A HISTÓRIA
DO BLUES
O Blues é o casamento da musicalidade sensível dos ritmos do Oeste Africano e as forma musicais da Europa. Dizem os grandes mestres que o Blues é considerado o estilo musical mais importante do séc. XX. Despertado em meio às perseguições da K. K. Klan, o Blues foi uma forma do povo manifestar e resguardar sua cultura e se orignou nos campos de trabalho (Work Songs) e os cultos religiosos (Spirituals). O negro americano, ao contrário de outros lugares, não podia utilizar seus intrumentos tradicionais, viu-se então forçado a se adaptar aos instrumentos dos brancos. O primeiro registro escrito sobre Blues foi encontrado no diário de Chalotte Forten, professora negra da Carolina do Sul. Diz o diário: _"voltei da Igreja com o Blues. Me joguei em minha cama e pela primeira vez desde que cheguei aqui, me senti muito triste e miserável." (extraído do livro "A Free Negro in a Slave Era" - Forten, C.) . No século passado o Blues era uma tradição oral, tolerada pelos fazendeiros como um estímulo que fazia os negros produzirem mais. Em 1865, com a Guerra Civil Americana, o negro se tornou livre e as Work Songs se tornaram canções solitárias do cultivador. Com o as primeiras refinarias e metalúrgicas, inicia-se um êxodo rural: em busca de melhores trabalhos, nas periferias das grandes cidades do Sul e também em Chicago, surgem os guetos, prostíbulos, bares e casas de jogos, animados com música, eis o nascimento do Blues Urbano! Ao fim da Primeira Grande Guerra, foi inventado o gramofone e o Blues passa, então a ser registrado. Surgem as grandes gravadoras como a Victor, Decca, Paramont e Columbia que mantinham as chamadas "race series", que eram subdivisões com artistas negros, para serem consumidos nos guetos. Em 1912, W.C. Handy publicou a primeira composição de Blues, "Memphis Blues." Muito antes disso, porém, o Blues já havia se tornado uma das mais originais formas de arte. A primeira gravação de Blues foi "Crazy Blues" em 1920 com Mamie Smith, vendeu 75 mil cópias, tormando-se suscesso absoluto. Vieram a seguir Bessie Smith, Gertrude Ma Rainey e Alberta Hunter, consideradas as primeiras "Grandes Damas do Blues". A partir de 1925 o Blues começa a se regionalizar nas linhas que são conhecidas hoje, como Blues do Delta (veja o filme "A Encruzilhada") de Chicago, de Memphis, do Texas, de Saint Louis, New Orleans e da Costa Leste. No início do século o músico era um contador de histórias itinerante chamado de songster. Andava pelos vilarejos, campos florestais e construções, distraindo trabalhadores em troca de pousada, comida e...uma garrafa de uísque! Esse trovador moderno carregava um instrumento em suas peregrinações para marcar o ritmo, geralmente algo leve como banjo ou violino; mas à medida que o século XX avançava, estes foram substituídos pela guitarra (prática, barata e muito mais versátil que o violino e o banjo). Logo as casas de jogo e prostíbulos, assim como os cinemas mudos, mantinham um músico contratado, que utilizava o piano para tocar temas trazidos dos campos, tal qual as baladas nas cidades do Norte, adaptando à sensibilidade negra, através, principalmente, de Blues-notes obtidas com certa dificuldade, enrolando panos em alguns martelos de seu piano. Em 1877, as últimas tropas nortistas deixaram o estado de Luisiana. A idéia de uma reunificação entre o Norte e o Sul foi parar nas costas dos negros. O historiador John Hope Franklin escreveu:"...Por mais de um aspecto, a vida dos negros do Sul no início do século XX era mais difícil e mais precária que nos tempos da escravidão." Após a Segunda Guerra Mundial, com o acréscimo da guitarra elétrica, começa uma mudança, novos nomes começam a surgir (Sonny Boy Williamson, Howlin Wolf, Elmore James e B.B. King, no Delta, Muddy Waters e Willie Dixon (uma das maiores parcerias) de Chicago. Ainda: Little Walter, Otis Rush, Magic Sam. Em Detroit o Boogie Man John Lee Hooker, e também, com harmonia sofisticada e presença de palco, T Boone Walker. Na década de 50, o Blues começa a atingir os músicos brancos, que se atiram a ele em busca de um novo ritmo. O Rhythm'n'Blues (R&B) começa a conquistar adeptos como Elvis Presley, Bill Haley & The Comets, Jerry Lee Lewis e Buddy Holly, que diferentemente dos músicos negros (Chuck Berry e o copiadíssimo Little Richard), acrescentavam elementos country criando, então, o "Rock a Billy." Elvis foi um importante elo entre esse estilo e os jovens da época, que por ser extremamente racista e segregacionista, jamais aceitariam um negro como ídolo. Elvis era jovem, branco, com excelente perfomance ao vivo, dotado de muita sensualidade e ainda uma voz que encantava! Quanto ao preconceito, foi vencido quando Alan Fred rebatizou o "novo estilo" de Rock'n Roll! Elvis passou à História como o Rei do Rock'n Roll. Vieram então James Dean e Marlon Brando que adotaram o Rock'n Roll como um estilo de vida, liderando uma moda que contagiou os jovens que imitavam seus ídolos. Esta é a época do surgimento da Soul Music com Sam Cooke, Wilson Picket, Percy Slevge e o mestre do funk James Brown. Quando o Blues e o Rock'n Roll chegou à Europa, passou a influenciar nomes que se tornaram grandes ídolos da juventude. Nomes como: John Lennon e Paul McCartney, Mick Jagger e Keith Richards, Brian Jones, John Mawal e nada mais que Eric Clapton, Jeff Beck e Jimi Page, que transformaram o Blues Rock e com bandas como Beatles que seguia mais a linha de Elvis (pop), Rolling Stones (nome tirado de uma canção de Muddy Waters), Bluesbrakers, Yardbirds e também Cream e o grande Led Zeppelin! Que eram, nas realidade bandas de Blues inglesas, com versões de Willie Dixon, Robert Johnson, Muddy Waters entre outros. |