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Boletim Jurídico – ano IV – nº 31

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

 

“Freqüentemente é necessário mais coragem para ousar fazer certo do que temer fazer errado”.

(Abraham Lincoln)

 

 

Aposentado: tabela mostra perda de 105% no reajuste

 

Desde 1991, valor dos benefícios maiores caiu à metade

por Luciene Braga

 

Rio - Daqui a uma semana, quando o reajuste de 12,05% elevar o salário mínimo de R$ 415 para R$ 465, os benefícios de aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do piso previdenciário terão acumulado prejuízos de 105,20%, com perda da metade do valor desde 1991, quando, por lei, os reajustes passaram a ser diferenciados para os dois grupos de segurados. Cálculo da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda (confira abaixo) considerou, desde aquele ano, o mesmo valor de mínimo para as duas categorias, aplicou os índices distintos e demonstrou que o piso desse grupo seria de R$ 226,62 no dia 1º de fevereiro — com a correção de 6,22%, prevista em orçamento. Fala-se que, internamente, o governo discute e tenta chegar a 7%, mas a equipe econômica tem sido dura. Ao ser pressionado por dirigentes de centrais sindicais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “tentaria” um índice maior para o grupo que ganha mais.

 

A política de correção dos benefícios foi duramente atacada ontem, em eventos por todo o País. Segurados do Rio lotaram caravanas para ir ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, nas comemorações do Dia Nacional do Aposentado e da Previdência Social (24 de janeiro), em ato marcado por protestos e reivindicações de recuperação das perdas. Em São Paulo, o Sindicato de Aposentados e Pensionistas da Força Sindical organizou uma festa, em padrão semelhante ao que as centrais promovem no Dia do Trabalho. Os aposentados de hoje são os sindicalistas que marcaram os anos 80 e que projetaram nomes como o de Lula na cena política. “O governo Lula não cumpriu o seu compromisso com os aposentados. Todos os anos, milhares de aposentados e pensionistas caem para a faixa do salário mínimo após o reajuste. Em um ano, só fomos recebidos uma vez pelo atual ministro da Previdência, José Pimentel. Há dinheiro para bancos, construtoras, montadoras, mas não para os reajustes dos aposentados”, atacou o presidente do sindicato, João Batista Inocentini, destacando que a falta de negociação não condiz com o passado sindicalista de Lula e do ministro.

 

A presidente da Faaperj, do Rio, Yedda Gaspar, definiu a política como covarde: “Vamos protestar, apesar de todas as manobras do governo, como a que retirou de pauta o Projeto de Lei nº 1, do senador Paulo Paim (PT-RS), que trata do reajuste único, no dia 18 de dezembro, antes do recesso parlamentar. Em 1990, eu ganhava o teto, que atualmente está em R$ 3.038. Mas agora ganho R$ 1.570. Não é justo, porque não há déficit na Seguridade Social. O dinheiro que pagaria o reajuste dos benefícios é desviado para outros fins. Nós, aposentados, estamos pagando a dívida pública”.

 

Estudo da Associação Nacional de Fiscais da Previdência Social (Anfip) descreve a evolução do superávit (resultado positivo, na compensação entre arrecadação e despesas) da Seguridade Social, com e sem a Desvinculação das Receitas da União (DRU), recurso que permite remanejar 20% do orçamento carimbado para outras áreas. O último dado fechado, de 2007, confronta R$ 60,9 bilhões contra R$ 21,8 bilhões, com a DRU. Pelas contas do governo, o reajuste único elevaria a despesa do INSS, por ano, em R$ 6,5 bilhões.

Fonte: O Dia, 25 de janeiro de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

 

 

Prestação de serviço defeituoso obriga Net TV a indenizar consumidora

 

A Net TV terá que pagar 6.500 reais a uma consumidora, a título de indenização por danos morais, além de danos materiais, em virtude da prestação de serviço defeituoso que causou a negativação do nome da cliente. A decisão é do 6º Juizado Especial Cível de Brasília.

 

De acordo com os autos, as partes firmaram contrato de prestação de serviço de TV a cabo e Internet, porém, em razão de inúmeras falhas e interrupções do sinal de TV a cabo, a autora solicitou o cancelamento do referido serviço. Diante disso, um funcionário da empresa foi à residência da autora e retirou o equipamento relativo ao serviço de TV a cabo. Ocorre que, mesmo após a retirada do aparelho, a empresa continuou enviando à autora faturas com a cobrança do serviço. Ao incluir na fatura valores indevidos, a autora deixou de efetuar o pagamento das mesmas, o que gerou a anotação de seu nome nos cadastros de inadimplentes.

