POEMS
Os meus poemas são todos eles em português. Normalmente inspiro-me em imagens que repentinamente me vêm à luz (plim!), em cavaleiros ou em palavras que encontro ao abrir o meu dicionário. Maior parte deles levam aspectos positivistas. Tento trazer felicidades para os leitores. Para entender a ideia que procuro transmitir é preciso 'mastigá-los' bem, porque adoro simbolismos. Enfim, desejo que vocês gostem deles.
OS MINUTOS CORREM, OS DIAS PASSAM
ESTRO ÍNSITO QUE PERTENCE A TODOS
NUM MUNDO INCESSANTE ENTERRO MEU SONHO
ARREPENDER-ME-IA SE NÃO TIVESSE MERGULHADO new!
FOCOU new!
NADA MAIS TORNOU AMBIVALENTE new!
É
ser corajoso,
É
ser ambicioso,
É
ser profeta.
Se
uma flor
É
mais do que ja é,
Então,
escreve o que diz a fé
E
tudo está ao seu dispor.
Está
inspirado?
Pega
num lápis,
Sente
o que é ser feliz
E
deixa correr como se fosse um passo dado.
Abre
a porta
E
deixa voar.
Se
não, vão se esgotar.
Não
desista. Sê poeta.
Para
uma ave, como para quem escreve.
O
tempo em que tudo era inédito
Já
foi morto de forma leve.
O
que nos falta hoje
É
mesmo o que tínhamos ontem:
Tudo
o que usurpámos
Pensamos
que está com outrem.
Ressurgiremos
o que deixámos,
Aquela
fé da liberdade
Que
na antiguidade gravámos.
Assim,
encontraremos
O
que está connosco,
Mas
que não sabemos.
E
deixar entrar a intuição.
Quero
que a minha não esteja morta,
Oh!
Musa de inspiração.
Vogo
para aproximar-me
Da
intangível perfeição.
Do
velho Aritmos tenho de deixar-me,
Passeio
pelo jardim do Adão.
Sobre
o pergaminho virgem
Raia
a luz do coração,
Sombras
de ideias nele convergem
Através
da sagrada mão.
Realizando
o simples ritual,
Simplicidade
aprendida até então.
Que
tudo existente e plural
Seja
lembrado e não em vão.
Basta
um plim! para criar
Como
Alguém que nos deu salvação
Um
universo onde cresce o pomar
Cujo
fruto em mim causa admiração.
Mas
parece com a antiga Sabedoria
Descrita
nos pormenores do provérbio cristão:
De
nós friamente fugiria
Por
deixá-lo acompanhado pela solidão.
Os
minutos correm, os dias passam,
Tudo
muda, tudo se transforma.
Desde
fios, doces, luares,
Até
telhados, moedas e fama.
Mas
se forem felizes, valem a pena.
Meses
depois, sairei deste paraíso
Para
onde não sei se bom ou mal.
Anos
passarão como um friso,
Em
que hábitos se tornam em saudade.
Partirei,
E
quebrarei a unidade.
Mas
manterei
O
que nela corre: a amizade.
Uma
cria ainda jovem
Que
só de pequenhez
Abrir
os braços me fez.
Com
tudo o que tinha
Dei-lhe
para viver.
Tratei-a
como se fosse minha,
Não
esperava do que depois vinha.
Cresceu
tanto, tanto, tanto,
Que
senti ternura só de a ver.
Mas,
um dia, entornei meu pranto
Abraçando
os joelhos num canto.
Ela
teve que ir...
Mas
espero que,
Um
dia, faça florir
Nela
uma rosa a sorrir.
–Não
voltes, disse eu.
Porém,
a minha mente
Contradizia,
e isso doeu.
Mas
a partida mereceu.
Apenas
ficou como eternidade
Memorial,
inesquecível.
Só
sei que, agora me invade
Uma
coisa chamada saudade.
Que
bem sentia quando com ela.
Simples
mas difícil de dizer
Esta
inexistência bela.
Como
hei-de expô-la?
É
o que faz pranto deitar
Quando
a nascente olha
A
água por ela criada a desaguar.
Ou
aquilo existente na profundeza
De
uma rã, quando sua cria vê
Por
receber duma princesa
Algo
que príncipe o faz ser.
Felicidade
sentida
por
algo que criou algo
Quando
ver o seu crescer
Seus
olhos tornam-se em lago.
Com
o passar do tempo
Quase
esquecida pela Humanidade.
Esta
flor que tudo merece
Teve
como nome maternidade.
Um
comboio que passa pelo mundo
Inteiro,
durante a sua vida,
Mergulhando
no mais profundo
Oceano,
iluminando o escuro, contando o infinito.
