Uma folha cai ao vento
e num momento de alento
pousa em minha sorte,
me levando a pensar,
e a raciocinar,
na dualidade da morte...
Como ela pode ser bela
Tranquila, singela
sem nenhum sofrimento
leve,livre,solta
como uma pluma absorta
nos braços do vento
Um sorriso maroto
cobre o rosto do morto
que está feliz por findar
sua existência sofrida
porém, boa, linda
voltando ao seu lar
Mas como é triste e horrendo
aqueles que caem devendo
como cascas secas e mortas
em seus caixões funestos
são assediados por insetos
que devoram suas juntas tortas
A paz já não é encontrada
em suas faces mutiladas
pelo ódio e desespero
sentidos em sua vida
desgraçada, enrustida
cheia de orgulho e medo
Ah que estranha sorte !
A de morrer após a morte,
ou a de mante-la viva ?
cabe a nós decidir :
Ascender, ou ruir...
rumo o caminho, da vida.