POEMS

 

Os meus poemas são todos eles em português. Normalmente inspiro-me em imagens que repentinamente me vêm à luz (plim!), em cavaleiros ou em palavras que encontro ao abrir o meu dicionário. Maior parte deles levam aspectos positivistas. Tento trazer felicidades para os leitores. Para entender a ideia que procuro transmitir é preciso 'mastigá-los' bem, porque adoro simbolismos. Enfim, desejo que vocês gostem deles.

 

 

SER POETA

PENA É O QUE FAZ VOAR

LEMBREI-ME DE ABRIR A PORTA

OS MINUTOS CORREM, OS DIAS PASSAM

ERA UMA VEZ

UMA COISA QUE NÃO TINHA NOME

PARECE UM COMBOIO

COMO UM ABISMO

Ó NARCISO, QUE BELEZA

MINHA AMADA BOLA DE FOGO

SÊ CAVALEIRO, LUTA PELO SONHO

COM TEMOR DE SE A PONTE CAI

JUNTO DE UM RIO, CAVALGANDO

SIMPLESMENTE SER UM CAVALO

EU TU NÓS

SEMEADO REGADO

TUDO CRISTALINO, TUDO ESCURO

ALGO BRILHOU, ALGO PASSOU

A VELA ILUMINADA DE AMOR

UMA IMAGEM DE MIM PRÓPRIO

ESTRO ÍNSITO QUE PERTENCE A TODOS

EQUESTRE, CAVALGA NA FLORESTA

NUM MUNDO INCESSANTE ENTERRO MEU SONHO

A MÚSICA TOCA, A MELODIA VOA

IMAGENS OLHANDO, ALMAS LENDO

ARREPENDER-ME-IA SE NÃO TIVESSE MERGULHADO new!

FOCOU new!

NADA MAIS TORNOU AMBIVALENTE new!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ser poeta

É ser corajoso,

É ser ambicioso,

É ser profeta.

 

Se uma flor

É mais do que ja é,

Então, escreve o que diz a fé

E tudo está ao seu dispor.

 

Está inspirado?

Pega num lápis,

Sente o que é ser feliz

E deixa correr como se fosse um passo dado.

 

Abre a porta

E deixa voar.

Se não, vão se esgotar.

Não desista. Sê poeta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pena é o que faz voar,

Para uma ave, como para quem escreve.

O tempo em que tudo era inédito

Já foi morto de forma leve.

 

O que nos falta hoje

É mesmo o que tínhamos ontem:

Tudo o que usurpámos

Pensamos que está com outrem.

 

Ressurgiremos o que deixámos,

Aquela fé da liberdade

Que na antiguidade gravámos.

 

Assim, encontraremos

O que está connosco,

Mas que não sabemos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lembrei-me de abrir a porta

E deixar entrar a intuição.

Quero que a minha não esteja morta,

Oh! Musa de inspiração.

Vogo para aproximar-me

Da intangível perfeição.

Do velho Aritmos tenho de deixar-me,

Passeio pelo jardim do Adão.

 

Sobre o pergaminho virgem

Raia a luz do coração,

Sombras de ideias nele convergem

Através da sagrada mão.

Realizando o simples ritual,

Simplicidade aprendida até então.

Que tudo existente e plural

Seja lembrado e não em vão.

 

Basta um plim! para criar

Como Alguém que nos deu salvação

Um universo onde cresce o pomar

Cujo fruto em mim causa admiração.

Mas parece com a antiga Sabedoria

Descrita nos pormenores do provérbio cristão:

De nós friamente fugiria

Por deixá-lo acompanhado pela solidão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os minutos correm, os dias passam,

Tudo muda, tudo se transforma.

Desde fios, doces, luares,

Até telhados, moedas e fama.

 

Mas se forem felizes, valem a pena.

 

Meses depois, sairei deste paraíso

Para onde não sei se bom ou mal.

Anos passarão como um friso,

Em que hábitos se tornam em saudade.

 

Partirei,

E quebrarei a unidade.

Mas manterei

O que nela corre: a amizade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Era uma vez

Uma cria ainda jovem

Que só de pequenhez

Abrir os braços me fez.

 

Com tudo o que tinha

Dei-lhe para viver.

Tratei-a como se fosse minha,

Não esperava do que depois vinha.

 

Cresceu tanto, tanto, tanto,

Que senti ternura só de a ver.

Mas, um dia, entornei meu pranto

Abraçando os joelhos num canto.

 

Ela teve que ir...

Mas espero que,

Um dia, faça florir

Nela uma rosa a sorrir.

 

–Não voltes, disse eu.

Porém, a minha mente

Contradizia, e isso doeu.

Mas a partida mereceu.

 

Apenas ficou como eternidade

Memorial, inesquecível.

Só sei que, agora me invade

Uma coisa chamada saudade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma coisa que não tinha nome

Que bem sentia quando com ela.

Simples mas difícil de dizer

Esta inexistência bela.

 

Como hei-de expô-la?

É o que faz pranto deitar

Quando a nascente olha

A água por ela criada a desaguar.

 

Ou aquilo existente na profundeza

De uma rã, quando sua cria vê

Por receber duma princesa

Algo que príncipe o faz ser.

 

Felicidade sentida

por algo que criou algo

Quando ver o seu crescer

Seus olhos tornam-se em lago.

 

Com o passar do tempo

Quase esquecida pela Humanidade.

Esta flor que tudo merece

Teve como nome maternidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Parece um comboio,

Um comboio que passa pelo mundo

Inteiro, durante a sua vida,

Mergulhando no mais profundo

Oceano, iluminando o escuro, contando o infinito.

 

A sua alma enche-se de arrebatamentos,

Dos quais brota a sua visão sobre palavras.

E os seus olhos enchem-se de lágrimas e sentimentos,

Cujas emoções se tornam em energia para caminhar.

 

                                    Mostrando-nos

Paisagens, terras coloridas, céus imensos,

Folhas a cair, algas a fluir, fazendo-nos

Pensar iluminadamente, filosofar constantemente,

Abre-nos a janela e traz-nos a brandura da brisa.

 

Visitando a sua alma, Ah!

Comparável com Alexandria, tão sumptuosa...

E escutando o seu apitar,

Simples como um cantarolar, mas pensativo.

 

De repente, passa uma nascente por nossos olhos,

                        Tão espontâneo

E tão natural como o seu andar vivo.

Completando, tinge o fogo as suas águas,

                        Tão melancólico

Mas tão sentimental como o passar do tempo.

 

                                    Andei neste comboio

Durante quatro anos. Memórias contemplo.

Nas suas paragens anuais, entram ignorantes e saiem inteligentes.

E cheguei à minha última paragem, finalmente,

Deixando este comboio, deixando sentimentos,

Descendo a última escada saudosamente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como um abismo,

Uma profunda eternidade.

Tentou sair de lá, queimando

O seu remédio juntamente com o fio de soturnidade.

 

Está sisa que isso é como uma vela:

Arde, mas se lhe der

Mais fogo, finda mais cedo.

O pior é que faz doer.

 

Não conseguirá nunca

Tirar os pés dessa lama que,

Não só consome seu corpo,

Mas na plenitude.

 

Vendo-a a anticipar a coisa jaz,

Alguém sente dor. Mas que remédio,

Só para se confortabilizar num instante!

 

Apenas para segundo fugaz

Oferece anos, fumando o tédio.

Mas que caminho dilacerante!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ó Narciso, que beleza.

Que pena em ti espetarem uma espada.

Toda a tua fama ficou danada,

Mas a sombra ainda fabulosa.

 

Que mal fizeste para seres condenado,

Morto apaixonado por ti próprio.

Porque quiseste ser Júlio,

Ou porque mataste o Fado?

 

Por ambição não mereces tal.

Porém, a perfeição é bem fatal.

 

Colher o fruto que amadureceu?

Podes, sem ser aquele que é do céu.

 

Ó Narciso, se tens que morrer

Quem neste mundo pode viver?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Minha amada bola de fogo

Já não lhe vejo, não tenha vergonha.

Não se esconda, para si eu vogo.

Esse véu escuro não o ponha.

 

Ou alguém em si estragou

A perfeição de que Apolo tinha,

Ou alguém para si lançou

Arma que pensa ser minha.

 

Ainda procuro-lhe, como a mais bela

Que um dia sempre lhe via,

Lembra-se, que parecia numa tela

Ou numa fábula que antes lia.

 

Apareça, como na era remota,

A sorrir tão naturalmente.

Não quero ver em si cair nenhuma gota

Ou que se vira friamente.

 

Apareça do alto céu

Minha amada bola de fogo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sê cavaleiro, luta pelo sonho,

Não deixe correr como um rio,

Faça o que é menos vão,

E colhe o mais belo lírio.

 

Tenha, como arma, uma espada

Feita de fogo de Zeus.

Calíope não esmaga, mas rega

A maior clareza nos pomares seus.

 

Que se torne herói de si mesmo.

Não se escondam, ó valentes.

Seja, dos seus actos, um dos crentes.

 

Nada lhe impede o cavalgar.

Basta agora começar

Para chegar à terra que lhe é dada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com temor de se a ponte cai

Ou de que uma flor sofre.

Não tema, sê valente e vai

Assim a maior beleza merecerá.

Abra as mãos e colha o fruto seu.

Não apodrece se o lembrar bem,

E ainda não morreu

A rosa que me ofereceu.

 

Mas imagina se não der o passo

Que teve de dar para chegar ao futuro:

Seria rotulada como um fracasso

Que nem os corações agem

Quando for questionado

Se anjo ou demónio.

Não pensa no maldito Fado,

O que quer é o que pode.

 

Sem temor, os corações agem,

E o fogo na água para si tingem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Junto de um rio, cavalgando,

Decidi descer, o reflexo olhar.

De repente assustei-me olhando

O meu corpo com cicatrizes.

 

Para cicatrizes ter,

Teve que sentir o que é doer.

Depois disso é rever

E saboriar o fruto que der.

 

Doer é necessário.

Nada vem do vão.

Porém, qual a foz do rio

Será à escolha do cavaleiro.

 

Se feliz se amargura

É o que depois fica.

Até ao fim isto dura

Para que dela jamais se esqueça.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Simplesmente ser um cavalo

que acompanha um aventureiro.

Basta isso, satisfeito,

Preenchendo o vazio instalado.

 

Correr, cavalgar e contemplar

O maior monte, o mais largo rio.

E sentir o quente, o frio,

Tornar-me na mais leve brisa do mar.

 

Simplesmente com ele estar

É melhor que o conquistar...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu tu nós

 

Somos seres diferentes

Mas tornemo-nos iguais

Seríamos como cristais

Tão frágeis as nossas mentes

 

Aqui ali acolá

 

Onde existe felicidade

Será que já esgotou

Para encontrá-la lutou

Contra a forte eternidade

 

Agora antes depois

 

O tempo que correu

Nunca mais está nas mãos

Para não as deixar vãos

Salvou o que quase morreu

 

Ser tudo

Ser ubíquo

Ser eterno

É tudo o que não sou

 

Porém sentindo

Tornarei em tudo

Tornarei ubíquo

Tornarei eterno

 

Tudo é ubíquo é eterno

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Semeado regado

 

Ainda era ignorante

Sem saber o que é cortante

Sentia-me que era perfeição

Sem me fitar se vão ou não

 

Crescendo sabendo

 

Afinal era imaginação

Sou apenas um pequeno grão

Que pertencia a um deserto

Onde tudo era desconcerto

 

Florindo criando

 

Para ter o meu caminho

Tive que sair do remoinho

Que me escondia e me triturava

Quando ainda pequena fava

 

Olhando morrendo

 

Mas o que vim fazer?

