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OBS:
estas respostas foram retiradas do LIVRO DOS ESPÍRITOS
respondidas por diversos Espíritos de Luz e Superiores do Bem na
Sociedade de Paris, tais:
São
João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São
Luís,
O
Espírito da
Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, e
outros.
760. Desaparecerá algum dia, da
legislação humana, a pena de morte?
“Incontestavelmente desaparecerá e a sua supressão assinalará um
progresso da
Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de
morte será
completamente abolida na Terra. Não mais precisarão os homens de ser
julgados pelos
homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós.”
Sem dúvida, o progresso social ainda muito deixa a desejar. Mas,
seria injusto para
com a sociedade moderna quem não visse um progresso nas restrições
postas à pena de
morte, no seio dos povos mais adiantados, e à natureza dos crimes a
que a sua aplicação se
acha limitada. Se compararmos as garantias de que, entre esses
mesmos povos, a justiça
procura cercar o acusado, a humanidade de que usa para com ele,
mesmo quando o
reconhece culpado, com o que se praticava em tempos que ainda não
vão muito longe, não
poderemos negar o avanço do gênero humano na senda do progresso.
761. A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar sua
vida. Não usará
ele desse direito, quando elimina da sociedade um membro perigoso?
“Há outros meios de ele se preservar do perigo, que não matando.
Demais, é preciso
abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.”
762. A pena de morte, que pode vir a ser banida das sociedades
civilizadas, não
terá sido de necessidade em épocas menos adiantadas?
“Necessidade não é o termo. O homem julga necessária uma coisa,
sempre que não
descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo
melhormente o que
é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos
tempos de ignorância, em
nome da justiça.”
763. Será um indício de progresso da civilização a restrição dos
casos em que se
aplica a pena de morte?
“Podes duvidar disso? Não se revolta o teu Espírito, quando lês
a narrativa das
carnificinas humanas que outrora se faziam em nome da justiça e, não
raro, em honra da
Divindade; das torturas que se infligiam ao condenado e até ao
simples acusado, para lhe
arrancar, pela agudeza do sofrimento, a confissão de um crime que
muitas vezes não
cometera? Pois bem! Se houvesses vivido nessas épocas, terias achado
tudo isso natural e
talvez mesmo, se foras juiz, fizesses outro tanto. Assim é que o que
pareceu justo, numa
época, parece bárbaro em outra. Só as leis divinas são eternas; as
humanas mudam com o
progresso e continuarão a mudar, até que tenham sido postas de
acordo com aquelas.”
764. Disse Jesus: Quem matou com a espada, pela espada perecerá.
Estas palavras
não consagram a pena de talião e, assim a morte dada ao assassino
não constitui uma
aplicação dessa pena?
“Tomai cuidado! Muito vos tendes enganado a respeito dessas
palavras, como
acerca de outras. A pena de talião é a justiça de Deus. É Deus quem
a aplica. Todos vós
sofreis essa pena a cada instante, pois que sois punidos naquilo em
que haveis pecado, nesta
existência ou em outra. Aquele que foi causa do sofrimento para seus
semelhantes virá a
achar-se numa condição em que sofrerá o que tenha feito sofrer. Este
o sentido das palavras
de Jesus. Mas, não vos disse ele também: Perdoai aos vossos
inimigos? E não vos ensinou a
pedir a Deus que vos perdoe as ofensas como houverdes vós mesmos
perdoado, isto é, na
mesma proporção em que houverdes perdoado, compreendei-o bem?”
765. Que se deve pensar da pena de morte imposta em nome de Deus?
“É tomar o homem o lugar de Deus na distribuição da justiça. Os que
assim
procedem mostram quão longe estão de compreender Deus e que muito
ainda têm que
expiar. A pena de morte é um crime, quando aplicada em nome de Deus,
e os que a impõem
se sobrecarregam de outros tantos assassínios.”
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