisas.
Muitas vezes também, as mais das vezes mesmo, ele vos sugere a idéia
que vos fará
sair
da dificuldade pelo vosso próprio esforço."
664.
Será útil que oremos
pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso,
como
lhes podem as nossas preces proporcionar alívio e abreviar os
sofrimentos? Têm elas
o
poder de abrandar a justiça de Deus?
"A
prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma
por quem
se
ora experimenta alívio, porque recebe assim um testemunho do
interesse que inspira
àquele
que por ela pede e também porque o desgraçado sente sempre um
refrigério, quando
encontra
almas caridosas que se compadecem de suas dores. Por outro lado,
mediante a
prece,
aquele que ora concita o desgraçado ao arrependimento e ao desejo de
fazer o que é
necessário
para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se,
por sua parte,
ele
secunda a prece com a boa-vontade. O desejo de melhorar-se, despertado
pela prece,
atrai
para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão
esclarecer, consolar e
dar-lhe
esperanças. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-vos,
desse modo, que
culpados
vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que mais necessitam
das vossas
preces."
665.
Que se deve pensar da
opinião dos que rejeitam a prece em favor dos mortos,
por
não se achar prescrita no Evangelho?
"Aos
homens disse o Cristo: Amai-vos uns aos outros. Esta recomendação
contém a
de
empregar o homem todos os meios possíveis para testemunhar aos outros
homens
afeição,
sem haver entrado em minúcias quanto à maneira de atingir ele esse
fim. Se é certo
que
nada pode fazer que o Criador, imagem da justiça perfeita, deixe de
aplicá-la a todas as
ações
do Espírito, não menos certo é
que a prece que lhe dirigis por aquele que vos inspira afeição
constitui, para este, um
testemunho
de que dele vos lembrais, testemunho que forçosamente contribuirá
para lhe
suavizar
os sofrimentos e consolá-lo. Desde que ele manifeste o mais ligeiro
arrependimento,
mas só então, é socorrido. Nunca, porém, será deixado na
ignorância de
que
uma alma simpática com ele se ocupou. Ao contrário, será deixado na
doce crença de
que
a intercessão dessa alma lhe foi útil. Daí resulta necessariamente,
de sua parte, um
sentimento
de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade ou de
piedade. Em
conseqüência,
crescerá num e noutro, reciprocamente, o amor que o Cristo
recomendava
aos
homens. Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à lei de amor e de
união de todos os
seres,
lei divina, de que resultará a unidade, objetivo e finalidade do
Espírito."
666.
Pode-se orar aos
Espíritos?
"Pode-se
orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os
executores
de Suas vontades. O poder deles, porém, está em relação com a
superioridade
que
tenham alcançado e dimana sempre do Senhor de todas as coisas, sem
cuja permissão
nada
se faz. Eis por que as preces que se lhes dirigem só são eficazes,
se bem aceitas por
Deus."
(VOLTAR A PÁGINA INICIAL)
|