 

Em defesa, a Net argumentou que seu sistema não acusou a devolução do equipamento disponibilizado à autora, o que acabou gerando novas faturas mesmo após o cancelamento do serviço.

 

Analisando os documentos juntados aos autos, o juiz conclui que não há dúvida de que houve defeito na prestação do serviço oferecido pela ré, tendo em vista que este não forneceu à consumidora a segurança que dele legitimamente esperava. Isso porque, documento idôneo, assinado por funcionário da empresa, comprova a retirada do aparelho de acesso à TV a cabo, desautorizando, portanto, o envio de faturas de cobranças por um serviço que não estava mais disponibilizado.

 

Considerando que as faturas continham valores referentes a serviços já cancelados, a anotação do nome da autora em cadastros de inadimplentes, por conta destes valores, `constitui ato ilegal, que merece reprovação adequada`, diz o magistrado. Tal conduta, ensina ele, impõe a obrigação de indenizar, nos termos do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor - CDC. Diante disso, fixou em 6.500 reais o valor da indenização, considerando a quantia justa para reparar a dignidade da autora.

 

Em relação aos danos materiais, presumindo ser verdadeira a alegação - não contestada pela Net TV - de qque a autora teria pago por um serviço não prestado adequadamente, o juiz determinou, com base no artigo 42, parágrafo único, do CDC, a restituição em dobro do valor pago indevidamente.

 

Assim, o magistrado condenou a Net TV a pagar à autora a importância de 6.500 reais, a título de danos morais, bem como a restituir à mesma o valor de R$ 172,84, referente ao dobro do que pagou em excesso, e finalmente determinar a exclusão definitiva do nome da autora dos cadastros de inadimplentes.

 

A Net TV recorreu da sentença, mas ela foi mantida pela 2ª Turma Recursal, por unanimidade.

 

Nº do processo: 2007.01.1.129100-92007.01.1.129100-9

Fonte: TJDFT, 23 de janeiro de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

 

 

Mais agilidade no INSS: A partir de terça-feira, aposentadoria por contribuição

e salário-maternidade sairão em meia hora

por Luciene Braga

 

Rio - O INSS antecipou de março para a próxima terça-feira, dia 27, a concessão em 30 minutos da aposentadoria por tempo de contribuição dos trabalhadores urbanos. O salário-maternidade também poderá ser liberado em meia hora, caso os registros do segurado ou segurada estejam completos na descrição do Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis). Para os trabalhadores rurais, a agilidade deve chegar somente em março. Como a aposentadoria por idade já sai em 30 minutos desde o dia 5, a partir de março ficarão de fora apenas os benefícios por invalidez, porque dependem de perícia.

 

Segundo o ministro da Previdência, José Pimentel, o sistema já está integrado e poderá acessar os dados do trabalhador desde 1976 — data em que passou a ser obrigatória a entrega da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) pelas empresas empregadoras. De acordo com ele, pelo menos a metade dos cadastrados no Cnis tem os dados completos.

 

Para quem deu entrada no pedido de aposentadoria por idade, a liberação imediata — sem a pesada burocracia exigida — já é realidade. Basta a carteira de identidade, embora seja mais seguro chegar à agência com todos os documentos comprobatórios, para a possibilidade de haver eventuais inconsistências no Cnis.

 

Para Rosânia de Lima Costa, especialista em legislação trabalhista previdenciária do Centro de Orientação FiscalCenofisco, do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo —, a alteração é um bom sinal, mas é preciso tomar alguns cuidados. “A mudança vale para todos os benefícios, agora, exceto a aposentadoria por tempo para os rurais. O trabalhador ou trabalhadora que pretende requerer a aposentadoria ou o salário-maternidade deve saber que requerer é um pouco diferente de ter o benefício concedido”, ressalva.

 

Segundo ela, os sistemas de alimentação das empresas são fornecidos pelo Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Sefip), que gera a guia do FGTS.

 

As empresas são obrigadas a repassar os dados. “Isso tudo vai para a Caixa Econômica Federal e para a Dataprev, que insere no Cnis. Mas o problema é que nessa passagem pode ocorrer perda de dados. Na terça-feira, todos os dados estarão on-line, mas é melhor ir com os comprovantes do efetivo exercício na função em todos os períodos trabalhados”, recomenda Rosânia.

 

PARA GRÁVIDAS E ADOTANTES, MAIS RAPIDEZ

Para pedir a aposentadoria por tempo de contribuição, o trabalhador precisa agendar o atendimento em uma agência do INSS pelo telefone 135 ou pela Internet (www.mps.gov.br). Para as grávidas ou mães que adotam, com direito aos 120 dias de salário-maternidade, o procedimento ficou mais simples. É a esperança de que elas não recebam o salário só depois que os bebês chegam e se afundem em dívidas, por causa da demora do INSS.

