Como se ama o silêncio, a luz, o aroma
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;
Como se ama o clarão da branca lua
Da noite a mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua;
Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumindo;
Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa canção que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia;
Uma imagem risonha e sedutora;
Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio e, cores e, perfume e, vida;
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus.