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- ESPIRITISMO KARDECISTA -
(RELIGIÃO CRISTÃ ESPÍRITA KARDECISTA)

 
 

PARAÍSO, INFERNO E PURGATÓRIO

 

 OBS: estas respostas foram retiradas do LIVRO DOS ESPÍRITOS
respondidas por diversos Espíritos de Luz e Superiores do Bem na Sociedade de Paris, tais:

São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, 

O Espírito da Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, e outros.


1012. Haverá no Universo lugares circunscritos para as penas e gozos dos
Espíritos segundo seus merecimentos? 

"Já respondemos a esta pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de

perfeição dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua

desgraça. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado existe

especialmente destinado a uma ou outra coisa. Quanto aos encarnados, esses são mais ou

menos felizes ou desgraçados, conforme é mais ou menos adiantado o mundo em que

habitam."

 

- De acordo, então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem,

tais como o homem os imagina?

"São simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. Entretanto,

conforme também há dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia;

mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos."
A localização absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação

do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja

essência infinita não lhe é possível compreender.

 

1013. Que se deve entender por purgatório?

"Dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, na Terra é que fazeis o

vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas."

O que o homem chama purgatório é igualmente uma alegoria, devendo-se entender

como tal, não um lugar determinado, porém, o estado dos Espíritos imperfeitos que se

acham em expiação até alcançarem a purificação completa, que os levará à categoria dos

Espíritos bem-aventurados. Operando-se essa purificação por meio das diversas

encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corporal.

 

1014. Como se explica que Espíritos, cuja superioridade se revela na linguagem de

que usam, tenham respondido a pessoas muito sérias, a respeito do inferno e do

purgatório, de conformidade com as idéias correntes?

"É que falam uma linguagem que possa ser compreendida pelas pessoas que os

interrogam. Quando estas se mostram imbuídas de certas idéias, eles evitam chocá-las

muito bruscamente, a fim de lhes não ferir as convicções. Se um Espírito dissesse a um

muçulmano, sem precauções oratórias, que Maomet não foi profeta, seria muito mal

acolhido."

- Concebe-se que assim procedam os Espíritos que nos querem instruir. Como,

porém, se explica que, interrogados acerca da situação em que se achavam, alguns

Espíritos tenham respondido que sofriam as torturas do inferno ou do purgatório?

"Quando são inferiores e ainda não completamente desmaterializados, os Espíritos

conservam uma parte de suas idéias terrenas e, para dar suas impressões, se servem dos

termos que lhes são familiares. Acham-se num meio que só imperfeitamente lhes permite

sondar o futuro. Essa a causa de alguns Espíritos errantes, ou recém-desencarnados, falarem como o

fariam se estivessem encarnados. Inferno pode traduzir por uma vida de provações,

extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor; purgatório, por uma vida

também de provações, mas com a consciência de melhor futuro. Quando experimentas uma

grande dor, não costumas dizer que sofres como um danado? Tudo isso são apenas palavras

e sempre ditas em sentido figurado."

 

1015. Que se deve entender por - uma alma a penar?

"Uma alma errante e sofredora, incerta de seu futuro e à qual podeis proporcionar o

alívio, que muitas vezes solicita, vindo comunicar-se convosco." 

 

1016. Em que sentido se deve entender a palavra céu?

"Julgas que seja um lugar, como os campos Elíseos dos antigos, onde todos os bons

Espíritos estão promiscuamente aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela

eternidade toda, de uma felicidade passiva? Não; é o espaço universal; são os planetas, as

estrelas e todos os mundos superiores, onde os Espíritos gozam plenamente de suas

faculdades, sem as tribulações da vida material, nem as angústias peculiares à

inferioridade."

 

1017. Alguns Espíritos disseram estar habitando o quarto, o quinto céus, etc. Que

querem dizer com isso?

"Perguntando-lhes que céu habitam, é que formais idéia de muitos céus dispostos

como os andares de uma casa. Eles, então, respondem de acordo com a vossa linguagem.

Mas, por estas palavras - quarto e quinto céus - exprimem diferentes graus de purificação e,

por conseguinte, de felicidade. É exatamente como quando se pergunta a um Espírito se

está no inferno. Se for desgraçado, dirá - sim, porque, para ele, inferno é sinônimo

de sofrimento. Sabe, porém, muito bem que não é uma fornalha. Um pagão diria estar no

Tártaro."

O mesmo ocorre com outras expressões análogas, tais como: cidade das flores,

cidade dos eleitos, primeira, segunda ou terceira esfera, etc., que apenas são alegorias

usadas por alguns Espíritos, quer como figuras, quer, algumas vezes, por ignorância da

realidade das coisas, e até das mais simples noções científicas.

De acordo com a idéia restrita que se fazia outrora dos lugares das penas e das

recompensas e, sobretudo, de acordo com a opinião de que a Terra era o centro do

Universo, de que o firmamento formava uma abóbada e que havia uma região das estrelas,

o céu era situado no alto e o inferno em baixo. Daí as expressões: subir ao céu, estar no

mais alto dos céus, ser precipitado nos infernos. Hoje, que a Ciência demonstrou ser a Terra

apenas, entre tantos milhões de outros, uns dos menores mundos, sem importância especial;

que traçou a história da sua formação e lhe descreveu a constituição; que provou ser infinito

o espaço, não haver alto nem baixo no Universo, teve-se que renunciar a situar o céu acima

das nuvens e o inferno nos lugares inferiores. Quanto ao purgatório, nenhum lugar lhe fora

designado. Estava reservado ao Espiritismo dar de tudo isso a explicação mais racional,

mais grandiosa e, ao mesmo tempo, mais consoladora para a humanidade. Pode-se assim

dizer que trazemos em nós mesmos o nosso inferno e o nosso paraíso. O purgatório,

achamo-lo na encarnação, nas vidas corporais ou físicas.

 

1018. Em que sentido se devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é

deste mundo?

"Respondendo assim, o Cristo falava em sentido figurado. Queria dizer que o seu

reinado se exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer

que domine o amor do bem. Ávidos, porém, das coisas deste mundo e apegados aos bens da

Terra, os homens com ele não estão."

 

1019. Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem?

"O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons

predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. 

Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e

dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o

orgulho e o egoísmo.

"Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que

se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa

transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão

na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a

dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a

estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos

novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio

adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos mais atrasados. Neste

banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso

perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o

gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não

menos sublime alegoria do pecado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado

original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si

mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.

"Todos vós, homens de fé e de boa-vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo

na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado.

Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e

decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão

que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai,

sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias."

SÃO LUÍS.



Nota: o Inferno ou o Paraíso estão dentro de cada um de nós e de acordo com seu estado moral e espiritual.
Se sofre constantemente com as dores da angustia pelos seus atos maldosos que a consciência condena, então estará no seu Inferno.
Mas, se encontrou a verdadeira felicidade eterna à que preenche a alma pelas coisas boas que fez, então encontrou o Paraíso.
Pois, a verdadeira felicidade está no ato da prática da caridade feita pelo amor ao próximo.



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