Associa��o dos Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz

 

POR QUE AS UNIVERSIDADES ESTADUAIS BAIANAS

EST�O EM GREVE?

 

A UNEB, UEFS, UESC E UESB, universidades estaduais baianas, est�o em greve. A paralisa��o n�o aconteceu por acaso. Apesar da propaganda oficial demonstrar o contr�rio, a situa��o das universidades baianas n�o � maravilhosa. � verdade que novos pr�dios foram constru�dos e n�o negamos a import�ncia de se possuir uma infra-estrutura de qualidade. A grande quest�o � outra: de que adiantam todos esses investimentos se n�o houver uma pol�tica real de valoriza��o dos profissionais que fazem as universidades funcionar? Hoje os professores das universidades estaduais recebem um dos mais baixos sal�rios pagos no Brasil.

Estamos vivendo a era do conhecimento, da tecnologia. Cresce, portanto, a import�ncia das universidades. Existe m�dico, advogado, soci�logo, etc., sem o trabalho cotidiano do professor? Refletindo sobre estas quest�es podemos entender porque os professores das universidades estaduais baianas est�o em greve. Estes profissionais recebem, na Bahia, um sal�rio base de 280 reais (para 20 horas de trabalho) e 560 reais (para 40 horas de trabalho), mais gratifica��es. Al�m disso, n�o existe uma carreira docente definida. Os mais qualificados s�o ainda mais prejudicados. Para se ter uma id�ia um professor titular, doutor, ap�s anos de prepara��o, recebe um sal�rio base de R$ 1.212,03 para dedicar-se exclusivamente � universidade. Este mesmo profissional, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, trabalhando nas mesmas condi��es, perceberia vencimentos no valor de R$ 4.373,49. A conseq��ncia � que as universidades baianas est�o perdendo v�rios dos seus melhores professores, que acabam aceitando propostas de sal�rios at� quarto vezes maiores em outras faculdades, geralmente particulares.

De novembro de 1990 (pouco antes da posse de ACM no governo baiano) at� aqui, segundo c�lculos do DIEESE, as perdas foram tamanhas que para recompor o sal�rio base seria necess�rio um reajuste da ordem de 263,56 %. Considerando-se a possibilidade de incorpora��o das gratifica��es, ainda seria preciso um reajuste da ordem de 81,78 %.

Diante deste contexto o Secret�rio de Educa��o se posiciona como se fosse desconhecedor da realidade. Somente ap�s v�rios meses de tentativas em v�o e de uma paralisa��o de um dia, os docentes foram recebidos. Na audi�ncia, ap�s conhecer a pauta de reivindica��es, que inclusive n�o foi negada como legitima pelo pr�prio secret�rio, os docentes n�o obtiveram resposta. O secret�rio afirmou na imprensa que os professores quebraram unilateralmente as negocia��es. N�o � bem assim. Que negocia��es? Os docentes levaram uma proposta e sequer receberam a defini��o de uma data para ouvir uma contraproposta. Negociar significa propor alternativas, procurar solu��es, e isso o Governo n�o fez de modo algum.

Al�m de tudo isso, a receita do estado cresce enquanto as verbas destinadas � educa��o e particularmente �s universidades diminuem. O governante diz n�o possuir recursos para remunerar decentemente os servidores mas gasta milh�es de reais com propaganda e com incentivos fiscais a grandes multinacionais, como a Ford. � uma quest�o de prioridade pol�tica e n�o de falta de dinheiro. Essa pol�tica desastrosa do governo � que levou � greve os professores universit�rios e do ensino b�sico. N�o � a alternativa que os docentes queriam, mas o posicionamento unilateral do governo, QUE N�O FEZ PROPOSTA ALGUMA, n�o nos deixou outra alternativa. Paramos para reivindicar reposi��o emergencial de sal�rios, incorpora��o das gratifica��es, reestrutura��o da carreira docente, aumento das verbas para as IEESBA e revoga��o da lei que limita o n�mero de professores com D.E. Temos o apoio dos estudantes, dos funcion�rios de algumas institui��es e temos o apoio de todo cidad�o que entende o papel da universidade para a sociedade em geral e sabe que paredes n�o s�o suficientes para produzir conhecimento e muito menos formam profissionais.

Contra a pobreza, melhores sal�rios! 

ADUSB – ADUSC – ADUNEB – ADUFS – Se��es Sindicais do ANDES/SN

 

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