 

“Funcionárias de empresas não precisam requerer, porque a empregadora paga o benefício e compensa na folha do INSS paga à Previdência. As autônomas, empresárias, domésticas e seguradas facultativas devem agendar e comparecer às agências com a identidade, o CPF e o atestado médico, informando a data do afastamento. É preciso ter contribuído por 10 meses”, explica Rosânia Costa. O benefício só não sairá na hora se houver lacunas no sistema. Nesse caso, será preciso apresentar documentos para incluir as informações de vínculos empregatícios fora da relação do Cnis.

 

Déficit do INSS cai pela 1ª vez

O Ministério da Previdência Social anunciou que em 2008 houve a primeira queda no déficit desde 1995, primeiro ano em que foi necessária a complementação do Tesouro Nacional para fazer frente ao pagamento de benefícios. A diferença entre a arrecadação e a despesa foi de R$ 36,2 bilhões, 17,5% abaixo dos R$ 43,9 bilhões estimados para o ano.

 

Com o maior equilíbrio nas contas, a necessidade de financiamento em percentual do Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar a apenas 1,25%, taxa quase meio ponto percentual inferior aos 1,73% registrados em 2007, e a menor desde o início do governo Lula.

 

A Previdência teme que os altos índices de desemprego e o adiamento do recolhimento das contribuições das empresas que migraram para o Simples Nacional possam afetar a arrecadação. Até agora, os efeitos da crise não chegaram ao INSS, mas estão bem próximos. Os impostos que fazem parte da receita da Seguridade Social (Previdência, Assistência Social e Saúde) vêm da produtividade das empresas, como PIS/Cofins e Contribuição Sobre Lucro Líquido.

 

APOSENTADOS SAEM NO PREJUÍZO

Maurício de Oliveira, consultor da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), criticou a justificativa de déficit nas contas, que vem prejudicando os aposentados e pensionistas na concessão de reajustes. “O rombo é uma falácia. Desde a Constituição de 1988, foi criado um sistema de Seguridade Social, que é superavitário. A estrutura tributária, que está na Constituição nos artigos 194 e 195, é desrespeitada. A partir de 1998, o governo Fernando Henrique criou o famoso ajuste fiscal, e o de Lula continua fazendo, utilizando esses recursos que deveriam ser para a Seguridade. De 2000 para cá, o que se faz é administrar finanças públicas com recursos da Seguridade”, acrescenta.

Fonte: O Dia, 22 de janeiro de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

 

 

Mínimo será de R$ 465

Lula confirma valor a sindicalistas em reunião que discutiu medidas para conter demissões

 

BRASÍLIA - O governo federal anunciou ontem o novo valor do salário mínimo. A partir de 1º fevereiro, o piso nacional passará a R$ 465, reajuste de 12,05%. Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sindicalistas chegaram a pedir reajuste de 15% para o mínimo, redução de dois pontos percentuais da taxa básica de juros, ampliação do número de parcelas do seguro-desemprego e garantia de estabilidade. No dia em que o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou o fechamento de 654.946 vagas formais em dezembro, as centrais tentaram obter do governo compromisso de endurecer com empresários e frear a onda de demissões.

 

Saíram da reunião com a promessa do Planalto de criar câmaras setoriais para apresentar medidas específicas nas áreas mais atingidas, de convocar os 50 maiores investidores privados para saber seus planos e se reunir amanhã com representantes de bancos públicos e algumas instituições privadas, para discutir os juros. “O presidente Lula se mostrou sensível à necessidade de se reduzir os juros no Brasil”, disse o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Arthur Henrique.

 

Entre as mudanças propostas pelos trabalhadores, estão ainda a redução da alíquota do INSS recolhida na folha de pagamento, de 20% para 14%, e a isenção temporária da contribuição dos empregadores, de 1% a 3%, repassada ao Sistema S, verba voltada à qualificação gratuita e ao lazer dos empregados — uma provocação da CUT à Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo).

 

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse que a indústria paulista recebeu R$ 2,97 bilhões em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) entre janeiro de 2006 e março de 2008, segundo levantamento do ministério. Os dados foram apresentados em resposta ao desafio feito ao governo pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para que apresentasse uma lista com as empresas que receberam socorro público.

 

Segundo Lupi, momento de crise não é ideal para retirar direitos dos trabalhadores: “Precisamos chegar a um acordo que não prejudique os trabalhadores. O Brasil, que pertence ao contexto globalizado, sofreu em dezembro com a crise. Já conversei com o presidente Lula sobre novas medidas que poderão ser adotadas para defender os trabalhadores. Todas as medidas têm como foco a geração de emprego”. Hoje, metalúrgicos do ABC paulista promovem manifestações em defesa dos empregos e dos salários.

