Hist�ria m�nima de Ijaci
Por Adriano Messias de Oliveira
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As origens
Alto Rio Grande � a regi�o onde fica o munic�pio de Ijaci, nome que, em tupi, quer dizer �rio da lua�. O povoado existe desde a primeira metade do s�c. XVIII, quando come�ou a coloniza��o dos sert�es das Lavras do Funil, em pleno vale do Rio Grande e de seus afluentes de porte, como o Capivari e o Rio das Mortes. O Rio Grande foi uma importante via de acesso para as bandeiras e expedi��es que penetravam as Gerais, a partir do noroeste paulista. O povoado de Con�eic�o do Rio Grande foi elevado a distrito em 1923, e teve sua denomina��o mudada para Ijaci, que significa �m�e dos frutos�, ou seja, a lua. Em 1962, desmembrado de Lavras, passou a ser munic�pio.
Ijaci, cuja planura j� foi requisitada e sugerida, em tempos da an�lise topogr�fica mineira, para a constru��o da capital do estado, � um dos mais significativos redutos etnoc�ntricos da estirpe dos Vilas Boas, oriundos de Portugal (vide p�gina da fam�lia Vilas Boas, neste meu site).
Nossa Senhora da Concei��o do Rio Verde tornou-se Ijaci, separada do arraial de Macaia por 3 km de dist�ncia e pelas �guas turbulentas do Rio Grande (havia duas balsas que faziam a travessia de ve�culos e pedestres antes da represa). Pr�ximo a Macaia, ficava o  vilarejo de Pedra Negra, que foi engolido pelas �guas da usina...
Vigilato Vilas Boas foi quem doou o terreno para se construir a igreja. A ele pertenciam muitas terras, como a Fazenda do Arrepiado. Ele era pai de Tobias, Messias, Tom�s, Cota... No local da atual matriz, muito tempo atr�s (?), havia apenas um cruzeiro, que foi destru�do, a contragosto de meu av�. Pr�ximo ao cruzeiro, construiu-se a primeira �vers�o� da Igreja de Nossa Senhora da Concei��o, com grandes blocos de adobo, que meu av� ajudou a desmoronar para construir o templo atual. Por�m, quando nasceu meu av�(1918), Vigilato era apenas uma lembran�a na cidade... N�o se tem informa��es precisas de quando ocorreu sua vida em Ijaci, mas grande parte dos terrenos (uma extens�o que parte do centro da cidade, passa pelo bairro Aparecida e chegava � fazenda de Z� Pereira) foram doados por Vigilato � santa Concei��o. Seria tudo para a igreja, mas logo as pessoas come�aram a construir suas casas em volta do templo. Al�m do cruzeiro que demarcava a igreja, havia o cruzeiro do Alto do Congonhal.O cruzeiro da matriz foi destru�do quando meu av� era jovem e j� existia a primeira constru��o da igreja.

O ef�mero dia do cinema
A primeira sess�o de cinema de Ijaci ocorreu em 1938, quando meu av� ainda era solteiro. Chegou um caminh�o trazendo uma fita, e o aparato todo funcionava gra�as � energia da bateria do ve�culo. O cinema improvisado foi um amplo sal�o de um casar�o (que pertenceu a um italiano de nome Jacinto, j� naquela �poca falecido), na verdade, tr�s casas geminadas. A constru��o j� n�o mais existe, ficava em frente � Igreja Matriz. Uma das imagens de que meu av� se lembra da concorrida sess�o era das cenas de uma galinha que botava um ovo atr�s do outro, o que gerou estardalha�o por parte da plat�ia. Cada pessoa pagou dez tost�es para assistir ao espet�culo. Homens e mulheres (fam�lia Galdino, por exemplo) estavam presentes, mas meu av� lembra que nem todas as fam�lias (em especial, as mais abastadas) estavam presentes (faltou a presen�a de sua irm� Messias, sempre muito prendada). Naquele dia, havia chovido muito, o Rio Grande estava com correnteza de �galhadas� (ou seja, desciam, com o volume de �gua, muitos destro�os de �rvores e ramas, o que causava perigo para o funcionamento da balsa Ijaci-Macaia). Como ele precisava de qualquer maneira comprar rem�dio para a irm� na farm�cia da vizinha Macaia (Ijaci n�o tinha farm�cia naquela �poca), os canoeiros do outro lado tomaram coragem e vieram transport�-lo. O bico da canoa tinha de seguir para cima, em sentido oposto � correnteza, para maior seguran�a. Ao retornar � casa, logo trocou de roupa para ir ao cinema. Meu av� j� conhecia �a grande novidade� em Lavras, mas muita gente de Ijaci n�o tinha jamais visto a imagem em movimento de um filme; ele ria mais da estupefa��o e da algazarra das pessoas do que do filme propriamente dito. Tempos mais tarde, alguns t�cnicos levaram uma fita sobre pr�ticas agr�colas para o povo assistir, mas foi tudo. O cinema nunca mais se fez presente...

Os Vilas Boas

Na rua Francisco Luiz Vilas Boas, no centro da cidade, destaca-se a casa de Bela e Messias, duas senhoras celibat�rias que preservam at� hoje parte do que foi o vasto terreno em que estava erigido o s�tio urbano de meu bisav�. O Ribeir�o Vilas Boas (mais conhecido como C�rrego Pirapum) ainda corre, sonolento, nos fundos do terreno atual, terreno este  muito reduzido, devido a reparti��es de heran�a familiar.No fundo do quintal da casa do pai de meu av� havia uma ponte sobre o tal ribeir�o, sobre a qual passavam carros de boi. Havia tamb�m fornos para queima de cal, vest�gios dos quais ainda hoje podem ser percebidos no local, do �lado de c� do ribeir�o.
Pertenceram tamb�m ao meu nobre bisav� as terras cultiv�veis conhecidas por Palmital, onde atualmente se edifica uma usina de cana de a��car da Universidade Federal de Lavras. Em terreno abandonado ao lado da usina, podem ser encontrados os restos da resid�ncia de meu av�, Jos� Messias Filho [Vilas Boas], identificados por um antigo jatob�, cujos frutos apanhei aos meus 12 anos e conservo ainda na casa de meus pais, em Lavras.
Na pol�tica ijaciense sempre estiveram � frente os homens Vilas Boas, trazendo ao povoado a chegada da modernidade.
Jo�o de Deus Vilas Boas (bisav� de meu av�), foi dono de muitas terras, mas perdeu muitas delas.
No cemit�rio local, encontram-se t�mulos de meus antepassados Vilas Boas. A chave pode ser solicitada ao coveiro, que mora pr�ximo ao campo-santo.

Curiosidades
Na Fazenda da Barra, em Ibituruna (?), um senhor de nome Viana, conhecido por sua crueldade com os escravos, ao falecer, teve quatro caboclos entrando em seu vel�rio, levando embora seu corpo enrolado no len�ol. Diz o povo que eram mandantes do diabo que vieram buscar o maldoso fazendeiro.
O C�rrego do Paiol, em Ijaci, tem esse nome devido a um paiol, no qual se realizava a troca de alimentos por dinheiro.
Sup�e-se que das regi�es conhecidas por Andaime e Partideira, as pessoas partiam rumo �s guerras (do Paraguai?; dos Sete Dias?).
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