A
sua alma enche-se de arrebatamentos,
Dos
quais brota a sua visão sobre palavras.
E
os seus olhos enchem-se de lágrimas e sentimentos,
Cujas
emoções se tornam em energia para caminhar.
Mostrando-nos
Paisagens,
terras coloridas, céus imensos,
Folhas
a cair, algas a fluir, fazendo-nos
Pensar
iluminadamente, filosofar constantemente,
Abre-nos
a janela e traz-nos a brandura da brisa.
Visitando
a sua alma, Ah!
Comparável
com Alexandria, tão sumptuosa...
E
escutando o seu apitar,
Simples
como um cantarolar, mas pensativo.
De
repente, passa uma nascente por nossos olhos,
Tão espontâneo
E
tão natural como o seu andar vivo.
Completando,
tinge o fogo as suas águas,
Tão melancólico
Mas
tão sentimental como o passar do tempo.
Andei neste comboio
Durante
quatro anos. Memórias contemplo.
Nas
suas paragens anuais, entram ignorantes e saiem inteligentes.
E
cheguei à minha última paragem, finalmente,
Deixando
este comboio, deixando sentimentos,
Descendo
a última escada saudosamente.
Uma
profunda eternidade.
Tentou
sair de lá, queimando
O
seu remédio juntamente com o fio de soturnidade.
Está
sisa que isso é como uma vela:
Arde,
mas se lhe der
Mais
fogo, finda mais cedo.
O
pior é que faz doer.
Não
conseguirá nunca
Tirar
os pés dessa lama que,
Não
só consome seu corpo,
Mas
na plenitude.
Vendo-a
a anticipar a coisa jaz,
Alguém
sente dor. Mas que remédio,
Só
para se confortabilizar num instante!
Apenas
para segundo fugaz
Oferece
anos, fumando o tédio.
Mas
que caminho dilacerante!
Que
pena em ti espetarem uma espada.
Toda
a tua fama ficou danada,
Mas
a sombra ainda fabulosa.
Que
mal fizeste para seres condenado,
Morto
apaixonado por ti próprio.
Porque
quiseste ser Júlio,
Ou
porque mataste o Fado?
Por
ambição não mereces tal.
Porém,
a perfeição é bem fatal.
Colher
o fruto que amadureceu?
Podes,
sem ser aquele que é do céu.
Ó
Narciso, se tens que morrer
Quem
neste mundo pode viver?
Já
não lhe vejo, não tenha vergonha.
Não
se esconda, para si eu vogo.
Esse
véu escuro não o ponha.
Ou
alguém em si estragou
A
perfeição de que Apolo tinha,
Ou
alguém para si lançou
Arma
que pensa ser minha.
Ainda
procuro-lhe, como a mais bela
Que
um dia sempre lhe via,
Lembra-se,
que parecia numa tela
Ou
numa fábula que antes lia.
Apareça,
como na era remota,
A
sorrir tão naturalmente.
Não
quero ver em si cair nenhuma gota
Ou
que se vira friamente.
Apareça
do alto céu
Minha
amada bola de fogo...
Sê
cavaleiro, luta pelo sonho,
Não
deixe correr como um rio,
Faça
o que é menos vão,
E
colhe o mais belo lírio.
Tenha,
como arma, uma espada
Feita
de fogo de Zeus.
Calíope
não esmaga, mas rega
A
maior clareza nos pomares seus.
Que
se torne herói de si mesmo.
Não
se escondam, ó valentes.
Seja,
dos seus actos, um dos crentes.
Nada
lhe impede o cavalgar.
Basta
agora começar
Para
chegar à terra que lhe é dada.
Ou
de que uma flor sofre.
Não
tema, sê valente e vai
Assim
a maior beleza merecerá.
Abra
as mãos e colha o fruto seu.
Não
apodrece se o lembrar bem,
E
ainda não morreu
A
rosa que me ofereceu.
Mas
imagina se não der o passo
Que
teve de dar para chegar ao futuro:
Seria
rotulada como um fracasso
Que
nem os corações agem
Quando
for questionado
Se
anjo ou demónio.
Não
pensa no maldito Fado,
O
que quer é o que pode.
Sem
temor, os corações agem,
E
o fogo na água para si tingem.
Decidi
descer, o reflexo olhar.
De
repente assustei-me olhando
O
meu corpo com cicatrizes.
Para
cicatrizes ter,
Teve
que sentir o que é doer.
Depois
disso é rever
E
saboriar o fruto que der.
Doer
é necessário.
Nada
vem do vão.
Porém,
qual a foz do rio
Será
à escolha do cavaleiro.