 

Em meio às más notícias, 4 mil metalúrgicos da fábrica da Volkswagen de Taubaté (SP) festejaram a efetivação de 450 trabalhadores, a renovação do contrato de outros 200 e a redução da jornada em até 25 dias neste ano sem prejuízo dos salários. A assembléia que aprovou o acordo reuniu, ontem, metalúrgicos dos dois turnos da montadora. O contrato de 800 empregados terminaria em fevereiro, mas a empresa optou pela prorrogação para a maioria.

Fonte: O Dia, 20 de janeiro de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

 

 

Carência no uso do FGTS para imóvel pode acabar

por SHEILA D`AMORIM da Folha de S.Paulo, em Brasília

 

Além de aumentar, de R$ 350 mil para algo entre R$ 500 mil e R$ 600 mil, o valor do imóvel que poderá ser financiado com recursos do FGTS, o governo também discute acabar com o prazo mínimo de carência estabelecido em lei para que o mutuário possa usar o dinheiro depositado no fundo para abater parte das prestações mensais do financiamento imobiliário.

 

Na prática, isso permitiria o uso da contribuição --que é recolhida pela empresa mensalmente e equivale a 8% do salário do trabalhador-- no mesmo mês em que foi paga, em vez de ela aumentar o volume de dinheiro na conta do trabalhador.

 

A proposta faz parte de um conjunto de medidas apresentado ao governo pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) e criou uma grande polêmica dentro do grupo que prepara o pacote de estímulo ao setor da construção, previsto para ser anunciado na última semana deste mês.

 

`Entre as medidas analisadas, essa da Abecip é a que traz mais complicação de natureza legal, dificuldades operacionais e tecnológicas, além de estimular os saques do FGTS num momento em que a conjuntura econômica não é favorável`, afirmou o vice-presidente de fundos de governo e loterias da Caixa Econômica Federal, responsável por gerir o FGTS, Wellington Moreira Franco.

 

Hoje, a legislação já permite que recursos do FGTS sejam usados para ajudar na compra da casa própria de três formas: 1) para pagamento total ou parcial do valor do imóvel; 2) para amortizar ou liquidar um financiamento em andamento; e 3) pagar parte das prestações.

 

Em todos os casos, o trabalhador precisa estar no mercado formal de trabalho há pelo menos três anos (na mesma empresa ou em empregos diferentes), o financiamento tem que ser feito dentro das regras do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e há exigências específicas para cada uma das situações. O abatimento de parte das prestações é o menos usado e, em 2008, somou R$ 96 milhões de um total de saques para operações relacionadas à compra de imóveis de R$ 5,7 bilhões.

 

Nesse caso, a lei diz que o valor usado está limitado a 80% do valor da prestação, e, para dispor dos recursos, o trabalhador precisa acumular um saldo equivalente a, no mínimo, 12 vezes a quantia mensal que irá utilizar.

 

Com isso, o mutuário que tiver uma prestação de R$ 1.000 poderá requerer o uso de até R$ 800 por mês do FGTS desde que tenha constituído uma reserva de, pelo menos, R$ 9.600.

 

Acúmulo
Se o saldo for menor, ele poderá abater uma parcela menor da prestação e, no caso de a reserva não ser suficiente, será necessário acumular mais dinheiro antes de fazer o saque. Supondo que o salário desse mutuário seja de R$ 4.000, ele teria que esperar dois anos e meio para dispor dos recursos com essa finalidade.

 

A regra, de acordo com técnicos do governo especializados na área, é uma forma de manter a formação do patrimônio do FGTS. Justamente por isso, a sugestão da Abecip é rejeitada por parte do governo.

 

O tema não é consenso nem no setor privado. Segundo o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, `soluções emergenciais` como essa da Abecip podem se perpetuar `e atrapalhar um programa bem mais amplo de habitação de interesse social que está sendo negociado com o governo`.

Fonte: Folha Online, 20 de janeiro de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

 

 

Projeto de lei paulista pretende proibir cadastro de inadimplentes da educação

por Gladys Ferraz Magalhães

 

SÃO PAULO - Segundo divulgado pela revista da Fundação Procon-SP, um Projeto de Lei, de autoria do deputado estadual Rui Falcão (PT), pretende proibir às entidades de ensino a prática de pressionar pais e responsáveis inadimplentes por meio de cadastros de proteção ao crédito.