Tudo fugiu sem se perceber

Revejo mas já não vejo

Já sou agora apenas despojo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tudo cristalino, tudo escuro,

Devem unir para tornar pacífico

O que sabem, mas que não sabem,

Que Torga sentiu o que é telúrico.

 

Tudo profundo, tudo alto,

Devem ambos para o outro fitar

Para igualar o que não é igual,

E deste modo chegarão ao luar.

 

Tudo oposto, tudo paralelo,

Devem procurar o que a eles pertencem

Que é comum, mas que não é comum.

Os que conseguirem o impossível vencem.

 

Sentem que não tem sentido, mas tem sentido.

Tudo o que é é mais do que já é:

Basta mergulhar no mais profundo ser

Que é, mas que não sabe se é.

 

Tudo angélico, tudo demoníaco,

Lançando o dado, estão na minha mão.

Tudo e todos nem tal percebem,

Que não sou o Fado, mas quem são.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Algo brilhou, algo passou,

Tudo menos vão nos tornou.

Por segundos de alegria

Faz nos sentir por toda a vida.

 

Não, não. Faz nos apenas

As mãos plenas

De memórias que não nos deixam.

Assim, o futuro as portas nos fecham.

 

É com isto que podemos correr

Por coisas que pegam nada valer.

Quando um dia para lá partir

São as únicas que não me vão banir.

 

Se lá um dia olhar para trás,

Apenas de dentro saudade faz.

Mais vale não ir com nada

Que às costas menos pesa.

 

Afinal quem és tu para isso dizer.

Sou aquele que faço nada fazer.

Já sei! És o velho Fracasso!

Pôr corações a agir eu nunca faço.

 

Leva com esta espada no peito.

Não mereço só por aquilo que tinha feito.

Só se ficares quieto para sempre...

Mas quero que alguém me lembre...

 

Só há um fim para ti...

Já percebi.

Desaparece deste mundo.

Vou esconder-me no mais profundo.

 

Não podes, qualquer dia aparecerás.

Então queres pôr-me na coisa jaz?

Isso mesmo, finalmente.

(Qualquer dia renascerei omnipotente...)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Vela iluminada de Amor

É poderoso

Misterioso

Milagre

 

A Vela iluminada de Alegria

É agitador

Condutor

Humilde

 

A Vela iluminada de Amargura

É repelida

Tímida

Triste

 

A Vela iluminada de Aparição

Encontrei na margem do Rio Piedra

Onde sentei e chorei.

Esta Vela incandescente desde Alpha

Tem que ter fim em Ómega

Onde no tecto me enterrei.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma imagem de mim próprio

Fita-me com o mesmo olhar

Com que me via quando espelhar

Fazendo em mim algo brotar.

Semelhança, identidade,

Entre mim e um outro eu.

Este outro no reflexo leu

Um outro que ainda mais dentro nasceu.

Nada mais pode cessar

Este mergulho no infinito.

A partir disso criou o mito

De que alguém por si deu um grito.

Quantos sou? Ou quantos somos?

Obsessão sempre humana,

Axioma que o velho nos ensina,

Escape da realidade profana.

Este olhar que procura olhar

Pelo olhar que o olha.

Para dentro de mim, um outro mergulha,

Dentro de mim a dúvida espalha.

Entrei em algo que foi aberto

Para entrar num outro que dá para outro.

Cansado, para ele prostro,

Minha fraqueza eu lhe mostro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estro ínsito que pertence a todos

Rega os versos por nós semeados.

Sem ele, tudo torna insulso,

Perdendo o desejo e o impulso.

 

Os corações involutosos

Necessitam de braços poderosos.

Perfeição não é de nosso jaez,

Porém, aproximar-nos dela nos fez.

