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- ESPIRITISMO KARDECISTA -
(RELIGIÃO CRISTÃ ESPÍRITA KARDECISTA)

 
 

DEMÔNIOS

 

 OBS: estas respostas foram retiradas do LIVRO DOS ESPÍRITOS
respondidas por diversos Espíritos de Luz e Superiores do Bem na Sociedade de Paris, tais:

São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, 

O Espírito da Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, e outros.


131. Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra?

"Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e

bom se houvera criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente

desgraçados? Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em

outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus

mau e vingativo e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu

nome."

A palavra demônio não implica a idéia de Espírito mau, senão na sua acepção

moderna, porquanto o termo grego daïmon, donde ela derivou, significa gênio, inteligência

e se aplica aos seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente.

Por demônios, segundo a acepção vulgar da palavra, se entendem seres

essencialmente malfazejos. Como todas as coisas, eles teriam sido criados por Deus. Ora,

Deus, que é soberanamente justo e bom, não pode ter criado seres prepostos, por sua

natureza, ao mal e condenados por toda a eternidade. Se não fossem obra de Deus,

existiriam, como Ele, desde toda a eternidade, ou então haveria muitas potências soberanas.

A primeira condição de toda doutrina é ser lógica. Ora, à dos demônios, no sentido

absoluto, falta esta base essencial. Concebe-se que povos atrasados, os quais, por

desconhecerem os atributos de Deus, admitem em suas crenças divindades maléficas,

também admitam demônios; mas, é ilógico e contraditório que quem faz da bondade um

dos atributos essenciais de Deus suponha haver Ele criado seres destinados ao mal e a

praticá-lo perpetuamente, porque isso eqüivale a Lhe negar a bondade. Os partidários dos

demônios se apoiam nas palavras do Cristo. Não seremos nós quem conteste a autoridade

de seus ensinos, que desejáramos ver mais no coração do que na boca dos homens; porém,

estarão aqueles partidários certos do sentido que ele dava a esse vocábulo? Não é sabido

que a forma alegórica constitui um dos caracteres distintivos da sua linguagem? Dever-se-á

tomar ao pé da letra tudo o que o Evangelho contém? Não precisamos de outra prova além

da que nos fornece esta passagem:

"Logo após esses dias de aflição, o Sol escurecerá e a Lua não mais dará sua luz, as

estrelas cairão do céu e as potências do céu se abalarão. Em verdade vos digo que esta

geração não passará, sem que todas estas coisas se tenham cumprido."

Não temos visto a Ciência contraditar a forma do texto bíblico, no tocante à Criação

e ao movimento da Terra? Não se dará o mesmo com algumas figuras de que se serviu o

Cristo, que tinha de falar de acordo com os tempos e os lugares? Não é possível que ele

haja dito conscientemente uma falsidade. Assim, pois, se nas suas palavras há coisas que

parecem chocar a razão, é que não as compreendemos bem, ou as interpretamos mal.

Os homens fizeram com os demônios o que fizeram com os anjos. Como

acreditaram na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, tomaram os Espíritos

inferiores por seres perpetuamente maus. Por demônios se devem entender os Espíritos impuros, que 

muitas vezes não valem mais do que as entidades designadas

por esse nome, mas com a diferença de ser transitório o estado deles. São Espíritos

imperfeitos, que se rebelam contra as provas que lhes tocam e que, por isso, as sofrem mais

longamente, porém que, a seu turno, chegarão a sair daquele estado, quando o quiserem.

Poder-se-ia, pois, aceitar o termo demônio com esta restrição. Como o entendem

atualmente, dando-se-lhe um sentido exclusivo, ele induziria em erro, com o fazer crer na

existência de seres especiais criados para o mal.

Satanás é evidentemente a personificação do mal sob forma alegórica, visto não se

poder admitir que exista um ser mau a lutar, como de potência a potência, com a Divindade

e cuja única preocupação consistisse em lhe contrariar os desígnios. Como precisa de

figuras e imagens que lhe impressionem a imaginação, o homem pintou os seres

incorpóreos sob uma forma material, com atributos que lembram as qualidades ou os

defeitos humanos. É assim que os antigos, querendo personificar o Tempo, o pintaram com

a figura de um velho munido de uma foice e uma ampulheta. Representá-lo pela figura de

um mancebo fora contra-senso. O mesmo se verifica com as alegorias da fortuna, da

verdade, etc. Os modernos representaram os anjos, os puros Espíritos, por uma figura

radiosa, de asas brancas, emblema da pureza; e Satanás com chifres, garras e os atributos da

animalidade, emblema das paixões vis. O vulgo, que toma as coisas ao pé da letra, viu

nesses emblemas individualidades reais, como vira outrora Saturno na alegoria do Tempo.


Terceira ordem. - Espíritos imperfeitos

101. CARACTERES GERAIS. - Predominância da matéria sobre o Espírito.

Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são

conseqüentes.

Têm a intuição de Deus, mas não O compreendem.

Nem todos são essencialmente maus. Em alguns há mais leviandade, irreflexão e

malícia do que verdadeira maldade. Uns não fazem o bem nem o mal; mas, pelo simples

fato de não fazerem o bem, já denotam a sua inferioridade. Outros, ao contrário, se

comprazem no mal e rejubilam quando uma ocasião se lhes depara de praticá-lo.