 

Na visão do deputado, a educação não pode ser considerada uma mercadoria como outra qualquer. `Como se trata de estabelecimento autorizado a funcionar pelo Poder Público e como deve atender aos ditames gerais da educação, impossível permitir que se relacione com a sociedade como mecanismo de arrecadação, possuindo força de estabelecimento comercial para coagir a cobrança por meio de inscrição aos sistemas de proteção ao crédito`, diz.

 

O projeto de número 85/2008 traz em seu primeiro artigo o seguinte texto: `A inclusão do nome dos consumidores, de serviços de proteção ao crédito ou congêneres, de qualquer informação de inadimplemento, fica proibida quando se tratar de dívida contratada com instituição de ensino para prestação de serviços educacionais.`

 

O PL está em trâmite na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) desde fevereiro do ano passado. Em abril, o parecer favorável do deputado André Soares (DEM) foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, que ratificou a legalidade da proposta. Agora, ele aguarda manifestação da Comissão de Defesa do Consumidor para ser analisado no plenário paulista.

 

Cadastro de Inadimplentes

Em setembro do ano passado, o Confenen (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino) criou o Cineb (Cadastro de Informação dos Estudantes Brasileiros), que seria uma espécie de serviço de proteção ao crédito exclusivo para entidades escolares.

 

De acordo com a Fundação Procon-SP, entretanto, a iniciativa da Confederação é inconstitucional, pois a educação, para a entidade, recebe um tratamento especial da Constituição Federal, sendo colocada como um direito fundamental do cidadão.

 

`Educação não é negócio ou comércio para enriquecer alguns espertalhões, mas sim dever do Estado (...) Quando a iniciativa privada entra nesse mercado, já existe uma regra pré-definida. É uma concessão, o Estado permite trabalhar, autoriza cobrar e ter lucro. Só que existem regras a seguir e uma delas é: não se pode impedir a progressão educacional ou deixar de dar a continuidade ao serviço`, informa o assessor chefe do Procon-SP, Carlos Augusto Coscarelli.

 

Entretanto, o presidente da Confenen justifica a criação do cadastro como `uma ferramenta contra a inadimplência escolar` e acrescenta: `O Estado garante o acesso à educação. As escolas particulares são prestadoras de serviços, portanto, quem não tem condições de contratar esses serviços não fica sem o direito.`

Fonte: Infomoney, 19 de janeiro de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

Repasse de tributos para conta telefônica pode ser proibido

Por Gilberto Nascimento

 

Elcione: já há decisão do Superior Tribunal de Justiça contra o repasse.

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 4368/08, da deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), que proíbe o repasse dos tributos devidos pelas companhias telefônicas para os usuários, salvo o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), permitido por lei.

 

Segundo a deputada, o objetivo do projeto, que altera a Lei Geral de Telecomunicações (9.472/97), é impedir que as concessionárias incluam nas contas telefônicas os valores das contribuições para o financiamento da Seguridade Social (Cofins) e para o PIS/Pasep. Ela afirma que o repasse desses tributos para as faturas mensais é uma prática frequente no Brasil, apesar de a legislação não prever essa situação. "A concessionária só pode atuar dentro do que permite a lei", ressalta a deputada.

 

Na avaliação da parlamentar, as empresas não podem transferir para os clientes uma carga fiscal de sua responsabilidade. Elcione Barbalho lembra que já há decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o repasse.

 

Tramitação
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Defesa do Consumidor; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: 'Agência Câmara'

 

 

Fim da assinatura básica de telefonia será tema importante em 2009

Por J. Batista

 

Walter Pinheiro considera que atraso na discussão do tema prejudica consumidor e criação de comissão especial foi um erro.

 

O fim da cobrança da assinatura básica na telefonia, previsto no Projeto de Lei 5476/01, do deputado Marcelo Teixeira (PR-CE), é um assunto que promete mais debate na Câmara em 2009. A comissão especial que vai analisar o tema aguarda a indicação dos representantes dos partidos pelo líderes.

 

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), considera que o atraso na discussão prejudica o consumidor.

 

"Preferencialmente a Mesa Diretora da Câmara resolveu criar uma comissão especial para tratar dessa matéria, o que nós avaliamos como um erro", observou o parlamentar. Para o deputado, se o assunto fosse analisado nas comissões permanentes, como a de Ciência e Tecnologia e, depois, na de Defesa do Consumidor, a proposta "talvez andasse mais rápido".

 

Na sua avaliação, como o tema está numa comissão especial, aguardando um relatório para depois ir para o Plenário, isso prejudicou o consumidor brasileiro e retardou um debate importante, que trata da questão da redução do valor pago pela assinatura básica. "Isto que é um elemento importante para aumentar o acesso a serviços de comunicação no Brasil."

