Articulista atribui preconceito racial à distinção econômica no Brasil
[13/05/03 - 09h20]
WSCOM Online, da Redação

O escritor Pedro Severino de Sousa encaminhou ao WSCOM Online um artigo no qual analisa os meandres da discriminação racial no país. No dia 13 de maio de 1888 foi assinada a Lei Áurea, que libertou os negros da condição de escravos. Leia a íntegra do texto do autor de "Água: Essência da Vida".

É racismo ou preconceito à pobreza?

É bem forte o preconceito contra a raça negra nas Américas, principalmente, nos Estados Unidos da América (EUA) e no Brasil. A causa primordial desta questão residiu, sem sombra de dúvidas, nas suas colonizações escravistas de negros trazidos da África, que eram submetidos a serviços mais do que subalternos, para não dizer em condições altamente desumanas. Só para retratar um pouco esta realidade, relata-se que esses escravos (negros), eram trocados por rapadura, mel, aguardente e outros produtos, no ciclo da cana de açúcar, e trazidos em porões de navios, em condições precaríssimas. Mais da metade morriam. Porém, vamos só nos ater à escravidão aqui no Brasil. Portanto, será de suma importância de se fazer um breve comentário histórico a este respeito.

Depois de século de luta, finalmente em 13 de maio de 1888, foi assinada a Lei Áurea pela Princesa Isabel. Através desta mencionada lei, veio a abolição da escravatura no Brasil.Isto, no entanto, só trouxe uma certa “Liberdade” aos negros escravos brasileiros. Mas, entretanto, ficou enraizado no comportamento psico-cultural do povo brasileiro, o preconceito contra a raça negra, não por serem negros, e sim, por serem submetidos a serviços humilhantes e subumanos, e em conseqüência disto, gerou este segmento da sociedade brasileira menos favorecido e discriminado, não por serem negros, e sim, pelas condições levarem-nos à pobreza. Temos o caso de Pelé, negro, Rei do futebol e o atleta do século, é tratado mundialmente com galantismo e apoteose. E é recebido internacionalmente, por todas as autoridades mundiais, sem exceção, desde George Bush, até o Papa João Paulo II.

Então, com se vê, o problema não é de preconceito racial, e sim de preconceito à pobreza. Pois, segundo relatório da equipe de transição do Governo Lula, dos 175.000.000(cento e setenta e cinco milhões) de brasileiros existentes hoje, 55.000.000(cinqüenta e cinco milhões) são considerados paupérrimos e que entre estes, 15.000.000(quinze milhões) são considerados extremamente pobres, ou seja, são considerados indigentes. Que desta estatística referida anteriormente, não tenho dados precisos do IBGE, mas certamente, uma grande parcela é de negros, distribuídos principalmente nos bolsões de pobrezas nas favelas de Salvador (BA), primeira capital do Brasil colônia, onde os negros eram serviçais da então corte, e como também, nas favelas (morros) do Rio de janeiro (RJ), idem, devido às mesmas razões de Salvador.

Certamente este quadro dantesco, para não dizer miserável. Felizmente, isto vai acabar um dia, com o governo Lula, através do programa “Fome Zero” e outros Programas Sociais, que serão criados no Ministério da Ação Social e no Ministério da Cidade. E que se tenha no Ministério dos Direitos Humanos, uma política mais justa, pois o que se vê neste país, é a inversão de valores, onde o bandido vira herói e o herói vira bandido. E finalmente, o que se deseja, é a preservação dos Direitos Humanos. Pois, o sol nasceu para todos, indistintamente.

De onde se conclui: só para se refletir um pouco, a justiça divina, não faz distinção de cor, raça, sexo, riqueza ou pobreza, ela é reta, justa, onipresente, onisciente, onipotente e eterna. Onde difere totalmente da pretensão do Homem, de querer ser a imagem e semelhança de Deus. Pense nisso!

 


 

 

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