A
moral dominante em nossa sociedade só admite como correta a fórmula
Homem + Mulher = Família, mas na prática o desejo sexual
se manifesta das mais diversas formas: homossexualidade, bissexualidade,
voyeurismo, masturbação, incesto, sexo oral, sexo por telefone,
sexo virtual, etc. Enquanto se sustenta o conflito entre o que se preconiza
como certo e o modo como se pratica o sexo, estamos na realidade adotando
a mentira como padrão comportamental na sexualidade. Não
há saída neste labirinto esquizofrênico.
A
libido é completamente livre, pois não está presa
a conceitos e preconceitos, mas sim ao prazer, que ultrapassa os limites
da lógica e do “bom senso”.
O
impasse da sociedade atual parece ser este: - Ou encara
a diversidade do mundo real e torna-se mais flexível em relação
aos anseios de cada indivíduo, ou sucumbe dentro de um autoritarismo
cego que força o homem a se encaixar num molde em que não
cabe, mantendo-o para sempre expulso do “Jardim do Éden”, ou seja,
a felicidade sem culpa. Se é inevitável termos normas, inclusive
para garantir os direitos individuais, que estas sejam mais abrangentes
e menos preconceituosas, de forma a enquadrar o maior número de
pessoas e possibilidades dentro da área do comportamento humano,
com o mínimo de discriminação em relação
às diferenças.
Somente
ao cidadão cabe arbitrar sobre o seu prazer, sendo dever do Estado
garantir que ninguém seja forçado a fazer ou participar de
nada contra a sua vontade.
Nestes
termos, como padrões mais amplos, a pansexualidade e a poligamia,
se adotadas, comportariam todas as possibilidades no campo da sexualidade
humana, pois, como normas de comportamento, expandem os limites do desejo,
abrindo caminho para o desenvolvimento da libido de uma forma clara, livre
de preconceitos e culpas, criando novas e infindáveis fórmulas
para a felicidade no campo do prazer individual e coletivo.