Se
feliz se amargura
É
o que depois fica.
Até
ao fim isto dura
Para
que dela jamais se esqueça.
que
acompanha um aventureiro.
Basta
isso, satisfeito,
Preenchendo
o vazio instalado.
Correr,
cavalgar e contemplar
O
maior monte, o mais largo rio.
E
sentir o quente, o frio,
Tornar-me
na mais leve brisa do mar.
Simplesmente
com ele estar
É
melhor que o conquistar...
Somos
seres diferentes
Mas
tornemo-nos iguais
Seríamos
como cristais
Tão
frágeis as nossas mentes
Aqui
ali acolá
Onde
existe felicidade
Será
que já esgotou
Para
encontrá-la lutou
Contra
a forte eternidade
Agora
antes depois
O
tempo que correu
Nunca
mais está nas mãos
Para
não as deixar vãos
Salvou
o que quase morreu
Ser
tudo
Ser
ubíquo
Ser
eterno
É
tudo o que não sou
Porém
sentindo
Tornarei
em tudo
Tornarei
ubíquo
Tornarei
eterno
Tudo
é ubíquo é eterno
Ainda
era ignorante
Sem
saber o que é cortante
Sentia-me
que era perfeição
Sem
me fitar se vão ou não
Crescendo
sabendo
Afinal
era imaginação
Sou
apenas um pequeno grão
Que
pertencia a um deserto
Onde
tudo era desconcerto
Florindo
criando
Para
ter o meu caminho
Tive
que sair do remoinho
Que
me escondia e me triturava
Quando
ainda pequena fava
Olhando
morrendo
Mas
o que vim fazer?
Tudo
fugiu sem se perceber
Revejo
mas já não vejo
Já
sou agora apenas despojo
Devem
unir para tornar pacífico
O
que sabem, mas que não sabem,
Que
Torga sentiu o que é telúrico.
Tudo
profundo, tudo alto,
Devem
ambos para o outro fitar
Para
igualar o que não é igual,
E
deste modo chegarão ao luar.
Tudo
oposto, tudo paralelo,
Devem
procurar o que a eles pertencem
Que
é comum, mas que não é comum.
Os
que conseguirem o impossível vencem.
Sentem
que não tem sentido, mas tem sentido.
Tudo
o que é é mais do que já é:
Basta
mergulhar no mais profundo ser
Que
é, mas que não sabe se é.
Tudo
angélico, tudo demoníaco,
Lançando
o dado, estão na minha mão.
Tudo
e todos nem tal percebem,
Que
não sou o Fado, mas quem são.
Tudo
menos vão nos tornou.
Por
segundos de alegria
Faz
nos sentir por toda a vida.
Não,
não. Faz nos apenas
As
mãos plenas
De
memórias que não nos deixam.
Assim,
o futuro as portas nos fecham.
É
com isto que podemos correr
Por
coisas que pegam nada valer.
Quando
um dia para lá partir
São
as únicas que não me vão banir.
Se
lá um dia olhar para trás,
Apenas
de dentro saudade faz.
Mais
vale não ir com nada
Que
às costas menos pesa.
Afinal
quem és tu para isso dizer.
Sou
aquele que faço nada fazer.
Já
sei! És o velho Fracasso!
Pôr
corações a agir eu nunca faço.
Leva
com esta espada no peito.
Não
mereço só por aquilo que tinha feito.
Só
se ficares quieto para sempre...
Mas
quero que alguém me lembre...
Só
há um fim para ti...
Já
percebi.
Desaparece
deste mundo.
Vou
esconder-me no mais profundo.
Não
podes, qualquer dia aparecerás.
Então
queres pôr-me na coisa jaz?
Isso
mesmo, finalmente.
(Qualquer
dia renascerei omnipotente...)
É
poderoso
Misterioso
Milagre
A
Vela iluminada de Alegria
É
agitador
Condutor
Humilde
A
Vela iluminada de Amargura
É
repelida
Tímida
Triste
A
Vela iluminada de Aparição
Encontrei
na margem do Rio Piedra
Onde
sentei e chorei.
Esta
Vela incandescente desde Alpha
Tem
que ter fim em Ómega
Onde
no tecto me enterrei.
Fita-me
com o mesmo olhar
Com
que me via quando espelhar
Fazendo
em mim algo brotar.
Semelhança,
identidade,
Entre
mim e um outro eu.
Este
outro no reflexo leu
Um
outro que ainda mais dentro nasceu.
Nada
mais pode cessar
Este
mergulho no infinito.
A
partir disso criou o mito
De
que alguém por si deu um grito.
