Antes de come\u00E7ar

ALMADA NEGREIROS
ANTES DE COME\u00C7AR

CENA \u00DANICA

(Depois de subir o pano, ouve-se um tambor que se vai afastando. Quando j\u00E1 mal se ouve o tambor, o Boneco levanta-se, e vai espreitar ao fundo para fora. Entretanto a Boneca senta-se e est\u00E1 admirada de ver o Boneco a andar. Quando o Boneco volta para o lugar, fica admirado de ver a Boneca sentada a olhar para ele.)

O BONECO - Tu tamb\u00E9m te mexes como as pessoas?!
A BONECA - (Muito baixinho.) Chiu!...
O BONECO - S\u00F3 agora \u00E9 que dei por isso!
A BONECA - (Idem.) Chiu!...
O BONECO - Eu julgava que de n\u00F3s os dois era eu s\u00F3 que podia mexer-me!
A BONECA - (Sempre muito baixinho.) Eu tamb\u00E9m julgava que de n\u00F3s os dois, era eu a \u00FAnica que podia mexer-me!
O BONECO - E nunca sentiste a puxar por ti todas as noites?!
A BONECA - (Idem.) \u00C9 que eu julgava que era o Homem que puxava por mim!
O BONECO - E tu? Puxaste por mim alguma vez?
A BONECA - (Idem.) Nunca... nunca experimentei puxar por ti... Eu tinha pena, se ao puxar por ti, tu n\u00E3o te mexesses. Por isso nunca experimentei!...
O BONECO - Pois eu, todas as noites, quando o tambor do Homem j\u00E1 vai longe, levanto-me e vou espreitar para fora...
A BONECA - Nunca te vi assim!... \u00C0s vezes sentia puxarem por mim mas julgava que era o Homem... e deixava-me estar boneca...
O BONECO - Se eu soubesse que tu eras como eu!
A BONECA - Se eu soubesse que tamb\u00E9m tu eras assim!
O BONECO - A culpa \u00E9 tua! Eu bem puxei por ti todas as noites!
A BONECA - Que pena! E eu que n\u00E3o adivinhei que eras tu! Olha, perdoas? Tu n\u00E3o imaginas como eu sou t\u00EDmida!...
O BONECO - \u00C9 asneira!...
A BONECA - Chiu!... N\u00E3o fales alto!
O BONECO - N\u00E3o est\u00E1 ningu\u00E9m l\u00E1 fora! Eu nunca me levanto sem ter pensado primeiro se est\u00E1 algu\u00E9m l\u00E1 fora!... S\u00F3 depois de ter pensado bem \u00E9 que me levanto... E at\u00E9 hoje, ainda ningu\u00E9m deu por nada... nem tu!
A BONECA - \u00C9 verdade, nem eu...
O BONECO - Tu \u00E9s t\u00EDmida!
A BONECA - Pois sou...
O BONECO - E n\u00E3o h\u00E1 raz\u00E3o... pois se temos a certeza de que n\u00E3o est\u00E1 ningu\u00E9m a ver! Faz algum mal?
A BONECA - Mas se vissem?
O BONECO - N\u00E3o podem ver!
A BONECA - Tu tens a certeza de que n\u00E3o te podes enganar?
O BONECO - As pessoas \u00E9 que se enganam! N\u00F3s os bonecos, nunca nos enganamos!!!...
A BONECA - A dizer a verdade, eu nunca me enganei... Mas nunca fa\u00E7o nada porque tenho medo de me enganar!...
O BONECO - (A ralhar.) Pareces mais uma menina do que uma boneca!!!
A BONECA - Mas o que \u00E9 que queres?... Eu sou assim... A ti que \u00E9s boneco, n\u00E3o te fica mal levantares-te por tua pr\u00F3pria iniciativa e sem que ningu\u00E9m saiba... (A crescer de interesse.) Mas achas que me ficava bem a mim uma boneca, levantar-me por minha pr\u00F3pria vontade, sem mais nem menos?
O BONECO - Estou-te a dizer que todas as noites me fartei de puxar por ti!...
A BONECA - Eu julgava que era o Homem!
O BONECO - Ora a\u00ED est\u00E1! De que serviu eu ter puxado tanto por ti, se tu te punhas a julgar outras coisas!...
A BONECA - (Perfil.) Chiu!... Sup\u00F5e tu que era o Homem.
O BONECO - Mas n\u00E3o era o Homem, era eu!!!
A BONECA - (3/4.) Mas eu \u00E9 que n\u00E3o sabia!...
O BONECO - Olha! Digo-te outra vez: pareces mais uma menina do que uma boneca!
A BONECA - E n\u00E3o dizes nada mal!... Pois quantas e quantas vezes eu me esque\u00E7o de que sou uma boneca e me ponho a pensar, exactamente como se fosse uma menina!
O BONECO - (Ri.) Isso \u00E9 mesmo de boneca!
A BONECA - Mas que queres que eu fa\u00E7a? Eu sou assim... N\u00E3o fui eu que me fiz!... E tu tamb\u00E9m n\u00E3o podes falar!... Tu levantas-te quando te apetece e mexes-te \u00E0 tua vontade, como se fosses uma pessoa... e isto, para um boneco parece a mais!...
O BONECO - \u00C9s mesmo parvinha de todo! \u00C9 o que eu te digo: nem pareces uma boneca! Ent\u00E3o tu n\u00E3o sabes, minha estupidazinha, que um boneco, quando n\u00E3o est\u00E1 ningu\u00E9m a ver se mexe \u00E0 sua vontade?
A BONECA - J\u00E1 me quis parecer isso... tenho pensado muito a esse respeito... mas a certa altura come\u00E7a-me a doer a cabe\u00E7a e nunca consegui, at\u00E9 hoje, pensar esse assunto todo at\u00E9 ao fim!
O BONECO - Tu \u00E9s uma fraca!
A BONECA - Pois sou... N\u00E3o tenho coragem nenhuma! Eu nem tive coragem para me mexer da posi\u00E7\u00E3o em que o Homem me deixasse!... E tu? Lembravas-te sempre, exactamente, da posi\u00E7\u00E3o em que o Homem te tinha deixado?
O BONECO - Sempre!
A BONECA - Ah! Que boa mem\u00F3ria que tu tens... Eu n\u00E3o sei se tenho boa mem\u00F3ria. Nunca at\u00E9 hoje tive coragem para experimentar levantar-me da posi\u00E7\u00E3o em que o Homem me tinha deixado...
O BONECO - Ent\u00E3o como \u00E9 que sabias que podias mexer-te?
A BONECA - Ouve! Eu explico-te: quando j\u00E1 havia muito tempo que eu n\u00E3o sentia nada em redor de mim, depois de o tambor se ouvir j\u00E1 l\u00E1 muito ao longe... eu abria assim um bocadinho os olhos sem ningu\u00E9m perceber... e ficava a perceber tudo... depois experimentava muito devagarinho mexer um dedo qualquer, ao calhar, e mexia!... Outras vezes estendia um nadinha uma perna, que ningu\u00E9m podia dar por isso... experimentei aos poucochinhos mexer tudo, muito devagarinho e tudo mexia!... Ah! Que se eu tivesse a certeza de que n\u00E3o me esqueceria da posi\u00E7\u00E3o em que o Homem me tinha deixado... eu havia de me levantar e dar uma voltazinha, para experimentar...
O BONECO - O que me espanta, \u00E9 que nunca tenhas dado por mim!
A BONECA - N\u00E3o est\u00E1s com certeza mais admirado do que eu... mas talvez seja por eu ficar quase sempre por acaso com a cara virada p\'r\u00F3 ch\u00E3o... e quando ficasse com a cara p\'ra cima, tamb\u00E9m em nada podia reparar, pois mal te sentisse mexer, punha-me logo a julgar que era o Homem que estava a puxar por ti... e fazia-me imediatamente boneca... Foi sempre t\u00E3o grande o medo que eu tinha que o Homem soubesse que eu mexia, que \u00E0 mais pequenina coisa me punha logo como morta...
O BONECO - Ouve l\u00E1! Porque \u00E9 que falas t\u00E3o baixo? A tua voz n\u00E3o d\u00E1 mais do que isso?
A BONECA - Parece-me que d\u00E1... Ainda n\u00E3o experimentei gritar, mas tenho a certeza de que sou capaz de dar o grito que se ouve mais de longe!
O BONECO - Ent\u00E3o porque falas t\u00E3o baixo?
A BONECA - (Muito baixinho.) Chiu!... \u00C9 por causa do Homem... Coitado, se ele soubesse que n\u00F3s mexemos!... Tu j\u00E1 pensaste a s\u00E9rio a este respeito? Um dia, sem querer, tu julgas que o Homem n\u00E3o est\u00E1 aqui e ele est\u00E1 a ver-te! Que horror!!! Nem quero pensar!
O BONECO - Ora! Mesmo que o Homem me visse a mexer, julgava que era um sonho... N\u00E3o acreditava...
A BONECA - N\u00E3o \u00E9 tanto assim!... Tu \u00E9 que n\u00E3o sabes o que se passa! H\u00E1 dias, o Homem estava bem disposto, chamou a mulher dele e disse-lhe a apontar para mim: n\u00E3o achas que ela - era eu - tem cara de quem est\u00E1 \u00E0 espera de que a gente n\u00E3o esteja a ver para se p\u00F4r \u00E0 sua vontade?
O BONECO - Foi o Homem quem disse isso assim?!
A BONECA - Juro-te pela minha boa sorte!!!
O BONECO - E a mulher do Homem o que \u00E9 que disse?
A BONECA - A mulher do Homem disse assim: (Devagar.) Olha que est\u00E1s para a\u00ED a dizer uma coisa que j\u00E1 me tem vindo \u00E0 ideia muitas vezes e sem eu querer!
O BONECO - Foi s\u00F3 isso que eles disseram?
A BONECA - E achas pouco?!!! Os filhos deles tamb\u00E9m j\u00E1 andam desconfiados... e agora, em vez de irem brincar como dantes, v\u00E3o-se p\u00F4r \u00E0 espreita ali, daquele canto, \u00E0 espera de que qualquer de n\u00F3s de mexa...
O BONECO - Seja quem for, se vir um boneco a mexer sozinho, julga sempre que \u00E9 um sonho... e n\u00E3o acredita!
A BONECA - Faz tu o que quiseres: a mim \u00E9 que eles n\u00E3o me h\u00E3o-de ver nunca a mexer sozinha!
O BONECO - Tu \u00E9s medrosa!
A BONECA - Pois sou...
O BONECO - Mas eu j\u00E1 fui espreitar... n\u00E3o est\u00E1 ningu\u00E9m aqui ao p\u00E9.
A BONECA - Tens a certeza? Tu nem sequer sabias o que eles tinham estado a dizer a nosso respeito!...