 

Um milhão de ligações

Em análise desde 2001, o tema já foi alvo de mais de 1 milhão de ligações para o serviço 0800 da Câmara. Os consumidores que apelaram ao Legislativo pediram o fim da tarifa básica de telefone.

 

O deputado Celso Russomanno (PP-SP) também já pediu o início das discussões na comissão especial. Em audiência pública com empresários do setor de telefonia, em novembro passado, Celso Russomanno questionou a necessidade de manutenção da tarifa básica.

 

"A assinatura básica é um fator de exclusão social. A assinatura básica exclui a sociedade do direito de ter um telefone fixo e acessar a internet", destaca o parlamentar. "Enquanto nós tivermos uma assinatura básica, acrescida dos impostos, em qualquer coisa como R$ 53, nós não vamos ter o crescimento da telefonia fixa no Brasil."

 

Equilíbrio financeiro

Os empresários do setor concordam com a necessidade de ampliar o número de assinantes, mas ressaltam que é preciso manter o equilíbrio financeiro das empresas.

O superintendente-executivo da Associação Brasileira de Telecomunicações, Cesar Rômulo Silveira Neto, destacou que o custo da telefonia é alto porque há muitos tributos e juros no Brasil.

 

"É uma equação que, se quiser resolver, tem que sentar na mesa quem define juro e quem define tributo. Fica muito fácil dizer que o problema é da assinatura básica e esquecer que o País paga 150 bilhões de reais por ano de juro", destaca o empresário.

 

"Nós temos que pensar seriamente que, ao discutir a questão da assinatura básica porque o usuário não tem renda, a gente tem que discutir primeiro porque a renda desse trabalhador está baixa. E segundo, porque o preço está muito alto, quando as principais componentes de custo desse serviço são tributos e juros. Duas variáveis que não estão no controle das empresas de telecomunicações", acrescenta.

 

Segundo Cesar Silveira Neto, os altos juros cobrados no País diminuem a renda dos trabalhadores e aumentam os custos dos investimentos em infra-estrutura. Ele lembrou que as empresas de telefonia são obrigadas a cumprir várias exigências com custos elevados. Entre elas, a instalação de um telefone fixo em todas as comunidades com mais de 100 habitantes.

 

Para o deputado Walter Pinheiro, contudo, as empresas vão continuar ganhando, mesmo com o fim da assinatura. "Se houver a redução do preço, mais consumidores farão uso dos serviços, o que compensa a queda no preço com o aumento da escala de produção."

Fonte: 'Agência Câmara'

 

 

Dívida de INSS e IR será cancelada no dia 4

Por Anay Cury

 

Até o dia 4 de fevereiro, todos os contribuintes que têm dívidas antigas relativas a contribuições previdenciárias não recolhidas -no caso de empregadores-, ou a Imposto de Renda, deverão ser anistiados pelo governo, ou seja, terão o débito cancelado. Porém, para que isso ocorra, é preciso que o débito tenha vencido até dezembro de 2002 e que fosse de até R$ 10 mil (com as correções) em 31 de dezembro de 2007.

 

O prazo foi definido em medida provisória de 4 de dezembro do ano passado, que estimou em, no máximo, 60 dias o tempo necessário para o cancelamento de cerca de 2 milhões de processos no país. São mais de R$ 3,5 bilhões que deixarão de ir para os cofres da União.

 

Segundo a Procuradoria Geral da Fazenda, só no Estado de São Paulo, há 236.075 dívidas, somando mais de R$ 400 milhões. Com a medida, todos os devedores terão seus nomes excluídos do Cadin (cadastro informativo de créditos não quitados do governo). Assim, pessoas físicas poderão voltar a prestar concursos e empresas terão direito à certidão negativa de débito.

 

Os contribuintes podem saber se seus débitos já foram ou não cancelados pela internet, no site www.pgfn.gov.br. É preciso clicar em "e-CAC", no lado esquerdo da página. Uma nova página será aberta e, se for a primeira visita, o contribuinte terá de criar um cadastro.

 

Se na consulta aparecer a mensagem "O Contribuinte não Possui Inscrição Ativa no Cadastro de Informações da Dívida Ativa", a dívida já terá sido cancelada.

 

O programa da Fazenda também vai permitir o parcelamento com desconto de dívidas de valores superiores a R$ 10 mil, mas ainda falta a regulamentação.

Fonte: Associação dos Advogados de São Paulo

 

 

São Paulo ganha Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher

 

O Tribunal de Justiça de São Paulo promoveu nesta quinta-feira (22/01) a instalação do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, o primeiro do Estado. A juíza responsável pelo setor é Vanessa Ribeiro Mateus.