Quantos
sou? Ou quantos somos?
Obsessão
sempre humana,
Axioma
que o velho nos ensina,
Escape
da realidade profana.
Este
olhar que procura olhar
Pelo
olhar que o olha.
Para
dentro de mim, um outro mergulha,
Dentro
de mim a dúvida espalha.
Entrei
em algo que foi aberto
Para
entrar num outro que dá para outro.
Cansado,
para ele prostro,
Minha
fraqueza eu lhe mostro.
Estro
ínsito que pertence a todos
Rega
os versos por nós semeados.
Sem
ele, tudo torna insulso,
Perdendo
o desejo e o impulso.
Os
corações involutosos
Necessitam
de braços poderosos.
Perfeição
não é de nosso jaez,
Porém,
aproximar-nos dela nos fez.
Mostrou-nos
a maior maviosidade
Que
medeia o céu e a Humanidade,
Até
à arte mais mavórcia
Inexistente
na famosa Grécia.
Tritura
tudo o que obnubila,
Torna
em ouro a velha Argila.
Ilumina
a luz da Cassiopeia,
Para
o destino nos norteia.
À
procura da maior besta.
Derrota-a!
Não desperdiça
A
ocasião, vitória iça.
Preocupado
se pingaço ou não?
Desinteressante,
vã questão.
Se
bravo, se desilusivo,
Depende
de se morto ou se vivo.
Alma
erácia, viva,
Ala
auripene, uma diva,
Rígido
corpo, sisa mente,
Grandiosos
feitos pretende.
Com
coração pútrida,
Uma
mão lânguida,
Débil
o que faz,
Merece
apenas coisa jaz.
Os
que no de Tróia residem,
Reconhecem o que fazem.
Com
fim de usurparem
Tudo o que não lhes pertencem.
Portanto
quando findarem
Castigados como os
Deuses dizem:
A
terra de outrem invadem
Decapitados muito
merecem.
Comigo
eu levo
Este
mito equevo.
Tudo
em nós, muito importante,
Cuidando
da sirénica e brilhante.
Num
mundo incessante enterro meu sonho,
Nada
parece possível, fatigante.
Em
coisas vãs juventude ponho
Perdendo
sempre o comboio do tempo.
Num
oásis rodeado por grãos de progresso,
Cujas
gotas nascem milagres,
Ao
encanto eu regresso,
Abraçando
o mais belo.
Abri
os olhos. Nada mudou.
Porém
do sufocante me salvou.
Nada
mais importante tornou
Excepto
a rosa que em mim brotou.
Tudo
ocorre numa caixa.
Cada
nota, memória boa,
Toda
ela maravilhosa.
Porém
o tempo passa, envelhece,
Do
abrandar nasce a nostalgia.
Espero
que depois a mim regresse
Esta
velha companheira.
Parando!
Acabando!
Ponto
final na pauta marcando.
Quebrado!
Desfeito!
Na maior escuridão eu me deito.
Sente-se frieza oriunda de todo o lado.
Imcompreendido sempre sendo,
Brota em mim o triste Fado.
Mundo macilento, negro, escuro,
Não encontro luz que me aqueça.
O canto da solidão eu escuto.
Que meu perfil feliz apareça.
A multidão ri, eu rio,
Mas em mim só cresce
Um
Todos vão, eu vou,
Nada mais em mim restou,
Sem ser a alegria que se gastou.
Arrepender-me-ia se não tivesse mergulhado
Na mais pura luz entre a escuridão.
Estava tão bem acompanhado pela solidão
Que o desespero não me tornava desesperado.
No meio da tela preta
Brotou uma pinta branca.
Raiou em mim esperança
Avisando-me que já é hora certa...
Acordei e senti o Sol bater
Na face madura, perfil áspero.
Uma brisa meus lábios puxando,
E assim o que é sorriso me fez aprender.
No que quis,
Lutou
E agora diz:
Mostrou
O que é ser lúcido guerreiro, e
Brotou
Em mim a bravura de um cavaleiro
Terminou
Assim o caminho dilacerante, e
Me deixou
Tudo o que era mais importante
Me magoou
Esta velha espada de Milagre
Porém me ensinou
Uma coisa chamada amizade
Porque de mim tornei-me crente.
Caminho da Arte clara optei,
Optimismo em mim aceite.
Sou o cavaleiro-hermita.
A alguém perdido na escuridão
Trago luz e não sentirão
Solidão bestial, que assusta
Como com um leão numa gruta
Dormindo onde de medo grita.
Espada e luz sempre comigo está.
A primeira para medo matar.
A outra para os outros salvar
Donde o Pesadelo permanecerá.