O BONECO - Sim, tenho a certeza! Foram todos juntos p\'ra cidade chamar gente p\'r\u00F3 espect\u00E1culo daqui a bocado... O Homem levava o bombo e os pratos; quem tocava o tambor, hoje, era o filho mais velho; a mulher levava o cornetim e a filha ia \u00E0 frente com o cartaz e os guizos.
A BONECA - Logo hoje por infelicidade, a filha n\u00E3o me quis levar com ela! Quando est\u00E1 contente leva-me sempre na algibeira do casaco...
O BONECO - J\u00E1 por v\u00E1rias vezes fomos os dois juntos dentro da mesma algibeira!...
A BONECA - \u00C9 verdade!... Nesse tempo n\u00E3o sabia que tu eras como eu...
O BONECO - \u00C9 verdade!... nem eu!... e pod\u00EDamos ter falado tanto, dentro da algibeira!... Fartei-me de puxar por ti!...
A BONECA - Eu n\u00E3o sabia que eras tu!
O BONECO - Era eu!
A BONECA - Porque n\u00E3o me disseste ao ouvido?
O BONECO - Eu n\u00E3o sabia que tu ouvias!
A BONECA - Pois ouvia!
O BONECO - E tu nunca te aborrecias de estar sempre na posi\u00E7\u00E3o em que o Homem te tinha deixado?
A BONECA - Punha-me a pensar... Pensei muito! Pus por ordem todas as coisas que aconteceram comigo... Sei tudo de cor...
O BONECO - Conta, conta o que sabes!...
A BONECA - S\u00F3 h\u00E1 uma coisa que eu n\u00E3o sei e que tamb\u00E9m aconteceu comigo...
O BONECO - O que foi?
A BONECA - N\u00E3o sei explicar a raz\u00E3o por que s\u00E3o t\u00E3o pequenas as pessoas que v\u00EAm todas as noites ver o espect\u00E1culo!...
O BONECO - (Ri.) S\u00E3o assim t\u00E3o pequenas porque ainda n\u00E3o chegaram a grandes... As pessoas pequenas chamam-se crian\u00E7as.
A BONECA - Isso n\u00E3o sabia eu... Era a \u00FAnica coisa que eu n\u00E3o tinha sido capaz de compreender!... Via umas pessoas maiores e outras mais pequenas, e n\u00E3o sabia a raz\u00E3o.
O BONECO - Ah! Ah! Ah!
A BONECA - Naturalmente est\u00E1s-me a enganar?...
O BONECO - N\u00E3o te estou a enganar, n\u00E3o... estou a rir-me do que ter\u00E1s para contar se n\u00E3o sabias que as pessoas antes de serem grandes come\u00E7am por ser pequeninas!... (Ri.)
A BONECA - E n\u00E3o sabia! \u00C9 alguma obriga\u00E7\u00E3o saber essas coisas? Se come\u00E7as a rir n\u00E3o te posso perguntar outra coisa que tamb\u00E9m n\u00E3o sei e que tamb\u00E9m aconteceu comigo...
O BONECO - O que foi? Pergunta!
A BONECA - P\u00B4ra onde \u00E9 que v\u00E3o as pessoas grandes?
O BONECO - V\u00E3o ver outras coisas!
A BONECA - Ent\u00E3o h\u00E1 outras coisas?
O BONECO - S\u00E3o s\u00F3 p\'r\u00E1s pessoas grandes.
A BONECA - Ainda nunca vi... nunca aconteceu comigo... s\u00F3 sei do que j\u00E1 aconteceu comigo...
O BONECO - As coisas que h\u00E1 p\'r\u00E1s pessoas grandes s\u00F3 quando acontecem connosco \u00E9 que se compreendem.
A BONECA - Talvez que ainda venham a acontecer comigo!... contigo j\u00E1 aconteceram?
O BONECO - Tamb\u00E9m ainda n\u00E3o... S\u00F3 as crian\u00E7as \u00E9 que gostam de bonecos... As pessoas grandes fartaram-se de ver bonecos e foram ver outras coisas...
A BONECA - Naturalmente, estiveram que tempos \u00E0 espera que n\u00F3s mex\u00EAssemos, e como nunca nos mex\u00EAssemos nem diss\u00E9ssemos nada, aborreceram-se e foram-se embora!
O BONECO - N\u00E3o sei se \u00E9 assim como tu est\u00E1s a dizer... S\u00F3 sei que o Homem descobriu que as crian\u00E7as gostavam de ver os bonecos a mexer como as pessoas...
A BONECA - O Homem teve uma boa lembran\u00E7a de fazer mexer os bonecos por causa das crian\u00E7as.
O BONECO - Do que as crian\u00E7as gostavam mais era de chegar a ser bonecos!!!
A BONECA - Felizmente para o Homem, h\u00E1 sempre crian\u00E7as por toda a parte!... Porque \u00E9 que elas gostam de ver os bonecos mexer como as pessoas?
O BONECO - \u00C9 porque come\u00E7am a pensar em muitas coisas que ainda n\u00E3o aconteceram com elas!
A BONECA - Ah!... Eu sou como as crian\u00E7as... s\u00F3 sei do que j\u00E1 aconteceu comigo!...
O BONECO - Conta! Conta o que sabes!
A BONECA - Eu n\u00E3o sei se o que aconteceu comigo tem algum valor... mas tu n\u00E3o calculas a por\u00E7\u00E3o de coisas s\u00E9rias que t\u00EAm passado p\'la minha cabe\u00E7a por causa do que aconteceu comigo!... coisas de nada e que nunca mais acabam!
O BONECO - Tu \u00E9s muito divertida!!!
A BONECA - Tu n\u00E3o me conheces! Tu est\u00E1s habituado a ver-me s\u00F3 por fora... nunca aconteceu veres o que eu sou por dentro!...
O BONECO - Era isso mesmo que eu queria que tu contasses!
A BONECA - Tu sabes bem que eu n\u00E3o tenho hist\u00F3ria... a minha hist\u00F3ria \u00E9 a daquela que me fez... Mas n\u00E3o sei mais nada... Assim eu soubesse contar-te a \u00FAnica hist\u00F3ria que eu sei!
O BONECO - Sabes, sim! Conta!
A BONECA - (Pausa.) Fui feita especialmente para a pr\u00F3pria que me fez... e p\'ra mais ningu\u00E9m!... Talvez a minha hist\u00F3ria n\u00E3o valha nada... mas foi s\u00F3 feita p\'ra Ela!... Ela nunca pensou em mostrar-me a mim... Longe estava Ela, quando me fez, de supor que eu havia de ir p\'ro teatro! Ela fez-me de prop\u00F3sito s\u00F3 p\'ra Ela, p\'ra n\u00E3o estar sozinha... fui feita aos pedacinhos, de coisas que j\u00E1 n\u00E3o serviam p\'ra mais nada... Aqueles pedacinhos mais bonitos das coisas que j\u00E1 n\u00E3o serviam p\'ra mais nada, guardava-os Ela p\'ra me fazer a mim... Achas que tem algum valor a minha hist\u00F3ria?
O BONECO - Conta, conta que eu gosto muito!
A BONECA - Fui feita aos poucochinhos. Ela n\u00E3o podia estar sempre a tratar de mim... era s\u00F3 \u00E0quelas horas, depois de estar tudo pronto... Quando n\u00E3o havia mais nada que fazer... ent\u00E3o, \u00E9 que chegava a minha vez!... Mas n\u00E3o era porque Ela n\u00E3o me quisesse e muito, mas as outras coisas n\u00E3o podiam ficar por fazer... n\u00E3o achas? Era justo, eu estava depois das outras coisas... No fim de tudo, logo a seguir, era eu!... Mas quando chegava a minha vez, tu n\u00E3o imaginas, Boneco, a alegria que Ela trazia nos olhos!!! Via-se perfeitamente que n\u00E3o tinha pensado noutra coisa!... Achas que vale a pena continuar?
O BONECO - Conta, conta! Eu gosto muito!... E parece-me que estou a reconhecer essa menina!...
A BONECA - N\u00E3o h\u00E1 outra no mundo!... E se for a mesma tu sentes logo... ainda que eu n\u00E3o te saiba contar a hist\u00F3ria dela!
O BONECO - Se for Ela, eu digo-te.
A BONECA - Tu n\u00E3o imaginas, Boneco, o que Ela fez por mim! Fui muito pensada!... Dia e noite n\u00E3o pensava noutra coisa... Ela cuidou imenso em dar-me um feitio que encantasse!... Fez tudo por mim!... Eu era p\'ra sair melhor do que sa\u00ED... Ah! Se eu fosse como Ela me tinha pensado!!! Mas eu estou contente... eles \u00E9 que n\u00E3o sabem ver-me, eles v\u00EAem-me s\u00F3 por fora e julgam que por dentro n\u00E3o tenho nada... N\u00E3o \u00E9 que eu seja por dentro diferente do que eu sou por fora... \u00E9 a mesma coisa... Mas eles v\u00EAem-me mal por fora, porque n\u00E3o sabem como eu sou por dentro... Ningu\u00E9m sabe ver-me!... Oh! Ela, sim!... Se ao menos eles soubessem como eu fui feita!... Ah! Lembro-me t\u00E3o bem!... Fui feita com o cora\u00E7\u00E3o!... Se o que sai do cora\u00E7\u00E3o fosse igual ao que est\u00E1 por dentro... n\u00E3o era uma simples boneca vestida de seda... era outra coisa! Era o pr\u00F3prio cora\u00E7\u00E3o por dentro! Nunca viste o cora\u00E7\u00E3o por dentro?
O BONECO - (Devagar.) Vi! \u00C9 uma boneca vestida de seda...
A BONECA - Oh! Como tu viste bem o cora\u00E7\u00E3o!!! D\u00E1-me a tua m\u00E3o... (Pausa.) Conta como tu viste o cora\u00E7\u00E3o!...
O BONECO - N\u00E3o me perguntes nada... Deixa estar calado o meu cora\u00E7\u00E3o... (Pausa.)
A BONECA - Ouve, Boneco! Tu achas que eu sou bonita? \u00C9 porque ela quis tanto fazer-me exactamente como era por dentro e por fora... E \u00E9 por isso que eu me acho t\u00E3o linda!... Por isso \u00E9 que eu gosto tanto de mim... Olha bem p\'ra mim... J\u00E1 reparaste bem?... Os meus olhos... a minha boca... os meus cabelos... a cor dos meus olhos... a cor da minha boca... a cor dos meus cabelos... o meu feitio... a minha maneira de vestir... todas estas coisas s\u00E3o d\'Ela!... Ela e eu somos uma coisa s\u00F3!... Ela copiou-se exactamente em mim!...
O BONECO - N\u00F3s, os bonecos, somos o melhor retrato da idade de quem nos fez!!!
