Avião de origem francesa, destinado ao transporte táctico militar, cujo primeiro protótipo voou pela primeira vez em 10 de Setembro de 1949, equipado com dois motores SNECMA (Gnome & Rhone) 14 R, desenvolvendo 1600 hp cada. Relativamente a modelos de configuração semelhante anteriormente desenvolvidos (o Gota Go 244 e o Fairchild C-82 "Packet") o Noratlas apresentava uma fuselagem mais esguia e asas com maior aspect ratio .

Um segundo protótipo, equipado com motores mais potentes (Bristol Hercules 259) efectuou o primeiro voo em 28 de Novembro de 1950.

Após a construção de mais 3 unidades pré-produção (que continuaram a ser utilizadas para testes até aos anos 70) a primeira unidade de produção efectuou o primeiro voo em 24 de Novembro de 1952 e foi entregue à Armeé de l´Air em Junho do ano seguinte.

Identificado até aí como Nord 2501, a designação oficial "Noratlas" só lhe foi tribuída em Janeiro de 1953. Um total de 420 Noratlas foram fabricados até 1961.

A necessidade de dotar o avião com maior potência à descolagem determinou a colocação, nas pontas das asas, de turbinas adicionais Turbomeca Marboré II E. O modelo assim equipado passou a ter a designação Nord 2502. Outras versões foram recebendo numeração subsequente, até à nº 2508. Uma das mais curiosas versões foi a Nord 2506, preparada para operar em pistas limitadas e para efectuar cargas e descargas sem recurso a equipamento especial; para este efeito, o trem principal podia ser encurtado, com o avião no solo, para facilitar o carregamento da fuselagem por trás.

O Noratlas foi intensivamente utilizado pelos franceses no Vietname, e esteve ao serviço da força aérea francesa até Setembro de 1986, devendo-se o seu abandono às crescentes dificuldades em obter gasolina 100LL pra os seus motores radiais. Chegou a ser constituída uma unidade semi-acrobática, a "Patrouille Guimauve", demonstrando as suas qualidades de voo em vários espectáculos aeronáuticos.

O Noratlas teve também um papel relevante nas missões francesas ao Polo Norte, entre 1956 e 1968. Foi igualmente utilizado em missões de ajuda humanitária nas inundações de Madagascar, em Maio de 1959, e no terramoto da cidade marroquina de Agadir, em 1960.

Além da França, equipou os exércitos da Alemanha (187 unidades, identificadas como Nora) Israel, Grécia, Portugal, tendo sido ainda utilizado por vários paises africanos, como Angola e Moçambique (herdando as unidades portuguesas) Congo, Djibouti, Nigéria, Uganda e Rwanda.

Várias unidades foram igualmente utilizadas por companhias aéreas civis: UAT-Aéromaritime (França), Arkia (Israel), Air Algérie, Transvalair, APA International Air (Republica Dominicana), ATESA (Equador), West African Cargo (Gana) Air Atlantic (Ruanda) e Guila Air (Zaire). Esta ultima companhia mantinha ainda unidades a voar em 1997.

O Noratlas 2501 com o nº de construção 191 é mantido em condições de voo pela associação francesa "Le Noratlas de Provence".

O Noratlas foi utilizado pela Força Aérea Portuguesa, na versão Nord 2502 (12 exemplares, ao serviço entre 1960 e 1978) e Nord 2501-D (19 exemplares, ao serviço entre 1968 e 1978)

Informação e fotografias adicionais sobre o Noratlas na história aeronáutica portuguesa podem ser encontrados na Portuguese Militay Aviation

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