O Globo - quinta feira - 24 de junho de 1999
Segundo Caderno

Festa da dança, da música e das artes plásticas na Lapa   
  Claudia Thevenet
Acrobacias com fogo, esquetes teatrais, exposição de arte, baianas vendendo acarajé, capoeira, coreografias em ensaio aberto, música e até um homem nu com uma câmara na mão circulando sem causar estranheza. Pluralidade pouca foi bobagem no cenáriode Fundição em ConSerto, evento que levou anteontem um público eclético à Fundição Progresso, na Lapa, e que servirá de base para o piloto de um programa para a televisão dirigido por Roberto Berliner.


Perfeito Fortuna, com seu figurino estravagante,
passeia em meio a instalação de Mauricio Ruiz,
na Fundição Progresso.
Segundo a organização do evento, cerca de 1.500 pessoas passaram pelo espaço, além de outras 800 que estavam trabalhando no projeto, da segurança aos artistas.

- A intenção é chamar a atenção das pessoas para a Fundição e transformar esse espaço num centro de referência da cultura carioca. A próxima edição deverá ser realizada dentro de um mês - disse Perfeito Fortuna, presidente da Fundição e mestre-de-cerimônias do evento.

As atividades culturais começaram às 17h com uma apresentação do grupo Rio Maracatu, que cantou e dançou sob os Arcos da Lapa. Depois de abrir a festa com um discurso, Perfeito circulou pela Fundição encarnando o espírito de Chacrinha e repetindo o bordão "vai para o trono ou não vai?". A Intrépida Trupe exibiu um número acrobático que fará parte de seu próximo espetáculo e o grupo teatral de Antonio Abujamra apresentou trechos do espetáculo "O casamento", de Nelson Rodrigues. Uma das salas foi ocupada com obras de artistas plásticos como José Bechara e Adriana Varejão.
 
- Acho que eventos assim são importantes para restaurar lugares com vocação para a expressão cultural - disse Bechara.

Às 21h30m, começaram os shows, num espaço batizado por Perfeito de "Circo Voador céu aberto".

- Quando o Circo Voador foi desativado, muita gente ficou sem referência. É legal poder contribuir para a volta de um espaço do qual o Rio carece muito - disse a cantora Zélia Duncan.

Lenine fez coro:

- Sou um paleozóico, fruto do Circo Voador. Não podia deixar de estar aqui.

Lenine abriu a apresentação, seguido de Pedro Luís e a Parede, Zélia Duncan, Cássia Eller, Piu Piu, Eduardo Dusek e o Bispo Sardinha, Boato e Rogério Skylab.
 


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