A BONECA - Ah!... Tu dizes t\u00E3o certas as coisas! V\u00EA-se perfeitamente que j\u00E1 aconteceram comigo!
O BONECO - N\u00E3o me perguntes nada... Deixa estar calado o meu cora\u00E7\u00E3o... (Pausa.)
A BONECA - \u00C0s vezes, o dia n\u00E3o vinha como Ela tinha esperado! Quando tal acontecia, nem eu sequer vinha a prop\u00F3sito... Nada lhe servia... Ningu\u00E9m diria que era Ela pr\u00F3pria que estava ali!... Mas outras vezes, tudo era d\'Ela!... Ela \u00E9 que animava todas as coisas... Ao p\u00E9 dela tudo era riqueza e alegria! Ela havia de fazer muita falta a quem n\u00E3o a conhecesse!... Tu n\u00E3o imaginas a por\u00E7\u00E3o de novidade que Ela tinha p\'ra dar, se algu\u00E9m lhas viesse pedir!... Nunca veio ningu\u00E9m! Alguns ainda olharam mas n\u00E3o a viram... Nunca ningu\u00E9m soube que Ela era a Rainha!
O BONECO - Parece-me que estou a reconhecer essa menina...
A BONECA - Uma grande Rainha que n\u00E3o tinha mais nada do que uma boneca feita por Ela!... Era eu, a boneca... Todos passaram diante d\'Ela e ningu\u00E9m se ajoelhou. Se a tivessem conhecido como eu a conheci todos ajoelhariam diante d\'Ela!...
O BONECO - Parece-me que estou a reconhecer essa menina!...
A BONECA - N\u00E3o h\u00E1 outra no mundo!
O BONECO - Mas... esta que eu digo n\u00E3o se parece contigo!
A BONECA - E por dentro? Tamb\u00E9m n\u00E3o se parece comigo?
O BONECO - Por dentro \u00E9 que eu te acho tal e qual!
A BONECA - \u00C9 que tu ainda n\u00E3o me viste bem por fora!
O BONECO - Talvez sejam parecidas s\u00F3 por dentro...
A BONECA - Isso n\u00E3o pode ser! O que uma pessoa \u00E9 p\'ra fora \u00E9 igual p\'ra dentro! \u00C9 uma coisa s\u00F3!... Isso que tu dizes n\u00E3o est\u00E1 certo... n\u00E3o \u00E9 assim... Tu n\u00E3o sabes isso bem!... Isso ainda n\u00E3o aconteceu contigo!
O BONECO - Tudo o que acabas de dizer acontece comigo tamb\u00E9m!...
A BONECA - \u00C9 porque tu ainda n\u00E3o me viste bem por dentro mas agora, j\u00E1 que nos conhecemos, havemos de falar muito... p\'ra nos conhecermos ainda melhor um ao outro, por dentro e por fora... Deus queira que isto v\u00E1 muito bem connosco!
O BONECO - Eu sou como tu... tudo o que aconteceu comigo eu sei de cor... \u00E9 tudo t\u00E3o f\u00E1cil! S\u00F3, n\u00E3o sei...
A BONECA - Conta, conta!
O BONECO - Foi uma das coisas que aconteceu comigo...
A BONECA - N\u00E3o tenha medo de contar!
O BONECO - N\u00E3o, Boneca, ouve! Deixa estar calado o meu cora\u00E7\u00E3o... ele est\u00E1 calado por causa de mim.
A BONECA - Se eu soubesse falar de outras coisas!... Mas eu s\u00F3 sei do que aconteceu comigo.
O BONECO - N\u00E3o, Boneca... n\u00E3o digas nada... Deixa estar calado o meu cora\u00E7\u00E3o... Eu n\u00E3o soube ouvir o cora\u00E7\u00E3o... e o que ele quer \u00E9 t\u00E3o claro!
A BONECA - O que \u00E9 claro \u00E9 como a luz!
O BONECO - A luz n\u00E3o se engana!...
A BONECA - Nos \u00E9 que nos enganamos com a luz.
O BONECO - \u00C9 assim que acontece com a luz!... (Pausa.)
A BONECA - Ouve! Tu tamb\u00E9m sentes o cora\u00E7\u00E3o dentro de ti muito grande... que n\u00E3o cabe dentro do peito? Ah! Eu sou t\u00E3o pequena! E o cora\u00E7\u00E3o est\u00E1 dentro de mim... \u00E0 espera pronto p\'ra sair... pronto p\'ra dar-se e a hora n\u00E3o chega!
O BONECO - Aquela hora que h\u00E1...
A BONECA - Aquela hora que n\u00E3o passa... aquela hora que ainda n\u00E3o veio... aquela hora que deixa passar as outras adiante... as horas de esperar!...
O BONECO - Deixa estar calado o meu cora\u00E7\u00E3o...
A BONECA - D\u00E1-me a tua m\u00E3o!... que eu saiba da tua m\u00E3o... Que as tuas m\u00E3os n\u00E3o sejam as minhas!... que sejam outras m\u00E3os como as minhas... As minhas m\u00E3os n\u00E3o me bastam... faltam-me outras m\u00E3os como as minhas!
O BONECO - \u00C9 assim que bate o cora\u00E7\u00E3o...
A BONECA - D\u00E1-me a tua m\u00E3o!... que os nossos cora\u00E7\u00F5es sejam a repeti\u00E7\u00E3o um do outro como \u00E9 justo!... que as tuas m\u00E3os me tragam festas, me tragam paz... paz que se ganha!... (Pausa.) D\u00E1-me as tuas palavras!... essas que tu guardas... essas palavras que n\u00E3o morrem, nem se matam!... essas que lembram o mar... o mar que nunca p\u00E1ra... o mar que n\u00E3o se cansa... o mar que insiste... o mar que n\u00E3o se gasta