 

Mostrou-nos a maior maviosidade

Que medeia o céu e a Humanidade,

Até à arte mais mavórcia

Inexistente na famosa Grécia.

 

Tritura tudo o que obnubila,

Torna em ouro a velha Argila.

Ilumina a luz da Cassiopeia,

Para o destino nos norteia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Equestre, cavalga na floresta

À procura da maior besta.

Derrota-a! Não desperdiça

A ocasião, vitória iça.

 

Preocupado se pingaço ou não?

Desinteressante, vã questão.

Se bravo, se desilusivo,

Depende de se morto ou se vivo.

 

Alma erácia, viva,

Ala auripene, uma diva,

Rígido corpo, sisa mente,

Grandiosos feitos pretende.

 

Com coração pútrida,

Uma mão lânguida,

Débil o que faz,

Merece apenas coisa jaz.

 

Os que no de Tróia residem,

Reconhecem o que fazem.

Com fim de usurparem

Tudo o que não lhes pertencem.

Portanto quando findarem

            Castigados como os Deuses dizem:

A terra de outrem invadem

            Decapitados muito merecem.

 

Comigo eu levo

Este mito equevo.

Tudo em nós, muito importante,

Cuidando da sirénica e brilhante.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Num mundo incessante enterro meu sonho,

Nada parece possível, fatigante.

Em coisas vãs juventude ponho

Perdendo sempre o comboio do tempo.

 

Num oásis rodeado por grãos de progresso,

Cujas gotas nascem milagres,

Ao encanto eu regresso,

Abraçando o mais belo.

 

Abri os olhos. Nada mudou.

Porém do sufocante me salvou.

Nada mais importante tornou

Excepto a rosa que em mim brotou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A música toca, a melodia voa,

Tudo ocorre numa caixa.

Cada nota, memória boa,

Toda ela maravilhosa.

 

Porém o tempo passa, envelhece,

Do abrandar nasce a nostalgia.

Espero que depois a mim regresse

Esta velha companheira.

 

Parando!

Acabando!

Ponto final na pauta marcando.

Quebrado!

Desfeito!

Na maior escuridão eu me deito.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagens olhando, almas lendo,

Sente-se frieza oriunda de todo o lado.

Imcompreendido sempre sendo,

Brota em mim o triste Fado.

 

Mundo macilento, negro, escuro,

Não encontro luz que me aqueça.

O canto da solidão eu escuto.

Que meu perfil feliz apareça.

 

A multidão ri, eu rio,

Mas em mim só cresce

Um lírio alimentado de frio.

 

Todos vão, eu vou,

Nada mais em mim restou,

Sem ser a alegria que se gastou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Arrepender-me-ia se não tivesse mergulhado

Na mais pura luz entre a escuridão.

Estava tão bem acompanhado pela solidão

Que o desespero não me tornava desesperado.

 

No meio da tela preta

Brotou uma pinta branca.

Raiou em mim esperança

Avisando-me que já é hora certa...

 

Acordei e senti o Sol bater

Na face madura, perfil áspero.

Uma brisa meus lábios puxando,

E assim o que é sorriso me fez aprender.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Focou

No que quis,

Lutou

E agora diz:

Mostrou

O que é ser lúcido guerreiro, e

Brotou

Em mim a bravura de um cavaleiro

Terminou

Assim o caminho dilacerante, e

Me deixou

Tudo o que era mais importante

Me magoou

Esta velha espada de Milagre

Porém me ensinou

Uma coisa chamada amizade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nada mais tornou ambivalente,

Porque de mim tornei-me crente.

Caminho da Arte clara optei,

Optimismo em mim aceite.

Sou o cavaleiro-hermita.

 

A alguém perdido na escuridão

Trago luz e não sentirão

Solidão bestial, que assusta

Como com um leão numa gruta

Dormindo onde de medo grita.

 

Espada e luz sempre comigo está.

A primeira para medo matar.

A outra para os outros salvar

Donde o Pesadelo permanecerá.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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