A inteligência pode achar-se neles aliada à maldade ou à malícia; seja, porém, qual

for o grau que tenham alcançado de desenvolvimento intelectual, suas idéias são pouco

elevadas e mais ou menos abjetos seus sentimentos.

Restritos conhecimentos têm das coisas do mundo espírita e o pouco que sabem se

confunde com as idéias e preconceitos da vida corporal. Não nos podem dar mais

do que noções errôneas e incompletas; entretanto, nas suas comunicações, mesmo

imperfeitas, o observador atento encontra a confirmação das grandes verdades ensinadas

pelos Espíritos superiores.

Na linguagem de que usam se lhes revela o caráter. Todo Espírito que, em suas

comunicações, trai um mau pensamento pode ser classificado na terceira ordem.

Conseguintemente, todo mau pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito desta

ordem.

Eles vêem a felicidade dos bons e esse espetáculo lhes constitui incessante tormento,

porque os faz experimentar todas as angústias que a inveja e o ciúme podem causar.

Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea e essa

impressão é muitas vezes mais penosa do que a realidade. Sofrem, pois, verdadeiramente,

pelos males de que padeceram em vida e pelos que ocasionam aos outros. E, como sofrem

por longo tempo, julgam que sofrerão para sempre. Deus, para puní-los, quer que assim

julguem.

Podem compor cinco classes principais.

 

102. Décima classe. ESPÍRITOS IMPUROS. - São inclinados ao mal, de que fazem

o objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia

e a desconfiança e se mascaram de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos

homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à

perdição, satisfeitos com o conseguirem retardar-lhes o adiantamento, fazendo-os sucumbir

nas provas por que passam.

Nas manifestações dão-se a conhecer pela linguagem. A trivialidade e a grosseria

das expressões, nos Espíritos, como nos homens, é sempre indício de inferioridade moral,

senão também intelectual. Suas comunicações exprimem a baixeza de seus pendores e, se

tentam iludir, falando com sensatez, não conseguem sustentar por muito tempo o papel e

acabam sempre por se traírem.

Alguns povos os arvoraram em divindades maléficas; outros os designam pelos

nomes de demônios, maus gênios, Espíritos do mal.

Quando encarnados, os seres vivos que eles constituem se mostram propensos a

todos os vícios geradores das paixões vis e degradantes: a sensualidade, a crueldade, a

felonia, a hipocrisia, a cupidez, a avareza sórdida. Fazem o mal por prazer, as mais das

vezes sem motivo, e, por ódio ao bem, quase sempre escolhem suas vítimas entre as

pessoas honestas. São flagelos para a humanidade, pouco importando a categoria social a

que pertençam, e o verniz da civilização não os forra ao opróbrio e à ignomínia.

 

103. Nona classe. ESPÍRITOS LEVIANOS. - São ignorantes, maliciosos,

irrefletidos e zombeteiros. Metem-se em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com

a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir

maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem

os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes. Acham-se sob a

dependência dos Espíritos superiores, que muitas vezes os empregam, como fazemos com

os nossos servidores.

Em suas comunicações com os homens, a linguagem de que se servem é, amiúde,

espirituosa e faceta, mas quase sempre sem profundeza de idéias. Aproveitam-se das

esquisitices e dos ridículos humanos e os apreciam, mordazes e satíricos. Se tomam nomes

supostos, é mais por malícia do que por maldade.

 

104. Oitava classe. ESPÍRITOS PSEUDO-SÁBIOS. - Dispõem de conhecimentos

bastante amplos, porém, crêem saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns

progressos sob diversos pontos de vista, a linguagem deles aparenta um cunho de seriedade,

de natureza a iludir com respeito às suas capacidades e luzes. Mas, em geral, isso não passa

de reflexo dos preconceitos e idéias sistemáticas que nutriam na vida terrena. É uma

mistura de algumas verdades com os erros mais polpudos, através dos quais penetram a

presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que ainda não puderam despir-se.

 

105. Sétima classe. ESPÍRITOS NEUTROS. - Nem bastante bons para fazerem o

bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Pendem tanto para um como para o outro e

não ultrapassam a condição comum da Humanidade, quer no que concerne ao moral, quer

no que toca à inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias

sentem saudades.

 

106. Sexta classe. ESPÍRITOS BATEDORES E PERTURBADORES. - Estes

Espíritos, propriamente falando, não formam uma classe distinta pelas suas qualidades

pessoais. Podem caber em todas as classes da terceira ordem. Manifestam geralmente sua

presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, movimento e deslocamento

anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc. Afiguram-se, mais do que outros, presos à

matéria. Parecem ser os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer

atuem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, quer nas entranhas da terra. Reconhece-se

que esses fenômenos não derivam de uma causa fortuita ou física, quando denotam caráter

intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir tais fenômenos, mas os de

ordem elevada os deixam, de ordinário, como atribuições dos subalternos, mais aptos para

as coisas materiais do que para as coisas da inteligência; quando julgam úteis as

manifestações desse gênero, lançam mão destes últimos como seus auxiliares.





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