O BONECO - Cala-te, cora\u00E7\u00E3o! Deixa ouvir o mar...
A BONECA - Tu tamb\u00E9m viste o mar?
O BONECO - O mar foi feito por nossa causa!...
A BONECA - Ah!... \u00C9 assim, juro-te, exactamente assim o mar... Oh! Como tu o viste bem! D\u00E1-me a tua m\u00E3o p\'ra ser t\u00E3o grande o sil\u00EAncio... (Pausa.) O mar!... n\u00E3o acaba nunca o mar!...
O BONECO - O mar come\u00E7a sempre...
A BONECA - \u00C9 como o cora\u00E7\u00E3o dentro de mim!... E nunca sai do peito o cora\u00E7\u00E3o!...
O BONECO - Como pode mudar-se o cora\u00E7\u00E3o?...
A BONECA - \u00C0s vezes a luz brilha no mar... como se tivesse chegado a hora...
O BONECO - \u00C9 a f\u00E9! \u00C9 o cora\u00E7\u00E3o que n\u00E3o se engana!
A BONECA - Mas quando o sol desaparece fico eu t\u00E3o sozinha! Fico a pensar no que tem acontecido... e n\u00E3o sei o que me falta!... Se n\u00E3o fosse o luar, ainda ficava mais sozinha!... Se me ponho a pensar que o luar me faz companhia, sinto-me enganada! E nos dias em que chove, a chuva tamb\u00E9m foi enganada...
O BONECO - A quem acredita no cora\u00E7\u00E3o tudo serve de engano.
A BONECA - Mas quando \u00E9 o cora\u00E7\u00E3o que fala, parece-me de mais p\'ra mim.
O BONECO - O cora\u00E7\u00E3o \u00E9 maior que n\u00F3s!
A BONECA - E eu sou t\u00E3o pequenina! P\'ra que me deram um cora\u00E7\u00E3o t\u00E3o grande?...
O BONECO - Deus fez-nos um cora\u00E7\u00E3o p\'ra n\u00E3o sermos t\u00E3o pequenos como n\u00F3s...
A BONECA - Mas \u00E9 que n\u00E3o tenho for\u00E7as p\'ra ele! Ele \u00E9 grande de mais p\'ra mim! Tu j\u00E1 reparaste bem como eu sou pequenina?
O BONECO - Tu \u00E9s do tamanho dos que t\u00EAm cora\u00E7\u00E3o.
A BONECA - Ah!... \u00E9 assim, juro-te, \u00E9 exactamente assim como tu est\u00E1s a dizer!... mas a hora n\u00E3o chega!... Eu saberei esperar... mas o tempo n\u00E3o espera!..
O BONECO - Assim, \u00E9 n\u00E3o saber esperar!
A BONECA - Eu por mim n\u00E3o me importo... mas o cora\u00E7\u00E3o?
O BONECO - O cora\u00E7\u00E3o espera por n\u00F3s!
A BONECA - Mas tu n\u00E3o v\u00EAs que eu sou pequenina... que n\u00E3o tenho for\u00E7as... que eu n\u00E3o sou como o mar que n\u00E3o se gasta!... tu n\u00E3o v\u00EAs que eu passo depressa?
O BONECO - Por mais depressa que passes, o teu cora\u00E7\u00E3o espera por ti... o teu cora\u00E7\u00E3o n\u00E3o espera mais ningu\u00E9m... Se tu n\u00E3o vieres, o teu cora\u00E7\u00E3o n\u00E3o espera mais ningu\u00E9m... Se tu n\u00E3o vieres nunca, o teu cora\u00E7\u00E3o n\u00E3o conta, n\u00E3o ouve. \u00C9 como se n\u00E3o tivesse havido cora\u00E7\u00E3o. Por mais depressa que passes, d\u00E1-te inteira ao teu cora\u00E7\u00E3o... Porque s\u00F3 sabe do tempo quem n\u00E3o traz cora\u00E7\u00E3o... o tempo \u00E9 pecado de quem n\u00E3o sabe amar!!!
A BONECA - Ah!... \u00E9 assim, juro! \u00C9 exactamente assim que bate o cora\u00E7\u00E3o!
O BONECO - Acredita no cora\u00E7\u00E3o! Ele sabe de cor o que quer!... N\u00E3o foi necess\u00E1rio ao cora\u00E7\u00E3o ir aprender o que queria... A nossa cabe\u00E7a \u00E9 que precisa de aprender o que quer o cora\u00E7\u00E3o!
A BONECA - \u00C9 assim que bate o cora\u00E7\u00E3o...
O BONECO - O cora\u00E7\u00E3o nunca est\u00E1 s\u00F3... O nosso cora\u00E7\u00E3o \u00E9 nosso, ele n\u00E3o pode viver sem aquele a quem pertence... ele espera por n\u00F3s!
A BONECA - \u00C0s vezes, a cabe\u00E7a quer ser mais do que o cora\u00E7\u00E3o... e fica de costas viradas p\'ro cora\u00E7\u00E3o!
O BONECO - A cabe\u00E7a n\u00E3o deve ser sen\u00E3o o que o cora\u00E7\u00E3o quiser! Nunca \u00E9 o cora\u00E7\u00E3o que nos falta, somos n\u00F3s que faltamos ao cora\u00E7\u00E3o!
A BONECA - Ah!... \u00E9 assim, juro, \u00E9 assim que bate o cora\u00E7\u00E3o!...
O BONECO - S\u00F3 n\u00E3o entende o cora\u00E7\u00E3o quem n\u00E3o sabe escut\u00E1-lo... ele est\u00E1 sempre a contar aquela hora por que se espera... aquela hora que existe p\'ral\u00E9m da sabedoria... e que tem a forma simplic\u00EDssima dum cora\u00E7\u00E3o natural!...