 

Ao fazer uso da palavra, a juíza Vanessa Mateus afirmou que “o TJSP, hoje, com a instalação desse Juizado, escreve um capítulo importante de sua história. A violência doméstica é um problema que sempre permeou as relações humanas e que diz respeito à sociedade como um todo. A importância da Lei Maria da Penha, que instituiu a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, é inquestionável e vem sendo tratada por juristas de todo o País”.

 

Na sequência, a coordenadora do projeto de instalação do novo setor, desembargadora Angélica de Maria Mello de Almeida, afirmou: “É com grande satisfação que se anuncia e se dá por instalado nesta data o Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Inicia-se agora uma caminhada que representa tarefa a desafiar a todos nós. O Tribunal de Justiça de São Paulo dá mais um passo no combate à violência doméstica”. “Ainda impera a ideia de que cabe à mulher tais e quais papéis predefinidos socialmente. A Lei Maria da Penha é uma mostra dessa luta feminina e que conta com a participação e a solidariedade de muitos homens. O Juizado hoje inaugurado servirá para dar completude aos direitos fundamentais da mulher já garantidos pela Constituição e por tratados internacionais incorporados ao tratamento jurídico nacional. Sua competência, que abrange as áreas cível e criminal, é inédita no Direito brasileiro. Nossa esperança é que possamos dar concretude ao Juizado como instrumento de tutela da mulher, para que se consiga interromper o ciclo de violência e que as mulheres possam, assim, exercer a plenitude de sua condição humana”, finalizou a desembargadora.

 

Já o presidente da Seção Criminal do TJSP, desembargador Eduardo Pereira Santos, discorreu sobre a história de Maria da Penha, que deu nome à Lei 11.340/2006. Segundo o desembargador, “o advento da lei se deu longe do calor dos fatos que ensejaram sua criação, com base na linda lição de coragem e de vida de Maria da Penha. A mulher ainda caminha rumo a sua total libertação. A experiência dos Juizados de Violência Contra a Mulher em outros Estados tem mostrado grande êxito. É preciso restabelecer o equilíbrio de forças. Essa iniciativa tinha de chegar a São Paulo e aqui terá conduta correta e serena por parte de nossas juízas”.

 

No encerramento da solenidade, o presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Antonio Carlos Munhoz Soares, ressaltou a presença do corregedor-geral da Justiça, desembargador Ruy Pereira Camilo: “o colega desembargador Ruy Camilo nos conforta com o seu apoio a essa iniciativa. A sua sensibilidade tem sido palavra norteadora em relação às decisões mais prementes nas atividades da nossa Justiça. Parabenizo também o presidente da Seção Criminal do TJSP, desembargador Eduardo Pereira Santos, porque essa inauguração certamente vai constar de seu currículo. Quero agradecer ainda a acolhida do juiz diretor deste Fórum, Alex Zilenovski, que com sua presença ativa e animadora nos faz esquecer o que já fizemos e nos lembra o que ainda temos a fazer; e à doutora Vanessa Ribeiro Mateus, que com seu dinamismo nos faz lembrar nossos primeiros dias de magistratura – e todo dia para nós na magistratura é como se fosse o primeiro dia”.

 

“A palavra sensibilidade é um adjetivo qualificativo juntado ao sensível. Quando fundamos o Serviço Psicossocial do TJSP há 13 anos, jamais pensamos que em 2008 superaríamos 140 mil atendimentos em oito unidades espalhadas pelo Estado. No Juizado que hoje se instala, há a necessidade de estar presente no dia-a-dia – e com certeza ele estará. Na América Latina, esse pioneirismo começa por nós, no Brasil. A Justiça precisa se descentralizar para prestar atendimento às mulheres queixosas de violências terríveis. Quero lembrar que o Tribunal de Justiça instalará também um anexo do Idoso para funcionar junto a uma Vara da Família, com vistas a dar efetividade ao cumprimento do Estatuto do Idoso. Desejo vivamente às doutoras Vanessa Ribeiro Mateus e Ivana David toda sorte de felicidade à frente do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. E nós temos de continuar olhando à frente e enxergar a necessidade de descentralizarmos o Judiciário”, finalizou o desembargador Munhoz Soares.

 

Sobre o Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher

O Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, voltado à aplicação da “Lei Maria da Penha”, foi criado por meio de um convênio firmado entre o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e o Ministério da Justiça no dia 18 de agosto de 2008.

 

O setor funciona como um anexo da 8ª Vara Criminal Central de São Paulo, localizada no Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, Zona Oeste da Capital.