(Come\u00E7a-se a ouvir um tambor l\u00E1 muito ao longe. De repente, os Bonecos ficam na posi\u00E7\u00E3o em que estavam ao princ\u00EDpio. O tambor vem-se chegando a pouco e pouco. Quando j\u00E1 est\u00E1 bastante perto, ouvem-se muitas vozes de crian\u00E7as em grande alegria. Depois percebe-se que chegaram ao p\u00E9 do teatro, e \u00E9 quando come\u00E7a a m\u00FAsica com o bombo, os pratos, o cornetim, o tambor e os guizos. Abre-se a cortina do fundo e do lado de fora est\u00E3o sentadas nos bancos muitas crian\u00E7as com as pessoas que as acompanham. Quando j\u00E1 est\u00E1 quase a come\u00E7ar a representa\u00E7\u00E3o desce o pano.)

FIM

Hosted by www.Geocities.ws

'; if (is.CRAPBrowser){ReadingText=ResolveAllURLs(ReadingText);} var NavBar=''; NavBar+='
'; NavBar+=''; NavBar+=''; NavBar+=''; NavBar+=''; NavBar+='
'; if (is.CRAPBrowser){NavBar=ResolveAllURLs(NavBar)}; var TitleCode = ''; TitleCode += '' + ExerciseTitle + '
'; TitleCode += '' + ExerciseSubtitle + '
'; TitleCode += '
'; var QButtonsOpener = ''; QButtonsOpener += '
'; QButtonsOpener += ''; var QButtonsCloser = ''; QButtonsCloser += '
'; var TableOpener = '
'; TableOpener += ''; var QRow = ''; QRow += ''; var ARow = ''; ARow += ''; ARow += ''; var MARow = ''; var CheckButton = ''; } Output = Output + BuildQuestion(I.length-1); Output = TableOpener + Output + TableCloser; DisplayExercise(Output); } function ShowQuestion(QNum){ //First, create the Q number readout at the top var Readout = (QNum+1) + '/' + I.length; while (Readout.length < 7){ Readout = ' ' + Readout + ' '; } Readout = QButtonsOpener + Readout + QButtonsCloser; var Output = BuildQuestion(QNum); Output = TableOpener + Output + TableCloser; DisplayExercise(Readout + Output); //Mark the answers already done for (i=0; i=0; i--){ //Find any incorrect choices var b = eval('BottomFrame.document.QForm.A_' + QNum + '_' + i); if (b != null){ //if it's wrong, count it if (b.checked == true){ Status[QNum][1][i] = 'C'; } else{ Status[QNum][1][i] = 'U'; } if (((b.checked == true) && (b.value == "0"))||((b.checked == false)&&(b.value == "1"))){ TotWrong++; } } } if (TotWrong == 0){ Output = DefaultRight; } else{ Output = DefaultWrong + '
' + (TotAns-TotWrong) + '/' + TotAns; } //If you haven't tried the question before if (Status[QNum][0] == 0){ if (TotWrong > 0){ Status[QNum][2]++; } if (TotWrong == 0){ Status[QNum][0] = 1; //Calculate the score for this question as a floating-point fraction of 1 Status[QNum][3] = ((Status[QNum][1].length - Status[QNum][2]) - 1) / (Status[QNum][1].length - 1); //If less than zero, set to zero if (Status[QNum][3] < 0){Status[QNum][3] = 0;} } } //Check whether the quiz is finished var Finished = true; for (var i=0; i' + YourScoreIs + ' ' + Score + '%.'; } if (Finished == true){ EraseFeedback = false; var CFT = 0; for (i=0; i 0){ WriteFeedback(Output); } } function CheckAnswer(QNum, ANum){ var Output = I[QNum][1][ANum][1]; if (Output==''){ if (I[QNum][1][ANum][2] == 1){ Output = DefaultRight; } else{ Output = DefaultWrong; } } //If it's not been previously answered correctly if (Status[QNum][0] == 0){ //If it's a correct answer if (I[QNum][1][ANum][2] == 1){ Status[QNum][0] = 1;//Mark the Q as done Status[QNum][1][ANum] = 'R'; MarkAnswer(QNum, ANum, true); //Calculate the score for this question as a floating-point fraction of 1 var PossibleWrongs = 0; for (var i=0; i' + YourScoreIs + ' ' + Score + '%.'; } if (Finished == true){ EraseFeedback = false; var CFT = 0; for (i=0; i 0){ WriteFeedback(Output); } } function CalculateScore(){ var TriedQs = 0; var TotalScore = 0; for (var i=0; i 0)||(Status[i][3] == 1)){ TriedQs++; TotalScore += Status[i][3]; } } if (TriedQs == 0){ Score = 0; } else{ Score = (Math.floor(100 * (TotalScore/TriedQs))); } } function MarkAnswer(QNum, ANum, Right){ var Mark = CorrectIndicator; if (Right == false){Mark = IncorrectIndicator;} if (eval('BottomFrame.document.QForm.FB_' + QNum + '_' + ANum) != null){ eval('BottomFrame.document.QForm.FB_' + QNum + '_' + ANum).value = Mark; } } function CheckCheckbox(QNum, ANum){ if (eval('BottomFrame.document.QForm.A_' + QNum + '_' + ANum) != null){ eval('BottomFrame.document.QForm.A_' + QNum + '_' + ANum).checked = true; } } function ShowReading(){ if (ReadingFrame != null){ if (ReadingURL.length > 0){ ReadingFrame.location.href=ReadingURL; } else{ ReadingFrame.document.clear(); ReadingFrame.document.open(); ReadingFrame.document.write(ReadingText); ReadingFrame.document.close(); } } } //Reading text/timer code var min var sec var ShowReadingAgain = 'Voltar a ler'; function DownTime(mm,ss){ min = mm; sec = ss; if (sec==0) { sec = 60; min--; } sec--; if (sec<10){ sec="0" + sec; } if (TimerFrame.document.TimerForm.face == null){ return; } TimerFrame.document.TimerForm.face.value= min+":"+sec; if ((min==0) && (sec==0)){ TimesUp() } else{ setTimeout('DownTime(min,sec)',1000) } } function StartReading(){ Stuff='Tempo restante:'; Stuff+=' '; WriteToTimer(Stuff); ShowReading(); timeoutID=setTimeout('DownTime(5,0)',1000); } function TimesUp() { var Stuff = ''; if (ShowReadingAgain.length > 0) { Stuff=''; WriteToTimer(Stuff); } WriteToReading('Terminou o seu tempo!'); } function WriteToReading(Stuff) { if (is.CRAPBrowser){Stuff=ResolveAllURLs(Stuff);} ReadingFrame.document.clear(); ReadingFrame.document.open(); ReadingFrame.document.writeln (''); ReadingFrame.document.writeln ('
'); ReadingFrame.document.writeln ('
'; QRow += '[QNumber][Question]
 '; QRow += '
[Ans]
'; MARow += '[Ans]
0){ history.go((BackSkip+1)*-1); } else{ parent.history.back(); } } function ReduceItems(){ var ItemToDump=0; var j=0; while (I.length > QsToShow){ ItemToDump = Math.floor(I.length*Math.random()); for (j=ItemToDump; j<(I.length-1); j++){ I[j] = I[j+1]; } I.length = I.length-1; } } function Shuffle(InArray){ Temp = new Array(); var Len = InArray.length; var j = Len; for (var i=0; i '; OutString += '
'; OutString += NavBar; if (Feedback.length>0){ OutString += '' } OutString += '
'; OutString += ''; OutString += Feedback; OutString += '
Hosted by www.Geocities.ws