Fonte: Associação dos Advogados de São Paulo

 

Lei Maria da Penha

Por José de Paiva Netto - Jornalista, radialista e escritor.

 

Um novo ano surgiu como extraordinária oportunidade para progredirmos moral, social e espiritualmente, aproximando a época em que viveremos numa sociedade solidária. Contudo, 2009 logo trouxe em seu bojo fatos que em nada enriquecem a trajetória humana.

 

A continuação das guerras, da pobreza e outros absurdos tais como a violência contra a mulher persistem a desafiar tantos idealistas que se dedicam ao bem comum.

 

Dados estarrecedores.

A Agência Brasil divulgou, conforme dados da Fundação Perseu Abramo, que a cada 15 segundos uma mulher é espancada em nosso país: "De acordo com a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, as violências contra as mulheres vão desde o físico até o psicológico, dentro e fora de casa. (.) Em entrevista ao programa 'Bom Dia Ministro', a ministra disse que não há como afirmar se a violência contra as mulheres aumentou. Assinalou, entretanto, que o número de denúncias cresceu e deve ser cada vez maior. De acordo com ela, isso se deve à resposta das mulheres à Lei Maria da Penha e às campanhas de incentivo ao relato de agressões. De acordo com a ministra, é preciso conscientizar a sociedade de que a violência contra a mulher não é um problema de mulheres. Para Nilcéa, outra campanha - Homens pelo Fim da Violência - tem o objetivo de conscientizar a população masculina e arrecadar assinaturas de homens que não aceitam a violência contra a mulher. 'Não adianta imaginar que vamos enfrentar a violência contra as mulheres sem a colaboração dos homens. Sem que os homens entendam que a violência contra as mulheres os prejudica, prejudica suas famílias, os seus filhos. É preciso que eles atuem ativamente. Então, precisamos não só da solidariedade dos homens, precisamos que eles atuem ativamente".

 

De fato, porque dignificar a mulher valoriza o homem, dignificar o homem valoriza a mulher.

 

Contra a impunidade.

Um avanço no que diz respeito a banir do nosso meio a impunidade dos agressores foi a indenização obtida por Maria da Penha Maia Fernandes, 63, que deu o nome à lei que pune com mais rigor quem pratica violência contra a mulher. Foi sancionada pelo presidente Lula, em 2006. Teve como relatora na Câmara Federal a dra. Jandira Feghali, atualmente secretária de Cultura do município do Rio de Janeiro. Matéria de Kamila Fernandes, da Agência Folha, de 13/3/2008, resume a luta dessa brasileira: "(...) Em 2001, a cearense conseguiu uma vitória na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), que determinou que o Estado do Ceará pagasse uma indenização de US$ 20 mil por não ter punido judicialmente o homem que a agredia e que até tentou matá-la: seu ex-marido. (...) O valor da indenização não chega nem a cobrir as despesas médicas que Maria da Penha teve depois das tentativas de homicídio. 'Mas o significado vai muito além disso, tem uma dimensão internacional contra a impunidade', afirmou ela à Folha".

 

Cidadania solidária já.

Em minha obra "Reflexões da Alma", da editora Elevação, comento que &9472; o estágio de fragilidade moral do mundo é tão avançado que, para acabar com a violência, só existe uma medicina forte: a da escalada da fraternidade solidária, aliada à justiça, na educação. Por isso, ecumenicamente espiritualizar o ensino é um poderoso antídoto contra a agressividade. Por falar na "Senhora de Olhos Vendados", aqui um ilustrativo pensamento do ensaísta francês Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues (1715-1747): "Não pode ser justo quem não é humano". Por conseguinte, também não pode ser feliz. Pedro Apóstolo, em sua Primeira Epístola (4:8), pregava, dizendo: "Tende, antes de tudo, ardente caridade uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados". Renovar é, com ardente solidariedade, ou seja, com paixão e compaixão, boa vontade e fé realizante, sacudir as almas, despertar os espíritos, iluminando sua consciência, sem conduzir os indivíduos ao derramamento de sangue, à dor ou à morte. Quase dois milênios depois, Gandhi (1869-1948), o ícone indiano da filosofia da não-violência, gênio inspirador do grande Martin Luther King Jr. (1929-1968), declarou: "Quando o homem chega à plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões". E, como fez o próprio Mahatma, indica ao povo o caminho da libertação.

 

P/S - Quando falo sobre amorr, não o confundo com a aceitação covarde do que é aético. Pelo contrário, o exercício do amor exige o sentimento perfeito de justiça. Ter caridade não significa complacência com comportamentos criminosos impunes que envergonham uma sociedade que se preze.

 

 

 

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