'; if (is.CRAPBrowser){OutString=ResolveAllURLs(OutString);} //Write it to the frame TopFrame.document.clear(); TopFrame.document.open(); TopFrame.document.write(OutString); TopFrame.document.close(); } function StartUp(){ //Reduce array if required if (QsToShow < I.length){ ReduceItems(); } //Shuffle stuff if required if (ShuffleQs == true){ I = Shuffle(I); } if (ShuffleAs == true){ for (var i=0; i= Status[QNum][1].length-1){ Status[QNum][0] = 1; for (var i=0; i-1){ FirstBit = InString.substring(0, i); LastBit = InString.substring(i + Token.length, InString.length); InString = FirstBit + Replacement + LastBit; i = InString.indexOf(Token); } return InString; } function ChangeQ(ChangeBy){ var NewNum = CurrQNum + ChangeBy; if ((NewNum >= 0)&&(NewNum '; OutString += '
'; OutString += TitleCode; OutString += ''; OutString += NavBar; OutString += '
'; OutString += ''; OutString += StuffToDisplay; OutString += '
Hosted by www.Geocities.ws

'; if (is.CRAPBrowser){OutString=ResolveAllURLs(OutString);} //Write it to the frame BottomFrame.document.clear(); BottomFrame.document.open(); BottomFrame.document.write(OutString); BottomFrame.document.close(); } function ShowAllQs(){ var Output = ''; for (var i=0; i

'); ReadingFrame.document.writeln ('
') ReadingFrame.document.writeln (''); ReadingFrame.document.writeln (Stuff); ReadingFrame.document.writeln ('
Hosted by www.Geocities.ws

'); ReadingFrame.document.close(); } function WriteToTimer(Stuff){ if (is.CRAPBrowser){Stuff=ResolveAllURLs(Stuff);} TimerFrame.document.clear(); TimerFrame.document.open(); TimerFrame.document.writeln (''); TimerFrame.document.writeln ('
'); TimerFrame.document.writeln ('
'); TimerFrame.document.writeln ('
') TimerFrame.document.writeln (''); TimerFrame.document.writeln (Stuff); TimerFrame.document.writeln ('
Hosted by www.Geocities.ws

'); TimerFrame.document.close(); } function Blank(){ return '
©Half-Baked Software. Loading...
Hosted by www.Geocities.ws

'; } //--> //]]>
Hosted by www.Geocities.ws

1